Capacitação: como isso lhe torna à prova de crises?
Seis Sigma

18 de agosto de 2015

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Capacitação: como isso lhe torna à prova de crises?

O que é capacitação?


Capacitação: a primeira coisa para uma empresa prosperar é a quebra do ciclo vicioso do combate aos incêndios e da falta da análise da causa raiz. Este é o único jeito para isto é acabar com a enxurrada de desculpas e encarar a realidade. Sei que isto é forte, mas é a única maneira de começar um trabalho sério de combate aos desperdícios. E, num cenário de crise econômica e queda de PIB, acabar com o desperdício é a única forma de manter-se vivo. Como diria um grande mestre: “a melhor maneira de ser promovido é acabar com sua função”.


Para melhorar é preciso mudar, começando pela motivação. Formar e desenvolver uma equipe altamente capacitada deverá ser um desejo genuíno da empresa. Quando eu digo genuíno, digo que não adianta colocar este desejo em banners, na declaração de visão, missão ou até mesmo nos valores declarados e pintados nas paredes. Este desejo tem que estar incutido na alta administração e não deve estar atrelado ao resultado financeiro de curto prazo. Se a paixão da empresa por desenvolver suas equipes for algo genuíno, o ganho financeiro será consequência.



Capacitação está conectada ao sucesso?


Porém, não é fácil para os executivos e para os supervisores enxergarem a conexão entre o sucesso deles e o investimento em pessoas. Para eles, é muito mais fácil reclamar sobre o que está faltando e não está funcionando do que bancar a mudança. Mudar nos força a confrontar o desconhecido. Isto é arriscado e dá medo.


É claro que trabalhar com pessoas é algo extremamente desafiador e às vezes frustrante. Isto faz crer que se não fossem as pessoas, a mudança seria fácil. Entretanto, esta visão está errada. É impossível fazer mudanças sem envolver as pessoas e aí está o segredo das empresas em que a melhoria faz parte da sua filosofia. Nestas empresas está claro que apesar das dificuldades, somente as pessoas estão aptas a pensar, resolver problemas e melhorar.


As pessoas são vistas como a chave para a expansão e fortalecimento da empresa. O que é realmente necessário para o sucesso dos projetos é uma crença incondicional que as pessoas são a chave para o sucesso e, assim, a empresa deverá fazer de tudo para desenvolver um sistema que apoie as pessoas nos esforços de melhoria. Quer ser a melhor empresa? Comece com as melhores pessoas.



Como a capacitação atua na formação dos talentos?


Com o mercado de trabalho cada vez mais escasso de talentos, empresas e gestores inteligentes deram conta de que há um enorme número de colaboradores a espera de uma oportunidade de enfrentar desafios. Porém, conectar estes talentos aos desafios que os motivam é uma das tarefas mais complicadas do gestor. Para a geração Y, o salário deixou de ser a principal razão de se trabalhar. O que mais os motiva é a possibilidade de fazer parte de uma equipe que não tem medo da mudança e os apoia na caminhada diária rumo a excelência e a melhoria continua. Empresas que investem em seus colaboradores conseguem atrair talentos sem que necessitem pagar fortunas. Isto acontece porque um processo de desenvolvimento humano genuíno é uma das maiores fontes de satisfação e atração destes jovens.



Como a capacitação te ajuda a conseguir um ótimo emprego?


Por onde começamos a planejar o que fazer para conseguirmos um ótimo emprego? Pela definição operacional do ótimo emprego.



O que é um bom emprego?


Para mim, quando falamos de empregos, vale aquela velha lei: oferta e procura. Eu começaria o meu planejamento para conseguir um bom emprego fazendo uma busca no Google dos profissionais e habilidades mais procuradas. Com estes dados que conseguiremos preencher o campo oportunidades de nossa matriz SWOT pessoal.


Para isto, baixei um estudo da Exame intitulado “As habilidades mais valorizadas em 4 áreas profissionais”. Os resultados estão na tabela 1.


Tabela 1: competências mais valorizadas em 4 áreas profissionais.














































































































Competência Administrativo Comercial Marketing TI Total
Comunicação 28,90 38,00 13,21 12,00 92,11
Liderança 35,70 35,70
Foco em resultados 8,72 19,61 28,33
Experiência 2,87 23,00 25,87
Comprometimento 17,50 17,50
Organização 7,50 9,32 16,82
Experiência prévia 16,35 16,35
Relacionamento Interpessoal 12,30 12,30
Trabalhar em equipe 11,78 11,78
Inglês Fluente 7,25 7,25
Gostar de desafios 5,34 5,34
Foco no Cliente 3,25 3,25

Pela tabela 1 fica claro que comunicação é a competência mais valorizada dentro de uma empresa. Seja na área comercial ou em TI, esta habilidade deve ser desenvolvida sempre. Depois dela, vem liderança e o foco nos resultados. E como desenvolver estas habilidades? Treinamentos, coachings, livros e vídeos são ótimas opções. Há mais de 8 anos eu ministro cursos e participo de projetos de Green Belt e Black Belt e posso dizer que neles você desenvolve habilidades.



Como a capacitação lhe prepara para o emprego?



  • Comunicação: PDSA, Gráficos e uma série de Templates que utilizamos nos projetos vão desenvolver a sua comunicação. Você será capaz de comunicar os vários pontos do projeto com pouco menos de 12 slides.

  • Liderança, relacionamento interpessoal e trabalho em equipe: gerir um projeto Lean 6 Sigma é desenvolver estas competências “on the job”. Todo projeto necessita de muita negociação e convencimento. Nada é “guela” abaixo. Por isto, nos treinamentos investimos 8 horas no tema. Passamos pelas quatro fases de formação de equipes e por vários tópicos abordados no célere livro “Manual do Líder”.

  • Foco nos resultados: a primeira questão do modelo de melhoria é “o que queremos realizar”, ou seja, qual nosso objetivo? A segunda é como mediremos este objetivo, portanto, o nosso método é totalmente focado no resultado.

  • Foco no cliente: VOC, ou voice of customer é um dos pilares que desenvolvemos em nossas aulas do DEFINE. Nela, ensinamos a árvore CTC (crítico para o cliente) que é uma evolução do famoso QFD (desdobramento da função qualidade). Esta ferramenta permite que você consiga transformar em indicadores mensuráveis o que o cliente deseja.

  • Organização e comprometimento: com o DMAIC, o contrato, as três questões e o ciclo PDSA, a organização de suas atividades estará garantida. Já o comprometimento, vem da apresentação dos indicadores e gráficos, definidos no início do projeto, nas reuniões de checkpoint.

  • Gostar de desafios: com um objetivo claro, com uma maneira de acompanhá-los e com um método para desenvolver e testar mudanças, o gosto pelos desafios desenvolve-se naturalmente. Questionar o status-quo será algo automático na vida do especialista Green e Black Belt.


Quais as Habilidades da sua capacitação?


Pronto, agora você já consegue elaborar a sua matriz SWOT pessoal verificando quais destas oportunidades listadas mais se encaixa em você. E como fazer isto? Liste quais habilidades você já possui e quais você tem mais facilidade de desenvolvê-las. Depois, veja em quais das áreas isto é mais procurado. Está no lugar certo?


No meu caso, como gosto muito de comunicação (vide blogs diários), foco em resultados (análise estatística é muito divertido), trabalhar em equipe (dar aula e fazer projetos) e de desafios (expandir os serviços FM2S para todo o Brasil), por isto, penso que marketing é uma boa área para mim. Faço a parte administrativa? Sim, claro, mas onde costumo fazer a diferença é no marketing. Apesar das habilidades, conhecimento técnico é fundamental e por isto, foco o marketing no meu escopo de atuação que é projetos e treinamentos.


Das outras habilidades mais desejadas, só não desenvolvemos o Inglês no curso de Green Belt. Mas quem sabe não rola uma parceria com alguma escola para darmos o curso English 6 Sigma? Criatividade vem da necessidade e dos métodos.


Desenvolver o exército da melhoria. É isto que procuramos fazer em nossos Green Belts e Black Belts. Do Lean ao 6 Sigma, buscamos melhorias.

Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.