O Taylorismo e Fordismo são dois sistemas de produção que tiveram grande influência na sociedade da época e, na verdade, influencia até hoje. Entender sobre esses dois conceitos é muito mais do que saber suas características fundamentais.
Será que isso é aplicado até hoje? Qual é a diferença entre sistemas? E mais: onde o Toyotismo entra nisso tudo? Essas são perguntas que serão respondidas ao decorrer deste e-book.
De modo geral, Taylorismo e Fordismo são sistemas de produção relativamente parecidos, mas bem distintos do Toyotismo. Será que algum deles ainda vigora no mundo? Acompanhe e entenda melhor sobre o assunto.
Para entender melhor sobre Taylorismo e Fordismo, bem como suas respectivas influências da sociedade, o caminho mais fácil é olhar para cada um individualmente.
Além dessas duas formas de produção, trazemos também o Toyotismo para elucidar melhor a diferença entre eles:
Começando com Taylorismo, o sistema foi desenvolvido por Frederick Winslow Taylor e tem por objetivo principal a racionalização do trabalho, trazendo maior lucro para a indústria.
Os processos para desenvolver um produto eram bem divididos, de modo a diminuir (em questão de complexidade) a tarefa de cada um. A produtividade era fundamental e cada funcionário tinha o seu tempo cronometrado.
As características principais deste sistema de produção eram as seguintes:
Criado por Henry Ford, o Fordismo foi desenvolvido com o objetivo de melhorar o Taylorismo.
O principal objetivo era a produção em massa, de modo que fosse ainda maior do que o modelo anterior. A forma de atingir esse objetivo era apostando na padronização da produção.
Além disso, neste modelo foram adotadas as esteiras, que promoviam enormes linhas de produção. Isso tornava o trabalho ainda mais dinâmico do que no Taylorismo. Dentre as principais características do Fordismo, temos:
Como você pôde notar, Taylorismo e Fordismo são bem parecidos na sua essência.
Na contramão, desenvolvido por Taiichi Ohno, na empresa Toyota, foi criado o Toyotismo. O famoso modelo conhecido como Just in Time, ou seja “apenas no tempo”, que queria se referir a uma produção de acordo com a demanda atual.
Isso ia totalmente contra o que estava sendo feito anteriormente, que era um esquema de alta produtividade e muito estoque. Veja as principais características do Toyotismo:
Ou seja, foi um modelo muito inovador e que rompeu com aquilo que vinha sendo praticado nas linhas de produção.
Com o Toyotismo foi possível obter alta lucratividade, mas com menor estoque e com produtos de maior qualidade.
Além disso, preza por um trabalho em grupo, pois os próprios funcionários organizaram seus devidos setores. Isso também ajudava a manter a qualidade dos produtos, além de promover melhoria contínua.
Sendo assim, o Toyotismo é bem distinto do Taylorismo e Fordismo citados anteriormente.
Fica evidente a diferença entre o Toyotismo e os outros dois meios de produção, mas e entre Taylorismo e Fordismo? Qual é a real diferença entre eles?
A maior diferença entre esses dois sistemas é que no Fordismo é a forma de bonificação do operário. No caso do Taylorismo, havia uma bonificação pela produção.
Ou seja, quanto mais ele produzia, mais ele ganhava. Isso não acontecia no Fordismo, pois o que ditava o ritmo era uma máquina (esteira), sendo assim, a produção tinha que ocorrer.
Além disso, no Fordismo as funções de cada operário eram ainda mais superficiais, não exigindo qualquer treinamento por parte da indústria. Era apenas seguir a linha de montagem e produzir.
O Taylorismo e Fordismo tiveram o seu ápice, mas o modelo produtivo não se sustentou por muito tempo e isso se deve a diversas razões.
Na década de 70 houve fatores econômicos que levaram esses dois modelos praticamente à extinção. Veja quais foram os gatilhos para a crise:
Dentre os motivos mais marcantes, temos a própria consequência do modelo do Taylorismo e Fordismo.
Como seu objetivo era produção em massa e alto volume de estoque, não houve demanda suficiente para atender tudo isso. Ou seja, os produtos ficaram parados. Havia produção, mas não havia venda.
Outra característica do Taylorismo e Fordismo era justamente a padronização da produção.
Entretanto, com a expansão do mercado e a globalização houve a necessidade de coisas diversificadas, algo que esses sistemas não conseguiam atender.
O desenvolvimento tecnológico de outros meios de produção, como é o caso do próprio Toyotismo, fez com que o Fordismo perdesse lugar no mercado.
Ambos os sistemas eram extremamente exploratórios. A classe proletária do século XIX trabalhava em péssimas condições.
Os operários começaram a se unir e pressionar as indústrias por melhores condições.
O Taylorismo e Fordismo tiveram seu ápice muito pelo incentivo de governos, mas não era um sistema eficiente quanto à questão de oferta e demanda.
O lucro desses sistemas se dava muito pela exploração da mão de obra. Com a globalização e necessidade de melhores produtos, esses meios de produção não conseguiram se sustentar.
A economia também vinha muito fragilizada após a 2ª Guerra Mundial e não havia muito espaço para desperdícios (que era algo característico de ambos os sistemas).
A economia da época necessitava de algo que atendesse às demandas com maior qualidade e tecnologia. Eis que o Toyotismo ganha força e promove grande influência na economia de todo o mundo.
Depois de tudo o que foi dito, você acha que o Taylorismo e Fordismo têm espaço na indústria atual? A resposta, como você mesmo já deve ter imaginado, é “não”.
Estamos vivendo em uma época de alta tecnologia, onde novos recursos e ferramentas são desenvolvidos a cada dia.
Desenvolver uma linha de produção rígida, estagnada e que prevê altos volumes de estoque não conversa com as necessidades do mundo do século XXI.
A ideia do Toyotismo, por isso vez, se mantém bastante no que vemos hoje. As indústrias e empresas produzem a partir de demanda, considerando estudo de mercado.
Inclusive, há muitas corporações que só realizam a produção a partir de um pedido prévio.
E, claro, tudo isso considerando as Leis Trabalhistas e o bem-estar dos operários, coisa que não era levada em conta no século passado.
Enfim, essas são as principais diferenças entre Toyotismo, Taylorismo e Fordismo. Esses sistemas vão muito além de uma forma de produção, eles ditavam a sociedade como um todo.
Estudante de Engenharia de materiais na UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), atua como estagiário de marketing na FM2S.
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