Fordismo
Melhoria de Processos

14 de novembro de 2020

Última atualização: 20 de abril de 2023

Fordismo: Entenda o conceito, as características e sua história

O Fordismo é um marco na história da evolução dos processos produtivos. O sistema, criado com o objetivo de massificar a produção industrial, capacitou diversas empresas a ampliar suas linhas de produção com menores custos e maiores ganhos em eficiência. Neste artigo, discutiremos esses e demais aspectos do sistema de Henry Ford, confira.

O que é Fordismo?

O Fordismo consiste em um sistema de produção industrial idealizado e difundido pelo empresário Henry Ford. Como fundador da Ford Motor Company, em 1914, Henry tinha o objetivo de atingir um nível produtivo em que a eficiência industrial atingisse seu ápice. Para isso, criou o método batizado de Fordismo, comprovando que a produção massificada, e padronizada, atingia uma capacidade de produção ímpar.

Em suma, Ford implementou uma linha de montagem que visava a padronização de todos os processos operacionais. Isso foi possível através da implementação de uma série de melhorias e planejamento estratégico. No fim, a proposta de Ford atingiu seu objetivo, a produção era eficiente, acelerada, barata e padronizada, tornando-se o sistema de produção adotado em todo o mundo no século XX, com uma alta aderência entre as décadas de 20 e 70.

A origem

A prática do Fordismo teve origem, como dissemos, em 1914. Ford se apoiou nas ideias de outro visionário, Frederick Taylor, que anos antes havia desenvolvido um sistema produtivo que se baseava no tempo de movimento dos trabalhadores, o Taylorismo

Ao se apoiar nos fundamentos do Taylorismo, Ford melhorou as ideias de Taylor e as adaptou à realidade automotiva americana. Essa evolução tornou o Fordismo um símbolo da Segunda Fase da Revolução Industrial, contribuindo, por exemplo, para a expansão de mercado e crescimento das empresas que produziam bens em massa. 

Quais as 4 características do Fordismo?

O modelo fordista de produção é explicado através de quatro características principais. Confira:

Aumento da produtividade e produção massificada

O principal fundamento do Fordismo é a alta, e ganho, de produtividade para que a produção massificada seja possível. Esse aumento se dá pela baixa necessidade de requisitos do colaborador, tornando-o “especialista” em uma atividade única.

Por um lado, isso acelerou as linhas produtivas como um todo. Por outro, a falta de requisitos e qualificação condenava o futuro do profissional, que conhecia apenas uma função e não compreendia o processo inteiro.

Estímulo ao consumo em massa

Ford fundamentou seu sistema não só na alta produtividade, mas, também, no fomento ao consumo de massa. A ideia era que seus automóveis fossem consumidos em grandes quantias. Mas, para que isso funcionasse, o consumidor necessitava um poder de compra.

Por isso, Ford, foi um grande “defensor” do aumento salarial e concessão de crédito aos trabalhadores. Além disso, Ford foi adepto da propaganda para promover e difundir sua marca e principais modelos.

Baixas condições laborais

O modelo fordista de produção era extremamente  repetitivo, padronizado, maçante e desgastante para os trabalhadores. Não havia uma “saúde” do espaço de trabalho, menos ainda do trabalhador.

Esse cenário de condições adversas é retratado, por exemplo, em crítica feita pelo ator Charles Chaplin, no clássico “Tempos Modernos”.

Pouca variedade para consumo

A frase “O cliente pode ter o carro da cor que quiser, desde que seja preto” é um marco do Fordismo. O motivo é que a personalização de um bem, como o automóvel, era incompatível quando calculada junto da redução dos custos de produção, possibilitada pelo modelo produtivo.

Ford, então, produzia carros pretos, pois a tinta custava menos e secava mais rápido, acelerando, assim, a produção.

Qual o principal objetivo do fordismo?

O principal objetivo do fordismo era aumentar a eficiência e a produtividade da produção, reduzindo os custos e, consequentemente, tornando os produtos mais acessíveis ao consumidor final. Isso foi alcançado através da introdução de novas técnicas de produção, como a linha de montagem e a produção em série, além de uma reorganização da fábrica e do trabalho para maximizar a eficiência. Além disso, o fordismo também incluía a política de "cinco dólares por dia" para os seus trabalhadores, o que permitia que eles pudessem comprar os carros que eles mesmos produziam, aumentando assim a demanda do produto.

Como o Fordismo funciona na prática?

Ao apropriar-se e melhorar os princípios do Taylorismo, Ford reduziu a complexidade do trabalho e eliminou desperdícios, enquanto buscava a produtividade plena e máxima. As tecnologias da época contribuíram para que o Fordismo avançasse sobre outros modelos. As esteiras rolantes, por exemplo, viabilizaram o layout ágil que as fábricas precisavam para massificar o processo produtivo.

Essa linha de montagem automatizada foi um marco da produção fordista. Na prática, os trabalhadores ficavam parados em seus postos, reduzindo desperdícios de tempo com o movimento que outros modelos de produção adotavam. O processo então, tornou-se mais organizado e linear. O ganho de ritmo e agilidade eram facilmente percebidos. 

Para concluir, o Fordismo funciona a partir de três princípios básicos de produção - e estes princípios fundamentam as características do modelo, que apresentaremos a seguir - sendo eles: Intensificação, Produtividade e Economia. 

A ideia é que a intensificação age na redução do tempo de produção, o que significa um tempo de espera reduzido por parte do consumidor, por exemplo. A produtividade aborda a capacidade da mão de obra repetitiva e contínua que, consequentemente, resulta em uma padronização do processo. Por fim, a economia tem como foco a redução de custos na produção a um mínimo necessário, por meio da produção em massa.

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O que se conseguiu com o Fordismo?

O Fordismo teve um impacto significativo na história da produção em massa e na economia global. Algumas das conquistas e realizações do Fordismo incluem:

  • Redução dos custos de produção: O sistema de produção em massa permitiu que os custos unitários de produção fossem reduzidos significativamente, o que tornou os produtos mais acessíveis para a população em geral.
  • Aumento da produtividade: O Fordismo aumentou a produtividade dos trabalhadores, permitindo que as empresas produzissem mais produtos em menos tempo.
  • Expansão do mercado consumidor: Com a redução dos preços e o aumento da produção em massa, mais pessoas puderam comprar produtos, o que expandiu o mercado consumidor.
  • Criação de empregos: A produção em massa aumentou a demanda por trabalhadores, o que gerou empregos na indústria e em outras áreas, contribuindo para o crescimento econômico.
  • Avanços tecnológicos: O Fordismo impulsionou o desenvolvimento de novas tecnologias e processos de produção, incluindo a automação e a linha de montagem.
  • Melhoria das condições de trabalho: O Fordismo também trouxe melhorias nas condições de trabalho, como redução da jornada de trabalho e aumento dos salários e benefícios sociais.
  • Transformação da indústria: O Fordismo transformou a indústria e a maneira como os produtos eram produzidos, inaugurando uma nova era de produção em massa e influenciando a organização do trabalho em todo o mundo.

Essas são algumas das conquistas do Fordismo que transformaram a economia global e mudaram a maneira como os produtos eram produzidos e distribuídos.

Quais são os benefícios do Fordismo?

O fordismo é uma técnica de produção em massa que foi desenvolvida e implementada pelo empresário americano Henry Ford no início do século XX. Os benefícios do fordismo incluem:

  • Aumento da eficiência na produção: O fordismo utiliza métodos de produção em série, o que permite aumentar a velocidade e a eficiência na produção de bens.
  • Redução de custos: Com a produção em massa, é possível reduzir os custos de produção, o que permite oferecer produtos a preços mais baixos para os consumidores.
  • Criação de empregos: O fordismo também foi responsável por criar muitos empregos, especialmente nas indústrias automotivas e de eletrodomésticos.
  • Melhoria da qualidade de vida: Com a disponibilidade de bens a preços mais baixos, as pessoas foram capazes de adquirir bens de consumo que antes não podiam pagar, melhorando assim a qualidade de vida.
  • Aumento da produção e renda nacional: O fordismo permitiu aumentar a produção e renda nacional, graças ao aumento da eficiência na produção e redução de custos.

O declínio do Fordismo

A prática de produção fordista foi um verdadeiro sucesso, e em poucas décadas conquistou todas as indústrias estadunidenses, expandiu-se para a Europa e foi fator fundamental para recuperação de grandes polos industriais após a Primeira Guerra Mundial.

Entretanto, o modelo de Henry Ford era baseado no acúmulo de grandes estoques, pois focava na produção massificada e barata. Esse acúmulo começou a impactar a economia e resultou em uma crise de superprodução.

Somado a isso, a criação de Leis Trabalhistas, a constante flutuação do petróleo e o surgimento de um novo modelo produtivo no Japão, o Toyotismo - Sistema Toyota de Produção (Toyota Production System) - foram fatores que contribuíram para que o Fordismo entrasse em declínio e, assim, desse espaço para os novos modelos de produção e empresários visionários.

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