Resiliência: entenda o que é e como desenvolver
Carreira

10 de novembro de 2020

Última atualização: 15 de julho de 2025

Resiliência: entenda o que é e como desenvolver

Compreenda o que significa resiliência, os principais conceitos e como exercê-la no dia a dia, tanto na vida profissional quanto pessoal.

Resiliência é a capacidade de se adaptar a situações adversas, superando momentos difíceis. De alguma forma, todos experimentamos vários graus de contratempos.

A maneira como lidamos com esses problemas está relacionada com a resiliência e ela pode desempenhar um papel significativo não apenas no resultado, mas também nas consequências a longo prazo.

Mas quais as vantagens de ser resiliente? Quais as principais características? Neste artigo, você vai entender o que é resiliência e como desenvolvê-la.

O que significa o termo resiliência?

Do latim, Resiliere, resiliência é a capacidade de uma pessoa em lidar com problemas, se recuperar e/ou superar momentos difíceis diante das situações hostis que aparecem sem ceder à pressão. Esse conceito é derivado do significado real da palavra, no qual, segundo a física, é uma propriedade da matéria de retornar à forma original após ser submetida à deformação ou impacto.

Segundo o dicionário, o significado de resiliência é “voltar atrás”. Sua conotação figurativa pode ainda incluir a capacidade de quem se adapta às intempéries, às alterações ou aos infortúnios. Assim, associa-se à aptidão de sobreviver e superar momentos difíceis e, ao mesmo tempo, não ceder à pressão impreterivelmente.

Em contrapartida, especialistas afirmam ser necessário esses momentos difíceis, pois são cruciais para crescer e adquirir maturidade. Tudo aquilo que resulta da experiência do “lidar com o estresse” é um benefício e nos torna melhores que antes. Ainda assim, pessoas resilientes têm uma tendência de viver uma vida com maior sentido, desenvolvendo relações mais leves e sendo, portanto, mais otimista.

Em outras palavras, resiliência não é algo que as pessoas exploram apenas durante os momentos de adversidade opressores. Aumenta à medida que as pessoas encontram todos os tipos de estressores diariamente, e os fatores de proteção podem ser estimulados.

Ainda Segundo a Psicologia, a resiliência é a propriedade que indica se uma pessoa sabe ou não trabalhar sob pressão. Uma vez definido este conceito, vamos aprofundar este conceito em torno das suas principais conotações.

O que é ser uma pessoa resiliente?

São pessoas que têm aptidão para transformar experiências ruins ou até mesmo o próprio fracasso em aprendizados e oportunidades de mudança a fim de dar a volta por cima. 

Além disso, pessoas resilientes enfrentam problemas, crises, perdas e desafios de uma maneira muito mais leve, conseguindo lidar com os resultados, extraindo o melhor do ocorrido. Costuma usar de sua flexibilidade para se adaptar e da criatividade para encontrar soluções alternativas.

Ser resiliente não tem a ver com recuperar. É sobre seguir em frente. Apesar disso, quando falamos em resiliência, costumamos pensar em “voltar atrás”: recuperar a forma como as coisas eram antes de experimentar adversidades. Bem, essa definição pode ser efetiva para desafios menores, mas é improdutiva para os mais graves.

Embora possa ser péssimo, geralmente você não tem escolha a não ser levar sua experiência com você. Isso não fará de você uma pessoa imediatamente mais feliz, porém, fará de você uma pessoa mais completa e compassiva. Uma pessoa resiliente.

Antes de mais nada, é importante pontuar que pessoas resilientes possuem características comuns. Dentre elas:

  • Autoconfiança: consiste em estar convicto de ser capaz de fazer ou realizar algo e, principalmente, fazê-lo muito bem. Esta característica está diretamente ligada à autoestima elevada;
  • Persistência: descreve a capacidade das pessoas que tem força de vontade e são tenazes, com ideias claras a fim de realizar o que foi proposto;
  • Otimismo: consiste em acreditar que as coisas podem mudar para melhor. Em geral, são pessoas proativas, eficazes e convictas de sua capacidade de controlar a própria vida;
  • Empatia: é a capacidade de “se colocar no lugar do outro”, se comunicar reciprocamente com as pessoas, ser grato, adaptar a própria linguagem a do receptor;
  • Criatividade: capacidade de produzir se diferenciando dos meios tradicionais, inovar. Em geral, engloba pessoas que “pensam fora da caixa” e estão dispostas a aceitar desafios;
  • Flexibilidade: são pessoas que se adaptam a diversas situações, lugares, atividades e ambientes com muita facilidade;
  • Inteligência emocional: pessoas capazes de enfrentar e superar, de maneira tranquila, situações de pressão e estresse, com uma boa leitura ambiental para reorientar o seu comportamento.

Compreendendo nossas emoções

As pessoas enfrentam os mais diferentes tipos de adversidades na vida e precisam aprender a enfrentar e superar experiências de vida desafiadoras. Isso envolve crises pessoais, como por exemplo doença, perda de um ente querido, abuso, bullying, perda de emprego e instabilidade financeira.

Há a realidade compartilhada de eventos trágicos nas notícias, como ataques terroristas, tiroteios em massa, desastres naturais e, claro, a pandemia COVID-19. 

A teoria da resiliência se refere às ideias sobre como as pessoas são afetadas e se adaptam a coisas como adversidade, mudança, perda e risco.

Ser resiliente não significa que as pessoas não experimentam estresse, agitação emocional e sofrimento. Algumas pessoas equiparam uma pessoa resiliente à resistência mental, mas demonstrar resiliência inclui trabalhar a dor e o sofrimento emocionais.

Quais são os 3 tipos de resiliência?

Existem diferentes maneiras de categorizar a resiliência, mas uma classificação comum divide-a em três tipos principais: resiliência emocional, resiliência social e resiliência profissional.

Resiliência emocional

resiliência emocional se refere à capacidade de lidar com emoções negativas e manter o equilíbrio psicológico mesmo diante de pressões intensas. Pessoas com esse tipo de resiliência conseguem enfrentar frustrações, perdas e mudanças sem perder a estabilidade.

Esse equilíbrio não significa ausência de sentimentos difíceis, mas sim a habilidade de reconhecê-los e agir com consciência. Desenvolver a resiliência emocional ajuda a tomar decisões mais racionais e manter o foco em situações adversas.

Exemplo de resiliência emocional

Após receber uma crítica severa em público durante uma reunião, um colaborador evita reagir impulsivamente. Em vez disso, respira fundo, escuta com atenção e analisa o conteúdo da crítica.

Em casa, reflete sobre o ocorrido com mais calma, identifica o que pode melhorar e planeja como abordar o gestor para esclarecer pontos distorcidos. No dia seguinte, retoma suas atividades com foco e equilíbrio.

Esse comportamento mostra como a resiliência emocional ajuda a lidar com frustrações sem perder o controle, favorecendo decisões mais racionais e relações profissionais mais saudáveis.

Resiliência social

resiliência social envolve o apoio interpessoal. Trata-se da capacidade de se conectar com outras pessoas, buscar ajuda quando necessário e manter relações saudáveis que favorecem a superação de dificuldades.

Ambientes com boa comunicação e redes de suporte fortalecem essa habilidade. No trabalho, por exemplo, equipes com relações colaborativas tendem a se adaptar melhor às mudanças. Esse tipo de resiliência também favorece o senso de pertencimento e reduz a sensação de isolamento.

Exemplo de resiliência social

Uma pessoa enfrenta um divórcio inesperado e, apesar da dor, decide não se isolar. Ela busca apoio em amigos, conversa com familiares e participa de grupos com interesses em comum.

Essa rede de conexões oferece acolhimento, escuta e incentivo para seguir em frente. Com o tempo, a pessoa reorganiza sua rotina e encontra novos caminhos para reconstruir sua vida.

Nesse caso, a resiliência social foi fundamental para manter vínculos afetivos e superar o momento difícil com suporte emocional e segurança.

Resiliência profissional

A resiliência profissional é a capacidade de se adaptar a pressões, mudanças e incertezas no ambiente de trabalho, mantendo o desempenho e a motivação. Situações como demissões, metas desafiadoras ou mudanças de liderança exigem flexibilidade emocional e foco em soluções.

Profissionais resilientes enfrentam contratempos sem paralisar. Eles aprendem com erros, mantêm relações saudáveis com colegas e buscam se desenvolver continuamente, mesmo diante de adversidades.

Essa habilidade é valorizada por empresas, pois contribui para ambientes mais estáveis, colaborativos e produtivos. Desenvolver a resiliência profissional também fortalece a confiança e amplia a capacidade de lidar com responsabilidades crescentes.

Exemplo de resiliência profissional

Um analista de projetos é realocado para uma nova equipe após uma reestruturação interna. A mudança envolve novos processos, prazos mais curtos e uma liderança com estilo diferente do anterior.

Mesmo com o desconforto inicial, ele evita resistir à mudança. Em vez disso, busca entender as expectativas, adapta sua forma de trabalho e identifica oportunidades para contribuir. Com o tempo, se destaca pelo desempenho e conquista a confiança da nova gestão.

Dificuldades de uma pessoa não resiliente

Por outro lado, o perfil das pessoas que não possuem tanta predisposição a serem resilientes e precisam melhorar essas características é:

  • Dificuldade para tomada de decisão: além da racionalidade, a zona de conforto é o que impede essa pessoa de listar os pontos positivos de uma escolha. Situações que exigem avaliação de alternativas podem as deixar em estado de choque o que pode refletir em não fazer a melhor escolha;
  • Perda da autoconfiança: término de relacionamentos, sucessivos fracassos, perda de emprego são situações favoráveis à perda da autoconfiança. A frustração e a insegurança vêm à tona com a exposição de todos os sentimentos que gostaríamos que não fossem vistos;
  • Baixa criatividade: não consegue se sensibilizar aos problemas e dificuldades, assim não consegue soluções eficientes e, portanto, não consegue se diferenciar da maioria;
  • Baixa inteligência emocional: pessoa incapaz de avaliar os próprios sentimentos e os sentimentos de outras pessoas e, por consequência, não lida bem com as próprias emoções;
  • Pessimismo: costuma sempre enxergar o pior lado da situação, mesmo que as situações estejam favoráveis;
  • Dificuldade nas relações sociais: tem dificuldade em dar e receber, além de não saber o momento certo de ouvir. Praticamente, só fala de si mesmo.

Por que o fracasso pode nos ajudar

Falhar é profundamente humano; todos, independentemente de sua formação, conjunto de habilidades ou história de vida, irão falhar espetacularmente pelo menos uma vez na vida. A sua natureza comum, no entanto, não significa que passar por uma grande perda ou revés seja fácil ou produtivo – especialmente em uma cultura que valoriza o sucesso imediato.

Aprender a aceitar os próprios erros, sejam eles grandes ou pontuais, é uma habilidade diretamente ligada à resiliência – e também ao sucesso em longo prazo. Um estudo recente apontou que jovens cientistas que passaram por um revés importante no início da carreira tiveram desempenho superior, no futuro, àqueles que obtiveram vitórias precoces.

Se você quer desenvolver essa habilidade e melhorar sua relação com falhas, pressões e emoções no dia a dia, conheça o curso Inteligência Emocional da FM2S. Ele oferece ferramentas práticas para entender melhor suas reações, tomar decisões conscientes e agir com equilíbrio mesmo em situações de instabilidade.

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Como ter mais resiliência?

A resiliência no ambiente de trabalho é fundamental, pois as pessoas podem trabalhar de forma mais assertiva e superar problemas focando ainda mais na solução.

Nesse sentido, elencamos em tópicos, algumas dicas de como desenvolver características resilientes, não só no meio profissional, como também fora dele.

  • Aprender com os erros: extrair o melhor dos erros cometidos e de cada crítica é essencial para se tornar um profissional mais resiliente. Para tal, focar na parte positiva dos erros e pensar maneiras diferentes de agir é fundamental caso se depare com um problema parecido no futuro;
  • Hábitos saudáveis: o acúmulo do estresse do dia a dia do trabalho pode levar à incidência de erros. Assim é necessário, portanto, aliviar o estresse. Atividades físicas, práticas esportivas e uma boa alimentação podem ser muito úteis nesse sentido. Outras atividades como ler, escrever, meditar ou praticar um instrumento musical também podem ajudar. Acredite, o que você realiza fora do seu horário de trabalho também vai ajudar você a se tornar um profissional melhor;
  • Cultive relacionamentos: segundo a Pirâmide de Maslow, entre as nossas principais necessidades estão as de estima, portanto, cultivar relações é de extrema importância, principalmente por sermos seres sociais. As pessoas do seu ciclo social são capazes de te ensinar e demonstrar outros pontos de vista sobre a sua própria vida. As pessoas em quem você mais confia são as que lhe darão mais apoio nos momentos difíceis.

Diferença entre teimosia e resiliência

Teimosia e resiliência são dois conceitos distintos, embora possam parecer similares em algumas situações. A principal diferença entre eles está na abordagem e na adaptabilidade diante de desafios e adversidades.

Teimosia:

  1. A teimosia é caracterizada pela inflexibilidade e pela insistência em manter um ponto de vista, uma opinião ou um curso de ação, mesmo diante de evidências contrárias ou de conselhos de outras pessoas;
  2. Teimosia pode levar a resultados negativos, como a incapacidade de aprender com erros, dificuldades em aceitar feedback construtivo e conflitos interpessoais;
  3. Em geral, a teimosia está associada a uma atitude rígida e pode impedir o crescimento e o desenvolvimento pessoal ou profissional.

Resiliência:

  1. A resiliência, por outro lado, é a capacidade de se adaptar e superar adversidades, estresse e traumas, mantendo-se emocionalmente equilibrado e focado em objetivos;
  2. A resiliência envolve aprender com experiências desafiadoras, desenvolver habilidades de enfrentamento e buscar apoio de outras pessoas quando necessário;
  3. A resiliência geralmente é vista como uma característica positiva, pois permite que um indivíduo, uma comunidade ou uma organização se recupere e se fortaleça diante de desafios.

Embora tanto a teimosia quanto a resiliência possam envolver a persistência diante de dificuldades, a teimosia é inflexível e não adaptável, enquanto a resiliência é adaptável e voltada para o crescimento e a superação de adversidades.

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Equipe FM2S

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