Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) são documentos usados em fábricas e indústrias com o objetivo de padronizar, sequenciar e agilizar atividades operacionais. Eles descrevem, de forma clara, como cada tarefa deve ser executada.
É comum que o POP seja confundido com outras ferramentas, como o Manual de Boas Práticas (MBP). Por isso, neste artigo, vamos explicar a diferença entre esses dois documentos e mostrar como cada um funciona no dia a dia das organizações.
Tanto os POPs quanto os Manuais de Boas Práticas são exigidos por normas de auditoria e regulações sanitárias. A ausência ou inconsistência desses documentos pode resultar em advertências, penalidades e multas aplicadas por órgãos de fiscalização.
Entender o que são esses documentos e como se complementam é o primeiro passo para garantir conformidade e eficiência nos processos. Vamos começar pelas definições e objetivos de cada um?
O que é um POP?
Um POP, ou Procedimento Operacional Padrão, é um documento que formaliza tarefas repetitivas dentro de uma organização.
Ele geralmente consiste em uma folha (ou planilha) que descreve um procedimento específico. Isto é, qualquer documento que é um “passo a passo” de uma tarefa repetitiva cabe na categoria de procedimentos operacionais padrão. Em um ambiente de manufatura, o exemplo mais óbvio de um POP é o passo a passo dos procedimentos de linha de produção, utilizados para fazer produtos, bem como treinar pessoal.
O objetivo de um POP, portanto, é realizar as operações corretamente e sempre da mesma maneira. Assim, o POP deve estar sempre disponível no local onde o trabalho a que se refere será feito.
Um POP, de fato, define práticas esperadas em todos os negócios em que os padrões de qualidade devem existir. Assim, eles desempenham um papel importante inclusive na sua pequena empresa, pois são políticas, procedimentos e padrões de que você precisa nas operações, sejam elas quais forem: de manufatura a marketing, de logística a administração.
Os requisitos para um POP são:
- Nome;
- Objetivo;
- Documentos Referenciais (Its, manuais ou outros procedimentos);
- Local de atividade ou local de aplicação da atividade;
- Glossário de Siglas (se houver);
- Descrição detalhada das etapas e de seus operadores e responsáveis;
- Fluxograma de atividades;
- Local e nome de onde se encontra o responsável pela guarda e atualização do POP;
- Data da última atualização;
- Maneira que foi gerado (digital ou impresso);
- Gestor responsável pela elaboração do procedimento.
Se você deseja saber mais sobre POP, confira também:
E o que é um Manual de Boas Práticas?
Da mesma forma que um POP, o Manual de Boas Práticas também é um documento. De acordo com a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o Manual de Boas Práticas é emitido pela autarquia, confirmando que o estabelecimento está de acordo com as normas existentes no ramo para fabricação de um produto específico. A função deste documento é descrever o trabalho executado em um estabelecimento e a forma correta de se fazer. É um manual geralmente imposto às empresas fabricantes de cosméticos, fármacos, alimentos e muitas outras.
Esse documento é obrigatório a todos estes ramos de fabricantes. Em geral as indústrias desenvolvem seu próprio manual e o mantém disponível para consulta de todos os colaboradores a fim de garantir a qualidade dos produtos e evitar problemas como a contaminação.
No caso de um restaurante, se alguém chegar e perguntar: como funcionam as coisas na sua cozinha? É o manual de boas práticas que você irá mostrar. Ele descreve as instalações físicas, as operações do dia a dia e define o que será feito, como, quando, com o que e por quem.
Existem alguns requisitos para o manual de boas práticas, como:
- Os parâmetros higiênico-sanitários dos edifícios;
- A manutenção e controle de higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios;
- Os registros de controle da água de abastecimento;
- O controle de dedetização integrado de vetores e pragas urbanas;
- A capacitação profissional;
- Os registros da higiene e saúde dos manipuladores;
- O manejo e descarte de resíduos;
- Controle e garantia de qualidade do alimento preparado.
Se deseja entender mais sobre um manual de boas práticas confira também:
Diferenças entre POP e Manual de Boas Práticas
O Procedimento Operacional Padronizado (POP) é um documento mais detalhado. Ele descreve passo a passo como executar tarefas específicas. Já o Manual de Boas Práticas (MBP) apresenta orientações mais amplas, organizando as normas que devem ser seguidas para garantir a segurança e a padronização das atividades da empresa.
O MBP costuma ser mais extenso, pois aborda diferentes áreas da operação. Nele, algumas atividades demandam instruções mais específicas. É nesse ponto que entram os POPs. Um manual pode conter diversos procedimentos operacionais anexados, cada um com foco em uma tarefa ou processo essencial.
Ambos os documentos são obrigatórios e devem estar atualizados conforme as exigências normativas do setor. Devem também estar acessíveis às equipes, pois servem para padronizar processos, facilitar treinamentos, aumentar a produtividade e garantir conformidade com normas sanitárias e de qualidade.
Todo POP precisa estar no Manual de Boas Práticas?
Nem todo POP precisa estar fisicamente dentro do Manual de Boas Práticas, mas ele deve estar vinculado a ele. A legislação sanitária, como a RDC 275/2002 da Anvisa, orienta que o manual mencione os POPs aplicáveis, ou os traga como anexos ou documentos complementares.
O que isso significa?
O Manual de Boas Práticas organiza as diretrizes gerais, enquanto os POPs detalham tarefas específicas. Por isso, é comum que o manual cite procedimentos padronizados que estão descritos em documentos separados, especialmente em setores com muitos processos operacionais.
Por exemplo:
- O MBP pode indicar a necessidade de higienização de equipamentos;
- O POP correspondente vai mostrar como essa higienização deve ser feita, com etapas, frequência e responsáveis.
O importante é garantir que:
- Os POPs estejam atualizados.
- Tenham acesso fácil às equipes operacionais.
- Sejam coerentes com as diretrizes do MBP.
Essa integração assegura a padronização, rastreabilidade e conformidade regulatória. Ignorar essa relação compromete a eficácia do sistema de boas práticas e pode gerar não conformidades em auditorias.
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