Sistema: definição, tipos e aplicação nas empresas
Gestão e Liderança

01 de outubro de 2017

Última atualização: 29 de agosto de 2025

O que é um sistema e como funciona nas organizações

O termo sistema está presente em diferentes áreas do conhecimento, mas nem sempre é compreendido. No dia a dia das organizações, entender esse conceito ajuda a alinhar pessoas, processos e recursos em torno de objetivos comuns.

Um sistema não é apenas um conjunto de elementos. Ele envolve relações entre partes que, quando bem gerenciadas, geram valor, favorecem a cooperação e sustentam os resultados da organização.

Neste artigo, vamos explicar o que é um sistema, apresentar seus principais tipos e mostrar como ele se aplica no contexto organizacional. A ideia é trazer uma visão estruturada que apoie tanto gestores quanto profissionais na condução de seus trabalhos.

O que é um sistema?

Sistema é um conjunto de elementos interconectados que trabalham em função de um objetivo comum. Esses elementos podem ser pessoas, processos, tecnologias ou estruturas físicas. Eles interagem entre si, formando um todo que possui comportamento próprio, diferente da simples soma das partes.

Tipos de sistema e suas definições

Os sistemas são classificados de acordo com sua estrutura, finalidade e interação com o ambiente. A seguir, veja os principais tipos:

  • Sistemas abertos: interagem com o ambiente externo, trocando informações, energia ou recursos. Empresas são sistemas abertos, pois dependem de fatores como mercado, clientes e fornecedores.
  • Sistemas fechados: têm pouca ou nenhuma troca com o ambiente. São mais previsíveis e autônomos. Um exemplo seria um experimento controlado em laboratório.
  • Sistemas físicos: compostos por elementos tangíveis, como máquinas, equipamentos e infraestrutura. Um sistema de produção industrial se enquadra nessa categoria.
  • Sistemas abstratos: formados por conceitos, teorias ou modelos. Diagramas, algoritmos e representações matemáticas são exemplos de sistemas abstratos.
  • Sistemas naturais: ocorrem na natureza, como o ciclo da água ou os ecossistemas. Possuem organização própria e não são criados pelo ser humano.
  • Sistemas artificiais: projetados pelo ser humano para fins específicos, como softwares, organizações ou máquinas. São os mais comuns no ambiente empresarial.

Essas variações ajudam a reconhecer como o conceito de sistema se aplica a diferentes cenários, inclusive nas organizações. A seguir, vamos entender como o sistema se manifesta no contexto corporativo, com foco na interdependência entre áreas, metas e pessoas.

Sistema no contexto organizacional

No ambiente corporativo, um sistema pode ser visto como a própria organização. Nele, todas as áreas, como produção, marketing, finanças e RH, estão interligadas e precisam atuar de forma coordenada para atingir os resultados esperados.

Importância de objetivos claros no sistema

Para que isso aconteça, é essencial que o objetivo do sistema esteja claro para todos os envolvidos. Desde a liderança até os níveis operacionais, cada pessoa precisa compreender a direção da organização, os valores e as metas que devem ser alcançadas.

Por que um sistema precisa ser gerenciado?

Gerenciar um sistema exige entender como essas partes se relacionam entre si. Mesmo que os componentes não estejam formalmente documentados, as conexões existem. E se não forem gerenciadas de forma intencional, cada área pode começar a agir de forma isolada, competitiva e desalinhada com o objetivo geral.

Cooperação entre os componentes é essencial

Um sistema não se organiza sozinho. Se deixado sem gestão, corre o risco de se fragmentar e por isso, a cooperação entre os componentes é fundamental para o desempenho organizacional. A concorrência interna prejudica o resultado do todo, enquanto a colaboração fortalece o sistema como um conjunto funcional.

Sua organização é um sistema?

Uma empresa ou organização pode ter edifícios, mesas, equipamentos, pessoas, água, telefones, eletricidade, gás, serviços municipais. Mas é um sistema? Em outras palavras, existe um objetivo?

Em algumas empresas, o foco excessivo no curto prazo faz com que o único objetivo pareça ser sobreviver ao dia seguinte. Quando não há uma direção definida ou metas de longo prazo, a estrutura até pode funcionar, mas não atua como um sistema coeso.

Desenvolvimento do objetivo

Se uma organização deseja atuar como um sistema, ela precisa ter um objetivo bem definido e esse objetivo precisa estar alinhado com a geração de valor.

Não basta manter estruturas e processos funcionando. Um sistema existe para produzir resultados que importam. No caso de uma empresa, esses resultados precisam atender às necessidades das pessoas, de forma eficiente e sustentável.

O objetivo de um sistema deve ser guiado por valores. Isso exige clareza sobre o que realmente importa e para quem o sistema entrega resultados. Além disso, custo e impacto também devem ser considerados no processo de definição.

Cabe à liderança definir esse direcionamento. O objetivo não pode surgir espontaneamente a partir das atividades ou dos colaboradores. Ele precisa ser formulado antes da estrutura, e comunicado de forma clara a todos os envolvidos.

Essa definição pode vir de uma única pessoa, como um fundador, ou de um grupo, como um conselho de administração. O essencial é que exista alinhamento organizacional em torno desse propósito.

Como gerenciar o sistema?

Gerenciar um sistema significa alinhar os esforços de todos os componentes com os objetivos da organização. Quando isso não acontece, o desempenho global é comprometido, mesmo que alguma área tenha resultados positivos de forma isolada.

A busca por metas individuais, sem conexão com o propósito do todo, pode gerar ineficiências sistêmicas.

Complexidade exige gestão integrada

À medida que o sistema cresce em tamanho e complexidade, a necessidade de uma gestão geral e coordenada aumenta. Fatores externos como concorrência, novos produtos e mudanças no mercado pressionam as organizações a se adaptarem continuamente.

Cabe à liderança revisar os limites do sistema sempre que necessário, incluindo redefinir componentes, ajustar processos e redesenhar funções.

O papel da criatividade na gestão sistêmica

Gerenciar um sistema vai além da eficiência local. Exige visão estratégica e, em muitos casos, criatividade. Abaixo, dois exemplos:

  • Em uma base naval dos EUA, parte do orçamento foi usada para melhorar a habitação dos militares. A justificativa era clara: sem boas condições de moradia, não haveria pessoal suficiente para operar os aviões. O investimento trouxe impacto direto no desempenho do sistema como um todo.
  • Em uma empresa do setor alimentício, a lanchonete passou a oferecer refeições de qualidade a preços baixos. O setor operava com perda por unidade, mas os funcionários passaram a almoçar internamente. Isso reduziu o tempo fora do posto de trabalho e aumentou o engajamento.

Decisões locais com impacto global

Esses exemplos mostram que o desempenho de um sistema depende de como cada parte colabora com o todo. Decisões que parecem ineficientes localmente podem gerar ganhos maiores quando analisadas sob uma perspectiva sistêmica.

A gestão eficaz do sistema exige avaliar os impactos amplos, e não apenas resultados pontuais.

O sistema precisa antecipar o futuro

Gerenciar um sistema não se limita à operação diária. A liderança precisa antecipar cenários e evitar decisões reativas. Em vez de compensar perdas com ações imediatas, pode ser mais eficiente ajustar a produção ou tornar a operação flexível para lidar com variações na demanda.

Também é papel da gestão observar mudanças externas. Ao identificar novas necessidades dos clientes, a organização pode se adiantar com soluções mais alinhadas ao contexto. Isso exige preparo e atenção constante ao ambiente.

Parte desse preparo envolve capacitar as equipes e acompanhar tendências técnicas, econômicas e sociais. Assim, o sistema consegue se adaptar antes que os impactos negativos apareçam.

Nenhuma organização se compreende sozinha. Visões externas ajudam a identificar padrões, antecipar riscos e apoiar decisões que afetam o desempenho geral. Ferramentas como diagramas de fluxo facilitam esse entendimento e contribuem para a análise de mudanças.

Os limites de um sistema não são fixos. Uma empresa pode estar inserida em um setor, em uma cadeia produtiva ou em uma estrutura mais ampla. Quanto maior o alcance, maiores os desafios de coordenação, mas também crescem as oportunidades de ganho.

Com direcionamento, alinhamento entre as partes e adaptação contínua, o sistema se fortalece e amplia sua capacidade de gerar resultados sustentáveis.

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Virgilio Marques Dos Santos

Virgilio Marques Dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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