Como pedir feedback no trabalho, entrevistas e com clientes
Carreira

23/07/2025

Como pedir feedback no trabalho, entrevistas e com clientes

Pedir feedback ainda causa desconforto para muita gente. Existe o receio da crítica, o medo de parecer inseguro ou até a ideia de que, se ninguém falou nada, está tudo certo. Só que evitar esse tipo de conversa fecha portas e mantém a pessoa limitada ao que ela mesma acredita estar funcionando.

Neste conteúdo, você vai ver como pedir feedback de forma objetiva, sem parecer frágil ou insistente. Seja em entrevistas, dentro da empresa ou com clientes, há maneiras práticas de conduzir essa conversa com propósito e transformar o retorno recebido em aprendizado concreto.

Por que o feedback é importante

Nem sempre é fácil ouvir o que os outros pensam sobre nosso trabalho, nossas decisões ou nossa postura. Mas ignorar esse retorno pode custar caro. O feedback tem valor porque mostra o que muitas vezes não enxergamos sozinhos. Ele conecta o que foi entregue com o que era esperado.

Pedir esse retorno, em vez de apenas recebê-lo de forma passiva, muda a dinâmica da conversa. É aí que o aprendizado começa a fazer sentido.

O que muda quando se busca retorno

Quem toma a iniciativa de pedir feedback demonstra maturidade e interesse em evoluir. Esse gesto costuma deslocar o foco da crítica para o desenvolvimento. Em vez de parecer um julgamento, o retorno virá uma troca.

Esse movimento também abre espaço para conversas que não aconteceriam de forma espontânea. O outro lado se sente mais à vontade para comentar pontos que normalmente passariam despercebidos. Em ambientes de trabalho, essa prática melhora o relacionamento com colegas, líderes e clientes. Em entrevistas, pode ajudar o candidato a entender melhor sua performance e corrigir rapidamente uma abordagem que não funcionou.

Feedback não é só para quem errou

Muita gente só pensa em feedback quando algo dá errado e isso limita o potencial da conversa. O retorno também serve para fortalecer o que está funcionando. Ele valida atitudes, reforça bons comportamentos e mostra o que deve continuar.

Quem pede feedback mesmo em fases positivas demonstra consistência. Esse tipo de abordagem cria uma cultura de evolução constante, tanto para profissionais quanto para as empresas. É assim que se evita a acomodação e se mantém a melhoria contínua no dia a dia.

Quando e como pedir feedback após uma entrevista

A entrevista terminou, a resposta chegou, negativa ou nenhuma. Surge então a dúvida: será que vale pedir um retorno? Sim, vale. E muito. Mas o impacto disso depende de como e quando você faz esse pedido.

O melhor momento para solicitar feedback é logo após o processo ser encerrado. Se recebeu um e-mail com a negativa, o ideal é responder em até 48 horas. Quanto mais distante da entrevista, menor a chance do recrutador lembrar de detalhes que poderiam ajudar.

Agora, se você não recebeu nenhuma resposta depois de alguns dias, pode sim fazer o primeiro contato. Mas sempre com cuidado no tom e no formato.

O que evitar ao pedir retorno

Evite abordagens defensivas ou com tom de cobrança. Pedir feedback não é o momento de contestar a decisão nem de tentar reverter o resultado. A pergunta deve ser objetiva, respeitosa e voltada ao aprendizado.

Também não insista caso o recrutador diga que não pode compartilhar informações. Algumas empresas seguem políticas internas rígidas sobre retorno de seleção e insistir pode fechar as portas no futuro.

Evite ainda mensagens vagas como “gostaria de entender melhor o motivo da reprovação”. Troque por algo mais construtivo e que mostre interesse em aprender.

Exemplo de mensagem para o recrutador

Olá, [nome do recrutador].

Agradeço pela oportunidade de participar do processo seletivo para [nome da vaga].

Gostaria de saber se seria possível compartilhar algum comentário sobre minha participação na entrevista. Estou buscando melhorar minha abordagem e seria muito útil entender como posso evoluir para futuras oportunidades.

Agradeço desde já pela atenção.

[Seu nome]

Esse modelo funciona bem porque é direto, respeitoso e mostra que você está interessado em aprender e não em questionar.

Como pedir feedback ao chefe sem parecer inseguro

Assim como no contexto das entrevistas, pedir feedback dentro da empresa exige atenção à forma e ao momento. A diferença é que, aqui, a conversa tem continuidade. O relacionamento já existe e a forma como o pedido é feito pode reforçar a confiança ou gerar dúvidas desnecessárias.

Por isso, o foco não deve ser apenas entender como você está se saindo, mas sinalizar que está comprometido com o desenvolvimento. O jeito como você conduz esse pedido pode dizer mais do que o conteúdo da resposta. Essa é uma das abordagens defendidas no livro Obrigado pelo feedback, de Sheila Heen e Douglas Stone, que reforça a ideia de que o receptor também tem responsabilidade na qualidade do retorno que recebe.

Timing e tom da abordagem

Evite pedir feedback logo após uma entrega incompleta, em momentos de tensão ou diante de outras pessoas. Mesmo que a intenção seja boa, o contexto pode distorcer a mensagem. Prefira um momento mais neutro, em que o gestor também esteja disponível para ouvir e responder com atenção.

O tom precisa ser profissional, sem rodeios, mas sem pressa. Demonstrar abertura é diferente de parecer inseguro. Um pedido bem-feito mostra disposição para crescer, não carência por aprovação. Como destaca Daniel Goleman em Inteligência Emocional, a forma como lidamos com as emoções nessas conversas pode definir a receptividade do outro lado e a utilidade do retorno obtido.

Modelos de perguntas que funcionam

Nem toda pergunta sobre desempenho gera uma resposta útil. Por isso, o formato importa. Algumas opções que funcionam bem:

“Gostaria de saber se você tem alguma sugestão específica sobre como posso melhorar nesse tipo de entrega.”

“Na sua visão, o que tem funcionado bem na minha atuação? Há algum ponto que eu poderia ajustar para contribuir mais com a equipe?”

“A forma como tenho conduzido [projeto/reunião/relatório] está alinhada com o que você espera?”

Essas perguntas mostram que você quer evoluir com base em critérios concretos. E o mais importante: criam espaço para o gestor falar sem sentir que está sendo pressionado a dar uma avaliação formal.

Empresas: como pedir feedback aos clientes 

Muitas empresas dizem que querem ouvir seus clientes. Mas, na prática, poucas estruturam esse processo de forma útil — tanto para quem responde quanto para quem recebe. Pedir feedback não é só abrir um canal de comunicação. É também mostrar que a empresa se importa com o que será feito depois.

O valor do feedback não está na coleta, mas no que é feito com ele. Por isso, o pedido precisa ter um propósito claro, um canal acessível e um retorno visível. Quando o cliente percebe que sua opinião gera impacto, a relação de confiança muda de patamar.

Quando o cliente quer falar, mas ninguém ouve

Os clientes insatisfeitos costumam falar com mais força do que os satisfeitos. Ignorar ou minimizar esse retorno pode custar reputação e receita. O problema é que, em muitos casos, o canal até existe, mas é mal estruturado: formulários genéricos, perguntas vagas ou sem espaço para respostas abertas.

Como destaca o livro Lean Six Sigma for Service, de Michael George, muitos processos de atendimento pecam pela rigidez. Eles foram desenhados para funcionar com eficiência, mas não com escuta. O resultado é uma comunicação unilateral que coleta dados, mas não capta experiências.

A escuta ativa, nesse caso, exige disposição para mudar o processo com base no que o cliente viveu e não apenas no que a empresa supõe.

Feedback como ferramenta de inovação

Empresas que realmente ouvem seus clientes conseguem ir além da correção de erros. Elas identificam padrões, antecipam necessidades e inovam com base em dados concretos. O feedback vira insumo para decisões estratégicas, não apenas uma etapa do pós-venda.

No livro Toyota Kata, Mike Rother mostra como rotinas de melhoria contínua dependem de ciclos rápidos de teste e ajuste, sempre ancorados em observação e aprendizado direto com quem está na ponta. Isso também vale para o relacionamento com clientes. Quanto mais direto for o retorno, mais precisa será a resposta da empresa.

Pedir feedback com propósito é entender que o cliente não está só avaliando um serviço. Ele está ajudando a empresa a evoluir.

Feedback é via de mão dupla

Pedir feedback não é sinal de fraqueza. É uma escolha de quem quer melhorar com consistência. Quando feito no momento certo, com o tom adequado e uma escuta ativa, o retorno recebido pode abrir caminhos que, sozinho, seria difícil enxergar.

Mas essa conversa só funciona quando há troca. Empresas que pedem opinião e não usam as respostas perdem credibilidade. Profissionais que ouvem e não ajustam perdem oportunidades. E líderes que não criam espaço para esse diálogo deixam de cultivar times mais autônomos e confiantes.

Como mostram os autores de Obrigado pelo feedback, o crescimento mais consistente acontece quando o retorno vira hábito e não exceção. Feedback funciona quando não depende de um erro. Ele se fortalece na rotina, na disponibilidade para ouvir e na disposição para mudar.

A pergunta certa, feita do jeito certo, muda não só a resposta que você recebe. Muda o tipo de profissional, ou empresa, que você se torna depois disso.

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Equipe FM2S

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