Scrum: Guia Completo da Metodologia Ágil
Gestão de Projetos

29 de setembro de 2021

Última atualização: 02 de outubro de 2025

Scrum: guia completo da metodologia ágil

A busca por maior eficiência, entregas mais rápidas e adaptação constante levou muitas organizações a repensarem como gerenciam seus projetos. Nesse contexto, o Scrum se consolidou como uma das metodologias ágeis mais adotadas no mundo, especialmente em equipes que lidam com incertezas e mudanças frequentes.

Neste conteúdo, você vai entender como o Scrum funciona, quais são seus pilares fundamentais, os papéis que compõem o time e os eventos que estruturam o ciclo de trabalho

O que é a metodologia agil Scrum?

Scrum é uma metodologia ágil de gestão de projetos, criada para lidar com ambientes complexos e dinâmicos. Seu principal objetivo é aumentar a eficiência das equipes por meio de ciclos curtos de trabalho, com entregas frequentes e melhoria contínua. O método promove transparência, colaboração e adaptação constante ao longo do projeto.

Origem e evolução

A base conceitual do Scrum foi proposta por Hirotaka Takeuchi e Ikujiro Nonaka, em 1986, por meio do artigo “The New New Product Development Game”, publicado na Harvard Business Review. No estudo, os autores analisaram como empresas japonesas como a Xerox, a Honda, e a Canon conduziam o desenvolvimento de produtos com equipes auto-organizadas, entregas sobrepostas e ciclos de trabalho iterativos. Eles compararam esse modelo ao scrum do rugby, onde o time avança em conjunto, em vez de trabalhar em etapas isoladas.

Anos depois, Ken Schwaber e Jeff Sutherland aplicaram esses princípios ao desenvolvimento de software e formalizaram o Scrum como um framework ágil, estruturado em ciclos curtos e com foco na entrega contínua de valor. Desde então, o modelo tem se difundido em diversos setores além da tecnologia, com adaptações que mantêm seus pilares centrais de transparência, inspeção e adaptação.

Como funciona a metodologia ágil Scrum

O Scrum se insere dentro do conjunto de métodos ágeis, que priorizam a entrega incremental, a colaboração entre as pessoas envolvidas no projeto e a resposta rápida às mudanças.

Sprints e entregas incrementais

No Scrum, o trabalho é estruturado em ciclos curtos e repetitivos chamados sprints, geralmente com duração entre uma e quatro semanas. Cada sprint começa com uma etapa de planejamento e termina com uma entrega potencialmente utilizável do produto, conhecida como incremento. Esse modelo permite que as equipes validem o progresso com frequência e façam ajustes rápidos sempre que necessário.

O foco está em entregar partes funcionais do produto, mesmo que ainda incompletas em relação ao escopo total. Essa abordagem reduz o tempo entre o início do desenvolvimento e a obtenção de feedback, tornando o processo mais responsivo às necessidades do cliente ou do mercado.

Jeff Sutherland, no livro Scrum: a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo, destaca que o ciclo de sprints permite à equipe revisar o que foi feito, refletir sobre como está trabalhando e adaptar o plano para o próximo ciclo. Isso cria um fluxo contínuo de melhoria sem perder de vista o objetivo final.

Exemplo: nova linha de produtos capilares

Imagine uma equipe de desenvolvimento em uma indústria de cosméticos que precisa lançar uma nova linha de shampoos e condicionadores para cabelos cacheados. Em vez de esperar meses até concluir todo o portfólio, o time organiza o trabalho em sprints quinzenais.

Na primeira sprint, são desenvolvidas as fórmulas dos produtos com os devidos testes laboratoriais iniciais. Ao final das duas semanas, esses protótipos são entregues para avaliação do setor de qualidade e recebimento de feedback de consumidores selecionados.

Com base nesse retorno, a próxima sprint é dedicada a ajustes na fórmula, embalagem e testes de fragrância. O ciclo se repete até que o produto esteja pronto para produção em escala e lançamento. Assim, a equipe entrega valor de forma contínua, aprende com cada etapa e reduz o risco de falhas no lançamento.

Quais são os 3 pilares da metodologia Scrum?

A metodologia ágil Scrum é sustentado por três pilares que orientam seu funcionamento: transparênciainspeçãoadaptação. Esses princípios dão suporte à tomada de decisão e ajudam o time a lidar com incertezas e mudanças ao longo do projeto. Sem eles, a abordagem empírica que caracteriza o Scrum perde eficiência.

1. Transparência

No Scrum, a transparência significa que todas as informações relevantes sobre o projeto devem estar visíveis e acessíveis para todos os envolvidos. Isso inclui o que está sendo feito, o que foi concluído e o que ainda está pendente. A visibilidade constante reduz mal-entendidos e melhora a comunicação entre equipe, stakeholders e liderança.

Exemplo:

No caso da equipe que desenvolve a nova linha de produtos capilares, a transparência é garantida ao manter um quadro visível com o backlog do produto, os itens em andamento e os concluídos. A cada sprint, o time atualiza esse quadro e compartilha os resultados em reuniões de revisão com os representantes do marketing e do laboratório, permitindo que todos acompanhem o progresso e façam ajustes, se necessário.

2. Inspeção

A inspeção acontece de forma frequente por meio de cerimônias como o daily scrum, as revisões de sprint e as retrospectivas. Essas interações permitem observar o progresso do trabalho, identificar obstáculos e avaliar se as entregas estão alinhadas com o objetivo do sprint. O foco não é controle, mas aprendizado contínuo.

Exemplo:

No caso da equipe que desenvolve a nova linha de produtos capilares, a inspeção ocorre diariamente nas reuniões rápidas, onde os químicos, designers de embalagem e responsáveis por marketing compartilham o que fizeram no dia anterior e o que planejam fazer em seguida. Nas revisões de sprint, são apresentados os protótipos dos produtos e os resultados dos testes iniciais, permitindo que o time e os stakeholders avaliem se o desenvolvimento está avançando conforme o planejado.

3. Adaptação

Sempre que algo foge do planejado ou uma melhoria é identificada, o time realiza ajustes no processo, no backlog ou na forma de trabalho. A adaptação é o mecanismo que permite ao Scrum responder rapidamente a mudanças, mantendo o foco no valor entregue e na evolução da equipe ao longo dos ciclos.

Exemplo:

Na equipe que trabalha na nova linha de produtos capilares, por exemplo, durante uma retrospectiva foi identificado que os testes de fragrância estavam atrasando a validação final dos protótipos. Como resposta, o time decidiu antecipar esses testes para o início da sprint seguinte e incluir um membro da área de fragrâncias no planejamento. Essa adaptação simples permitiu ganhar tempo e melhorar a integração entre as etapas de desenvolvimento.

Os papéis na metodologia Scrum

O Scrum define três papéis bem delimitados: Product OwnerScrum MasterTime de Desenvolvimento. Cada um tem responsabilidades específicas que se complementam. Essa divisão não estabelece hierarquia, mas sim uma colaboração estruturada para garantir que o produto seja desenvolvido com eficiência, alinhado às necessidades do negócio e com base em entregas incrementais.

Product Owner

O Product Owner é o responsável por maximizar o valor do produto. Sua principal função é gerenciar o backlog, definindo e priorizando os itens com base nas necessidades do negócio e dos usuários. Ele atua como ponte entre a equipe e os stakeholders, garantindo que o time esteja trabalhando nas entregas com maior impacto para o projeto. Segundo Jeff Sutherland, o Product Owner deve ter autoridade para tomar decisões e clareza sobre o que realmente importa para o cliente (Scrum: A arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo).

Scrum Master

O Scrum Master é o facilitador do processo. Sua função não é gerenciar o time, mas garantir que o framework do Scrum seja compreendido e seguido corretamente. Ele remove obstáculos que possam atrapalhar o andamento do trabalho, promove a melhoria contínua e protege a equipe contra interferências externas. Como enfatiza Sutherland, o Scrum Master é quem "ajuda o time a se tornar mais eficiente sem dar ordens" – seu foco está na performance do processo, não na supervisão direta das tarefas.

Time de desenvolvimento

O time de desenvolvimento é formado por profissionais com diferentes habilidades, responsáveis por transformar o que está no backlog em incrementos de produto prontos para entrega. Ele é autogerido, ou seja, decide internamente como organizar o trabalho dentro da sprint. A composição ideal do time varia conforme o projeto, mas a autonomia, a colaboração e a responsabilidade compartilhada são características que definem seu papel no Scrum.

Eventos Scrum

Planejamento da Sprint

A reunião de planejamento da sprint marca o início de cada ciclo de trabalho. Nela, o time define o que será entregue e como pretende alcançar esse resultado dentro do período da sprint. O Product Owner apresenta os itens prioritários do backlog e, junto com o time, negocia a meta da sprint. A equipe então detalha as tarefas técnicas necessárias para atingir o objetivo definido. Essa reunião estabelece um compromisso coletivo com base na capacidade real do time.

Daily Scrum

O Daily Scrum é um encontro diário, com duração de até 15 minutos, realizado preferencialmente no mesmo horário e local. Nele, cada integrante compartilha o que fez no dia anterior, o que fará no dia atual e se há algo impedindo o progresso. O objetivo é promover alinhamento rápido e identificar obstáculos sem aprofundar discussões técnicas, que são tratadas fora da reunião. Essa prática reforça a disciplina, a transparência e a autonomia do time.

Revisão da Sprint

Ao final da sprint, a equipe realiza uma reunião de revisão para apresentar o que foi concluído. Esse momento serve para obter feedback imediato do Product Owner e dos stakeholders, permitindo validar se o que foi entregue atende às expectativas e se há necessidade de ajustes. A revisão não é uma reunião de status, mas uma oportunidade para inspecionar o produto e adaptar o backlog com base nas respostas recebidas.

Retrospectiva da Sprint

A retrospectiva é o último evento do ciclo e tem como foco o processo, não o produto. A equipe reflete sobre como foi o trabalho durante a sprint, identifica o que funcionou bem, o que pode ser melhorado e propõe ações concretas para o próximo ciclo. É um espaço seguro para ajustes no modo de colaboração, práticas adotadas e qualquer fator que afete o desempenho. O objetivo é promover melhoria contínua dentro do próprio time.

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Equipe FM2S

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