Lean versus Six Sigma: quais são suas diferenças?
Seis Sigma

04 de julho de 2017

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Lean versus Six Sigma: quais são suas diferenças?

Lean versus Six Sigma


O que é melhor: Lean ou Six Sigma?


Existe um debate contínuo no mundo dos negócios sobre se o Lean ou o Six Sigma é o melhor sistema a implementar quando se trata de racionalizar os processos de negócios e eliminar o desperdício. Ambos os lados têm proponentes e detratores que podem citar várias situações em que um sistema pode produzir melhores resultados do que o outro.


Outros argumentam que a melhor abordagem para criar a estrutura empresarial mais eficiente e efetiva requer a incorporação dos princípios do Six Sigma e do Lean. Para ver o debate no contexto apropriado, no entanto, você precisa entender as diferenças e semelhanças entre os dois sistemas.



Quais os conceitos básicos do Six Sigma?


O objetivo essencial do Seis Sigma é eliminar defeitos e resíduos, melhorando assim a qualidade e a eficiência, simplificando e aprimorando todos os processos de negócios. Embora tenha sido projetado para uso na fabricação, os profissionais rapidamente descobriram que o Six Sigma poderia ser útil e aplicável em todos os aspectos de uma empresa - desde o suporte ao cliente até o gerenciamento até a entrega de serviços.


Hoje, o Seis Sigma desempenha um papel fundamental na liderança de uma organização, e sua implementação em larga escala pode ajudar uma empresa a obter resultados reais e mensuráveis.



Quais os conceitos básicos da Abordagem Lean?


Como Six Sigma, o Lean é uma ferramenta usada pelas empresas para simplificar os processos de fabricação e produção. A principal ênfase do Lean é cortar etapas desnecessárias e desperdiçadas na criação de um produto para que apenas sejam tomadas as etapas que agregam diretamente o valor ao produto.


No que diz respeito à metodologia Lean, a única maneira de determinar se algo tem valor ou não é considerar se um cliente estaria disposto a pagar por isso. Qualquer parte da produção que não adiciona valor é simplesmente removida da equação, deixando um processo altamente racionalizado e rentável no lugar que irá fluir de maneira suave e eficiente.



Como comparar o Six Sigma ao Lean?


Essencialmente, os sistemas Six Sigma e Lean têm o mesmo objetivo. Ambos procuram eliminar o desperdício e criar o sistema mais eficiente possível, mas eles adotam diferentes abordagens para alcançar esse objetivo. Nos termos mais simples, a principal diferença entre Lean e Six Sigma é que eles identificam a raiz do desperdício de forma diferente.


Os praticantes de Lean acreditam que o desperdício provém de etapas desnecessárias no processo de produção que não agregam valor ao produto acabado, enquanto os defensores do Six Sigma afirmam que o desperdício resulta da variação dentro do processo.


Claro, há verdade em ambas as avaliações, e é por isso que as metodologias Lean e Six Sigma foram tão bem-sucedidas na melhoria do desempenho geral do negócio em uma variedade de campos. Na verdade, essas duas disciplinas provaram ser especialmente bem-sucedidas ao trabalhar em conjunto - daí a criação do Lean Six Sigma.



Como otimizar seu negócio com o Lean Six Sigma?


A realidade é que quanto mais amplo é o seu conjunto de ferramentas, melhor preparado para enfrentar os complexos problemas que as empresas enfrentam no mercado competitivo de hoje você estará.


A boa notícia é que você pode obter treinamento abrangente em Lean e Six Sigma de uma única fonte com os cursos de certificado oferecidos pela FM2S. E porque o treinamento da FM2S é oferecido 100% on-line, você pode completar o curso, não importa onde você esteja ou quais as restrições de sua agenda.



Quais as diferenças nas abordagens?


"Lean" identifica primeiro a necessidade de um processo ou atividade e, se a atividade agregar valor, tenta melhorar essa atividade por meio de um fluxo de processos melhorado, aprimorando a produtividade. O Six Sigma concentra-se especificamente na eliminação de variações no processo sem examinar os méritos de tais processos no esquema das coisas.


Lean, como o nome sugere quebra os processos para criar elementos essenciais sob seu princípio diretivo de que qualquer atividade ou função que não agrega valor constitui um desperdício que precisa ser eliminado.


O Six Sigma, por outro lado, não questiona se a atividade ou função agrega valor e funciona sob o princípio orientador de que qualquer variação no processo ou saída existente é um desperdício.


Lean é uma abordagem contínua, sob o pressuposto de que as mudanças do dia-a-dia na tecnologia, no ambiente externo e em outros fatores sempre deixam margem para melhorias. O Six Sigma, por outro lado, é uma abordagem baseada em projetos, e o grupo de projetos Six Sigma se reúne no conseguir dar cabo dos objetivos de mudança definidos, usando métricas ou gráficos de controle para evitar reverter.



Propriedade dos conceitos


Uma grande diferença entre Lean e Six Sigma pertence à propriedade dos conceitos.


Lean visa a melhoria contínua em todo o fluxo de operações de valor, incentivando e capacitando toda a força de trabalho para identificar e eliminar o desperdício em sua esfera de atividade. É um processo contínuo enraizado nas operações da empresa e exige a adoção de toda a força de trabalho e em todos os aspectos das operações da empresa para efetividade.


O Six Sigma, por outro lado, é uma abordagem metódica que visa eliminar as variações em um projeto específico ou área de operações, e os resultados permanecem confinados a essa área específica em vez de permear toda a organização. O ônus na implementação do Seis Sigma cai em equipes de propósito especial, como equipe de redução de estoque, equipe de redução de sucata de fabricação e outros formados especificamente para o propósito. Tais equipes possuem Green Belts liderados por um Black Belt ou Master Black Belt, que permanecem exclusivamente responsáveis pela implementação do Six Sigma. A equipe Seis Sigma pode optar por envolver outros pecados na parte de implementação a seu critério.



Quais as diferenças quanto aos procedimentos?


A Lean trabalha por meio da transferência de conhecimento e implementação da cultura de uma organização de aprendizagem em todos os setores para provocar mudanças na estratégia, estrutura e processos de negócios. A implementação de lean é por meio de ferramentas como o Value Stream Mapping, 5S, Kanban e poka-yoke, e por meio de conceitos como a produção Just in time.


A implementação do Six Sigma é por meio do procedimento DMAIC (Definir, Medir, Analisar, Implementar e Controlar) ou DMADV (Design, Medir, Analisar, Projetar, Verificar) e usar ferramentas como Análise Efetiva de Modo de Falha (FMEA) e Análise de Variância (ANOVA). A equipe do Seis Sigma identifica as causas raciais da variância, testar hipóteses para possíveis soluções e validar a análise, antes de implementar a solução e monitorar a eficácia.



Por que utilizar os dois juntos?


Tanto Lean como Six Sigma têm seus usos e muitas vezes acompanham um ao outro. Enquanto o Six Sigma permanece mais adiantado para resolver as necessidades presentes dos clientes, o Six Sigma sozinho não pode melhorar a velocidade global do processo ou maximizar o retorno do investimento para os acionistas.


Lean Six Sigma (LSS) tenta combinar as vantagens dessas duas abordagens e minimizar a fraqueza de ambos. A metodologia Lean Six Sigma envolve o uso de metodologias enxutas para identificar e remover atividades e processos sem valor agregado e, em seguida, aplicar metodologias Six Sigma para identificar e eliminar a variação do processo.


As ferramentas usadas para a implementação do Lean e do Six Sigma muitas vezes se sobrepõem. 5S, por exemplo, é utilizada nos dois. Em comparação, Lean e Six Sigma sugerem que, embora diferenças fundamentais distinguem esses dois conceitos, eles continuam sendo complementares.

Virgilio Marques Dos Santos

Virgilio Marques Dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.