Salários: como ajusta-los do jeito correto para o resultado?
Carreira

07 de setembro de 2016

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Salários: como ajusta-los do jeito correto para o resultado?

Como ajustar salários da equipe?


Salários: muito se questiona sobre esta pequena palavra, mas que significa muito na vida de tanta gente. Meu salário vai aumentar? Estou ganhando bem? Será que estou ganhando mal? Meu amigo ganha mais? Enfim, quando o assunto é salário a coisa fica delicada.


Em uma empresa bem administrada, os salários devem ser estabelecidos de forma equilibrada. Se não for, a empresa não terá credibilidade para pedir que todos cuidem da lucratividade e eliminem desperdícios e cargos desnecessários. Se a equipe ajuda aumentar a lucratividade, merecem receber salários generosos, para que sintam que participam dos benefícios de criar uma empresa altamente lucrativa.



Como ajustar os salários?


Definir salários para a sua equipe é sempre uma coisa complicada de fazer. É especialmente difícil se você nunca fez isso antes, porque você provavelmente nem sabe por onde começar. Por um lado, você quer pagar o suficiente para obter o melhor talento possível. Por outro lado, você não deseja pagar em excesso.

O que um empreendedor faz?


Em primeiro lugar, não entre em pânico. Lembre-se que seu objetivo é atrair bons talentos e pagá-los de forma justa. Quando se trata dos montantes exatos que você deve pagar, no entanto, saiba disso: você nunca quer pagar mais do que o trabalho vale a pena para você. Isso é apenas um bom negócio. Porque, no final do dia, um salário é como qualquer despesa comercial - é um investimento e você deve obter um retorno. Então, você começa por decidir o montante superior que você gostaria de pagar.

A melhor maneira de determinar esse teto é perguntar-se a si mesmo: quanto mais valioso será essa pessoa para minha empresa? Sua resposta é a mais que você gostaria de pagar a essa pessoa quando se trata de seu salário.

Para um vendedor ou um empregado de desenvolvimento de negócios, essa questão é fácil de responder. Esse tipo de empregado traz receita, então você pode simplesmente perguntar-se se as vendas que estão gerando cobrem o salário deles. Se o seu novo candidato a vendas pode trazer R$ 500.000 em lucros, então certamente valerá a pena oferecer um salário de R$ 200.000 mais comissões para trazê-los a bordo.

Mas como você decide o que você vai pagar pela equipe administrativa e de suporte?


Os que não trazem dinheiro, mas com quem você não poderia viver sem? Seu valor não é tanto no dinheiro que eles fazem, mas no dinheiro que eles economizam. Então, pergunte-se o que custaria não tê-los a bordo e use a resposta para justificar seu salário.

Considere sua pessoa de TI, por exemplo. Se você tivesse que configurar sua própria rede do Windows, quanto tempo, esforço e dinheiro isso custaria? Certifique-se de adicionar suas contas de terapia, liquidação de divórcio e os pontos que você conseguiu de jogar seu monitor através da janela de vidro da placa do seu escritório. Em seguida, multiplique esse valor pelo número de pessoas em sua empresa. Agora você conhece o valor real da sua pessoa de TI.

Ao calcular o que um trabalho vale para você, você pode descobrir que uma posição não vale o dinheiro que você realmente está pagando. Por exemplo, seu novo recepcionista da recepção de R$ 50.000 por ano pode ser o melhor recepcionista do mundo, mas você simplesmente não encontra valor suficiente naquela posição para justificar o salário. Então, quando se trata de recontratar para posições abertas, se você conhece o valor de um emprego, você pode eliminar rapidamente os candidatos que são muito caros. (Se você desqualificar todos os que estão pedindo demais, no entanto, é um sinal de que você está subestimando o trabalho ou você deve simplesmente fazê-lo.)

Quais as categorias de Salários?


Contudo, há também a necessidade de equilíbrio. Se a generosidade se tornar automática e generalizada, se os salários não forem vinculados ao desempenho, toda a cultura vem abaixo, juntamente com todo o sistema e com a lucratividade. Para isto, Bob Fifer cita 3 regras para estabelecer salários:




  • Para os grupos ou níveis de funcionários que exercem impacto direto sobre a lucratividade da empresa, os salários devem ser, em média, mais generosos que aqueles pagos por outras empresas em cargos semelhantes. Esses são os funcionários cuja presença e entusiasmo deve ser preservada a todo custo.

  • Para outros grupos de funcionários, deve ser mais generoso que a maioria da empresa, mas sem exageros.

  • Dentro de qualquer outro nível ou grupo, deve haver diferenças salariais marcantes, vinculadas a diferenças demonstráveis de desempenho e de contribuição para a lucratividade.


Quais os Cuidados?


Por sinal, cuidado. Ser muito generoso com qualquer grupo de funcionários não significa ser inconstante ou “mão aberta” em questão de salários. Estabeleça um nível elevado e dê aquilo que cada um merece. Se algum funcionário realmente importante pedir mais, não ceda facilmente; ceda somente se estiver convencido de que o aumento é justificado.


Ser importante é uma coisa, insubstituível é outra. Os cemitérios estão cheios de pessoas insubstituíveis. A crença de uma empresa de ponta de ser em lucros e eficiência, não em desperdícios. Trabalhar com afinco, não em horas extras. Meritocracia, fazer por merecer. Com isto, eliminará tudo que for desnecessário, como cafezinho mais caro, lanchinhos extras, móveis novos, entre outras bobagens que são cômodas e acabamos nos acostumando.


E, eliminando tudo que for desnecessário, você será muito bem pago. As pessoas que estiverem acima dos padrões adorarão trabalhar numa empresa assim, e são estas que você precisa contratar, treinar e motivar para ficarem com você.



Não tenha medo


Deixe para o concorrente os caçadores de hora extra e regalias. Aqueles que gostam de moleza e uma vida medíocre, não devem embarcar nos sonhos grandes de empresas aceleradas. E, mais dia menos dia, você verá o quão bom é ter alguém da sua equipe compartilhando essa cultura e tornando-se melhor que você.


Vibro sempre que recebo notícias de ex-alunos que fizeram o Green Belt, Black Belt ou a graduação comigo. São notícias de promoções, novos desafios, abertura de capital, enfim, de gente que era fera e acho um lugar mais fera ainda para trabalhar. Como diria meus amigos do banco: no começo dói, mas é gostoso. Depois de acostumado com este ritmo pesado, só é gostoso.


Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.