O que é Six Sigma? Como surgiu essa metodologia?
Seis Sigma

17 de junho de 2015

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

O que é Six Sigma? Como surgiu essa metodologia?

O que é o Seis Sigma?


Six Sigma ou Seis Sigma, possui uma grande quantidade de definições. Cada autor, cada livro, cada artigo tem uma descrição um pouco diferente sobre o que é o tal do Six Sigma. Neste artigo vamos discorrer sobre algumas definições.


A mídia costumava descrever como um método altamente técnico utilizado por engenheiros e estatísticos para dar sintonia fina a produtos e processos. Meia verdade, pois a coleta de dados e a análise estatística são um dos componentes chaves dos projetos de melhoria, mas o Six Sigma é muito que isto.


Outras definições falam que é a busca contínua da perfeição em atender o cliente. Correto, já que Six Sigma refere-se a um alvo de desempenho estatístico. A empresa que atingir este alvo irá produzir apenas 3,4 defeitos milhão de oportunidades. Cabe aqui uma ressalva: esta meta não é universal, pois há empresas que podem possuir mais ou menos defeitos e obterem sucesso. Você iria numa companhia área em que 3,4 voos em um milhão caíssem? A média das empresas áreas possui um acidente a cada 8 a 10 milhões de voos. Muito mais que o Six Sigma. Outras empresas, como é o caso das fundições, dão duro para produzirem peças com menos de 30% de refugo.



Como o Six Sigma se relaciona com as mudanças?


Há outros que definem o Six Sigma como um abrangente esforço de “mudanças de cultura”, que busca posicionar a empresa para atingir maiores níveis de satisfação do cliente, lucratividade e competitividade. Apesar das pioneiras GE e Motorola terem causados um choque cultural ao implantar o Six Sigma, há casos em que ele foi implantado sem a necessidade do choque de cultura.


Falamos de vários pontos de vista sobre como definir o Six Sigma, mas afinal, o que é? Uma definição interessante é dada por Peter S. Pande. Para ele, é um sistema abrangente e flexível para alcançar, sustentar e maximizar o sucesso empresarial. Six Sigma é singularmente impulsionado por uma estreita compreensão das necessidades dos clientes, pelo uso disciplinado de fatos, dados e análises estatísticas e a atenção diligente à gestão, melhoria e reinvenção dos processos de negócios.



Quais as vantagens do Six Sigma?


Ele também define sucesso empresarial como sendo:




Para levar o 6 Sigma para dentro da sua empresa há dois caminhos: solicitar um projeto de implantação à FM2S ou então, capacitar seu pessoal interno, formando Green Belts e Black Belts. Eles serão os guardiões e especialistas da metodologia na sua empresa.



Como eu comecei no Six Sigma?


Six Sigma: desde meu começo como profissional tive a oportunidade de trabalhar como consultor em diversos projetos de melhoria. A maioria deles, usando a metodologia seis sigma e caminhando pelo roteiro do DMAIC. Isso me deu a oportunidade para trabalhar com diversos tipos de empresas, nos mais variados segmentos, atuando junto com os mais diversos tipos de pessoas. O Green Belt e o Black Belt te capacitam neste método.


Fizemos projetos em concessionárias de automóveis, hospitais, empresas de importação/exportação e vários tipos de fábricas, sempre conseguindo apresentar bons resultados ao final de cada um deles.


O mais interessante disso tudo é que, no começo de cada um destes projetos, sempre alguém nos pergunta: “O que vocês sabem sobre nosso setor?” Essa pergunta vinha como “O que sabem sobre concessionárias de veículos?” ou “O que sabem sobre comércio exterior?”. Nossa resposta era sempre a mesma: “Nós não sabemos nada sobre o seu ramo. Nossa competência é enxergar processos e ajudá-los a ver como podem melhorar o que estão fazendo”.


Acho que esta situação é ótima para ilustrar a maior vantagem sobre a metodologia six sigma, sua versatilidade. O six sigma nos ajuda a enxergar as empresas e atividades como processos, nos ensina a coletar dados para sabermos como se comportam estes processos e nos ajuda a estruturar experimentos para aprender sobre eles e melhorá-los.



Six Sigma é prático?


O melhor de tudo isso é que estes conhecimentos não vêm soltos e nem são adquiridos apenas com muita experiência. Eles podem ser ensinados como uma sequência de ferramentas aplicadas de maneira lógica. Há um roteiro para visualizar um processo, medí-lo e melhorá-lo. Seja ele qual for, de vender carros até curar pacientes.


Em nosso blog buscamos dar diversos exemplos disso. Alguns dos mais “diferentes” são por exemplo nosso post sobre como usamos diagramas de árvores para fazer tapioca melhores ou sobre como a Força Aérea Brasileira usa um modelo de formulário de coleta de dados para aprender sobre Objetos Voadores não Identificados (OVNIs). Continuaremos a escrever sobre cases e exemplos onde estas ferramentas são usadas para gerar melhorias, sejam elas quais forem.


Obviamente, a metodologia vai ajudar cada um de vocês. Em nosso blog vocês podem encontrar mais exemplos de como rodar o six sigma em sua empresa. Também temos diversos cursos que ensinam como fazê-lo, bem como material de apoio para ajuda-los. Que a melhoria chegue até as organizações de vocês, seja para encher a barriga, reduzir alguns milhões em custos ou até mesmo saber das intenções de um ET!



O Six Sigma só se aplica à Indústria?


Six Sigma: apesar de ser engenheiro de formação, por ser um apaixonado por análise de dados e projetos de melhoria, já me deparei com muito projetos na área de marketing. E quando deparo, me divirto e aprendo muito. A primeira pergunta que faço aos especialistas na área é: como medir se a ação de marketing é efetiva? Alguns tentam me dizer que isto é muito relativo, que a ação de marketing fará com que eu melhore o posicionamento da marca e isto, num futuro não muito distante, me trará maiores vendas. Ouço o argumento, entendo-o, mas não concordo.


Para mim, toda iniciativa deve responder as três questões básicas: o que queremos realizar - como saberemos se a mudança é uma melhoria e o que fazer para melhorarmos. Diante disto, toda ação de marketing deve ter um objetivo claro. Se é para aumentar as vendas, o KPI foco deverá ser R$ vendidos. Se é para divulgar a marca? KPI foco deverá ser pessoas alcançadas e interesse gerado. E como medir o interesse gerado? Aí o Google vem e desenvolve o Google Trends. A ferramenta maravilhosa de análise de termos de busca que já mencionamos muitas vezes em nosso blog. Mas para não ficar só na teoria e trazermos um caso prático, observar a evolução de uma empresa no gráfico a seguir. O Green Belt e Black Belt são certificações que se aplicam além da indústria.



Como o Six Sigma avalia o Domingão do Faustão?



No gráfico é possível observarmos a evolução das buscas pelo termo "p&g", referentes a uma empresa chamada Procter & Gamble. Poucas pessoas no Brasil buscavam pelo termo p&g até outubro de 2013. Neste mês as buscas triplicaram e perduraram até dezembro de 2013. Posto isto, o que será que houve para o interesse gerado pela empresa aumentar tanto? Lançou a promoção avião do Faustão. A empresa já tinha feito isto em 2011, o que resultou num aumento das buscas no Google de 5 para 25, porém, após a promoção, as buscas caíram. Em seguida, 2013, a empresa lançou esta promoção e colocando muito mais grana no Faustão e o interesse gerado foi enorme. É galera, no Brasil, o Faustão funciona.




No gráfico acima analisamos as buscas pela empresa Peixe Urbano. Esta foi uma das primeiras a lançar as compras coletivas aqui no Brasil. Pelo gráfico, podemos ver que isto rapidamente tornou-se uma febre no Brasil todo, mas que agora resiste somente em alguns lugares, principalmente os Estados do nordeste.


Findo este post, deixo uma reflexão. Marketing é algo extremamente interessante e com a chegada dos softwares de Big Data como o Google Trends gratuitamente, conseguiremos revolucionar este mercado. Teremos cada vez mais dados e condições para acertarmos o formato que nosso cliente deseja, por isto, PDSA numa mão e Trends na outra. Vá para cima e faça da crise um oásis para suas vendas.

Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.