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18 de setembro de 2015

Última atualização: 17 de maio de 2023

Líderes, Gerentes e Administradores

No dinâmico universo dos negócios, onde a mudança é a única constante, a necessidade de liderança eficaz, gestão competente e administração perspicaz nunca foi tão crítica. Frequentemente, os termos "líder", "gerente" e "administrador" são usados ​​intercambiavelmente, o que pode levar a mal-entendidos sobre as responsabilidades e habilidades específicas que cada papel exige. 

Vamos mergulhar mais fundo para entender e distinguir essas funções cruciais.

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Quem são os líderes, gerentes e administradores?

Líderes, Gerentes e Administradores: na antiga organização, meu avô fazia perguntas do tipo “Quem”: Quem é o responsável? Quem detonou isto aqui? Na nova organização fazemos perguntas do tipo “Por quê” e “Como”: Por que este problema ocorreu? Como podemos melhorar o sistema e eliminar a causa deste problema? Os antigos gerentes davam ordens ou conselhos e exerciam o controle. Os novos fazem perguntas e promovem a comunicação, o conhecimento e a compreensão. Como falamos sobre liderança no Green Belt e Black Belt, resolvemos passar um pouco do assunto.

Fazer boas perguntas, como diria uma colega de trabalho e coaching, envolve muito mais do que simplesmente fazer boas perguntas. As perguntas precisam ser circundadas de relacionamentos colaborativos. E devem ser baseadas em pensamento sistêmico e estratégias sólidas para um bom trabalho. A mesma pergunta: “o que você está fazendo?”, feita por alguém em quem confio provocará reações bastante diferentes das reações à mesma pergunta feita por alguém a quem temo.

Qual é a relação entre líderes, gerentes e administradores?

Liderança, gerenciamento e administração devem ir de mãos dadas. Eles não são a mesma coisa. Mas eles estão necessariamente ligados e complementares. Qualquer esforço para separar, provavelmente causará mais problemas do que benefícios. Ainda assim, precisamos de muita tinta para descrever as diferenças. O trabalho do gerente é planejar, organizar e coordenar. O trabalho do líder é inspirar e motivar. Em seu livro de 1989 "On Becoming a Leader", Warren Bennis compôs uma lista das diferenças:

  • O gerente administra; O líder inova;
  • O gerente é uma cópia; O líder é o original;
  • O gerente mantém; O líder desenvolve;
  • O gerente se concentra em sistemas e estrutura; O líder se concentra nas pessoas;
  • O gerente confia no controle; O líder inspira confiança;
  • O gerente tem uma visão de curto alcance; O líder tem uma perspectiva de longo alcance;
  • O gerente pergunta como e quando; O líder pergunta o quê e por quê;
  • O gerente tem o olho dele sempre na linha inferior; O olho do líder está no horizonte;
  • O gerente imita; O líder se origina;
  • O gerente aceita o status quo; O líder desafia-o;
  • O gerente é o bom soldado clássico; O líder é a própria pessoa;
  • O gerente faz as coisas corretas; O líder faz o que é certo.

Podemos separar gerente e líder?

Talvez houvesse um momento em que o chamado do gerente e do líder pudesse ser separado. Um capataz em uma fábrica da era industrial provavelmente não precisava pensar muito sobre o que ele estava produzindo ou nas pessoas que estavam produzindo. Seu trabalho era seguir ordens, organizar o trabalho, atribuir as pessoas certas às tarefas necessárias, coordenar os resultados e garantir que o trabalho fosse feito conforme solicitado. O foco era a eficiência. Mas na nova economia, onde o valor vem cada vez mais do conhecimento das pessoas e onde os trabalhadores não são mais engrenagens indiferenciadas em uma máquina industrial, gerenciamento e liderança não são facilmente separados. 

As pessoas olham para os seus gerentes, não apenas para lhes atribuir uma tarefa, mas para definir para elas uma finalidade. E os gerentes devem organizar os trabalhadores, não apenas para maximizar a eficiência, mas para cultivar habilidades, desenvolver talentos e inspirar resultados. O guru da gestão, Peter Drucker, foi um dos primeiros a reconhecer essa verdade, pois ele foi capaz reconhecer tantas outras verdades de gerenciamento. Ele identificou o surgimento do "trabalhador do conhecimento", e as profundas diferenças que causariam na forma como os negócios estavam organizados.

Líderes, Gerentes e Administradores

Minha experiência fala que as pessoas gostam mais de conversar sobre atividades (métodos), do que sobre propósitos ou indicadores de sucesso. Somos tão facilmente envolvidos no que estamos fazendo que frequentemente nos esquecemos do por que o estamos fazendo e se estamos sendo bem-sucedidos.

Propósitos, métodos e indicadores do sucesso são fatores que interagem entre si em nossas vidas diárias, quer estejamos criando nossos filhos ou dirigindo nosso negócio. Sonho, propósito, métodos e indicadores de sucesso formam um todo interdependente e um sistema de conhecimento.

Russel Ackoff dizia em seus livros:

  • Os líderes decidem o que precisa ser feito;
  • Os gerentes decidem como fazer as coisas que os líderes decidiram que precisam ser feitas;
  • Os administradores aplicam os métodos projetados pelos gerentes na perseguição aos propósitos escolhidos pelos líderes.

Na vida real, ai ai ai... A coisa é muito mais bagunçada que isto. Porém, esta sacada de Ackoff é bastante útil. A bagunça acontece quando a mesma pessoa precisa agir às vezes como líder, outras como gerente e administrador.

Moisés não gerenciou o êxodo, mas o liderou. Aarão e Jethro atuaram mais como gerentes do movimento. Os administradores sem dúvida estavam lá, mas os administradores normalmente tendem a não ser citados, pelo menos não no livro sagrado, na Exame e no The Wall Street Journal.

Ackoff também fez a distinção entre eficiência e eficácia. Eficácia envolve fazer as coisas certas. Esse é o campo de ação dos líderes. Eficiência envolve fazer as coisas da maneira certa, tarefa dos gerentes e administradores. Em algum ponto alguém deveria perguntar aos líderes da organização: “Como você sabe que está fazendo a coisa certa? Que indicadores lhe dizem isso?” Mas, na maioria das organizações, poucos são corajosos o suficiente para fazer essas perguntas.

Quer mais diferenças?

Os líderes criam uma visão, os gerentes criam metas

Os líderes criam uma imagem do que veem possível e inspiram e envolvem suas pessoas em transformar essa visão em realidade. Eles pensam além do que os indivíduos fazem. Eles ativam as pessoas para serem parte de algo maior. Eles sabem que as equipes de alto funcionamento podem realizar muito mais trabalhando juntas do que indivíduos trabalhando de forma autônoma. Os gerentes concentram-se em estabelecer, medir e alcançar metas. Eles controlam situações para alcançar ou exceder seus objetivos.

Líderes são agentes de mudança, os gerentes mantêm o status quo

Os líderes são disruptores orgulhosos. A inovação é o seu mantra. Eles aceitam mudanças e sabem que, mesmo que as coisas estejam funcionando, pode haver um melhor caminho a seguir. E eles entendem e aceitam o fato de que mudanças no sistema muitas vezes criam ondas. Os gerentes mantêm o que funciona, refinando sistemas, estruturas e processos para torná-los melhores.

Líderes são únicos, os gerentes copiam

Os líderes estão dispostos a ser eles próprios. Eles são autoconscientes e trabalham ativamente para construir sua marca pessoal única e diferenciada. Eles estão confortáveis em seus próprios sapatos e estão dispostos a se destacar. Eles são autênticos e transparentes. Os gerentes imitam as competências e os comportamentos que aprendem com os outros e adotam seu estilo de liderança ao invés de defini-lo.

Líderes assumem riscos, os gerentes controlam o risco

Os líderes estão dispostos a tentar coisas novas mesmo que possam falhar miseravelmente. Eles sabem que a falha é muitas vezes um passo no caminho para o sucesso. Os gerentes trabalham para minimizar o risco. Eles procuram evitar ou controlar problemas ao invés de abraçá-los.

Líderes estão no longo prazo, os gerentes pensam a curto prazo

Os líderes têm intencionalidade. Eles fazem o que dizem que vão fazer e permanecerão motivados em direção a um objetivo grande, muitas vezes muito distante. Eles continuam motivados sem receber recompensas regulares. Os gerentes trabalham em objetivos de curto prazo, buscando reconhecimento ou elogios mais regulares.

Os líderes crescem pessoalmente, os gerentes dependem de habilidades comprovadas existentes

Os líderes sabem se eles não estão aprendendo algo novo todos os dias, eles não estão parados, estão ficando para trás. Eles continuam curiosos e procuram permanecer relevantes em um mundo de trabalho sempre em mudança. Eles procuram pessoas e informações que expandirão seus pensamentos. Os gerentes costumam duplicar o que os fez sucesso, aperfeiçoando as habilidades existentes e adotando comportamentos comprovados.

Os líderes criam relacionamentos, gerentes criam sistemas e processos

Os líderes se concentram nas pessoas - todas as partes interessadas que precisam influenciar para realizar sua visão. Eles sabem quem são seus stakeholders e passam a maior parte do tempo com eles. Eles criam fidelidade e confiança ao cumprir consistentemente sua promessa. Os gerentes concentram-se nas estruturas necessárias para definir e atingir metas. Eles se concentram nos sistemas analíticos e garantem que os sistemas estejam disponíveis para atingir os resultados desejados. Eles trabalham com os indivíduos e suas metas e objetivos.

No antigo paradigma a resposta muito provavelmente teria sido: “Porque eu estou dizendo!” O novo paradigma talvez requeira referência a coisas tais como sonho, propósito, missão, visão, valores e dados sobre os principais KPIs. É por isto que é importante diferenciarmos: Líderes, Gerentes e Administradores.

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Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.