Liderança

26/08/2022

Última atualização: 20/08/2025

Liderança Situacional: estilos, aplicação e benefícios

A forma como um líder se comporta influencia diretamente o desempenho da equipe. Mas um único estilo de liderança nem sempre funciona para todos os profissionais ou situações. É nesse cenário que entra a liderança situacional, um modelo que propõe a adaptação da postura do líder conforme o nível de preparo e autonomia de cada colaborador.

Criada por Hersey e Blanchard, essa abordagem ganhou espaço por ser flexível e prática. Ela parte de um ponto simples: liderar bem é saber ajustar o grau de direção e apoio de acordo com o momento de cada pessoa. Ao fazer isso, o gestor evita excessos, corrige desvios e desenvolve equipes com mais consistência.

Neste conteúdo, você vai entender o que é liderança situacional, quais são os estilos existentes, como identificar o perfil da equipe e aplicar a abordagem no dia a dia. Tudo com clareza, exemplos e foco em resultados.

O que é liderança situacional?

liderança situacional é um modelo que propõe a adaptação do estilo de liderança conforme o nível de preparo e autonomia de cada liderado. A teoria foi desenvolvida por Paul Hersey e Kenneth Blanchard em 1969 e se tornou referência por apresentar uma abordagem prática para o dia a dia da gestão.

O conceito parte da ideia de que não existe um estilo único de liderar que funcione em todas as situações. O líder precisa avaliar a maturidade do colaborador considerando sua capacidade técnica e motivação e, a partir disso, ajustar sua forma de agir e comunicar.

Quais são os pilares da liderança situacional?

A liderança situacional se apoia em três pilares que direcionam a atuação do líder: o comportamento adotado, o nível de suporte oferecido e a maturidade do liderado. Esses elementos formam a base para ajustar o estilo de gestão conforme a situação.

1. Comportamento do líder

O comportamento do líder é observado em duas dimensões: direção (foco na tarefa)apoio (foco na relação). Ele pode ser mais controlador ou mais colaborativo, conforme o perfil da equipe. A escolha entre orientar de forma mais direta ou delegar responsabilidades depende do quanto o time está preparado para assumir as entregas.

2. Suporte emocional e orientação

Além da parte técnica, a liderança situacional considera o aspecto emocional. O suporte envolve ouvir, incentivar e criar confiança, especialmente quando o colaborador tem habilidade, mas ainda precisa de segurança para tomar decisões. A orientação correta aumenta o engajamento e reduz inseguranças que podem afetar o desempenho.

3. Nível de maturidade dos liderados

Este é o ponto central do modelo, a maturidade do liderado é determinada pela combinação entre conhecimento técnico e disposição para agir. Um colaborador com baixa maturidade requer mais direcionamento. Já alguém com alta maturidade precisa de mais autonomia. Avaliar esse nível com precisão permite aplicar o estilo mais adequado em cada fase.

Os 4 estilos de liderança situacional

A liderança situacional combina dois fatores: direção (tarefa)suporte (relação). A partir disso, surgem quatro estilos de atuação. Cada um é adequado a um nível diferente de maturidade do liderado. O objetivo é alcançar o desempenho ideal com o estilo certo no momento certo.

1. Estilo Diretivo (E1)

O estilo diretivo é mais adequado em situações em que o colaborador ainda não domina a tarefa e precisa de orientações detalhadas para executar o trabalho. Isso costuma ocorrer com profissionais em início de carreira, recém-integrados à equipe ou diante de atividades completamente novas.

Nesse caso, o líder adota uma postura mais instrutiva e controladora. Define com objetividade o que deve ser feito, em qual sequência e dentro de qual prazo. As decisões permanecem centralizadas, e o foco está na execução conforme o padrão estabelecido.

A comunicação segue um formato unidirecional. O colaborador recebe as instruções e as aplica, sem espaço para ajustes autônomos ou iniciativas pessoais. Essa abordagem reduz incertezas e minimiza o risco de erros, sendo útil especialmente em ambientes operacionais, com baixa margem para falhas.

2. Estilo Orientador (E2)

Esse estilo é apropriado para colaboradores que já possuem alguma base técnica, mas ainda não têm plena segurança ou autonomia. Eles compreendem parte das tarefas, mas precisam de clareza nas decisõesestímulo para se engajar com mais consistência.

A atuação do líder se torna mais interativa. Além de direcionar as ações, ele passa a explicar o porquê das decisões, esclarecer dúvidas e incluir o colaborador no raciocínio por trás das atividades. A comunicação é mais aberta e bidirecional, criando espaço para trocas construtivas.

Ao oferecer contexto e reconhecimento, o líder ajuda a fortalecer a confiança do profissional e estimula sua evolução. O feedback ganha papel central, funcionando como um reforço contínuo para a motivação e o desenvolvimento do senso de responsabilidade.

3. Estilo de Apoio (E3)

Esse estilo se mostra mais eficaz com profissionais que já dominam tecnicamente suas funções, mas ainda apresentam dúvidas sobre suas decisões ou receio em assumir responsabilidades. A insegurança pode limitar o desempenho, mesmo quando a capacidade já está consolidada.

Nesse cenário, o líder reduz o controle direto e passa a atuar como um ponto de apoio estratégico. Em vez de instruir o tempo todo, ele incentiva a autonomia, valida percepções e reforça a confiança do colaborador. O foco deixa de ser apenas na tarefa e passa para o relacionamento de confiança.

A tomada de decisão passa a ser compartilhada, com o colaborador envolvido ativamente no processo. Essa abordagem cria um ambiente mais colaborativo, que acelera o desenvolvimento da autoconfiança e prepara o profissional para assumir desafios com mais segurança.

4. Estilo Delegador (E4)

Esse estilo é mais adequado para profissionais com alto nível de competência técnica e plena autonomia. São colaboradores que já demonstram segurança nas entregas, consistência nos resultados e capacidade de tomar decisões de forma independente.

A atuação do líder se torna discreta e estratégica. A responsabilidade pelas tarefas fica com o colaborador, que executa com autonomia total, sem necessidade de supervisão constante. O controle é mínimo, e a confiança mútua é o eixo da relação.

Mesmo com a liberdade operacional, o líder permanece acessível para ajustes, suporte pontual e alinhamento de metas. O foco está na entrega de resultados, e não na forma como cada etapa é conduzida. Evita-se a microgestão, favorecendo a eficiência e o engajamento de profissionais mais experientes.

Como aplicar a liderança situacional na prática?

A aplicação da liderança situacional depende de decisões alinhadas à realidade da equipe. O líder deve observar comportamentos, ajustar sua postura e manter uma comunicação coerente com o nível de autonomia de cada profissional. A seguir, estão os pontos que sustentam essa aplicação no dia a dia:

Avaliar o nível de maturidade

Antes de decidir como conduzir, é preciso entender em que estágio de desenvolvimento o colaborador se encontra. Isso envolve dois aspectos: competência técnica (saber fazer) e disposição para agir (querer fazer). A combinação desses fatores define o grau de maturidade e, com ele, o estilo mais adequado.

Ajustar o estilo conforme o perfil

Com base na avaliação, o líder deve modular seu comportamento — oferecendo mais direção, mais apoio ou maior autonomia, conforme necessário. A transição entre os estilos não deve ser mecânica, mas sim orientada por critérios observáveis. Forçar um estilo incompatível com o momento do colaborador compromete os resultados.

Manter uma comunicação objetiva e adaptável

A clareza nas orientações e a capacidade de ouvir são essenciais. A liderança situacional exige uma comunicação que varie em intensidade e profundidade, conforme o contexto. Em alguns casos, é necessário ser direto; em outros, abrir espaço para diálogo e construção conjunta. A flexibilidade do discurso é parte do processo.

Utilizar o feedback como ferramenta de desenvolvimento

O retorno frequente sobre o desempenho fortalece o processo de ajuste. O feedback deve ser usado tanto para corrigir desvios quanto para reforçar avanços, sempre de forma construtiva. Isso ajuda o colaborador a identificar pontos de melhoria e a ganhar confiança, facilitando a progressão para estilos menos dependentes.

Benefícios da liderança situacional

A aplicação da liderança situacional traz vantagens diretas para o desempenho das equipes e para a eficácia da gestão. Ao adaptar o estilo conforme o perfil de cada colaborador, o líder reduz falhas de comunicação, melhora o engajamento e fortalece a cultura de resultados.

Aumento da produtividade

Quando o estilo de liderança está alinhado ao nível de maturidade do profissional, as tarefas são executadas com mais clareza e foco. Instruções precisas para quem precisa e autonomia para quem já está pronto evitam retrabalho e otimizam o tempo da equipe.

Estímulo ao desenvolvimento individual

O modelo incentiva a evolução de cada colaborador. Com o ajuste gradual dos níveis de suporte e direcionamento, o profissional ganha confiança e responsabilidade aos poucos, o que acelera seu crescimento técnico e comportamental.

Redução de conflitos e desalinhamentos

Um dos principais ganhos está na clareza de expectativas. O colaborador entende o que se espera dele em cada fase, e o líder atua com coerência. Isso reduz ruídos, evita frustrações e melhora a qualidade das relações dentro da equipe.

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