Plano de Carreira do Engenheiro: Como se tornar líder?
Carreira

23 de outubro de 2020

Última atualização: 31 de outubro de 2022

Plano de Carreira do Engenheiro: Como se tornar líder?

A cultura organizacional de uma empresa frequentemente aborda o fator evolutivo do colaborador dentro da organização. É através dessa evolução que líderes alinhados aos valores internos surgem e se destacam. Mas o que é preciso para atingir uma posição de liderança? Confira nesse artigo e aproveite para conhecer mais os aspectos ligados ao plano de carreira do engenheiro.

O que é um plano de carreira?

Para toda organização, o plano de carreira é uma importante ferramenta de gestão de pessoas. Afinal, é através dele que os gestores observam, preparam e selecionam os líderes do futuro da organização. Já para os colaboradores, essa é uma forma de visualizar objetivos ao horizonte, dando-os senso de propósito.

Planos de carreira são estruturados e utilizados pelas empresas como um trajeto a ser seguido pelos colaboradores. Nele, estão todas as habilidades, competências e atitudes necessárias para avançar na hierarquia de uma organização.

Hoje, o plano de carreira é um dos principais atrativos para novos talentos. Os recém graduados buscam processos seletivos que, de forma clara, apresentem sua possível evolução dentro do negócio, e, através de requisitos, responsabilidades e prazos, atuem como motivadores na hora da candidatura.

Para os profissionais de engenharia, essa forma de “mensuração” e preparo do profissional tem um fator bastante complexo. Afinal, é comum que estudantes dessa área estejam extremamente acostumados com cálculos e problemas difíceis, mas a graduação pouco os prepara para de fato evoluírem nas instituições através de aspectos e habilidades interpessoais. Por isso, o plano de carreira do engenheiro costuma tomar mais tempo que os demais. Há uma necessidade de preparo do indivíduo, muito além do preparo do profissional. E o objetivo? Desenvolver líderes capazes de atuar com a lógica, mas que também controlam e aplicam a inteligência emocional ao seu cotidiano.

O que o profissional deve considerar?

No momento que um profissional decide pautar seu futuro através de um plano de carreira, ele deposita nas empresas, para qual se candidata, uma carga de expectativa a respeito de condução da sua evolução profissional.

Contudo, é de suma importância que o profissional também assuma responsabilidades e considere alguns pontos.  Pensando nisso, selecionamos seis principais fatores a se considerar nesse momento de decisão. Todos abordam não só o plano de carreira do engenheiro, mas também planos de carreira em geral. Confira:

  • Evite a zona de conforto: Mantenha-se aberto às possibilidades e, em alguns casos, arrisque. As adversidades vindas dessa atitude servirão para amadurecê-lo e criará um senso de propósito;
  • Mapeie seu estado atual: Reflita a respeito de seu atual cargo e função na empresa. Considere seus benefícios, responsabilidades, remuneração e expectativas de crescimento;
  • Trace seu objetivo: Defina seu destino (estado) desejado. Uma promoção nominal atenderá suas expectativas, ou é preciso de algo mais? Deseja se mudar? Ter uma maior flexibilidade de horários? Trabalhar em uma empresa mais alinhada ao seu perfil e conhecimento pode criar um nível de plenitude profissional bastante saudável para qualquer pessoa;
  • Estabeleça metas: As metas servirão para que você visualize o “meio do caminho”. Ou seja, a distância e recursos que serão necessários para atingir o objetivo;
  • Invista no aprendizado: Descubra quem você é profissionalmente, e o quais habilidades você melhor coloca em prática no cotidiano empresarial. Busque aprimorar isso através de novos conhecimentos requisitados pelo mercado;
  • Estipule prazos: Considere, de forma realista, o tempo que precisará para chegar a seu objetivo. Entenda os obstáculos e desvios, leve em conta atrasos e também atalhos.

Crie um plano de ação, assim, terá um auxílio visual de todas as atitudes que precisa cumprir para que sua carreira atinja seu estado desejado.

O que a empresa considera?

Ao criar planos de carreira, as empresas costumam seguir parâmetros de avaliação do colaborador. Assim, é possível acompanhar o crescimento do profissional, mensurando suas entregas e resultados ao longo do tempo na instituição. 

  • Tempo: O famoso “tempo de casa”, ou seja, quantos anos o colaborador faz parte do quadro da empresa, costuma pesar bastante nas considerações.
  • Projetos e resultados entregues: São considerados todos os projetos desenvolvidos ao longo do tempo, e quais resultados - metas e objetivos - foram positivamente atingidos;
  • Desenvolvimento: Diz respeito a quais competências e habilidades o colaborador adquiriu. Cursos, especializações e treinamentos são levados em conta;
  • Alinhamento: Engloba o alinhamento do colaborador com toda a cultura organizacional da empresa, bem como missão, visão e valores; 
  • Comportamento: Um colaborador no cargo de analista pode não ter o comportamento adequado para coordenador. O comportamental do indivíduo é avaliado na função e para a futura. 

O plano de carreira do engenheiro é ancorado em todos os cinco parâmetros acima, contudo, os parâmetros de Resultados entregues e Comportamento são avaliados com maior rigor. Isso porque, a frequente participação desses profissionais em diversos projetos e a forma como interagem com os demais envolvidos é algo obrigatório a função, e qualquer desvio ou ponto negativo observado neles pesa contra as expectativas futuras do colaborador.

Modelos de plano de carreira

Planos de carreira não seguem um padrão em todas as organizações. Na verdade, a cultura organizacional de cada empresa impede isso. Afinal, a proposta é evoluir nas funções e atividades dentro das realidades da organização.

Sendo assim, listamos alguns exemplos que costumam ter uma maior efetividade na mensuração e desenvolvimento dos colaboradores, mas pontuando que a adoção e prática desses modelos é flexível para que as equipes de gestão acrescentem ou removam etapas e requisitos conforme melhor lhes atender. 

Veja:

  • Em linha: Neste modelo, a possibilidade de mudança de área é algo improvável. Os níveis hierárquicos são padronizados e determinam que promoções sejam a forma de evolução. Tempo de casa e função são determinantes para alavancar o nível do colaborador;

Confira o depoimento do Juliano, profissional que ascendeu de analista de processos para supervisor de produção:

[embed]https://youtu.be/jUPb7oNcFnA[/embed]

  •  
  • Horizontal: Metas e objetivos empresariais norteiam esse modelo. Todos, ou grande parte dos, colaboradores estão na mesma divisão hierárquica, sem possibilidade de ascensão vertical, como o em linha. Por exemplo, o plano de carreira do engenheiro, neste modelo, tem sua evolução pautada por responsabilidades e complexidade atreladas às tarefas desempenhadas. Benefícios como maiores salários são bastante comuns aqui;
  • Em Y: Em empresas que possuem altos níveis tanto no operacional quanto em cargos de gestão, esse modelo é o mais comum. Em suma, o colaborador se vê em uma bifurcação, em que pode dar preferência a uma ascensão técnica, para aqueles que gostam de atuar em operações e funções técnicas, ou optar pelo caminho gerencial em que o colaborador se dedica para aspectos mais administrativos e de planejamento. Essa abertura motiva o colaborador e aumenta seu senso de propósito na organização, pois nenhuma habilidade é descartada;
  • Paralelo: Organizações que adotam o modelo paralelo dão a uma parcela de colaboradores, uma maior oportunidade de alcançar cargos de liderança - em alguns casos, até mais rapidamente -. Processos de trainee, tão presentes no plano de carreira do engenheiro, são exemplos. Afinal, a empresa orienta a trajetória do indivíduo com o objetivo de desenvolvimento de um líder;
  • Em rede: É, talvez, o modelo que dá mais liberdade para o colaborador determinar seu futuro. Através dele, o profissional tem a abertura para buscar a função, e nível, que mais se identifica e apresenta melhor performance. A partir daí, a organização deve deixar clara as metas e objetivos para que o indivíduo conduza sua trajetória.

Em resumo, o plano de carreira do engenheiro pode seguir diferentes modelos. Não há uma rota engessada. Afinal, um engenheiro só se tornará um líder eficiente se for capaz de conhecer a organização e suas metas, tão bem quanto conhece suas próprias.

Plano de carreira do engenheiro: Características de um  líder

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Apenas as habilidades analíticas e conhecimentos lógicos não sustentam um engenheiro em uma posição de liderança. É importante desenvolver bons relacionamentos e soft skills para que a participação, delegação e execução, de projetos seja algo que aconteça de forma produtiva e que aprimore o indivíduo.

Dentre as principais características temos então:

Capacidade de tomar decisões eficazes

A função de engenheiro já carrega responsabilidades complexas por si só. Um engenheiro que atinge a posição de líder necessita ponderar duplamente sobre vários aspectos como segurança, prazos, equipe e recursos. Fazer isso de forma eficaz é essencial. 

Uma ótima opção é adotar metodologias e ferramentas que minimizem riscos, redundâncias e desvios no planejamento, para que projetos e processos aconteçam da forma esperada. O Lean Seis Sigma é religiosamente adotado por engenheiros nessa posição. Sua certificação - disponível em nosso EaD - permite ao profissional executar sua função com objetividade e assertividade, pois o empodera com os fundamentos necessários e os conceitos mais eficazes sobre otimização de processos e qualidade nos resultados.

Boa desenvoltura e relacionamentos

Para que o plano de carreira do engenheiro atinja o objetivo de se tornar líder, é preciso desenvolver habilidades sociais. É fato que algumas pessoas não trabalham tão bem em equipe, mas um bom líder executa suas atividades através do gerenciamento de fatores como esse.

Entenda, o engenheiro líder não apenas precisa ter uma boa interação com os demais de sua equipe, mas também saber administrar a interação entre os membros. O que nos leva para o próximo tópico.

Saber lidar com problemas complexos

Um bom líder assume a responsabilidade de resolver problemas, independentemente de sua complexidade. Claro, é importante que os demais colaboradores sejam independentes e saibam lidar com adversidades, mas quando algo foge de suas habilidades o líder precisa estar preparado para encarar a situação e buscar soluções.

Entre os principais exemplos estão: gerenciamento de projetos e equipes em larga escala, recursos escassos e prazos apertados. 

Comunicação eficiente

O profissional que almeja a liderança deve entender que comunicação eficiente é essencial. Uma pessoa nessa posição deve ser capaz de compreender problemas e objetivos complexos e comunicá-los de forma clara ao resto da equipe. Aqui não consideramos apenas a comunicação verbal, mas também a escrita. Redija documentos e relatórios de forma clara e objetiva .

Idealmente, deve-se considerar o perfil e conhecimento do interlocutor antes de apresentá-lo a situação. Isso é chave, principalmente em projetos que envolvem outros departamentos, colaboradores temporários, etc. 

Possuir inteligência variada

É de conhecimento comum que existem diferentes tipos de inteligência, e cada pessoa pode se destacar em algumas, ao mesmo tempo que não desenvolvem tanto outras. 

Um bom engenheiro líder possui aspectos pontuais de várias inteligências, seja a lógica (bastante desenvolvida na graduação), intrapessoal, interpessoal ou analítica. Possuindo, e aplicando, diferentes inteligências o líder conseguirá se alinhar melhor a equipe e a todos que se envolvem nas suas atividades diárias.

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Equipe FM2S

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