Entender a diferença entre custos variáveis e custos fixos é essencial para qualquer negócio que queira manter uma boa saúde financeira. Essa separação não serve apenas para fins contábeis ela influencia diretamente o preço de venda, a margem de lucro e até as decisões sobre produção e investimentos.
Neste guia, você vai entender o que são custos variáveis, como calculá-los, quais são os mais comuns (incluindo alguns que passam despercebidos) e por que essa classificação é fundamental para a gestão financeira. Vamos também abordar exemplos práticos, como o de uma padaria, para que você consiga aplicar o conceito de forma imediata no seu negócio.
O que são custos variáveis?
Custos variáveis são despesas que mudam de acordo com o volume de produção ou de vendas. Quanto mais a empresa produz ou vende, maior será esse custo; quando a produção diminui, ele também reduz. Exemplos comuns incluem matéria-prima, embalagens, comissões de vendas e frete por unidade vendida.
Pense em uma padaria que produz pães, a cada fornada, são gastos mais quilos de farinha, fermento e embalagens. Se a produção aumenta para atender um dia de maior movimento, o custo desses insumos também cresce. Quando há menos clientes, a produção e os custos caem.
Como calcular os custos variáveis
Se os custos variáveis mudam conforme a produção, como calcular esse valor? Para isso basta multiplicar a quantidade produzida pelo custo unitário de cada item.
Fórmula:
Custo variável total = quantidade × custo unitário
Voltando ao exemplo da padaria, se para produzir cada pão francês você gasta R$ 0,80 em farinha, fermento e embalagem, e no dia são assados 1.000 pães, o cálculo fica assim:
1.000 × R$ 0,80 = R$ 800,00 de custos variáveis naquele dia.
Se no final de semana a produção subir para 1.500 pães, o custo também aumenta:
1.500 × R$ 0,80 = R$ 1.200,00.
Perceba como o valor acompanha o ritmo das vendas. Esse acompanhamento ajuda a padaria a prever despesas e definir preços que cubram os custos e ainda gerem lucro.
Qual a diferença entre custo e despesa?
Depois de entender o que são custos variáveis e como calculá-los, vale esclarecer uma dúvida comum: qual é a diferença entre custo e despesa?
A despesa é tudo o que a empresa gasta para se manter em funcionamento, mesmo sem produzir nada. Inclui salários administrativos, aluguel, contas de luz e água, entre outros. Controlar essas despesas é fundamental para manter a saúde financeira e evitar desperdícios.
Já o custo está diretamente ligado à produção ou à prestação de serviços. É o valor gasto para produzir ou adquirir um bem, como os insumos da padaria no preparo dos pães.
Em resumo:
- Custo → relacionado à produção.
- Despesa → relacionada à manutenção do negócio.
Saber separar esses dois conceitos ajuda a organizar melhor o orçamento, prever resultados e tomar decisões mais seguras sobre investimentos.
5 custos variáveis que passam despercebidos
Nem sempre os custos variáveis estão evidentes na planilha. Alguns gastos, embora pequenos, somados ao longo do tempo podem impactar diretamente a margem de lucro. Identificá-los é o primeiro passo para manter o controle financeiro.
1. Desperdício de insumos
Na padaria, farinha ou fermento perdidos por armazenamento inadequado ou preparo incorreto são custos variáveis invisíveis que afetam a produção.
2. Embalagens extras
Trocar embalagens por versões mais caras sem necessidade ou utilizar unidades a mais do que o previsto aumenta o custo por produto vendido.
3. Comissões sobre vendas promocionais
Em períodos de promoções, a comissão continua sendo paga sobre cada item vendido, reduzindo a margem mesmo com alto volume de vendas.
4. Taxas de entrega por unidade
No delivery, cada pedido entregue tem um custo que cresce conforme o número de vendas — e muitas vezes não é recalculado no preço final.
5. Consumo de energia vinculado à produção
O uso de fornos, máquinas ou refrigeração extra em dias de maior produção eleva a conta de energia proporcionalmente à quantidade produzida.
Ao monitorar esses custos “escondidos”, é possível ajustar processos, renegociar fornecedores e proteger a lucratividade.
Depreciação: custo fixo ou variável?
A depreciação é, na maioria dos casos, classificada como custo fixo. Ela representa a perda de valor de um bem ao longo do tempo — como máquinas, equipamentos ou veículos e é calculada de forma periódica, geralmente por mês ou ano.
Esse valor não muda conforme o volume produzido. Por exemplo, se uma padaria tem um forno industrial com vida útil de 10 anos, a depreciação mensal será a mesma, seja produzindo 1.000 pães ou 500.
No entanto, existem situações específicas em que a depreciação pode ser considerada custo variável. Isso ocorre quando o cálculo é feito com base no uso do equipamento, como “horas de funcionamento” ou “quantidade produzida”. Ainda assim, essa abordagem é menos comum na contabilidade empresarial.
Entender a natureza da depreciação é importante para classificá-la corretamente e evitar distorções na análise de custos e na precificação.
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