DMAIC e DMADV: diferenças, aplicações e ferramentas
Seis Sigma

29 de setembro de 2018

Última atualização: 16 de abril de 2025

DMAIC e DMADV: diferenças, aplicações e ferramentas

DMAIC e DMADV são metodologias do Seis Sigma utilizadas para melhorar processos ou desenvolver novas soluções dentro das empresas. Cada uma tem uma aplicação específica: enquanto o DMAIC é voltado para aprimorar processos existentes, o DMADV foca na criação de produtos ou serviços do zero, garantindo que atendam às necessidades do cliente desde o início.

Neste artigo, você vai entender o que significa cada siglacomo elas se diferenciamquando aplicar cada abordagem e quais ferramentas utilizar em cada etapa. Se sua empresa busca mais eficiência, qualidade e foco no cliente, entender a diferença entre DMAIC e DMADV é um passo estratégico.

Como DMAIC e DMADV são similares?

DMAIC e DMADV compartilham várias semelhanças importantes. Ambos utilizam ferramentas estatísticas e baseiam suas decisões em dados para resolver problemas relacionados à qualidade. Além disso, ambos têm como objetivo alcançar os objetivos financeiros e estratégicos de uma organização. 

Tanto o DMAIC quanto o DMADV são implementados por profissionais certificados, como Green Belts, Black Belts e Master Black Belts, e visam a redução de defeitos para menos de 3,4 defeitos por milhão de oportunidades (DPMO), que é o padrão de Seis Sigma. Os dois métodos buscam soluções baseadas em fatos e evidências.

Como DMAIC e DMADV são diferentes?

Apesar de compartilharem as três primeiras etapas, DMAIC e DMADV têm diferenças significativas em suas finalidades e abordagens. A principal distinção está nas duas últimas fases de cada metodologia. No DMADV, as etapas de Design (projetar) e Verify (verificar) são voltadas para o desenvolvimento de um novo processo ou produto, garantindo que ele atenda às necessidades do cliente. Já no DMAIC, as etapas de Melhoria (Improve) e Controle (Control) são usadas para otimizar e estabilizar processos existentes.

Outra diferença está no foco das medições. DMAIC mede o desempenho atual do processo, identificando falhas e oportunidades de melhoria. DMADV, por sua vez, mede os requisitos e especificações do cliente, com o objetivo de projetar algo novo que atenda a essas expectativas.

No DMAIC, sistemas de controle são implementados para manter a melhoria ao longo do tempo. Já no DMADV, o modelo de negócio proposto passa por validações e simulações antes de sua implementação, para verificar sua viabilidade e eficácia.

Resumidamente, DMAIC busca aprimorar processos já existentes, enquanto o DMADV é usado para criar novos processos ou produtos que atendam com precisão às exigências dos clientes.

Quando usar o DMAIC e o DMADV?

A escolha entre DMAIC e DMADV depende do estágio em que o processo ou produto se encontra e dos objetivos do projeto.

Quando aplicar o DMADV?

DMADV é a abordagem mais indicada quando a intenção é desenvolver um novo produto, serviço ou processo que ainda não existe ou não possui um modelo eficiente consolidado. Isso inclui situações em que a empresa precisa lançar uma solução inovadora, atender a novos padrões regulatórios ou criar uma estrutura que atenda a requisitos de desempenho mais exigentes.

Além disso, o DMADV também é útil quando os processos atuais foram analisados com DMAIC, mas as melhorias implementadas não atingiram os resultados esperados. Nesse caso, insiste-se em melhorias pontuais pode se tornar ineficiente. O melhor caminho é partir para o redesenho completo, considerando as necessidades do cliente como ponto de partida do projeto.

Essa metodologia permite que o desenvolvimento ocorra com foco total nos requisitos críticos (CTQs – Critical to Quality), utilizando ferramentas como VOC (Voice of the Customer), QFD e DOE para garantir que o resultado final esteja em conformidade com as expectativas desde a fase de concepção.

Quando aplicar o DMAIC?

DMAIC deve ser utilizado quando já existe um produto ou processo, mas ele não está mais atendendo às especificações ou necessidades do cliente. Nesse caso, a metodologia atua melhorando e controlando o desempenho do processo atual, visando à redução de variações e defeitos.

Apoio de especialistas em Seis Sigma

Para empresas que ainda não aplicam metodologias Seis Sigma de forma estruturada, contar com o apoio de especialistas certificados, como Black BeltsMaster Black Belts, pode fazer toda a diferença nos resultados. Esses profissionais possuem formação técnica e experiência prática para diagnosticar cenários complexosestruturar projetos de melhoriagarantir que a metodologia seja aplicada de forma correta desde o início.

Na etapa de decisão entre DMAIC e DMADV, o papel desses especialistas é fundamental. Eles ajudam a analisar o histórico do processo, os dados disponíveis, as necessidades do cliente e os objetivos estratégicos da organização. Com base nessa análise, definem qual abordagem é mais adequada e orientam a condução do projeto com foco em resultados mensuráveis.

Além disso, esses profissionais também capacitam as equipes internas, promovendo uma cultura de melhoria contínua e uso de dados para tomada de decisão. O envolvimento de um Black Belt ou Master Black Belt pode acelerar a curva de aprendizado da organização, evitar erros comuns e alinhar os esforços de melhoria com os objetivos do negócio.

Seja no redesenho de um processo ou na otimização de um fluxo existente, o suporte técnico qualificado reduz riscos e aumenta a efetividade da solução implementada.

 Ferramentas utilizadas no DMAIC e DMADV

Tanto o DMAIC quanto o DMADV utilizam ferramentas estatísticas e analíticas para garantir que decisões sejam baseadas em dados confiáveis. No entanto, como cada abordagem tem finalidades distintas, as ferramentas mais utilizadas também variam conforme o foco de cada fase.

Ferramentas no DMAIC

DMAIC é aplicado em processos existentes que precisam ser melhorados. Suas ferramentas ajudam a entender o problema, identificar causas, testar soluções e manter os resultados. As principais incluem:

  • SIPOC: utilizado na fase "Definir" para mapear processos de forma macro.
  • Voice of the Customer (VOC): capta a percepção dos clientes sobre o processo ou produto atual.
  • Mapeamento de processos: como fluxogramas e diagramas de valor, para visualizar gargalos e ineficiências.
  • Gráficos de controle: monitoram a variabilidade do processo ao longo do tempo.
  • Análise de causa raiz: identifica os principais motivos de falhas.
  • FMEA (Failure Mode and Effects Analysis): avalia riscos e prioriza falhas potenciais.
  • Estatística descritiva e inferencial: usadas para analisar dados com mais precisão e validar hipóteses.

Essas ferramentas são aplicadas de forma estruturada em cada fase do DMAIC: Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar.

Ferramentas no DMADV

DMADV é voltado para o desenvolvimento de novos processos ou produtos, com foco na definição de requisitos e validação de soluções. Suas ferramentas são utilizadas para entender as necessidades do cliente e projetar soluções robustas. As principais incluem:

  • Voice of the Customer (VOC): coleta detalhada dos requisitos do cliente, fundamental para o design.
  • QFD (Quality Function Deployment): traduz as necessidades dos clientes em requisitos técnicos.
  • Análise de benchmarking: compara soluções com as melhores práticas do mercado.
  • DOE (Design of Experiments): permite testar diferentes configurações do novo produto ou processo.
  • Simulações e prototipagem: testam a eficácia do design antes da implementação real.
  • Modelagem estatística e validação: verifica se o projeto atende às especificações esperadas.
  • Planejamento de verificação: define como o novo processo será validado após implementado.

No DMADV, as ferramentas são aplicadas nas fases de Definir, Medir, Analisar, Projetar e Verificar, com foco em garantir desempenho desde o início.

DMAIC ou DMADV: qual escolher para o seu projeto?

Avaliar se um processo deve ser melhorado ou projetado do zero é o primeiro passo. DMAIC resolve falhas de desempenho em processos existentes, enquanto DMADV é a abordagem ideal para criar algo novo com foco no cliente.

Para aplicar com precisão, é recomendável o suporte de profissionais Green BeltBlack Belt ou Master Black Belt.

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Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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