liderança no futebol
Liderança

09 de dezembro de 2022

Última atualização: 12 de dezembro de 2022

5 Líderes que fizeram história no futebol

Quem não viu o Cristiano Ronaldo começar na reserva? Um dos principais ídolos e líderes da Seleção Portuguesa estava no banco quando o árbitro deu início ao duelo das Oitavas de Final entre Portugal e Suíça na Copa do Mundo do Catar. É uma visão difícil de acreditar


Sorte para o outro líder, Fernando Santos. Além de sacar CR7, o treinador colocou Gonçalo Ramos, de apenas 21 anos e sem uma partida sequer como titular por Portugal. Três gols e uma assistência. Esses foram os números do jovem, que foi fundamental para a vitória por 6 a 1 e classificação às Quartas.


Dois grandes líderes. Um está entre os maiores nomes da história do esporte. O outro com a função de comandá-lo. Houve desavença, porém, em momento algum, abandonaram o papel. Aliás, um bom líder não pode ceder facilmente.


O que também não significa causar conflitos para impor respeito. O futebol está repleto de histórias sobre personagens lendários, dos mais diferentes estilos, para tratar de liderança.


Neste artigo, nós separamos os principais. Confira!

Franz Beckenbauer


Líder? Copa do Mundo? Franz Beckenbauer! O zagueiro, volante, meio campista alemão não é só um dos grandes líderes do esporte, como um dos melhores jogadores da história.


Eleito o Bola de Ouro em 1972 e 1976 pela France Football e World Soccer, campeão do Mundo pela Alemanha Ocidental em 1974, integrante do Time dos Sonhos (a melhor escalação de todos os tempos) pela France Football, Beckenbauer tem um episódio em específico que demonstra o gigante líder dentro dos gramados.


Na Semifinal da Copa do Mundo de 1970, a Alemanha enfrentou a Itália e saiu derrotada por 4 a 3, após o jogo ser decidido na prorrogação, mas Beckenbauer roubou a cena.


O zagueiro alemão disputou o confronto com uma “tipoia”. Isso mesmo! Ele deslocou o ombro aos 25 minutos do segundo tempo e decidiu permanecer em campo com esparadrapos e talas, que improvisaram uma tipoia. Ah, a Itália ganhava por 1 a 0, no momento. Ou seja, o espírito do capitão transformou os alemães e o triunfo quase aconteceu.


A Alemanha só seria campeã na Copa do Mundo seguida, em 1974, contra a Holanda por 2 a 1. Beckenbauer, ou Kaiser,  como é apelidado no país, obviamente levantou a Taça.

Megan Rapinoe


Talvez, seja o maior símbolo de liderança no futebol estadunidense. Dentro e fora dos campos. A jogadora assumida gay e campeã de Duas Copas do Mundo (2015 e 2019), além medalhista olímpica de ouro em 2012, cravou o nome na história, principalmente, no ano do Bicampeonato Mundial.


Em 2016, porém, já iniciou a trajetória. Quando Colin Kaepernick, jogador de futebol americano, ajoelhou durante o hino dos Estados Unidos da América em protesto ao racismo e violência policial, lá estava Rapinoe para apoiar. A atleta também passou a repetir o gesto até ser ameaçada de punição pelas organizações oficiais de futebol do país.


A luta foi em silêncio. A medalhista olímpica deixou de cantar o hino. Desde que se assumiu gay, em 2012, Rapinoe se envolveu como ativista do Movimento LGBTQIA+ e Direitos Iguais entre homens e mulheres. Com uma voz única, a jogadora levou o discurso para o futebol.


Em 2019, antes e durante a Copa do Mundo, fez diversos questionamentos ao Presidenta da Fifa, Gianni Infantino, em relação aos valores da premiação e ao dia da Final (bateu com a decisão da Copa América e Copa Ouro). Também intensificou a batalha pelos pagamentos iguais à Seleção Estadunidense Feminina e Masculina  contra, o então Presidente da Federação Estadunidense de Futebol, Carlos Cordeiro.


Meses atrás, em maio, um acordo foi firmado pela atual Presidente, Cindy Parlow Cone, e determinou o pagamento igual às Seleções. Megan Rapinoe, que também foi eleita melhor jogadora do planeta em 2019, se tornou uma das principais líderes do futebol feminino.

Sir Alex Ferguson


Só de começar com “Sir”, a gente percebe que o sarrafo aumentou. Em 2018, a Ordem do Império Britânico nomeou o escocês como Cavaleiro-Grã-Cruz, a classe mais alta da medalha. Muito por conta da sua relevância como treinador do Manchester United.


Foram 27 anos à frente do gigante clube inglês com mais de 30 títulos, entre eles, 13 Campeonatos Nacionais e Duas Liga dos Campeões. Com certeza, o maior técnico do futebol inglês, Sir Alex Ferguson estreou pelo Manchester em 1986 e só deixou o cargo rumo a aposentadoria em 2013.


Desde a saída do grande líder, o time nunca foi campeão novamente do Campeonato Nacional e muito menos da Liga dos Campeões. Os Diabos Vermelhos, como são conhecidos no país, inclusive, amargura anos de um futebol sem magia e encanto.


Diferente de quando Fergurson era o comandante. A longevidade com sucesso é assustadora. Não tem como imaginar alguém capaz de repetir o feito atualmente. É o trabalho de um líder fora do normal. 1500 jogos, 38 títulos e uma nomeação como Sir.


Alex Ferguson começou a carreira de treinador em times de menor expressão na própria Escócia até ser contratado pelo Aberdeen, onde conquistou três títulos nacionais. Depois, assumiu a Seleção Escocesa por apenas 10 jogos e foi para o Manchester United.

Dunga


Líderes dão as caras nas vitórias e nas derrotas. Imagina você ser o rosto de um fracasso e, 4 anos após, do sucesso. A grande história de Dunga é essa. O volante da Seleção Brasileira em 1990 ficou marcado como o símbolo da queda nas Oitavas de Final contra a Argentina por 1 a 0: A Era Dunga. Um futebol de baixa qualidade, sem o brilho do brasileiro, uma formação tática ineficiente à época.


Questões que poderiam muito bem ser voltadas ao treinador Sebastião Lazaroni... Não. Por longos 4 anos, Dunga carregou o fardo, porém, nunca se abateu. O jogador conhecido pela raça e determinação dentro dos gramados continuou uma figura presente na Seleção Canarinha.


Em 1994, uma nova Copa do Mundo. A sofrida classificação do Brasil ao torneio também coincidiu com a sofrida passagem de Dunga até o sonhado momento de vingança. Titular absoluto no meio-campo brasileiro, o líder gaúcho se tornou capitão. Carlos Alberto Parreira sacou Raí, dono da braçadeira, dos 11 iniciais para entrada de Mazinho e não hesitou.


Das Oitavas de Finais à Taça, o volante foi o capitão. Uma posição que, 4 anos atrás, não era pensada por um mísero brasileiro. A forma de atuar em campo, a entrega, fizeram Dunga herdar o respeito dos companheiros e técnico, além de ganhar confiança.


Final contra a Itália. 0 a 0 no tempo regulamentar e prorrogação. Pênaltis. É claro que todo mundo vai lembrar do craque italiano Roberto Baggio isolando a bola para o Brasil consagrar campeão. Sabe quem, porém, converteu a cobrança antes de Baggio? Ele mesmo, Dunga. O líder do triunfo por 3 a 2 nas penalidades e da conquista do Tetra.

Paulo Machado de Carvalho


O Marechal da Vitória. Nada melhor do que fechar a lista com alguém dono dessa alcunha. Paulo Machado de Carvalho foi um líder fora de campo. Não era treinador e nem jogador, mas cartola ou dirigente. Nas conquistas de 1958 e 1962, apesar do grande elenco brasileiro, Paulo Machado de Carvalho estava lá na Copa do Mundo.


O Chefe de Delegação, então, se tornou o Marechal da Vitória. Mas, de onde surgiu Paulo Machado de Carvalho? Acredito que muitos não o conhecem. Seja por nome ou foto. Em 1934, foi Vice-Presidente do São Paulo Futebol Clube e, de 1946 a 47, Presidente.


Antes do início da Copa, João Havelange, Presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), convidou “Doutor Paulo” para montar o Plano da Copa. “Preciso de uma seleção que faça o povo esquecer a de 1950, uma seleção vitoriosa, um time campeão. E porque eu preciso de tudo isso é que o quero como seu chefe. Arme tudo como quiser. Com carta branca.”


Deu no que deu. O Brasil conquistou a Copa de 1958 e 1962 com campanhas brilhantes. Foram os primeiros títulos da Seleção, que passara pela vergonha em 1950: Perdeu a final para Uruguai por 2 a 1, de virada, dentro de um Maracanã lotado. O famoso “Maracanazzo”.


O Marechal da Vitória morreu em 1992, na cidade de São Paulo. Ainda em vida, foi homenageado pela Prefeitura Municipal que deu o nome de Paulo Machado de Carvalho ao Estádio da cidade, o Pacaembu.


Muitos nomes ficaram de fora da lista, é claro. Não tem como nomear todos os principais líderes do futebol, mas, com certeza, um dos citados vai te inspirar profissionalmente.

 

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Equipe FM2S

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