Como pensa um Design Thinker?
Design Thinking

13 de julho de 2017

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Como pensa um Design Thinker?

Como pensa um Design Thinker?


Uma pergunta comum entre aqueles que começaram a ler ou ouvir sobre o Design Thinking é: "Como pensa um Design Thinker"? Algumas pessoas acreditam que é necessário ter algum dom natural, como um grande artista, enquanto que outros, mais céticos, têm o pensamento de que o Design Thinking deve ser mais uma metodologia de auto-ajuda, uma forma de palestrantes ganharem com discursos bonitos.


Não! O nosso objetivo, nesta e em outras postagens, como o post sobre o que é o Design Thinking e o post sobre como funciona a ferramenta do Pensamento Divergente, no Design Thinking, é mostrar a você, que assim como disse Tim Brown, um dos pais do Design Thinking, esta é uma metodologia poderosa para auxiliá-lo a inovar, seja qual for o seu setor de atuação, fábrica, alta tecnologia, serviços, etc.


Isso porque, para o Design Thinking, inovar é criar algo novo, podendo ser por evolução ou administração, e revolucionar é criar um produto, processo ou serviço novo para um público novo - você não precisa criar o próximo sucesso da Apple para criar algo revolucionário.


Assim, mais que apenas inovar, o Design Thinking, assim como o Seis Sigma, é mais uma ferramenta importante para auxiliá-lo a gerenciar seus projetos, sempre com uma visão centrada no ser humano, isto é, com a visão de atender a uma necessidade de um cliente.



Qual é o objetivo do Design Thinking?


Para entender o que pensa o Design Thinker, você primeiro precisa entender qual é o objetivo não só dele, mas da metodologia do Design Thinking. O Design Thinking se baseia na capacidade humana de ser intuitivo, reconhecer padrões, desenvolver ideias que tenham significado emocional, além do funcional, e se expressar em mídias, palavras ou símbolos.


Assim, o objetivo do Design Thinking é estabelecer a correspondência entre as necessidades humanas e os recursos técnicos disponíveis, considerando as restrições práticas dos negócios – integrar o desejável do ponto de vista humano ao tecnológica e economicamente viável.



Quais são as ferramentas básicas para utilizar o Design Thinking?


Antes de pensar como um Design Thinker, é interessante que você conheça as ferramentas utilizadas e as atitudes tomadas por ele em seu processo criativo, ou seja, as ferramentas básicas do Design Thinking. Estas ferramentas e atitudes consistem em formas de aprofundar o que sabemos e ampliar o impacto do que fazemos:




  • Se expor ao mundo, para ser influenciado pelas pessoas;

  • Utilizar prototipagem – ou seja, criar modelos reais, porém simples e palpáveis – para “aprender com as próprias mãos”;

  • Criar histórias para compartilhar ideias – storytelling;

  • Interagir e unir forças com outras competências e áreas do conhecimento.


Qual é a estrutura de pensamento do Design Thinker?


Por exemplo, suponha que você irá trabalhar em um projeto de melhorar a alimentação em uma escola, a pergunta poderia ser: “Como podemos incentivar as crianças a se alimentarem de forma mais saudável?”


[Resolver este problema] é substituído por [incentivar as crianças a se alimentarem de forma mais saudável], que representa a solução do problema da alimentação inadequada.

É importante entender que o Design Thinking é um processo exploratório, baseado na tentativa e erro. Quando realizado de forma correta, invariavelmente levará a descobertas inesperadas.


Enquanto testam um protótipo, os consumidores podem proporcionar insights que apontam para um mercado mais interessante, mais promissor e, potencialmente, mais lucrativo.



Um Design Thinker está constantemente realizando testes!


De acordo com Tim Brown, um dos pais do Design Thinking, uma equipe experiente de design thinkers elabora e testa vários protótipos desde o princípio de um projeto, se corrigindo ao longo do caminho, e evitando frustrações como a não conclusão do projeto.



Quais habilidades são importantes para um Design Thinker desenvolver?


Para exercer sua atividade da melhor maneira possível, é recomendável que o Design Thinker foque seu treinamento no desenvolvimento de algumas habilidades essenciais:

  • Tolerar a ambiguidade que surge dos processos iterativos, convergentes e divergentes, do Design Thinking;

  • Manter uma visão global (“big picture”), mantendo o propósito para o qual o sistema foi desenhado;

  • Pensar e se comunicar em diferentes “linguagens” de design;

  • Pensar como parte de uma equipe;

  • Lidar com incertezas;

  • Tomar decisões.


Todas estas habilidades podem ser perfeitamente treinadas e desenvolvidas. Assim como em qualquer atividade, você não precisa ter nascido com uma série de competências inatas para que consiga exercê-la. Porém, deve ter sempre em mente que o Design Thinking é uma abordagem experimental que se baseia em compartilhar processos, incentivar a propriedade coletiva de ideias e permitir que as equipes aprendam umas com as outras.


Além disso, a questão das restrições deve ser destacada. É preciso compreender as fronteiras, limitações e restrições do projeto. Sem restrições, o design não pode ser criado, e o melhor design muitas vezes é projetado com limitações relativamente grandes. Um exemplo disto é um equipamento médico de precisão, que possui uma quantidade enorme de restrições sanitárias, de segurança, da forma como pode atuar no corpo humano, etc, e mesmo assim o seu design possibilita a obtenção de uma série de informações.



Tudo bem, mas quais são as fases do Design Thinking?


Muito falamos aqui sobre estrutura do pensamento do Design Thinker, habilidades e competências que ele deve desenvolver e objetivos do Design Thinking. Porém, o que talvez esteja faltando é apresentar de uma forma estruturada quais são as fases do Design Thinking, para auxiliá-lo a guiar seu projeto. É algo parecido com o que fazemos na metodologia Seis Sigma, na qual utilizamos o roteiro DMAIC para guiar o projeto.


Existem várias abordagens atuais para desenvolver o Design Thinking, sendo que todas derivam do modelo descrito por Hebert Simon - vencedor do prêmio Nobel da Economia - em sua obra: The Sciences of the Artificial (1996).


O modelo que apresentaremos tanto neste artigo quanto em nossa nova certificação de Especialista em Design Thinking adaptado pelo Hasso-Platner Institute of Design, de Stanford, a tendo como base o modelo de Simon.


Ele é dividido em 5 etapas:




  1. Gerar empatia: com clientes/usuários;

  2. Definir: necessidades dos usuários, e o problema;

  3. Idealizar: por meio do desafio das hipóteses e pressupostos, e criar soluções novas e ideais;

  4. Realizar prototipagem: para viabilizar os testes de soluções;

  5. Testar as soluções


Se interessou pelo tema?


Preparamos um treinamento completo na metodologia Design Thinking, com diversos exemplos práticos, estudos de caso reais, e dinâmicas que permitirão a você entender como funciona a metodologia. Você será apresentado a todo a formação teórica necessária, ao conjunto de ferramentas e a como aplicar tais ferramentas.

Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.