Instrutores Six Sigma: dicas para os Black Belts
Blog

11 de julho de 2016

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Instrutores Six Sigma: dicas para os Black Belts

Quem são os instrutores Six Sigma?


Instrutores Six Sigma: Black Belts e Master Black Belts são profissionais referência nas organizações. Tendo treinado mais de 1500 Black Belts e uma centena de Master Black Belts, podemos afirmar algumas características necessárias ao instrutor eficiente. Como 90% do trabalho do Black Belt e do Master Black Belt é treinar equipes, para ter sucesso, ele precisa ser um instrutor eficiente. A seguir, vamos falar de cada um destes talentos naturais necessários para você, black belt ou futuro black belt se dar bem na profissão.



Instrutores Six Sigma


Disposição e capacidade de aprender


Ensinar outras pessoas envolve tanto o ensino propriamente dito quanto a aprendizagem. Albert Einstein definiu loucura como sendo "fazer a mesma coisa o tempo todo, repetidamente, esperando resultados diferentes". Se, contudo, invertermos este raciocínio estaremos diante da ideia de que, como professores, podemos esperar resultados diferentes sem nos adaptarmos às diferentes situações encontradas. O verdadeiro instrutor master é também um aprendiz exemplar. Um instrutor precisa ter o desejo e a habilidade de aprender e crescer, continuamente, reinvestindo o próprio aprendizado no ensino de outras pessoas. Este atributo é comumente visto em pessoas que fazem um esforço individual para aprender e aceitar novos desafios.



Adaptação e flexibilidade


As circunstâncias envolvidas no treinamento são diferentes. Por exemplo, há diferenças no material estudado, nas habilidades do aluno, nas condições do local de trabalho e no tempo disponibilizado para o treinamento. Os instrutores capacitados precisam ter as aptidões fundamentais para a condução do treinamento, adaptando-se a cada caso. As pessoas inflexíveis no treinamento e na abordagem que propiciam inevitavelmente terão de encarar a definição de Einstein para a loucura. Não é possível tratar das diferentes condições no local de trabalho com o mesmo estilo e o mesmo método de ensino o tempo todo e ainda esperar um desfecho de sucesso.



A atenção e o interesse genuínos pelos colegas


Os instrutores precisam dar atenção ao aprendiz, precisam nutrir o desejo genuíno de que ele tinha sucesso tanto no trabalho como na esfera pessoal. Este desejo inclui o respeito pelos colegas e a habilidade de compreender a condição de aprendiz. É fácil perceber quando o instrutor tem um interesse verdadeiro no desenvolvimento de seus aprendizes. Se os instrutores não demonstrarem interesse e atenção, suas atitudes e comportamentos exercerão uma influência negativa sobre aprendiz., o que pode trazer consequências duradouras. Esse interesse e essa atenção são relativamente fáceis de identificar nas pessoas que naturalmente se esforçam para ajudar as outras a aprender -sem que seja preciso pedir.



Paciência


Todo treinamento exige uma boa dose de paciência. As condições ideais para o treinamento raramente ocorrem e os desafios são muitos. Cada aluno tem habilidades diferentes e alguns requerem muita paciência para dominar a atividade. Se o instrutor se frustrar com facilidade ou se não for capaz de aderir ao processo até o aprendiz atingir o êxito esperado, ele pode perceber essa frustração e talvez não ser capaz de relaxar e se concentrar nas tarefas. O sucesso do instrutor é medido pela capacidade de deixar os aprendizes à vontade antes do início da seção de treinamento.



Persistência


Um instrutor precisa aderir ao processo de aprendizado até o desfecho esperado ser alcançado. Os instrutores capacitados entendem que cada aprendiz tem diferentes habilidades e necessidades e precisam estar dispostos a persistir diante dos inúmeros obstáculos encontrados. Se o instrutor se deixar derrotar com facilidade ou se ele acreditar que a demonstração de uma tarefa umas poucas vezes é o bastante, ele acabará tendo de enfrentar muitas situações difíceis no treinamento.


Um dos equívocos comumente cometidos por indivíduos capacitados e treinados é o de pressupor que todos irão desenvolver as mesmas habilidades que eles possuem. Se o aprendiz "não entende" a atividade com rapidez, alguns instrutores acham que ele não tem capacidade para aprender. Esta pressuposição é um erro e causa ressentimentos tanto ao aprendiz quanto ao instrutor. Persistência não pode ser confundida com beligerância ou teimosia. Se o instrutor infernizar a vida do aprendiz, este acabará se ressentindo. Persistência é a habilidade de se manter no processo (ao mesmo tempo em que a abordagem é modificada), até o resultado esperado ser alcançado.



Responsabilidade


A responsabilidade pelo êxito é do instrutor. Há muitos adultos que tentam fazer um bom trabalho, mas nem todos estão prontos para assumir responsabilidades, em especial diante de um resultado que eles acreditam estar fora do seu controle. No caso do treinamento, se o aprendiz falha, o instrutor também falha. O instrutor precisa tomar inúmeras decisões ao longo do processo do treinamento. Se estas decisões acarretam resultados indesejáveis, o instrutor precisará assumir a responsabilidade e desenvolver um novo plano para assim obter resultados melhores.



Confiança e liderança


Os instrutores precisam demonstrar confiança, estarem seguros de si. Os aprendizes vêem os instrutores como os especialistas no assunto. Estes não podem prescindir da autoconfiança quando se encontram diante dos desafios às suas capacitações, dos questionamentos acerca de motivos, e precisam ser vistos como autoridade sem necessitariamente serem autocratas. Os instrutores lideram pelo exemplo, demonstrando fluência no assunto que ensinam. Nada frustra mais um aprendiz do que o professor que não conhece o conteúdo que ensina. Os instrutores precisam oferecer orientação sem serem exigentes ou lenientes demais.


Este e outros temas são abordados no White Belt, Green Belt, Black Belt e Formação PMP.

Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.