Desafie-se: como ser criativo e inovar para ter sucesso?
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13 de junho de 2015

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Desafie-se: como ser criativo e inovar para ter sucesso?

Como você deve desafiar-se?


Desafie-se: Por que as letras no teclado das máquinas de escrever não seguem a ordem alfabética?

Quantas vezes você se acostuma tanto com algumas coisas que simplesmente passa a não notá-las mais? Quantas vezes você possui atividades desgastantes ou que não agregam valor, mas você não mais a questiona? Se você respondeu que muitas vezes, CUIDADO! Você não está sendo criativo e, na era em que estamos, a criatividade e a inovação são as únicas formas de criarmos uma disruptura positiva em nossas vidas.


Seja lançando um novo (que não era novo realmente) tipo de sorvete, seja mudando procedimentos simples, lançando um novo aplicativo ou fazendo alguma outra coisa, sua vida pode mudar para melhor. E o primeiro passo para isto é questionar como as coisas são hoje. E por que será que as letras do teclado do nosso computador tem esta composição? Vamos as versões...



O que nos impede de ser criativo?


Por que é dada tão pouca atenção aos métodos de criatividade? A razão mais básica para a falta de inclusão é provavelmente o nosso estilo de pensamento crítico herdado (a maior parte dos  filósofos gregos), que nos leva a nos concentrar em melhoria quase unicamente pela identificação e remoção da falhas e problemas. Nós focamos naquilo que já existe e procuramos pelo que está errado, de forma que, uma vez encontrado, ele possa ser “endireitado de volta”. Essa abordagem é certamente adequada em muitos casos, mas é incompleta quando usada exclusivamente. Nas situações do mundo real, as falhas ou problemas podem nem ser identificáveis na prática. A dificuldade também surge quando o problema é identificável, mas está além do controle da organização. Nesses casos, devem ser concebidas “novas formas avançadas” que exijam a criatividade em adição ao pensamento crítico.

O pensamento crítico lida com o que já existe e procura causar melhorias pela identificação e remoção das falhas. Isto é feito usando-se métodos do pensamento lógico e analítico. Em contraste, o pensamento criativo ou lateral lida com “o que poderia ser” e usa ambas as habilidades do pensamento gerador (construir ou projetar) e do pensamento crítico para produzir novas idéias, conceitos e percepções. Ainda que essas habilidades do pensamento criativo possam ser fundamentais para produzir mudanças de segunda ordem, elas também são aplicáveis na solução de problemas.

Para alguns esforços de melhoria pode não haver nenhuma falha real com o processo, o produto e serviço atuais. As coisas estão funcionando exatamente como planejado, mas a melhoria ainda é desejável e necessária. Nesses casos, o pensamento crítico pode ser suplementado pelo pensamento planejado ou criativo. A dependência excessiva ou exclusiva do pensamento crítico pelos praticantes da melhoria da qualidade é uma das razões para a criatividade não estar bem integrada nos esforços contínuos de melhoria.

Mesmo quando o valor do pensamento criativo é reconhecido, outras “percepções erradas” podem estar no caminho:

  • A criatividade é um talento que não pode ser aprendido.

  • pensamento criativo só requer que as pessoas se tornem menos inibidas.

  • As técnicas de pensamento criativo não se ajustam bem aos métodos tradicionais de melhoria.


Quais são o mitos da criatividade? Desafie-se em cima deles


Não Podem Ser Aprendidas?


Muita gente acredita que a criatividade é simplesmente um talento genético e não pode ser aprendida. Abraçando esta crença, pouco ou nenhum esforço é feito na ampla integração da criatividade dentro da melhoria. O pensamento é que não será possível devido a uma carência de indivíduos naturalmente criativos. Contudo, foi demonstrado por de Bono e outros que, níveis muito valiosos das habilidades do pensamento criativo podem ser ensinados. Embora se concorde que a criatividade em nível de gênio não seja passível de treinamento, alguém não tem que estar no nível de Alexander Graham Bell ou Sir Isaac Newton para produzir contribuições de valor criativo.

Só Tornar-se Desinibido?


Outra concepção geral errada sobre a criatividade é a idéia de que tudo o que temos a fazer para tornar as pessoas criativas é remover suas inibições. Infelizmente, esta idéia, a base primária para o brainstorming, é uma abordagem relativamente fraca para criatividade. A noção errônea é que tudo o que temos a fazer é atrasar ou suspender o julgamento de idéias, e as pessoas se tornarão então menos inibidas e mais criativas. Certamente as pessoas inibidas não vão se tornar criativas, mas a remoção dessas inibições não as torna automaticamente criativas. Habilidades específicas do pensamento criativo devem estar presentes e, em caso negativo, ficar desinibido pode ajudar apenas um pouco.

O Pensamento Criativo não se Ajusta?


A idéia de que a criatividade é algo místico e um pouco louco é também afastada pelo modelo de como o cérebro processa informações, do Dr. de Bono. Se, na verdade, fosse necessário agir como um louco para gerar idéias criativas, aqueles métodos provavelmente não seriam aceitos por alguns praticantes de melhorias que estão acostumados a mais ferramentas sistemáticas de melhoria.

Desafie-se


Versão 1 do Problema


Quando a máquina de escrever foi inventada pelo impressor americano Christopher Latham Sholes, em 1868, as teclas foram dispostas em ordem alfabética. Tentando criar um método mais "científico", Sholes pediu ajuda a seu colaborador. James Densmore. Em 1872, ele surgiu com o teclado QWERTY (assim chamado por causa das seis primeiras letras da fila superior, na mão esquerda). Densmore estudou as letras e suas combinações mais frequentes na língua inglesa para colocá-las distantes umas das outras, a fim de que as hastes não subissem juntas, embolando durante a datilografia.


Em 1932, depois de vinte anos de estudos, outro americano, August Dvorak, criou um teclado que leva o seu nome, extremamente eficiente para a língua inglesa: 3 mil palavras podem ser escritas com as letras da fila principal (contra cinquenta, no teclado QWERTY) e a mão direita é mais usada. Qualquer fabricante de máquinas de escrever nos Estados Unidos fornece sob encomenda o teclado Dvorak. No Brasil, o teclado QWERTY, adaptado com a cedilha e os acentos, é o que foi padronizado. Apesar de, nele, a letra A, de grande frequência, ficar a cargo do pobre dedo mínimo esquerdo.



Versão 2 do Problema


Os primeiros testes de máquinas de escrever foram feitos, de acordo com os pesquisadores Koichi Yasuoka e Motoko Yasuoka da Universidade de Kyoto, por operadores de telégrafos que receberam as teclas em disposição alfabética padrão. Quando esse formato se provou insustentável, foram feitas diversas revisões e provavelmente o QWERTY nasceu das excentricidades formadas. Em outras palavras, os datilógrafos formaram o teclado, e não o contrário.


O sistema QWERTY também foi – ao menos em partes – uma criação proprietária, provavelmente intencionada para fechar usuários em um ecossistema. Nos tempos antigos, a Remington dava aulas no seu layout QWERTY, e quando datilógrafos ganhavam proficiência, dificilmente conseguiriam mudar para outra disposição de teclas. Isso se tornou irrelevante em 1893, quando uma fusão entre as cinco maiores fabricantes de máquinas de escrever da época – Remington, Caligraph, Yost, Densmore e Smith-Premier – criou a Union Typewriter Company, que adotou o QWERTY como padrão em seus produtos. Mas até então o layout não era algo muito diferente de, digamos, empresas que fecham seu ecossistemas de apps atualmente.


Infelizmente a história ainda não foi contada com muitos detalhes, então é difícil saber quais fatores estavam em jogo. De qualquer forma, existem muitas evidências que indicam que a história do design mecânico é apenas lenda, e pouca coisa sugere que foi realmente isso o que aconteceu.



O que podemos concluir?


Depois destes insights, não há mais desculpas. Questione! Investigue! Instigue! Desafie! Proponha novas formas de se fazer as coisas. É assim que você fará a diferença. Para ajudá-lo, acesso nossos materiais de apoio ou pesquise me nosso blog. Ou, se preferir, faça nossos cursos de Green Belt, Black Belt, Criatividade.


Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.