Para que serve a excelência operacional
Cases

04 de maio de 2016

Última atualização: 28 de novembro de 2024

Excelência Operacional: o que é e para que serve?

Excelência Operacional é, para muitas empresas, o máximo em eficiência operacional que se pode alcançar.  Para isso, muitas começam desenhando a figura de uma casa.

Neste modelo, listam na fundação quais são os princípios fundamentais da Excelência e, no telhado, colocam indicadores de resultados. Em seguida, traçam os meios utilizando uma analogia com as colunas. 

E você sabe de onde veio este modelo? Quer entender mais sobre os elementos fundamentais dessa estrutura? Acompanhe!

O que é Excelência?

excelência pode ser definida como a capacidade de uma organização entregar consistentemente o máximo valor aos seus clientes e stakeholders, de forma eficiente e sustentável. Trata-se de atingir um alto nível de desempenho em todas as áreas, com base em fundamentos sólidos, processos bem estruturados e objetivos claros. 

No contexto empresarial, a excelência vai além de ferramentas e métodos: é sobre construir um sistema integrado e voltado para resultados duradouros.

No modelo da Casa Toyota, a excelência operacional é simbolizada por uma estrutura que conecta princípios fundamentais, processos robustos e metas claras. 

Apesar de variações no modelo ao longo do tempo, os princípios atemporais permanecem inalterados, servindo como a espinha dorsal para qualquer organização que busque excelência.

É importante entender que ferramentas e princípios, como os do Sistema Toyota de Produção, não são o objetivo final, mas os meios para construir uma operação sólida. 

Princípios Fundamentais da Casa Toyota

No mundo corporativo, a busca por Excelência Operacional é indispensável para que as empresas se mantenham competitivas, eficientes e preparadas para atender às exigências do mercado. 

Nesse contexto, o modelo da Casa Toyota tornou-se modelo de como organizar e sustentar operações de forma sólida e integrada. Criado pela Toyota, esse modelo oferece uma estrutura clara para implementar melhorias contínuas e alcançar resultados sustentáveis.

Ao representar os princípios da Excelência Operacional como uma casa, o modelo ajuda empresas a entenderem a importância de construir fundamentos sólidos, processos robustos e objetivos claros. 

Como surgiu a Excelência Operacional?

A história da figura de uma casa teve início na Toyota, quando ela começou a difundir seu incipiente sistema de produção para além da cidade e do Japão. 

Nessa época, ela sentiu a necessidade de uma fórmula capaz de disseminar, comunicar e treinar fornecedores e colaboradores de forma rápida. Foi então que o jovem Fujio Cho desenhou um modelo de casa para transmitir esses conceitos.

Até hoje, o modelo da Casa Toyota continua sendo a melhor representação simplificada dos princípios e da filosofia do Sistema Toyota de Produção e, por isso, é tão disseminada na hora de outras empresas criarem seus programas de Excelência Operacional. 

Uma casa é uma grande analogia para as verdades que a Toyota aprendeu ao longo de constantes tentativas e erros durante décadas de produção têxtil e veicular. 

Além disso, é uma figura boa para mostrar tanto a sequência e os blocos durante a construção, quanto a durabilidade e as partes físicas de sua estrutura depois de construída. Uma casa estável é forte e duradoura.

Toda casa tem uma base, paredes/colunas e um teto. Além disso, as casas possuem elementos em seu interior, o que, nessa analogia, chama-se princípios. Estes são atemporais, imutáveis e sempre implementados com a convicção e determinação.

Princípios Fundamentais da Casa Toyota

Casa Toyota é um dos modelos mais conhecidos da Excelência Operacional, representando os princípios e práticas do Sistema Toyota de Produção (STP).

Sua estrutura reflete uma abordagem sistêmica e interligada, onde cada componente desempenha um papel crucial na estabilidade e no sucesso da operação

Essa analogia com uma casa real destaca a importância de fundamentos sólidos, processos robustos e metas claras.

1. A Base: é composta pelos princípios fundamentais que sustentam todo o sistema. Esses princípios representam os valores organizacionais e a filosofia que guia as ações. No STP, a base é formada por:

  • Melhoria Contínua (Kaizen): O compromisso de identificar e implementar melhorias nos processos e nas operações.
  • Respeito pelas Pessoas: A valorização dos colaboradores, fornecedores e clientes como parte indispensável para o sucesso do sistema.

2. As Colunas: representam os principais processos e ferramentas que dão suporte às operações e conectam a base aos objetivos organizacionais. As duas colunas principais são: 

  • Just-in-Time (JIT): A produção e entrega no momento certo e na quantidade necessária, eliminando estoques excessivos e desperdícios.
  • Jidoka (Autonomação): A capacidade de identificar problemas automaticamente e interromper o processo para garantir a qualidade antes que defeitos sejam propagados.

3. O Teto: o teto da Casa Toyota representa os objetivos finais que uma organização deseja alcançar. Ele reflete a visão de longo prazo e os resultados esperados, como: 

  • Qualidade Superior: Produtos e serviços que superam as expectativas dos clientes.
  • Custo Competitivo: Redução de custos operacionais sem comprometer a qualidade.
  • Entrega Pontual: Garantia de que os produtos chegam ao cliente no prazo combinado.

4. A interdependência dos Elementos: Assim como em uma casa real, cada parte da Casa Toyota depende das outras para funcionar corretamente. 


Qual é o Racional por Trás da Excelência Operacional?

O modelo de Excelência Operacional, representado pela analogia da Casa Toyota, é uma forma clara e eficaz de transmitir os princípios do Sistema Toyota de Produção (STP). Ele simplifica conceitos complexos, permitindo que empresas compreendam e apliquem práticas que garantem eficiência e sustentabilidade.

A principal ideia por trás desse modelo é que estamos, essencialmente, construindo algo durável e maior do que a soma de suas partes. Assim como uma casa bem projetada e construída, um sistema operacional eficiente deve ser robusto, integrado e motivo de orgulho para quem o implementa.

As ferramentas utilizadas no processo de construção e manutenção são indispensáveis, mas elas não são o foco final. Quando olhamos para uma casa concluída, não enxergamos as ferramentas usadas para construí-la, mas sim o resultado final: uma estrutura sólida e funcional.

Por outro lado, é importante reconhecer um aspecto desafiador dessa analogia. Assim como uma casa física, um sistema operacional pode se deteriorar ou perder eficiência ao longo do tempo. Para evitar isso, ele exige manutenção constante e melhorias frequentes.

Por isso, na filosofia Toyota, é incentivado que todos os colaboradores contribuam para fortalecer e melhorar continuamente a "casa". O objetivo é que cada dia traga uma evolução, mesmo que pequena, assegurando que a Excelência Operacional se mantenha sólida e resiliente diante das mudanças e desafios do mercado.

5 Motivos da Importância da Excelência Operacional:

1. Melhoria na qualidade dos produtos: A implementação de metodologias de melhoria contínua, como o Seis Sigma, reduz variações nos processos, garantindo que os produtos e serviços atendam consistentemente às expectativas dos clientes. A FM2S oferece o curso gratuito Yellow Belt.

2. Redução de custos: processos enxutos e eficientes minimizam desperdícios. A utilização de ferramentas como LeanKaizen, permitem identificar oportunidades para melhorar a produtividade e a qualidade das entregas para os clientes.

3. Melhor experiência do cliente: entrega consistente de valor e qualidade.

4. Aumento da produtividade: equipes mais alinhadas e motivadas trabalham de forma mais eficiente.

5. Sustentabilidade organizacional: a longo prazo, excelência operacional garante competitividade e relevância no mercado.

Exemplo Prático: Excelência Operacional no Varejo

Como exemplo, podemos citar um supermercado de bairro. Neste caso, o que é ser excelente? Ser excelente é possuir produtos que os clientes do bairro desejem, num preço que seja interessante. Além dos clientes, o mercado precisa que seus processos também atendam aos interesses de seus stakeholders, entre eles:

  • Clientes: ter os produtos que os clientes buscam por preços competitivos no mercado;
  • Acionistas: o mercado precisa gerar lucros, por isto, a redução de custos é fundamental;
  • Funcionários: o mercado precisa garantir um bom clima organizacional entre sua equipe, caso contrário, seus processos não serão sustentáveis, já que a troca de funcionários será constante;
  • Munícipes: o mercado precisa gerar empregos para os habitantes da cidade e receitas ao município. Se o mercado não fizer isto, não será excelente;
  • Fornecedores: fornecer ao mercado deve ser algo interessante, caso contrário, crises de desabastecimento irão impactar sua capacidade de atender aos clientes;
  • Vizinhos: o mercado precisa respeitar os vizinhos e atraí-los, caso contrário, irá reduzir suas vendas e provocar processos e protestos que poderão culminar em sua expulsão da região, ou em pelo menos, prejuízos;

Enfim, esta é só uma pequena amostra do caminho para excelência. Para mim, um bom programa de excelência operacional é aquele que possui indicadores e metas (confira o e-book gratuito de indicadores e KPI’sque se forem alcançadas, irão garantir o pleno atendimento de nossos clientes e stakeholders.  Além disto, o programa precisa entregar um método para alcançar estes resultados, seja ele um conjunto de passos a serem implementados ou um método de melhoria para aprendermos quais são os passos.

Deste modo, o segredo da excelência é entendermos o que nossos clientes desejam e quais são os requisitos dos stakeholders. Depois disto, precisamos identificar quais indicadores irão nos mostrar se estamos ou não, entregando o que nossos clientes e stakeholders desejam. Em seguida, precisamos definir o que fazer para alcançarmos os indicadores, ou seja, qual é o meio ou método para sermos excelentes. Por último, traçamos o plano de implantação e manutenção do método e a curva de captura. Depois de tudo isto, poderemos ter a expectativa de alcançarmos a Excelência Operacional em nossa empresa. Se pularmos fases, o risco de não alcançarmos é alto.

 

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Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.