NBR 5462: tipos de manutenção e aplicações na indústria
Indústria

14 de outubro de 2025

Última atualização: 14 de outubro de 2025

NBR 5462: tipos de manutenção e aplicações na indústria

A manutenção de ativos é parte crítica da operação industrial e exige uma abordagem técnica bem definida. Nesse contexto, a NBR 5462, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), estabelece a classificação dos tipos de manutenção e padroniza os conceitos aplicados à gestão da confiabilidade de equipamentos.

A norma é amplamente utilizada por setores que buscam aumentar a disponibilidade operacional, reduzir falhas repetitivas e atender às exigências de qualidade e conformidade. Ao organizar os modelos de manutenção em categorias específicas, corretiva, preventiva, preditiva e detectiva, a NBR 5462 permite que profissionais e gestores adotem estratégias mais adequadas à realidade de cada ativo.

Neste conteúdo, você verá como essa norma se aplica na prática, quais são os principais tipos de manutenção definidos e de que forma a padronização contribui para a melhoria dos processos técnicos e administrativos relacionados à manutenção.

O que é a NBR 5462?

A NBR 5462, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), tem como propósito estabelecer um conjunto padronizado de definições e classificações relacionadas à manutenção. Trata-se de uma norma voltada à uniformização da terminologia técnica, com ênfase na sistematização dos conceitos que norteiam a gestão de ativos físicos em ambientes industriais.

A padronização promovida por essa norma visa reduzir ambiguidades na comunicação entre áreas técnicas e administrativas, ao mesmo tempo em que favorece a adoção de práticas mais consistentes no planejamento e execução das atividades de manutenção. Ao delimitar os termos utilizados, a NBR 5462 proporciona uma base técnica para o desenvolvimento de políticas de manutenção que sejam aderentes à realidade operacional da organização.

Aplicação nas empresas

No contexto empresarial, a NBR 5462 é empregada como referência para estruturação de modelos de manutenção que demandam clareza conceitual e rigor técnico. Sua aplicação abrange desde a elaboração de planos estratégicos até a execução rotineira de intervenções, auxiliando na identificação dos tipos de manutenção mais adequados para cada tipo de equipamento ou processo.

A norma é particularmente útil em empresas com estruturas produtivas complexas, nas quais a gestão dos ativos requer critérios objetivos para tomada de decisão. Ao adotar os conceitos estabelecidos pela NBR 5462, torna-se possível alinhar ações corretivas, preventivas, preditivas e detectivas com os objetivos organizacionais, promovendo maior controle operacional e maior previsibilidade de falhas e custos.

Vantagens da padronização com base na NBR 5462

Melhora na comunicação entre áreas

  • Uso de terminologia padronizada facilita o alinhamento entre operação, manutenção e engenharia
  • Reduz ambiguidades em relatórios, ordens de serviço e planos de ação
  • Favorece a integração entre equipes multidisciplinares

Facilidade na auditoria e conformidade

  • Atende requisitos de normas como ISO 9001 (qualidade) e ISO 55000 (gestão de ativos)
  • Melhora a rastreabilidade dos processos de manutenção
  • Padronização documental contribui para auditorias mais ágeis e eficazes

Redução de falhas recorrentes

  • Práticas estruturadas com base em classificação técnica
  • Adoção de modelos consistentes diminui a reincidência de falhas
  • Permite análise comparativa entre ativos semelhantes e ajustes operacionais

Classificação dos tipos de manutenção na NBR 5462

A NBR 5462 classifica as ações de manutenção com base na natureza da intervenção e na forma como as falhas são tratadas ou prevenidas. Essa estrutura permite a definição de estratégias alinhadas ao desempenho esperado dos ativos e às condições operacionais da organização.

Manutenção Corretiva

A manutenção corretiva refere-se às ações executadas após a ocorrência de uma falha. Seu objetivo principal é restaurar a funcionalidade do equipamento, de forma total ou parcial, conforme os requisitos operacionais estabelecidos. 

Esse tipo de manutenção é dividida em planejada e não planejada, confira o nosso blog onde aprofundamos esse assunto: Como aplicar a manutenção corretiva.

Manutenção Preventiva

A manutenção preventiva é caracterizada pela execução sistemática de intervenções programadas, com base em tempo de operação, número de ciclos ou outras variáveis definidas previamente. Seu objetivo é reduzir a probabilidade de falhas por meio de inspeções, ajustes e substituições periódicas. 

Essa abordagem se fundamenta em históricos de falha e recomendações de fabricantes, sendo amplamente utilizada em ambientes industriais com operações contínuas. Veja mais informações no blog: Manutenção preventiva: guia completo.

Manutenção Preditiva

Na manutenção preditiva, as decisões de intervenção são orientadas por monitoramento técnico de parâmetros operacionais. São utilizados dados quantitativos coletados de forma contínua ou periódica, como vibração, temperatura, ruído, lubrificação e desgaste. 

A avaliação das condições reais dos equipamentos permite maior precisão na identificação de falhas iminentes, contribuindo para intervenções mais assertivas e redução de paradas desnecessárias. Nosso blog aprofunda como ela é utilizada: Manutenção preditiva.

Manutenção Detectiva

A manutenção detectiva tem por finalidade identificar falhas ocultas, especialmente em componentes de sistemas de segurança, proteção ou redundância. Diferente da preditiva, que analisa sinais de deterioração, essa abordagem busca verificar a integridade de dispositivos que não apresentam sinais visíveis de falha durante o funcionamento normal. Sua aplicação é comum em setores nos quais a falha de sistemas de proteção pode resultar em riscos operacionais significativos, como na indústria aeronáutica, ferroviária e em instalações de energia.

Como aplicar a NBR 5462 na rotina de manutenção

A aplicação da NBR 5462 no ambiente corporativo requer a integração dos conceitos definidos pela norma aos processos internos de gestão de ativos. A adoção das classificações de manutenção deve estar alinhada ao perfil operacional da organização, respeitando aspectos como criticidade dos equipamentos, regime de produção e capacidade de resposta da equipe técnica.

Organização por criticidade dos ativos

A estruturação da manutenção com base na criticidade dos ativos permite alocar recursos de forma eficiente. Equipamentos que exercem função essencial no processo produtivo, ou cuja falha representa risco elevado à segurança ou ao meio ambiente, devem ser tratados com estratégias mais robustas de monitoramento e prevenção.

Nesse cenário, a utilização de modelos híbridos, combinando manutenção preditiva, preventiva e detectiva conforme o nível de criticidade, é recomendada. Essa abordagem possibilita priorizar intervenções técnicas conforme o impacto potencial de uma falha, otimizando custos e aumentando a disponibilidade operacional dos ativos.

Definição de planos de manutenção

A elaboração de planos de manutenção deve considerar tanto os requisitos operacionais dos equipamentos quanto suas condições reais de uso. O cronograma de intervenções deve refletir a frequência ideal para inspeções, ajustes e substituições, evitando tanto a sub manutenção quanto ações desnecessárias.

Para equipamentos com monitoramento estruturado, os planos podem ser ajustados com base em dados coletados em tempo real. Já para ativos com baixa criticidade, a manutenção corretiva planejada pode ser suficiente, desde que acompanhada de critérios objetivos de avaliação.

Monitoramento e melhoria contínua

A eficácia da estratégia de manutenção deve ser acompanhada por indicadores técnicos padronizados. Métricas como MTBF (Mean Time Between Failures) e MTTR (Mean Time To Repair) são fundamentais para identificar padrões de falha, avaliar o desempenho das equipes de manutenção e subsidiar ajustes nos planos estabelecidos.

A análise sistemática desses indicadores permite implementar ações corretivas e preventivas com base em evidências operacionais, promovendo um ciclo contínuo de aprimoramento. A norma NBR 5462, nesse contexto, funciona como referencial metodológico para consolidar uma política de manutenção orientada por desempenho e confiabilidade.

Considerações finais

A adoção dos conceitos estabelecidos pela NBR 5462 representa um passo estratégico para empresas que buscam maior controle sobre seus ativos e eficiência nas atividades de manutenção. Ao estruturar os tipos de manutenção com base em critérios técnicos padronizados, é possível alinhar processos operacionais, reduzir incertezas e melhorar a tomada de decisão.

Além disso, a norma fornece uma base sólida para integração entre áreas, cumprimento de requisitos de auditoria e implementação de sistemas de gestão mais robustos. Seu uso contribui diretamente para o aumento da confiabilidade dos equipamentos, redução de paradas não programadas e diminuição de custos associados a falhas recorrentes.

A manutenção, quando tratada com método e consistência, deixa de ser apenas uma resposta a problemas pontuais e passa a atuar como ferramenta de sustentação da performance operacional. Nesse contexto, a NBR 5462 funciona como um instrumento de referência para empresas que desejam consolidar uma gestão técnica mais estruturada, com foco na longevidade e eficiência dos seus ativos.

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