O que é logística reversa? Qual é seu impacto?
Logística

11 de setembro de 2017

Última atualização: 24 de outubro de 2025

O que é logística reversa? Qual é seu impacto?

As empresas implementam a logística reversa por várias razões, incluindo responsabilidade social, conformidade legal, economia de custos e satisfação do cliente. Quando executada corretamente, a logística reversa pode trazer benefícios significativos, como redução do desperdício, conservação de recursos naturais, melhor reputação da marca e oportunidades de negócios sustentáveis.

Neste artigo você irá entender um pouco mais sobre o que é a logística reversa, como funciona e como aplicá-la na sua empresa.

O que é logística reversa?

Logística reversa é o processo que viabiliza o retorno de resíduos sólidos ao setor produtivo ou a sua destinação final adequada. Isso inclui um conjunto de ações para coletar, transportar, armazenar, separar e encaminhar materiais que, de outra forma, seriam descartados de maneira incorreta.

Essa abordagem integra a gestão do ciclo de vida dos produtos, considerando não apenas a produção e o consumo, mas também o que ocorre após o uso. Produtos, embalagens e insumos retornam à cadeia por meio de processos que priorizam a reciclagem, a reutilização ou a disposição ambientalmente segura.

O conceito ganhou força com a Lei nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Essa legislação consolidou o papel estratégico da logística reversa na redução dos impactos ambientais e na promoção de responsabilidades compartilhadas entre empresas, governo e consumidores.

O objetivo é claro: reduzir a geração de resíduos, otimizar recursos e evitar a contaminação do meio ambiente, promovendo o reaproveitamento sempre que possível. Dessa forma, a logística reversa se torna uma ferramenta de eficiência operacional e sustentabilidade corporativa.

Benefícios da logística reversa

logística reversa oferece ganhos operacionais, ambientais e estratégicos para empresas de diversos setores. Ao estruturar esse processo é possível transformar resíduos e produtos descartados em oportunidades reais de melhoria e economia.

Entre os principais benefícios estão:

  • Redução de custos: reaproveitamento de materiais diminui a necessidade de novas matérias-primas e reduz despesas com descarte.
  • Adequação à legislação: atender normas ambientais, como a Lei nº 12.305/2010, evita sanções e melhora a conformidade regulatória.
  • Fortalecimento da imagem institucional: adotar práticas sustentáveis impacta positivamente na percepção da marca por parte dos consumidores.
  • Aumento da eficiência operacional: o retorno estruturado de produtos permite rastreabilidade e planejamento logístico mais preciso.
  • Estímulo à economia circular: materiais que voltam ao ciclo produtivo geram valor e reduzem impactos ao meio ambiente.

Esses benefícios mostram como a logística reversa deixa de ser um custo e passa a ser um diferencial competitivo, especialmente em contextos onde a sustentabilidade está ligada ao desempenho de longo prazo.

Etapas da logística reversa

logística reversa é composta por uma sequência de etapas que viabilizam o retorno de produtos, embalagens e resíduos ao ciclo produtivo ou sua destinação adequada. Cada fase tem um papel técnico bem definido e precisa ser adaptada à realidade de cada operação.

A seguir, veja as principais etapas desse processo e como elas se conectam:

1. Coleta

A primeira etapa envolve a recuperação dos materiais descartados pelo consumidor final. Isso pode ocorrer por meio de pontos de entrega voluntária, logística de devolução em e-commerces, programas de troca ou coleta porta a porta. A eficiência dessa fase depende da localização dos pontos de coleta, do engajamento do consumidor e da estrutura da empresa.

2. Recebimento e triagem

Após a coleta, os produtos ou resíduos são recebidos em centros de consolidação, onde passam por uma triagem inicial. Aqui, os itens são separados por tipo, condição e viabilidade de reaproveitamento. É nessa etapa que se identifica o que pode ser reintroduzido, reciclado ou encaminhado à disposição final.

3. Desmontagem ou descaracterização

Produtos com potencial de reaproveitamento são desmontados, desmontados ou descaracterizados, principalmente em setores como eletrônicos, automotivo e linha branca. O objetivo é facilitar o reaproveitamento de peças ou o descarte seguro de componentes perigosos.

4. Processamento ou tratamento

Os materiais separados são então encaminhados para processamento. Isso pode incluir:

  • Revalorização: produtos que podem ser remanufaturados ou recondicionados;
  • Reciclagem: transformação de materiais em insumos para novos produtos;
  • Tratamento: redução da periculosidade de resíduos para destinação segura.

Essa etapa exige conformidade com normas ambientais e, em muitos casos, tecnologias específicas.
 

5. Redistribuição ou reintegração ao ciclo produtivo

Os materiais reaproveitados podem voltar para a cadeia produtiva como matéria-prima, peças de reposição ou produtos recondicionados. Alternativamente, são enviados a parceiros logísticos ou indústrias recicladoras. O controle de qualidade é essencial para garantir o uso adequado desses itens.

6. Disposição final ambientalmente adequada

Quando não é possível reciclar, reutilizar ou recuperar, os resíduos seguem para destinação final controlada, como aterros sanitários licenciados ou incineração. Essa etapa é regulada por leis ambientais e representa o encerramento do ciclo para materiais sem viabilidade de reaproveitamento.

 Exemplos de logística reversa

logística reversa é aplicada em diversos setores, com estratégias adaptadas à natureza do produto e à estrutura de cada empresa. A seguir, veja exemplos práticos de como esse processo ocorre na prática:

Correios (logística reversa de encomendas)

Os Correios oferecem um serviço específico de logística reversa para empresas. O processo funciona da seguinte forma: o cliente solicita a devolução do produto, a empresa emite uma autorização de postagem e o consumidor leva o item até uma agência. Em alguns casos, é possível agendar coleta domiciliar. O objeto retorna para o remetente sem custo adicional para o cliente final, de acordo com a política da empresa contratante. É uma solução muito usada no e‑commerce e em assistências técnicas.

Setor de eletroeletrônicos

Fabricantes e varejistas disponibilizam pontos de coleta para aparelhos obsoletos ou com defeito. Esses equipamentos são desmontados, e suas partes são reutilizadas, recicladas ou descartadas com segurança, conforme a categoria do material.

Indústria automotiva

Peças como baterias, pneus e óleo lubrificante possuem sistemas estruturados de retorno. Após o uso, são levadas a pontos autorizados e enviadas para reaproveitamento, recondicionamento ou descarte técnico.

Varejo e e-commerce

Empresas do comércio eletrônico usam a logística reversa para trocas e devoluções. Produtos são analisados, e dependendo do estado, seguem para reembalagem, revenda com desconto, conserto ou descarte.

Alimentos e bebidas

Garrafas retornáveis são recolhidas após o consumo, higienizadas e reinseridas no processo de envase. É um modelo tradicional que reduz custos logísticos e o uso de embalagens descartáveis.

Cosméticos e higiene pessoal

Algumas marcas mantêm programas de devolução de embalagens em lojas físicas. O material coletado é separado por tipo e enviado para cooperativas ou recicladoras especializadas.

Esses exemplos mostram como a logística reversa pode ser adaptada à realidade de cada setor, promovendo sustentabilidade, economia e conformidade legal. O importante é garantir que o processo esteja estruturado e alinhado às normas ambientais.

Quer aprimorar seus conhecimentos em logística?

Conheça o curso gratuito Fundamentos da Gestão Logística da FM2S. Nele, você vai entender os conceitos essenciais, ferramentas práticas e aplicações reais da logística moderna, incluindo temas como logística reversa, cadeia de suprimentos e eficiência operacional.

curso gratuito fundamentos da gestão logistica da FM2S
Leia mais:

Virgilio Marques Dos Santos

Virgilio Marques Dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

Preencha seu dados para realizar sua pré-Inscrição e receber mais informações!

Eu concordo com os termos de uso e política de privacidade da FM2S

Leve a FM2S para sua empresa!

Eu concordo com os termos de uso e política de privacidade da FM2S

Preencha seu dados para baixar o arquivo.

Eu concordo com os termos de uso e política de privacidade da FM2S