Gestão de Custos: Etapas, Ferramentas e Exemplos
Gestão Financeira

19 de junho de 2023

Última atualização: 15 de agosto de 2025

Gestão de Custos: etapas, ferramentas e exemplos

Manter as finanças de uma empresa sob controle não é apenas registrar entradas e saídas, é entender, de forma detalhada, para onde vai cada centavo e como isso afeta a lucratividade. Esse cuidado começa com um bom controle financeiro e se fortalece com uma gestão de custos estruturada. Quando essas duas práticas caminham juntas, a empresa ganha mais previsibilidade, reduz desperdícios e toma decisões mais seguras.

Neste conteúdo, vamos mostrar como o controle financeiro se conecta com a gestão de custos, quais etapas seguir para colocar esse processo em prática e quais ferramentas podem apoiar essa jornada. 

Por que o controle financeiro é a base de uma empresa saudável

O controle financeiro é o conjunto de práticas que permite acompanhar de perto tudo o que entra e sai do caixa da empresa. Ele mostra, de forma organizada, para onde vai o dinheiro e de onde ele vem. Sem esse acompanhamento, é fácil perder a noção real da saúde financeira do negócio.

Quando o controle é bem feito, a empresa ganha previsibilidade de caixa, reduz riscos e toma decisões mais seguras. É como dirigir sabendo exatamente quanto combustível tem no tanque e qual o destino no GPS, você evita surpresas e chega ao objetivo com mais tranquilidade.

Como o controle financeiro se conecta com a gestão de custos

O controle financeiro e a gestão de custos caminham juntos. Um não funciona plenamente sem o outro. Você pode até ter um registro organizado de entradas e saídas, mas, se não souber exatamente quanto custa produzir e vender cada produto ou serviço, parte da história fica escondida.

Pense assim, o controle financeiro mostra o retrato geral das finanças, enquanto a gestão de custos revela os detalhes dessa imagem. É ela que indica onde o dinheiro realmente está sendo gasto e quais atividades estão consumindo mais recursos.

Sem esse mapeamento, fica difícil definir um preço de venda competitivo, proteger a margem de lucro e identificar desperdícios que reduzem a rentabilidade. E aqui vale uma pergunta: você sabe hoje, com segurança, se está cobrando o valor certo pelos seus produtos ou serviços? Se a resposta for “não tenho certeza”, é um sinal de que a gestão de custos precisa entrar de vez no seu dia a dia.

O que é gestão de custos?

Se o controle financeiro é o mapa que orienta a empresa, a gestão de custos é a bússola que mostra se a rota escolhida é sustentável. Ela consiste em identificar, classificar e acompanhar todos os gastos ligados à operação, garantindo que o negócio use seus recursos de forma inteligente.

Aqui, vale diferenciar alguns conceitos que costumam se misturar. Custos fixos são aqueles que não mudam de acordo com a produção, como aluguel e salários administrativos. Custos variáveis variam conforme a quantidade produzida ou vendida, como matéria-prima ou comissões. Já despesas estão ligadas à manutenção do negócio, mas não à produção direta, por exemplo, marketing ou serviços de contabilidade.

Quais são as etapas da Gestão de Custos?

Para colocar em prática a gestão de custos é necessario seguir processos que garantam a consistência e permitam ajustes ao longo do tempo. A seguir, veja quais etapas constam para realizar uma boa gestão de custos: .      

1. Planejamento: comece  estabelecendo metas e indicadores que permitam acompanhar o desempenho ao longo do tempo. Pense no que realmente quer alcançar, reduzir custos de produção em 10%, aumentar a margem de lucro em 5% ou melhorar a eficiência no uso de recursos? Ao determinar esses objetivos, também é importante decidir como será feita a medição. 

Por exemplo, usando indicadores como custo por unidade produzida, margem de contribuição ou índice de desperdício. Um bom planejamento também considera prazos realistas e responsabilidades, para que cada ação tenha um responsável e um prazo de execução.

2. Identificação de custos: levante todos os gastos envolvidos na operação, registrando cada item de forma minuciosa. Inclua desde insumos diretos, como matérias-primas e componentes, até despesas operacionais como energia elétrica, transporte, manutenção de equipamentos, fretes, comissões e taxas. 

Essa etapa não deve se limitar ao que é mais visível no dia a dia; muitas vezes, pequenos custos recorrentes, quando somados, representam um impacto significativo no resultado final. Ao mapear com profundidade, você cria uma base de informações confiáveis para avaliar onde estão os maiores gastos e identifica pontos que podem ser otimizados sem comprometer a qualidade ou a produtividade.

3. Classificação: organize os custos de forma que seja possível compreender a função e o comportamento de cada um. Primeiro, diferencie custos diretos, que estão diretamente ligados à produção de bens ou serviços, como matérias-primas, mão de obra direta e embalagens, dos custos indiretos, que dão suporte à operação, mas não estão atrelados a um produto específico, como energia do escritório, salários administrativos ou aluguel.

Em seguida, divida cada grupo entre fixosvariáveis. Custos fixos permanecem estáveis mesmo que o volume de produção mude, enquanto custos variáveis aumentam ou diminuem conforme a produção ou as vendas. Essa classificação ajuda a visualizar o peso de cada item no resultado final e fornece base para projeções mais precisas, definição de preços e identificação de oportunidades de redução de gastos.

4. Monitoramento e análise: acompanhe regularmente relatórios financeiros e operacionais, comparando resultados entre diferentes períodos para identificar variações significativas. Utilize indicadores-chave, como margem de contribuição, custo por unidade produzida, índice de desperdício e rentabilidade por produto ou serviço. 

Essa etapa permite enxergar tendências, localizar gargalos e reconhecer oportunidades de melhoria que dificilmente seriam percebidas apenas na rotina operacional. Além de observar os números, é importante interpretá-los dentro do contexto do negócio, por exemplo, um aumento de custos pode estar relacionado a variação cambial, sazonalidade ou mudanças na demanda. Com essa análise contínua, a empresa consegue agir de forma preventiva, ajustando processos antes que pequenos problemas se tornem grandes prejuízos.

5. Ajustes e otimização: depois de analisar os dados, use essas informações como base para decidir quais ações adotar. Isso pode incluir renegociar contratos com fornecedores para obter melhores condições, automatizar processos que consomem tempo e recursos, revisar o layout de produção para reduzir deslocamentos desnecessários ou investir em treinamentos que diminuam erros e retrabalho. 

Cada ajuste deve ter um objetivo, um responsável e um prazo para ser implementado. O ponto central é que as mudanças não sejam guiadas por impressões ou achismos, mas por evidências obtidas nas etapas anteriores. 

Seguindo essas etapas, a gestão de custos deixa de ser um esforço isolado e se torna parte natural da rotina de gestão da empresa.

Quais são as principais ferramentas em Gestão de Custos?

Escolher a ferramenta de gestão de custos adequada é decisivo para aumentar a eficiência financeira e tomar decisões baseadas em dados confiáveis. Cada método oferece uma forma diferente de analisar e controlar os gastos, ajudando a empresa a direcionar recursos e identificar oportunidades de melhoria.

Veja alguns dos principais recursos que podem ser aplicados na sua organização:

  • Custeio baseado em atividades (Activity-Based Costing – ABC): Método que identifica e atribui os custos às atividades específicas da organização. Ao entender quais processos consomem mais recursos, é possível priorizar investimentos nas atividades mais rentáveis e reduzir esforços nas menos produtivas.
  • Curva de aprendizado: Ferramenta que avalia como os custos de produção mudam ao longo do tempo à medida que a equipe ganha experiência e aumenta a eficiência. Quanto mais o processo é repetido e aprimorado, maior tende a ser a redução dos custos unitários.
  • Análise de valor: Técnica voltada para identificar quais custos realmente agregam valor ao produto ou serviço e eliminar ou reduzir aqueles que não agregam. Essa abordagem ajuda a evitar desperdícios e a aumentar a eficiência operacional.
  • Orçamento base zero: Modelo de planejamento em que o orçamento é elaborado do zero, sem se basear em valores ou práticas de períodos anteriores. Isso estimula uma análise criteriosa de cada despesa e promove uma alocação mais estratégica dos recursos.
  • Análise de custo-benefício: Método que compara os custos e os benefícios de um projeto ou investimento. Permite avaliar se uma iniciativa trará retorno financeiro positivo e ajuda a priorizar ações com maior impacto econômico.

Exemplo: aplicação da gestão de custos em uma empresa de ferragens

Imagine uma empresa de ferragens que fabrica fechaduras e dobradiças para o mercado nacional. Apesar de boas vendas, a margem de lucro vem caindo nos últimos meses. Para entender o que está acontecendo e recuperar a rentabilidade, a gestão decide aplicar as etapas de gestão de custos.

1. Planejamento: a meta definida é reduzir o custo de produção em 8% nos próximos seis meses, mantendo a qualidade. Para acompanhar o desempenho, serão usados indicadores como custo por unidade, índice de desperdício e margem de contribuição.

2. Identificação de custos: é feito um levantamento detalhado de todos os gastos da operação, incluindo matéria-prima (aço e ligas metálicas), embalagens, energia elétrica das máquinas, mão de obra direta, manutenção de equipamentos e transporte.

3. Classificação: os custos diretos, como aço e mão de obra da linha de produção, são separados dos indiretos, como energia do escritório e salários administrativos. Em seguida, cada custo é classificado como fixo ou variável, permitindo entender como eles se comportam com a variação da produção.

4. Monitoramento e análise: a equipe compara os relatórios dos últimos 12 meses e identifica que o consumo de aço por unidade produzida aumentou 12% devido a perdas no corte das peças. Também percebe que o gasto com energia elétrica subiu acima da média devido a máquinas antigas com baixo rendimento.

5. Ajustes e otimização: com base nas informações, a empresa negocia com o fornecedor um novo formato de chapas para reduzir o desperdício no corte, substitui dois equipamentos antigos por modelos mais eficientes e oferece treinamento aos operadores para melhorar o aproveitamento da matéria-prima.

Ao final do período, o custo de produção por unidade cai 9%, superando a meta. A margem de lucro volta a crescer e a empresa mantém o monitoramento constante para evitar novos desvios.

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Equipe FM2S

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