Diagrama de Precedência: Tipos, Uso e Como Montar
Gestão de Projetos

09 de setembro de 2018

Última atualização: 17 de setembro de 2025

4 tipos de Relações no Método de Diagrama de Precedência

Organizar a sequência correta das atividades é um dos principais desafios no gerenciamento de projetos. O método de diagrama de precedência (PDM) oferece uma forma estruturada de representar essas relações, facilitando a criação de cronogramas realistas e eficientes.

Neste conteúdo, você vai entender o que é o diagrama de precedência, quais são os tipos de relação entre atividades, como identificar dependências, além de ver aplicações práticas, erros comuns e orientações para construir seu próprio diagrama.

O que é o Diagrama de Precedência?

Método de Diagrama de Precedência (PDM) é uma técnica usada no gerenciamento de projetos para representar visualmente a sequência lógica entre atividades. Nesse método, as atividades são organizadas em um diagrama com nós e setas, indicando relações de precedência, ou seja, qual tarefa depende da outra para começar ou terminar.

Diferente de outras abordagens mais lineares, o PDM permite visualizar dependências complexas entre tarefas, facilitando o planejamento do cronograma e a identificação de possíveis gargalos.

No contexto da gestão de projetos, o uso do PDM é comum em cronogramas elaborados com softwares como Microsoft Project, onde as relações entre atividades (como término para início ou início para início) são fundamentais para estimar prazos de forma realista. Esse método é particularmente útil em projetos com múltiplas frentes de trabalho, onde o encadeamento correto das tarefas influencia diretamente no sucesso da entrega.

Os 4 tipos de relações no Método de Diagrama de Precedência

Visto que, para completar o diagrama de rede de um projeto com o método de diagrama de precedência, usamos 4 tipos de relações entre as atividades. Neste caso, essas relações no método de diagramas de precedência são:

  • Concluir-para-Iniciar (FS, Finish-to-start);
  • Começar-para-começar (SS, Start-to-start);
  • Concluir até finalizar (FF, Finish-to-finish);
  • De início a fim (SF, Start-to-finish).

Vamos examinar cada uma das relações no diagrama de precedência. 

FS (Finish‑to‑Start) – Concluir para iniciar

É a relação mais comum. A atividade sucessora só pode começar após o término da predecessora.
Exemplo: uma equipe só pode iniciar a instalação elétrica (atividade B) depois que a estrutura da construção for finalizada (atividade A).
Neste caso, A → B com relação FS.

Essa relação ajuda a manter o cronograma organizado e evita sobreposição indevida entre etapas dependentes.

SS (Start‑to‑Start) – Começar para começar

Nesta relação, as duas atividades devem começar ao mesmo tempo ou com um intervalo definido. A sucessora não precisa esperar a predecessora terminar, apenas iniciar.
Exemplo: a aplicação de revestimento (atividade B) pode começar assim que o reboco da parede (atividade A) for iniciado.

É útil quando as atividades podem ser realizadas em paralelo, com monitoramento de prazos.

FF (Finish‑to‑Finish) – Concluir para finalizar

A atividade sucessora só pode ser finalizada após o término da predecessora.
Exemplo: a conferência final de um documento (atividade B) deve terminar junto com a revisão técnica (atividade A). Ambas podem ocorrer em momentos diferentes, mas devem ser concluídas próximas.

Esse tipo de relação é importante para controlar a conclusão simultânea de atividades interligadas.

SF (Start‑to‑Finish) – Início para Término

Menos comum, esta relação indica que a predecessora deve iniciar para que a sucessora possa terminar.
Exemplo: em trocas de turno, o operador do novo turno (atividade A) precisa iniciar sua jornada antes que o anterior (atividade B) possa encerrar a dele.

Apesar de raro, o SF é aplicável em processos contínuos ou atividades que envolvem substituições imediatas.

Em seguida vamos examinar a dependência e cada tipo de dependência no Método de Diagrama de Precedência, um por um:

O que é a dependência entre atividades

No gerenciamento de projetosdependência entre atividades é a relação que define a ordem de execução das tarefas. Uma atividade pode depender do início ou do término de outra para ser iniciada ou concluída. Essas conexões são fundamentais para construir um cronograma coerente e evitar atrasos no projeto.

Ao estabelecer dependências, o planejador determina como as tarefas se influenciam mutuamente, garantindo que recursos sejam usados com mais eficiência e que etapas críticas não sejam ignoradas. 

Tipos de dependência em projetos

No método de diagrama de precedência, as dependências entre atividades podem ser classificadas de quatro formas: obrigatória, discricionária, externa e interna. Cada tipo representa uma lógica diferente de encadeamento entre tarefas, com impactos diretos na construção do cronograma.

Obrigatória

dependência obrigatória, também chamada de lógica rígida, é inerente à natureza do trabalho. Ela não pode ser ignorada nem modificada sem comprometer a entrega.

Exemplo: em um projeto de software, uma tela precisa ser desenvolvida antes de ser testada. Não é possível testar algo que ainda não foi implementado. Essa sequência representa uma dependência obrigatória entre as tarefas de desenvolvimento e teste.

Discricionária

Também conhecida como lógica preferencial ou “soft”, a dependência discricionária é determinada pela equipe de planejamento. Ela não é imposta pela natureza do trabalho, podendo ser ajustada conforme a estratégia do projeto.

Exemplo: um membro da equipe tem três tarefas atribuídas. A ordem atual delas foi definida por conveniência, mas pode ser reorganizada para antecipar prazos ou otimizar o uso de recursos. Nesse caso, a sequência é flexível e representa uma dependência discricionária.

Externa

As dependências externas são causadas por fatores fora do controle da equipe do projeto. Elas envolvem restrições ou entregas de terceiros que impactam o andamento das atividades internas.

Exemplo: a liberação de uma licença ambiental, emitida por um órgão regulador, pode ser condição para iniciar uma obra. Até que o documento seja aprovado, o projeto não avança. Isso caracteriza uma dependência externa.

Interna

dependência interna ocorre entre atividades dentro do próprio projeto, mas não é obrigatoriamente rígida. Ela reflete decisões da equipe ou condições operacionais que exigem uma sequência lógica.

Exemplo: no projeto de um edifício, o time de arquitetura deve finalizar o projeto estrutural antes do início da construção. Ainda que seja possível rever essa ordem, mantê-la contribui para um fluxo de trabalho mais organizado. Também pode ocorrer entre tarefas atribuídas a um mesmo profissional, que precisa concluir uma para iniciar outra.

Aplicações, erros comuns e dicas

Entender os tipos de relação e dependência no método de diagrama de precedência é essencial. Mas, na prática, surgem dúvidas que podem comprometer o planejamento. Abaixo, veja como aplicar corretamente esses conceitos, evitar erros e usar recursos adicionais como leadlag.

Exemplos em diferentes setores:

As relações de precedência são aplicadas em diversos contextos:

  • Construção civil: antes de iniciar a pintura (atividade B), é necessário terminar o reboco (atividade A) – relação Finish-to-Start (FS).
  • Tecnologia da informação: tarefas como testes e validações costumam ter relação de término para término (FF), pois devem ser finalizadas em paralelo com outras etapas.
  • Serviços: na elaboração de uma proposta comercial, é comum usar a relação Start-to-Start (SS) entre a análise de viabilidade e a criação do documento.

Como evitar confusão entre dependência e relação

Um erro recorrente é confundir tipos de dependência (obrigatória, externa etc.) com tipos de relação lógica (FS, SS, FF, SF).

  • Dependência define a origem da necessidade de sequenciar as tarefas (externa, interna, técnica ou preferencial).
  • Relação lógica indica como as atividades estão ligadas no tempo.

Ou seja, uma dependência obrigatória pode estar representada com uma relação FS, mas o inverso nem sempre é verdade.

Uso de leadlag

Além das relações padrão, o PDM permite configurar intervalos de antecipação (lead) ou atraso (lag) entre atividades.

  • Lead: permite que a atividade sucessora comece antes do término total da predecessora. Exemplo: iniciar testes antes de concluir 100% do desenvolvimento.
  • Lag: insere um tempo de espera após o término da primeira tarefa antes que a segunda possa começar. Exemplo: esperar 2 dias após concretar uma laje antes de iniciar a instalação elétrica.

Usar leadlag com critério pode tornar o cronograma mais realista, sem comprometer a lógica do projeto.

Como fazer um diagrama de precedência

A criação de um diagrama de precedência segue uma lógica simples, mas exige atenção ao detalhamento das atividades e à definição correta das relações. O objetivo é montar uma representação visual do cronograma com base nas conexões entre as tarefas do projeto.

Veja abaixo o passo a passo:

1. Liste todas as atividades do projeto
Comece identificando todas as tarefas necessárias para entregar o escopo. Cada atividade deve ser clara, objetiva e mensurável. Essa lista será a base do diagrama.

2. Defina a ordem lógica das atividades
Com a lista pronta, determine quais tarefas dependem de outras. Para isso, analise se existe alguma dependência obrigatória, discricionária, interna ou externa. Em seguida, escolha o tipo de relação (FS, SS, FF ou SF) entre elas.

3. Monte os nós do diagrama
No PDM, cada atividade é representada por um  (geralmente um retângulo). Conecte esses nós com setas que indicam as relações de precedência. As setas mostram a direção da execução, de acordo com o tipo de ligação definido.

4. Aplique lead ou lag se necessário
Se for necessário ajustar prazos com antecipações ou atrasos entre atividades, aplique valores de lead (adiantamento) ou lag (espera). Isso reflete melhor a realidade do projeto.

5. Revise e valide com a equipe
Antes de usar o diagrama para orientar o cronograma, valide com os responsáveis de cada atividade. Certifique-se de que as dependências estão corretas e que não há omissões.

Criar o diagrama com o apoio de ferramentas digitais, como Microsoft Project, Lucidchart ou softwares de gestão integrados, agiliza o processo e reduz erros.

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Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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