Corrupção: de onde vem este conceito impregnado no Brasil?
Análise de dados

13 de dezembro de 2016

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Corrupção: de onde vem este conceito impregnado no Brasil?

Como está a corrupção no Brasil?


Corrupção: com a imensa quantidade de notícias borbulhando pela mídia, sobre escândalos de corrupção, começamos a crer que os políticos brasileiros são muito corruptos. Mas, se os políticos são representantes do povo, podemos pensar: será que o povo é corrupto? Será que a corrupção é um traço do povo e, como o político é o representante do povo, ele representa o traço de corrupção? Será que isso é novo? Será que conseguiremos extirpá-la de nossa cultura?


Na busca por respostas, encontrei esse texto, bem recente:




“Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando aos pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que tem ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa da corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou é porque a terra não se deixa salgar. Ou é porque o sal não salga e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhe dão, a não querem receber. ”



Lendo o texto com cuidado, tomamos um susto pela sua atualidade, mas vocês sabem de onde veio este trecho? Pasmem, caros leitores, é do Sermão de Santo Antônio aos Peixes, escrito pelo famoso jesuíta Padre Antônio Viera. Escrito em 1654, em São Luís do Maranhão, Padre Viera consegue exercer toda sua habilidade de oratória e poder satírico ao censurar com severidade os vícios dos colonos. É, caros leitores, nossos vícios datam de 1600.



Corrupção é nova?


Diante disto, fico estarrecido com o choque de realidade: o mundo começou bem antes da nossa geração Y. Quando vejo a enxurrada de “especialistas” publicando seus protestos e repúdios contra a classe política, pergunto-me: será que eles não leem? Será que eles não se interessam pela nossa história para tentar entender um pouco mais o porquê das coisas? Será que eles não buscam pelas causas do efeito chamado corrupção?


Como podem se contentar em falar clichês de repúdio ao comportamento da classe política se, no seu amago, comemoram pelas vantagens indevidas? Quantos empresários foram endeusados pela mídia e aclamados pelo povo antes de vir à tona seus delitos? Quantas empresas lançaram livros sobre sua história de sucesso e devoção ao trabalho, omitindo o seu departamento de propina estruturado das páginas? Por que, senhores, por que as coisas acontecem desta maneira?



Quais nossos Sonhos para acabar com a corrupção?


Não adianta, repito, apelarmos para o lugar comum e clamarmos pela lisura e pelo pensamento e atitude em prol do bem comum. Campanhas só dão certo momentaneamente. Não são perenes e não eliminam a causa do problema. Qual o % de leis que um brasileiro médio respeita? Quantas vezes escutamos alguém falando que não respeita a lei, por considerar absurda? E, quantas vezes escutamos um deputado defender sua lei absurda, pois ampara-se no costume de resolver problemas por decreto?

Falamos em corrupção política, corrupção por parte dos empresários, dos cidadãos comuns, mas, como é dentro das empresas? Será que a meritocracia é um valor compartilhado por todos? Numa grande empresa, será que conseguimos enxergar os desvios na hora de promover, ser promovido, enaltecer, elogiar? Claro que sim. A teoria dos sistemas complexos nos mostra que a taxa média de corrupção é distribuída pela população. Políticos não são alienígenas.


Para concluir esse comentário sobre corrupção, coloco a pergunta: como reduzirmos esta característica do povo brasileiro? Sendo humildes e vendo como demais povos fizeram. E, desculpe se estou sendo míope, mas parece-me ser fundamentalmente pela educação. Sem educação, a nação não sairá dessa. Continuaremos com vassalos explorados e colonos cheios de vício, como dizia nosso mestre Padre Viera.



Como a Educação freia a corrupção?


Sei que posso ser um tanto quanto estraga prazeres, mas posts e comentários de não à corrupção não mudarão em nada. Conseguiremos uma redução nos próximos meses, mas aos poucos o assunto vai sendo esquecido e os vícios retornando. 1992? 2005? 2015? Qual será o próximo ano em que teremos escândalos?


A nossa micro contribuição nessa causa, dá-se por meio de nossos cursos gratuitos. Em nossa plataforma EAD, a FM2S disponibiliza uma série de cursos gratuitos. Fazemos isso, pois devemos boa parte de nossa formação ao governo e porquê vemos o poder transformador da educação. Quantos problemas, quantos projetos, quanta economia conseguimos gerar por meio da educação. E, como sabemos que o ano não está fácil para ninguém, continuaremos a lançar certificações gratuitas, para que você possa ajudar o país a mudar. É pela educação que mudaremos esta país, tenho certeza! Seja White Belt, Lean, Green Belt, Black Belt, a educação é a chave para fazermos o país que sonhamos.


 
Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.