Spotify Model: como funciona e quando aplicar
Gestão de Projetos

30 de dezembro de 2025

Spotify Model: como funciona e quando aplicar

Spotify Model ganhou destaque no mundo da gestão por propor uma forma diferente de organizar equipes, baseada em autonomia, colaboração e alinhamento estratégico. 

Criado dentro do próprio Spotify, o modelo não foi pensado como um framework formal, mas como uma resposta prática aos desafios enfrentados pela empresa durante seu crescimento.

Neste conteúdo, você vai entender o que é o Spotify Model, quais são seus principais componentes, como ele se diferencia de outras abordagens ágeis como Scrum e SAFe, e quais pontos devem ser considerados antes de aplicá-lo. 

O que é o Spotify Model?

Spotify Model é um modelo de organização de equipes ágeis, criado inicialmente para atender às necessidades internas da empresa sueca Spotify. 

Ele se baseia na ideia de formar pequenos times multidisciplinares e autônomos, que trabalham de forma alinhada com a estratégia da empresa, mas com liberdade para decidir como executar suas entregas. 

O objetivo é aumentar a velocidade, a colaboração e a inovação sem depender de estruturas hierárquicas tradicionais.

Esse modelo não é um framework oficial ou fechado, como Scrum ou SAFe. É uma abordagem adaptativa, flexível, e voltada para contextos de crescimento rápido. 

Ele ficou conhecido por sua capacidade de combinar autonomia dos times com clareza na direção organizacional, o que permite escalar a agilidade sem comprometer a cultura da empresa.

Origem e contexto do modelo

O modelo foi desenvolvido internamente pelo Spotify em 2012, durante um período de expansão. À medida que a empresa crescia, surgia a preocupação de manter a eficiência e a cultura ágil com dezenas de times trabalhando ao mesmo tempo. 

Para lidar com isso, surgiu uma estrutura leve, onde os times tinham liberdade para escolher suas práticas, desde que estivessem alinhados com os objetivos da empresa.

Essa abordagem foi documentada por Henrik KnibergAnders Ivarsson, que ajudaram a tornar o modelo público. Desde então, ele passou a ser replicado, adaptado e debatido por organizações em todo o mundo.

Vantagens do Spotify Model 

As vantagens estão ligadas principalmente à forma como os times são organizados e ao ambiente de autonomia com responsabilidade.

Entre os principais benefícios, destacam-se:

  • Autonomia com propósito: os squads têm liberdade para escolher como trabalham, sem abrir mão do alinhamento com os objetivos da empresa. Isso reduz a dependência de hierarquias e acelera decisões.
  • Maior engajamento das equipes: times menores e com controle sobre suas entregas tendem a se sentir mais responsáveis pelo resultado. A participação ativa fortalece o senso de pertencimento.
  • Estrutura flexível para escalar: o modelo permite que a empresa cresça sem recorrer a estruturas rígidas. Com a divisão em squads, tribes, chapters e guilds, o trabalho continua organizado mesmo com centenas de pessoas envolvidas.
  • Estímulo à colaboração transversal: chapters e guilds incentivam a troca de conhecimento entre áreas e reduzem silos. O aprendizado não fica restrito ao time — ele circula por toda a organização.
  • Ajustes rápidos ao contexto: sem processos engessados, os times podem adaptar suas formas de trabalho conforme a demanda. Isso facilita ajustes contínuos sem depender de grandes mudanças estruturais.

Esses pontos ajudam a explicar por que o modelo tem sido considerado por empresas que buscam agilidade com menos formalismo.

Principais componentes do modelo

O Spotify Model é estruturado a partir de cinco elementos centrais que organizam o trabalho em torno da colaboração e da especialização técnica, sem abrir mão da autonomia dos times. 

A seguir, detalhamos os principais componentes da estrutura:

Squads: foco em produto e autonomia

Squad é a célula principal do Spotify Model, atuando como um time multidisciplinar com autonomia para desenvolver e entregar valor continuamente. Cada squad é formado, em média, por 6 a 10 pessoas. Esse número reduzido favorece a colaboração, agilidade nas decisões e clareza de responsabilidades.

As funções dentro do squad variam conforme o produto ou serviço, mas geralmente incluem desenvolvedores, designers, profissionais de qualidade e um Product Owner, que representa os interesses do cliente e do negócio. 

Os squads são responsáveis por uma parte específica do produto, atuando de ponta a ponta no desenvolvimento e manutenção de suas entregas. Isso inclui desde a definição da solução até o monitoramento do desempenho após o lançamento. Eles decidem quais ferramentas usar, como organizar o trabalho e qual metodologia adotar, o que reforça a autonomia operacional.

Embora sejam independentes, os squads devem manter alinhamento com a estratégia da empresa. Isso é feito por meio de metas compartilhadas, ciclos curtos de planejamento e uma cultura de transparência. Cada squad funciona como uma unidade ágil que entrega valor de forma iterativa, sem depender de aprovações externas para avançar.

Tribes: alinhamento entre squads relacionados

Tribe é um grupo que reúne vários squads que atuam em áreas parecidas ou interdependentes dentro da empresa. O principal objetivo dessa estrutura é garantir que os times caminhem na mesma direção, mesmo sendo autônomos. Ela ajuda a evitar decisões isoladas que podem gerar conflitos ou retrabalho entre os squads.

Dentro de uma tribe, os times compartilham práticas e trocam informações sobre o que estão desenvolvendo. Para isso, são usados encontros regulares e momentos de alinhamento. Esses rituais facilitam a cooperação, mantêm a comunicação fluida e fortalecem o compromisso com metas em comum.

O tamanho das tribes costuma ser limitado a cerca de 100 pessoas. Esse número se baseia em estudos que indicam a capacidade média de uma pessoa manter conexões estáveis em um grupo. Quando uma tribe cresce demais, pode ser dividida para manter o funcionamento eficiente.

liderança da tribe é feita por um Tribe Lead, que apoia os squads e cuida da integração entre os times. Ele atua como ponto de conexão, ajuda a remover obstáculos organizacionais e contribui para que os squads compartilhem objetivos e práticas, sem controlar diretamente as decisões do dia a dia.

Essa estrutura ajuda a empresa a crescer sem perder a coordenação entre os times, permitindo que as equipes entreguem valor com agilidade e coerência.

Chapters: compartilhamento de boas práticas técnicas

Os Chapters reúnem pessoas com a mesma área de especialização, mesmo que atuem em squads diferentes. Por exemplo, desenvolvedores backend que trabalham em produtos distintos podem fazer parte do mesmo chapter. 

O objetivo desse grupo é padronizar práticas, trocar experiências e manter a qualidade técnica dentro da empresa.

Cada chapter tem um líder, chamado de Chapter Lead. Esse profissional apoia o desenvolvimento técnico da equipe e também acompanha o desempenho individual de seus membros. Além de orientar tecnicamente, ele atua na gestão das pessoas do chapter, com foco em aprendizado e evolução contínua.

Guilds: comunidades horizontais de interesse

As Guilds são grupos formados por pessoas que têm interesse em um mesmo tema, como DevOps, acessibilidade ou métodos ágeis. Esses grupos não dependem da estrutura dos squads ou chapters. Qualquer pessoa pode participar, independentemente da função ou do time em que trabalha.

Diferente dos chapters, que fazem parte da organização formal da empresa, as guilds são iniciativas informais. Elas surgem por afinidade entre os participantes e são organizadas de forma autônoma. O objetivo é compartilhar aprendizados, discutir boas práticas e criar conexões entre pessoas de diferentes áreas.

Chapter Lead e Tribe Lead: papéis de liderança no modelo

A liderança no Spotify Model não segue o padrão hierárquico tradicional. Dois papéis ganham destaque nesse contexto:

  • Chapter Lead: além de atuar tecnicamente como membro de um squad, esse líder acompanha o desenvolvimento profissional de quem está no mesmo chapter. Ele cuida de feedbacks, desenvolvimento de carreira e manutenção da excelência técnica.
  • Tribe Lead: é o responsável por garantir alinhamento entre os squads da tribe. Seu foco está na integração dos times, no suporte à autonomia com direcionamento estratégico e na remoção de obstáculos organizacionais.

Esses papéis não concentram poder, mas atuam como facilitadores da cultura de autonomia e alinhamento que o modelo propõe.

Como o Spotify Model se diferencia do Scrum e do SAFe

Scrum é um framework ágil voltado para gestão de projetos em pequenos times. Ele define papéis bem específicos, como Product Owner, Scrum Master e Developers, além de eventos fixos, como sprint planningreviewsretrospectives

Já o SAFe (Scaled Agile Framework) organiza esses conceitos para grandes empresas, com múltiplas camadas de coordenação entre equipes, portfólios e liderança executiva.

O Spotify Model, por outro lado, não traz uma estrutura prescritiva ou sequencial. Ele apresenta uma forma de organizar pessoas e culturas em torno de produtos, mas sem impor rituais, papéis ou fluxos fixos. A prioridade está na autonomia dos times, com um nível de alinhamento que acontece por meio de papéis leves, comunidades internas e confiança.

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