KPI: o que é, tipos e como usar na gestão de resultados
Análise de Dados

08 de junho de 2021

Última atualização: 26 de agosto de 2025

KPI: o que é, tipos e como usar na gestão de resultados

Em qualquer área da gestão, medir resultados virou regra e saber o que medir ainda é um desafio para muitas equipes. Em meio a tantos dados disponíveis, selecionar os indicadores certos exigem alinhamento com os objetivos e clareza sobre o que está em jogo.

Neste conteúdo, vamos tratar do conceito, dos tipos e das aplicações de KPI em áreas como marketing, logística e gestão estratégica. Também vamos abordar as diferenças entre KPIs e OKRs, além de mostrar como definir, acompanhar e usar indicadores sem transformar a análise em excesso de planilha.

O que significa KPI?

O KPI é a sigla para Key Performance Indicator, ou Indicador-Chave de Desempenho. Na prática, é uma métrica usada para avaliar se uma ação, projeto ou processo está gerando o resultado esperado.

Eles geralmente incluem métricas como receita, lucro, crescimento do cliente, retenção do cliente e satisfação do cliente, entre outros. São indicadores que podem ser usados ​​para medir o sucesso de uma estratégia ou campanha e ajudam a identificar áreas de melhoria para aumentar a eficiência e o desempenho em busca dos resultados esperados.

KPIs primários, secundários e práticos

Nem todo indicador tem o mesmo peso na análise. Os KPIs primários são os mais relevantes para a estratégia da empresa. Estão diretamente ligados às metas principais, como crescimento de receita, expansão de mercado ou aumento da margem de lucro.

Os KPIs secundários ajudam a sustentar esses objetivos. Servem como termômetro de processos específicos que influenciam os resultados maiores. Se a prioridade for aumentar vendas, a taxa de conversão por canal é um KPI secundário relevante.

Já os KPIs práticos acompanham tarefas operacionais. São úteis para controle e execução, mas não se conectam diretamente aos objetivos estratégicos. O tempo médio de resposta a um e-mail interno ou o número de propostas emitidas por dia são exemplos. Servem para manter o ritmo da operação e identificar ajustes pontuais.

KPIs estratégicos, táticos e operacionais

Outra forma comum de classificar os indicadores é pelo nível de gestão em que atuam. Os KPIs estratégicos são acompanhados pela alta liderança e medem o desempenho geral da organização: faturamento, market share e retorno sobre investimento.

Os KPIs táticos são usados por gestores de área e ajudam a monitorar entregas intermediárias e avaliar se as metas maiores estão sendo sustentadas.Por exemplo, o índice de satisfação dos clientes em um canal específico ou o lead time logístico.

Os KPIs operacionais estão na base. São usados por equipes para acompanhar atividades diárias: número de atendimentos por hora, volume de produção, percentual de entregas no prazo. Têm impacto localizado, mas ajudam a evitar desvios.

KPIs em marketing: o que medir para gerar resultado

Muitas vezes a maior dificuldade encontrada para profissionais que estão iniciando a carreira na área de marketing está em definir o que medir.Os relatórios extensos com dezenas de métricas não garantem decisão melhor, só aumentam a confusão. 

Antes de escolher os indicadores, é preciso entender o momento da estratégia: atrair público, converter leads ou reter clientes? Cada etapa exige atenção em métricas diferentes.

Indicadores de atração, conversão e retenção

Se o objetivo é atrair, vale olhar o volume de visitantes no site, taxa de cliques em anúncios ou alcance das campanhas, mas só isso não basta. A atenção precisa se voltar à qualidade do tráfego: de onde vem e para onde vai.

Na etapa de conversão, os KPIs mudam. Taxa de conversão por canal, custo por lead e número de leads qualificados entram em cena. Eles apontam se o conteúdo está, de fato, gerando movimento no funil.

Na retenção, o foco muda mais uma vez e aqui entram indicadores como taxa de recompra, engajamento pós-venda, churn ou até NPS. Reter exige acompanhar o comportamento após a venda e isso raramente aparece nos dashboards básicos.

KPIs relevantes para inbound, mídia paga e redes sociais

Cada canal pede um tipo de análise. No inbound marketing, KPIs como leads orgânicos gerados, taxa de conversão por landing page e tempo médio de leitura ajudam a entender se o conteúdo está cumprindo sua função.

Em mídia paga, os mais usados são CPA (Custo por Aquisição), CTR (Taxa de Clique) e ROAS (Retorno sobre Investimento em Anúncio). Mas é comum olhar só o clique e ignorar a venda. Se o CTR sobe e a taxa de conversão cai, há algo errado no funil ou no público.

Nas redes sociais, os KPIs mais acessados ainda são likes, comentários e seguidores. Porém, o marketing de performance exige mais: taxa de cliques nos links, geração de leads diretos e engajamento útil — aquele que leva à próxima etapa do funil.

Como interpretar dados sem criar falsas vitórias

O erro mais comum é comemorar um indicador isolado. Aumentar os acessos não significa sucesso se a taxa de conversão caiu. Melhorar o engajamento pode ser irrelevante se o público não se transforma em cliente.

Os KPIs devem conversar entre si, para isso o dado precisa ter um papel dentro da jornada. Crescimento sem retenção gera retrabalho. Cliques sem qualificação geram custo. Mais importante do que medir, é entender o que o KPI revela sobre o comportamento do público.

KPIs em logística: como medir eficiência na operação

A logística é uma área em que a percepção visual pode enganar.Por exemplo, um caminhão saindo na hora não garante entrega no prazo. Um estoque cheio não significa que o produto certo está disponível. Por isso, os KPIs em logística são fundamentais, eles apontam onde o fluxo trava, onde há desperdício e onde a operação escapa do controle.

Indicadores que revelam gargalos no processo logístico

Antes de olhar para o desempenho, é preciso entender se os dados refletem a realidade da operação. O tempo médio de separação de pedidos, por exemplo, pode parecer bom até que se cruza o dado com o índice de retrabalho ou de itens enviados incorretamente.

KPIs como taxa de ocupação do armazém, acuracidade de inventário e índice de devoluções ajudam a identificar falhas escondidas. São indicadores que não aparecem na superfície, mas explicam por que os resultados finais não chegam como esperado.

KPIs de tempo, custo e nível de serviço

Os três eixos principais da logística são tempo, custo e serviço. Cada um deles tem KPIs próprios e nenhum deve ser analisado isoladamente.

No tempo, os mais usados são: tempo de ciclo do pedido, tempo de carregamento e prazo médio de entrega. No custo, aparecem indicadores como custo logístico por pedido, custo de transporte por quilômetro e custo por armazenagem.

Já o nível de serviço pode ser medido por KPIs como OTIF (On Time In Full), índice de entregas com avaria e taxa de pedidos atendidos na primeira tentativa. Esses KPIs em logística mostram se a empresa entrega o que promete, no prazo e com o controle de custos necessário.

KPI x OKR: diferenças, relações e quando usar cada um

O KPI e OKR não competem, cada um tem uma função, mas é comum ver os dois sendo usados de forma confusa. É importante entender que um mede desempenho; o outro impulsiona mudança. Enquanto o KPI acompanha a eficiência dos processos, o OKR aponta o que precisa evoluir. Juntos, formam um sistema completo de gestão por dados e metas.

O que são OKRs e como se conectam com os KPIs

O OKR significa Objectives and Key Results — ou Objetivos e Resultados-Chave. O objetivo define a direção, e os resultados-chave dizem como saber se essa direção está sendo seguida. São metas qualitativas e ambiciosas acompanhadas de entregas mensuráveis.

Os KPIs entram como apoio na medição. Se o objetivo for “melhorar a experiência do cliente”, um resultado-chave pode ser “aumentar o NPS de 65 para 75 até o próximo trimestre”. Nesse caso, o NPS é o KPI que mede a meta.

A relação é simples: OKRs impulsionam metas novas; KPIs mantêm a casa em ordem.

Objetivo, resultado e indicador: onde está a fronteira

Os Resultados-chave são provas de que a aspiração saiu do papel. KPIs são os instrumentos que acompanham esse caminho. Mas a confusão entre os três acontece quando tudo é tratado como número.

Se a empresa quer “aumentar a participação no mercado”, esse é o objetivo. O resultado-chave pode ser “atingir 15% de market share em 6 meses”. O KPI é a taxa de market share atual e monitora o progresso.

Não se define um objetivo como “reduzir o CAC para R$ 200” — isso é um resultado. O objetivo pode ser “otimizar o custo de aquisição”. A clareza na separação evita metas mal formuladas e indicadores mal usados.

Quando usar KPI e quando usar OKR

KPI é para acompanhar o que já está rodando. OKR é para provocar mudança. Se a operação é estável e o foco é manter a performance, os KPIs são suficientes. Mas quando a empresa busca algo novo, como entrar em um mercado, lançar um produto, reposicionar uma marca — entra o OKR.

Um não substitui o outro, em empresas maduras, os OKRs são definidos com base em lacunas identificadas pelos KPIs. Um indicador pode apontar uma queda de conversão; o OKR surge como resposta para resolver esse ponto com metas específicas.

O melhor cenário é usar os dois juntos: KPI para controlar, OKR para transformar.

Como definir o KPI correto para minha aplicação?

Em termos de desenvolvimento de uma estratégia para a formulação de KPI, sua equipe deve começar com o básico e entender quais são seus objetivos organizacionais, como você planeja alcançá-los e quem pode atuar sobre essa informação. 

Este deve ser um processo iterativo que envolve comentários de analistas, chefes de departamento e gerentes. À medida que esta missão de busca de fato se desenrola, você obterá uma melhor compreensão de quais processos de negócios precisam ser medidos com KPI e com quem essa informação deve ser compartilhada. 

Sobretudo, muitos KPIs podem atrapalhar a análise de seu objetivo final, é recomendado que as equipes desenvolvam no máximo de três a seis KPIs para um projeto. Assim, mover além de seis métricas pode diluir os efeitos dos dados e torná-lo mais desafiador para efetivamente comunicar o progresso de um projeto. 

Perguntas para gerar potências KPIs

Afim de gerar uma conversas sobre potenciais KPIs, algumas perguntas comuns que os treinadores podem usar com equipes incluem:

  • Como é o sucesso?
  • Como saberá se o desempenho está longe das metas?
  • Em que dados as partes interessadas e os patrocinadores estarão mais interessados?
  • Quais dados estão disponíveis para a equipe?

Contexto

Entendendo esse contexto, está na hora de realmente defini-los:

  • Quais métricas indicam que você está perseguindo com sucesso a sua visão e estratégia?
  • Quantas métricas você deve ter?
  • Com que frequência você deve medir?
  • Quem é responsável pela métrica?
  • Quão complexo deve ser a métrica?
  • O que você deve usar como referência?
  • Como você garante que as métricas refletem drivers estratégicos para o sucesso organizacional?
  • Como as métricas podem ser enganadas, e como você se protegerá contra isso?
  • Que incentivos negativos e perversos seriam criados se essa métrica fosse usada e como você asseguraria que esses incentivos perversos não fossem criados?

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Dicas para usar KPIs

Começar a trabalhar com indicadores de desempenho pode ser difícil no começo, por isso, nós vamos passar 5 dicas para você implementá-los na sua empresa.

1. Liderança

O uso de medidas formais de desempenho é uma abordagem para gerenciar o desempenho. Mas não se esqueça da importância da inspiração e da boa liderança!

2. Cultura de feedback

Ter uma cultura de compartilhamento de feedbacks com o seu time é fundamental para fazer seus membros alcançarem seus indicadores. Pois quando você dá um feedback, você mostra onde seu liderado está errando, além de poder indicar melhorias em seu trabalho, que no fim irão fazer ele cumprir sua meta.

3. Monitoramento 

Monitore-os com frequência. Ou seja, não adianta nada definir e não acompanhar, você precisa saber como está seu desempenho, a fim de sempre estar atento quando precisar tomar uma ação fora da planejada para melhorar o rendimento.

4. Lei de Murphy

Sim, parece estranho, mas ficar atento na lei de Murphy vai te ajudar com imprevistos. A lei diz: Se alguma coisa pode dar errado, dará. Dessa forma, sempre espere o inesperado.

5. Análise SWOT

A análise SWOT te ajuda a entender seus pontos fortes e fracos. Além de conseguir avaliar suas ameaças externas e oportunidades. Sendo assim, uma ferramenta perfeita para te auxiliar no alcance de seu KPI.

Como fazer a gestão dos seus KPIs?

Ao decidir quais KPIs configurar, planeje como irá capturar as informações de que precisa. O lucro líquido requer um conjunto de dados diferente do da satisfação do cliente, por exemplo, e requer acesso a sistemas diferentes.

Além disso, estabeleça quem irá coletar os dados e com que frequência. Os dados de vendas geralmente podem ser coletados diariamente, enquanto os indicadores que requerem a coleta de dados de várias fontes podem ser melhor medidos semanalmente ou mensalmente.

Você também precisará verificar os dados para garantir que sejam precisos e que cubram todos os requisitos de seu indicador.

Por fim, comunique com clareza a todos os envolvidos. Isto é, se você for responsável por uma equipe ou KPI organizacional, certifique-se de que seus colaboradores saibam como afeta seu trabalho e que eles saibam em quais atividades se concentrar. Decerto, você pode configurar um painel de desempenho ou usar um scorecard balanceado para medir o progresso com eficiência.

Usando KPIs para reconhecimento e desenvolvimento

Quando você estiver satisfeito por ter KPIs significativos para medir o desempenho de sua equipe e de sua organização como um todo, certifique-se de que o treinamento, suporte e incentivos apropriados estejam disponíveis para permitir o desempenho do pessoal.

Ou seja, recompensar seu time ajudará no desempenho deles, pois aumentará a motivação. Assim, ao estabelecer recompensas e práticas de reconhecimento, certifique-se de que elas se relacionam diretamente com os indicadores que você definiu e de que não está recompensando comportamentos potencialmente contraproducentes.

Recompensa confusa em relação ao objetivo

Por exemplo, se você deseja avaliar as pessoas sobre o quão bem elas lidam com as reclamações dos clientes, recompensá-las por reduzir o número de reclamações confunde a mensagem que você está tentando enviar.

Intuitivamente, você pode sentir que quanto menos reclamações receber, melhor deve ser o seu atendimento ao cliente. Mas isso não é necessariamente verdade: você pode receber menos reclamações porque tem menos clientes ou porque seus clientes não podem acessar seus serviços de suporte.

Recompensa alinhada com o objetivo

Por outro lado, se sua organização deseja atrair novos clientes, então você pode ter um indicador que mede quantos novos clientes você ganha a cada semana. Dependendo da situação, um sistema de desempenho bem alinhado pode recompensar os funcionários com base no número de novos clientes que eles pessoalmente ajudam a atrair.

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Equipe FM2S

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