Modelo de Negócios: o que é e como elaborá-lo?
Inovação

09 de abril de 2017

Última atualização: 09 de maio de 2025

Modelo de Negócios: Aprenda como melhorar ainda mais o seu negócio!

No mundo empresarial competitivo de hoje, ter um modelo de negócios sólido é mais importante do que nunca. Ele permite que você identifique sua proposta de valor única, entenda seu mercado-alvo, defina suas fontes de receita e estabeleça a base para o crescimento sustentável. 

Um modelo de negócio mostra como a empresa entrega valor, atende seus clientes e gera receita. Neste conteúdo, você vai entender o que é um modelo de negócio, como ele se diferencia de um plano de negócio e quais são seus principais componentes.

Também veremos como estruturar um modelo eficiente, quais são os formatos mais usados no mercado, os erros mais comuns ao montar um modelo e quando vale a pena revisá-lo.

O que é um modelo de negócios?

Um modelo de negócio descreve como uma organização cria, entrega e captura valor. Ele define a lógica de funcionamento de uma empresa, conectando o que ela oferece com o que o mercado valoriza.

 

Nos estudos de Chesbrough e Rosenbloom (2002), o modelo de negócios é descrito como a ferramenta que liga o potencial técnico de uma tecnologia ao seu mercado possível. É esse modelo que permite transformar ideias técnicas em valor comercial real. Para isso, o empreendedor precisa entender qual estrutura de negócio conseguirá extrair esse valor, tarefa que exige análise e adaptação constantes.

 

Embora o termo "modelo de negócio" tenha surgido na literatura ainda em 1957, só ganhou força nos anos 1990, quando a internet impulsionou o nascimento das "empresas ponto com". Naquele contexto, a necessidade de sintetizar e comunicar a lógica dos negócios a investidores levou ao uso mais frequente do conceito 

 

Mais do que uma descrição estática, o modelo de negócio é um instrumento dinâmico. Ele ajuda empreendedores a testar hipóteses, estruturar ideias e alinhar estratégias. Sua clareza pode determinar o sucesso ou o fracasso de um projeto em desenvolvimento.

Diferença entre modelo de negócio e plano de negócio

Embora os dois termos sejam usados com frequência no ambiente empresarial, modelo de negócio e plano de negócio não são a mesma coisa. Cada um tem finalidades distintas e é utilizado em etapas diferentes da construção de um empreendimento.

 

modelo de negócio é uma representação visual e simplificada de como uma empresa cria, entrega e captura valor. Ele descreve os componentes-chave da operação: proposta de valor, segmento de clientes, canais, fontes de receita, entre outros. A ferramenta mais comum para esse mapeamento é o Business Model Canvas.

 

Já o plano de negócio é um documento mais extenso e detalhado. Ele traduz o modelo em projeções, metas e análises, como estudo de mercado, plano financeiro, estratégias de marketing, análise de viabilidade e estrutura operacional. É usado para validar uma ideia, captar investimento ou orientar a execução de longo prazo.

 

De forma prática:

 

  • O modelo de negócio mostra o que a empresa pretende fazer e como.
  • plano de negócio explica como isso será executado, com dados, prazos e previsões.

     

Empresas em fase inicial costumam começar com o modelo de negócio para validar hipóteses de valor e mercado. Quando há sinal de viabilidade, o plano de negócio é desenvolvido para detalhar como essa operação vai acontecer na prática.

Principais componentes de um modelo de negócio

Um modelo de negócio eficiente precisa mapear os pontos críticos que sustentam o funcionamento de uma empresa. Esses componentes ajudam a entender como a empresa entrega valor ao cliente e gera receita de forma sustentável.

Proposta de valor

É o centro do modelo. Representa o que a empresa oferece que resolve um problema ou atende uma necessidade do cliente. Pode ser um produto, serviço, experiência ou combinação disso. A clareza da proposta de valor define a relevância da empresa no mercado.

Segmentos de clientes

Define quem são os públicos atendidos. Uma empresa pode atuar em mais de um segmento, mas é essencial identificar os perfis prioritários, suas dores, comportamentos e expectativas. Isso permite alinhar oferta e comunicação.

Canais

Mostram como o produto ou serviço chega até o cliente. Inclui canais de distribuição (físicos ou digitais), comunicação e vendas. Avaliar quais canais são mais eficazes para cada perfil de cliente é parte da construção de valor.

Relacionamento com clientes

Determina como a empresa se conecta com seus clientes antes, durante e após a venda. Pode incluir suporte, programas de fidelidade, automação de atendimento ou serviços personalizados. A estratégia de relacionamento impacta diretamente a retenção.

Fontes de receita

Explicam como a empresa gera dinheiro com sua proposta de valor. Pode ser venda direta, assinatura, licenciamento, freemium, comissão, entre outros modelos. Ter clareza sobre essa estrutura permite avaliar a viabilidade e a escalabilidade do negócio.

Recursos principais

São os ativos essenciais para que o modelo funcione. Podem ser físicos (equipamentos), intelectuais (patentes, marcas), humanos (especialistas) ou financeiros. Devem estar alinhados com a entrega da proposta de valor.

Atividades principais

Representam as ações centrais que a empresa precisa realizar para entregar valor ao cliente. Por exemplo, no setor de software, pode ser o desenvolvimento contínuo da plataforma. Já no varejo, pode ser a gestão logística e de estoque.

Parcerias principais

Nem toda atividade precisa ser interna. As parcerias viabilizam a operação por meio de alianças com fornecedores, distribuidores, canais ou parceiros estratégicos. Elas ajudam a reduzir riscos, acessar novos mercados ou complementar competências.

Estrutura de custos

Reúne os principais custos necessários para manter o modelo funcionando. Inclui despesas com pessoal, infraestrutura, marketing, tecnologia, logística, entre outros. Esse mapeamento ajuda a identificar onde é possível otimizar e escalar.

Como estruturar um modelo de negócio eficiente

A criação de um modelo de negócio deve ser objetiva e alinhada com a realidade do mercado. Mais do que preencher um quadro, estruturar um modelo exige raciocínio estratégico e entendimento da proposta de valor. 

 

  • Defina o problema que será resolvido

Todo modelo de negócio começa pela identificação clara do problema ou necessidade do cliente. Sem isso, a proposta de valor perde força. Evite generalizações: quanto mais específico o problema, mais eficaz será o direcionamento do modelo.

 

  • Escolha um segmento de clientes bem delimitado

A segmentação permite direcionar melhor os recursos, canais e estratégias de relacionamento. Identifique perfis com comportamentos e necessidades semelhantes. Negócios que tentam atender a todos, geralmente falham em gerar valor real para alguém.

 

  • Construa sua proposta de valor com base em diferenciação

A proposta de valor deve mostrar por que sua solução é relevante e diferente das demais opções. Não precisa ser única no mundo, mas precisa ser percebida como melhor por quem consome.

 

  • Mapeie os canais de entrega e comunicação

Os canais certos tornam sua solução acessível e compreensível para o público-alvo. Avalie tanto os canais de venda quanto os de distribuição e pós-venda. A eficiência do modelo também depende da experiência de acesso.

 

  • Escolha um modelo de receita compatível com seu mercado

Identifique como a empresa vai gerar receita de forma previsível e sustentável. Avalie o que faz mais sentido: venda direta, assinatura, comissão, licença de uso, entre outros. O modelo deve estar alinhado com o comportamento de compra do cliente.

 

  • Liste os recursos e atividades essenciais

Elenque o que será crucial para operar o modelo sem desperdício. Isso inclui infraestrutura, tecnologia, equipe técnica, conhecimento ou ferramentas específicas. Evite excessos ou dependência de recursos escassos.

 

  • Defina parcerias estratégicas

Nem tudo precisa ser feito internamente. Parcerias ajudam a reduzir riscos e acelerar a operação. Fornecedores confiáveis, canais parceiros, distribuidores ou alianças com empresas complementares aumentam a robustez do modelo.

 

  • Estruture os custos do modelo com base em priorização

Mapeie os principais custos fixos e variáveis. Entenda quanto custa operar sua proposta de valor e quais atividades demandam mais investimento. Um modelo eficiente equilibra geração de valor e controle de custos.

 

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Modelos de negócio mais utilizados atualmente

Escolher o modelo de negócio certo faz diferença nos resultados e na escalabilidade da operação. Abaixo, veja os modelos mais aplicados hoje em diferentes setores. Cada um tem vantagens, desafios e exigências próprias. O ideal é adaptá-los à proposta de valor, comportamento do cliente e à capacidade de entrega da empresa.

 

Modelo de assinatura

Neste modelo, o cliente paga um valor recorrente ( mensal, trimestral ou anual) para ter acesso contínuo a um serviço ou produto.

  • Aplicações comuns: plataformas de streaming, clubes de assinatura, softwares SaaS.
  • Vantagens: previsibilidade de receita e maior retenção de clientes.
  • Ponto de atenção: o valor percebido precisa ser mantido continuamente para evitar cancelamentos.

 

Modelo freemium

Combina uma oferta gratuita com funcionalidades pagas. O objetivo é atrair uma base ampla de usuários e converter parte dela em clientes pagantes.

  • Aplicações comuns: serviços digitais, aplicativos, ferramentas online.
  • Vantagens: baixo custo de aquisição e expansão rápida da base de usuários.
  • Ponto de atenção: a taxa de conversão precisa ser suficiente para sustentar o negócio.

 

Modelo marketplace

A empresa cria uma plataforma que conecta compradores e vendedores, atuando como intermediária nas transações.

  • Aplicações comuns: e-commerce, delivery, serviços de aluguel.
  • Vantagens: escalabilidade e diversificação da oferta sem precisar produzir.
  • Ponto de atenção: dependência da liquidez do mercado e do equilíbrio entre oferta e demanda.

 

Modelo de franquia

A empresa licenciadora permite que terceiros operem sob sua marca, seguindo um padrão de negócio validado.

  • Aplicações comuns: alimentação, estética, educação, serviços.
  • Vantagens: expansão rápida com menor investimento próprio.
  • Ponto de atenção: exige controle de qualidade e padronização para proteger a marca.

 

Produto como serviço (PaaS)

O cliente paga pelo uso contínuo de um produto, sem precisar adquiri-lo. É um modelo cada vez mais adotado com foco em recorrência.

  • Aplicações comuns: tecnologia, equipamentos, mobilidade (bicicletas, carros).
  • Vantagens: fidelização do cliente e menor barreira de entrada.
  • Ponto de atenção: demanda gestão eficiente de ativos e logística.

Erros comuns ao definir um modelo de negócio

Definir um modelo de negócio eficiente exige mais do que preencher quadros ou seguir tendências. Um dos erros mais recorrentes é começar pela solução sem validar se o problema realmente existe. Isso gera ofertas bem estruturadas, mas sem relevância de mercado. A lógica deveria ser inversa: identificar uma necessidade real, entender o comportamento do público e só depois pensar na proposta de valor.

 

Outro ponto crítico está na definição do público-alvo. Modelos mal segmentados tentam atender perfis diversos ao mesmo tempo, mas acabam sem força em nenhum deles. Sem uma segmentação clara, a comunicação falha e os canais são mal utilizados. Isso compromete tanto a aquisição de clientes quanto a retenção.

 

A proposta de valor também costuma ser vaga ou pouco diferenciada. Negócios que entregam mais do mesmo entram em disputa por preço, o que dificulta a escalabilidade e reduz margens. A diferenciação deve ser percebida pelo cliente, seja pela conveniência, preço, experiência ou funcionalidade.

 

Um erro que aparece com frequência envolve a escolha do modelo de receita. Muitas empresas adotam estruturas incompatíveis com o comportamento de compra do seu público.

 

Por exemplo, cobrar por assinatura em um serviço usado esporadicamente pode gerar desistências e baixa conversão. O modelo precisa se ajustar à forma como o cliente enxerga valor e deseja pagar.

 

Por fim, subestimar os recursos necessários para operar o modelo é um risco alto. Uma estrutura que exige equipe técnica especializada, investimento constante em tecnologia ou logística complexa pode ser inviável sem capital e experiência.

 

Sem o mapeamento claro dos custos e das atividades essenciais, a sustentabilidade do negócio fica comprometida desde o início.

Evitar esses erros é parte do processo de construir um modelo viável, claro e alinhado com a realidade do mercado. Entender onde os projetos costumam falhar permite tomar decisões mais seguras e adaptar o modelo com mais agilidade.

Quando e como revisar seu modelo de negócio

Modelos de negócio não são estruturas definitivas. Eles precisam ser revistos sempre que o mercado, o comportamento dos clientes ou os próprios objetivos da empresa mudam. Um erro comum é manter a mesma lógica operacional mesmo quando os sinais indicam que algo precisa ser ajustado. Negócios eficientes aprendem a identificar o momento certo para revisar seu modelo e adaptar suas estratégias.

 

Uma revisão é recomendada quando o negócio passa por mudanças importantes, como entrada de novos concorrentes, queda na conversão de vendas, alterações no perfil do cliente ou novos canais de distribuição. Situações como lançamentos de produtos, expansão de mercado ou digitalização de processos também exigem reavaliações. 

 

Em vez de esperar resultados negativos se acumularem, o ideal é monitorar continuamente os indicadores que sustentam o modelo, como custo de aquisição, taxa de cancelamento, feedbacks e mudanças no comportamento de compra.

 

Revisar um modelo de negócio não significa começar do zero. O processo pode ser feito com base na ferramenta que já está sendo usada, como o Business Model Canvas. O objetivo é testar hipóteses e entender o que continua fazendo sentido e o que deve ser ajustado. Pode ser necessário mudar o canal de vendas, modificar a proposta de valor ou reestruturar a fonte de receita. O importante é que cada mudança seja validada com dados e alinhada ao contexto atual do negócio.

 

Além de observar o mercado externo, a revisão interna também é essencial. Se a equipe tem dificuldade em executar atividades críticas ou se os custos estão acima do previsto, é sinal de desalinhamento. Nesses casos, adaptar o modelo pode representar ganho de eficiência e melhoria nos resultados.

 

Um modelo de negócio atualizado aumenta a capacidade de adaptação da empresa e reduz riscos de perda de competitividade. Manter essa estrutura em revisão contínua é uma prática comum em empresas que crescem de forma sustentável e conseguem responder rapidamente às mudanças do ambiente de negócios.

 

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Virgilio Marques Dos Santos

Virgilio Marques Dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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