Treinamento: como preparar e dar treinamento corporativos?
Melhoria de Processos

07/03/2017

Última atualização: 25/01/2023

Treinamento: como preparar e dar treinamento corporativos?

Como você prepara treinamento corporativos?


Você já ministrou treinamentos?


Se sim, qual foi a metodologia utilizada para desenvolvê-lo? Já estudou andragogia? Ou o treinamento que ministrou foi construído por meio de exemplos de treinamentos que você já participou? Os membros gostaram? E você, gostou? Treinamento corporativos não são fáceis de fazer.


No artigo de hoje eu gostaria de falar sobre treinamento, essa palavra tão disseminada, mas tão pouco estudada. Seja sincero: quantas vezes você já leu um livro sobre a disciplina de ministrar treinamentos? Veja bem, não estou falando de um livro para deixar os slides do seu treinamento bonitos. Estou falando sobre a dinâmica de elaborar e ministrar um treinamento. Já leu? Se sua trajetória for semelhante à minha, só fui estudar sobre o assunto após ter ministrado uns 3 anos de aula. E, pasmem, deveria ter começado a estudar o assunto muito antes.


Por que falo isso? Porque a qualidade do treinamento que ministrava, antes de aprender a fazer a coisa direito, variava muito. A elaboração das aulas era meio na tentativa e erro, sem muito planejamento prévio ou um estudo sobre os importantes pontos da andragogia.


A primeira vez que ministrei um treinamento para bastante gente, foi na época do estágio. Trabalhava num importante projeto de TI, que finalizaria a integração entre duas empresas. Estávamos integrando o os sistemas de CRM das instituições. Aí, fui um dos designados para capacitar a operação a mexer no novo sistema. E como consegui fazer? Sorte e muita negociação.



Treinamento: como começar?


Como não sabia nem mexer no sistema e nem ministrar treinamento, levantei a mão e pedi ajuda a um colega, mais experiente. Ele, sabia utilizar o sistema e era um cara carismático e cativante, com muito mais tempo de casa que eu. Por causa dele, o treinamento foi salvo e consegui não pisar na bola no estágio. Mesmo trabalhando como seu auxiliar no dia, suei frio, pois se me perguntassem detalhes sobre o sistema, responderia com um sonoro “não sei”.


Findo o estágio, comecei a cursar o mestrado. Pensei, ledo engano, que o mestrado em engenharia teria um espaço no qual seríamos ensinados a ministrar aulas. Porém, o máximo que aprendi foi como transformar livros e artigos em slides, conhecimento que me foi muito útil meses depois. Digo isso, pois fui convidado para lecionar à noite no curso de engenharia de produção. Pobre do meu coordenador.


Começar a lecionar com 24 anos, sem experiência didática nenhuma, foi outra aventura. A diferença entre os alunos e eu, era que havia lido o livro e me dedicado a aprender o assunto um pouco antes. Peço desculpas aos primeiros alunos, pois a coisa deve ter sido complicada. Lembro-me de aulas em que pensei ser importante aos alunos tomar gosto pela leitura de artigos técnicos, coisa que fazia bastante.


Para isso, levava à sala de aula 2 ou 3 artigos e pedia a eles que lessem para fazermos uma discussão à posteriori. Alunos cansados por seus dias de trabalho desafiantes, eram solicitados por mim, para a leitura de artigos técnicos de 10 a 15 páginas. Ao final da aula, apenas alguns poucos permaneciam firme na leitura e na discussão.



Como melhoramos nossos treinamentos?


Lá pelo 3º ano de ofício, comecei a pegar um pouco mais o jeito. Por saber mais a matérias e ter ouvido várias histórias e cases de aplicação dos conceitos que tratava, comecei a ser melhor avaliado. Aquele jovem professor ruim, agora era um jovem professor regular. Que, por repetição e experiência, ministrava suas aulas e treinamentos sem preocupar-se muito com o planejamento. Afinal, o material das aulas ministradas já estava pronto, demandando apenas pequenas alterações de um ano para o outro.


Nesse meio tempo, terminei meu mestrado e iniciei o doutorado. Agora, era um mestre (como se isso fosse alguma coisa). Mas, no doutorado, a coisa começou a mudar. Meu co-orientador, um professor de quem sou fã desde os tempos da graduação, começou a me colocar nos trilhos. Como? Por meio da mentoria constante. Me sentia o próprio Daniel Sam do karatê kid, com o mestre pedindo que fizesse a leitura de vários livros que me ensinavam a dar treinamentos.


Paralelamente, mergulhei no assunto que havia escolhido, o Lean Seis Sigma. Meu professor defendia que deveríamos saber andragogia, ou seja, a forma de ensinar os adultos, mas também deveríamos saber muito aquilo que ensinávamos. E assim, fui estudando e acompanhando suas aulas até que fui convidado por ele, para ministrar a minha primeira aula na escola de extensão da Unicamp. Nesse momento, a coisa pesou. Por mais que os anos de experiência lecionando a noite havia me dado casca grossa, lecionar ao lado do mestre foi algo que me fez mais cuidadoso. Não queria, depois de tanto esforço, deslizar em detalhes.



E qual foi a grande mudança nos treinamentos?


E o que vocês acham que aconteceu pessoal? Deslizei ou não? A resposta é depende. Na minha percepção, mandei bem e consegui passar o conteúdo da fase Define (CTC, SIPOC e Contrato) para meus alunos de maneira exemplar. Na percepção dos alunos, parece que a cosia não foi bem assim. Um dos comentários da avaliação que lembro até hoje, foi um aluno falando que levávamos jeito, mas que estávamos crus ainda. Pelo menos levávamos jeito não? Com a avaliação nas mãos, recebi um ótimo feedback e pude anotar uma série de itens para melhorar para a próxima. Assim, passaram-se uns 5 anos, ministrando treinamentos na área.


Ah, você pode me perguntar, mas treinamento não era só passar slides? De jeito nenhum. Para melhorar a qualidade dos treinamentos, cheguei a fazer um SIPOC de aula a aula sobre o que gostaríamos que o aluno aprendesse. Depois do SIPOC definido, saímos detalhando as 5 ou 6 atividades num garboso fluxograma e finalizei, com um POP de cada aula. Qual o resultado? A nota da avaliação do treinamento melhorou. Mas a cada décimo de nota que subia, era umas duas folhas de procedimentos que eu redigia.


Nesse momento, aprendi que para ministrar uma boa aula, era necessário planejamento e preparação, muita preparação. Chegamos numa etapa em que até nossas piadas eram padrão, assim como os exemplos e a história que cada professor contava para ser apresentar. Não havia como melhorar o curso só no jeitinho e no talento. Era método e trabalho duro, caso contrário, não iríamos agregar o valor que o cliente merecia.



Não pegue atalhos... Não vale a pena


Muito tempo se passou e hoje, ainda vejo alguns tipos que me deixam triste pela maneira que ministram um treinamento. Os primeiros, são os chupins que, na cara dura, copiam seu material e julgam serem malandros utilizando todo seu trabalho para se venderem como especialistas. Os que conheci que costumavam agir dessa forma, eram sempre os piores profissionais. Aquele que agrega o pouco potencial a pouca vontade, o que é muito ruim para os alunos, que deixam de estar com suas famílias para estarem lá.


Já o segundo tipo, é formado por aqueles que não se preparam para de maneira sólida para o treinamento. É o cara que precisa ministrar o treinamento na quinta feira e começa, lá pela terça feira, a dar um Google ou ir ao Slideshare caçar alguma coisa para apresentar. Quando começa a aula, parece um jornalista de quinta lendo seu tele-prompter sem ao menos dar se conta sobre o que está lendo. E, quando perguntado, esquiva-se de tirar a dúvida do aluno. Ninguém merece, concordam?


Foi pensando em oferecer um treinamento cada vez melhor que a FM2S focou na área de EAD. Nossos primeiros, não passavam de um treinamento presencial gravado e transmitido. Porém, após algumas análises, começamos a alterá-lo para que o valor percebido por você, nosso querido cliente, fosse maximizado.



Como funciona a FM2S?


Contratamos equipe de filmagem, compramos equipamentos de som novos, câmera, luz e vídeo. Fechamos a assinatura de vários softwares de edição e trabalhamos em pequenas alterações na linguagem para ficar mais interativo e capaz de prender mais sua atenção. Reduzimos as aulas, olhando o % de retenção de cada vídeo e, mudamos os exemplos ou momentos em que você se distraia. Além disso, contamos com seu apoio, que nos deu mais de 600 respostas em nossa ficha de avaliação do curso e sugestões.


Com elas, pudemos dar mais alguns passos e evitar cair nas tentações de redução de custos que o mercado nos oferece. Já compraram cursos online do tipo ppt narrado? O cidadão grava apenas a tela dele e fica lendo a apostila para você. Ninguém merece né? Aquilo não dá só sono, mas também provoca desligamento da consciência e raiva nível máster.


Agora, para finalizar, por que não aproveita um pouco do mais desse conteúdo que fomos desenvolvendo ao longo dos anos e veja nosso treinamento? É só acessar nosso treinamento e se divertir. Se preferir ir direto ao carro chefe, sugiro a certificação Green Belt e a Black Belt, além da novidade de 2017: Gestão de Projetos.


Virgilio Marques Dos Santos

Virgilio Marques Dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.