Modelo de Melhoria: o que é e como aplicar na prática
Melhoria de Processos

30 de junho de 2017

Última atualização: 27 de maio de 2025

Modelo de Melhoria: o que é e como aplicar na prática

Melhorar processos é um desafio constante em qualquer organização. A busca por mais qualidade, agilidade e resultados exige uma abordagem estruturada. 

Nesse contexto, o modelo de melhoria surge como uma ferramenta prática e validada para promover mudanças eficazes no ambiente de trabalho.

Neste artigo, você vai entender o que é o modelo de melhoria, como ele funciona, quais são seus benefícios e como aplicá-lo de forma objetiva.

O que é o modelo de melhoria?

O modelo de melhoria é uma abordagem simples e eficaz, criada para orientar mudanças que levem a melhores resultados. Ele combina três perguntas fundamentais com o ciclo PDSA (Plan, Do, Study, Act), que juntos ajudam a planejar, executar e avaliar melhorias.

Essa estrutura foi desenvolvida pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI), mas pode ser aplicada em qualquer setor. Seja em indústrias, serviços ou instituições públicas, o modelo permite que equipes testem mudanças de forma rápida, com base em evidências e aprendizado contínuo.

O objetivo é claro: tornar as mudanças mais controladas, mensuráveis e sustentáveis.

As três perguntas do modelo de melhoria

O modelo de melhoria começa com três perguntas fundamentais. Elas ajudam a definir um foco claro e medir os efeitos das ações implementadas. Antes de pensar em soluções, é necessário entender o que se quer alcançar e como saber se houve progresso.

1. O que queremos alcançar?

Toda melhoria precisa de um objetivo específico. A pergunta direciona a equipe para um propósito concreto. Sem essa definição, as ações podem ser dispersas ou perder relevância.

Exemplo: Reduzir o tempo de atendimento ao cliente em 20% nos próximos três meses.

2. Como saberemos se uma mudança é uma melhoria?

Melhorar significa mudar para melhor. Mas como provar isso? A resposta está nos indicadores de desempenhoÉ por meio deles que se verifica se as ações estão funcionando.

Exemplo: Monitorar o tempo médio de atendimento por semana.

3. Que mudanças podemos fazer que resultarão em melhoria?

Aqui entram as ideias de ação. São as mudanças que podem levar à melhoria esperada. A equipe precisa levantar hipóteses e selecionar quais têm mais potencial de impacto.

Exemplo: Implementar um novo fluxo de atendimento ou capacitar a equipe em atendimento ágil.

Essas três perguntas orientam decisões e priorizações. Usar o modelo de melhoria com base nelas garante que as ações sejam focadas em resultados reais.

Ciclo PDSA: como testar e aprender com as mudanças

Depois de responder às três perguntas iniciais, o próximo passo é testar as mudanças. Para isso, o modelo de melhoria utiliza o ciclo PDSA, sigla em inglês para Plan, Do, Study, Act. Ele permite implementar melhorias em pequena escala, aprender com os resultados e, se for o caso, expandir.

Plan (Planejar)

Defina o que será feito, por que e como. Essa etapa inclui o objetivo da mudança, a previsão de resultados e o plano para coleta de dados.

Exemplo: Implementar um novo roteiro de atendimento e medir o tempo de resposta ao cliente.

Do (Executar)

A mudança é colocada em prática. Aqui, a equipe aplica o plano em um cenário controlado. É importante registrar o que acontece, inclusive desvios do planejado.

Study (Estudar)

Analise os dados coletados. Compare os resultados obtidos com as previsões feitas. O que funcionou? O que precisa ser ajustado?

Exemplo: Houve redução no tempo de atendimento? O novo roteiro foi bem aceito?

Act (Agir)

Com base no que foi aprendido, decida o próximo passo. A mudança pode ser mantida, ajustada ou descartada. Se os resultados forem positivos, ela pode ser aplicada em maior escala.

O ciclo PDSA favorece testes rápidos com baixo risco. Ele permite ajustes contínuos, evitando desperdícios e promovendo aprendizado constante. Por isso, é uma ferramenta essencial na aplicação do modelo de melhoria.

Benefícios de aplicar o modelo de melhoria

A adoção do modelo de melhoria traz ganhos práticos e mensuráveis para a organização. Ao estruturar as ações de mudança, é possível alcançar resultados mais consistentes com menos retrabalho.

Clareza no objetivo

Com perguntas bem definidas e foco no resultado, o time sabe o que precisa ser alcançado. Isso reduz desvios e alinha as expectativas entre áreas diferentes.

Agilidade para testar soluções

O ciclo PDSA permite aplicar mudanças em escala reduzida antes da adoção definitiva. Isso diminui riscos e acelera o aprendizado.

Tomada de decisão baseada em dados

A mensuração dos efeitos das mudanças é parte do processo. Assim, as decisões são baseadas em evidências, não em suposições.

Engajamento das equipes

Por envolver todos os níveis da organização, o modelo estimula a participação ativa. Pessoas mais próximas dos processos colaboram com sugestões e testes.

Melhoria contínua

O modelo não exige mudanças grandes ou definitivas de início. Pequenas melhorias podem ser feitas constantemente, somando ganhos ao longo do tempo.

Ferramentas que podem apoiar o modelo de melhoria

Para aplicar o modelo de melhoria de forma mais estruturada, é possível combinar ferramentas de análise e mapeamento. Elas ajudam a entender causas, priorizar ações e validar mudanças com mais precisão.

Diagrama de Causa e Efeito

Permite identificar as possíveis origens de um problema. Ao organizar causas por categorias (método, máquina, mão de obra, entre outros), a equipe tem uma visão clara do que precisa ser atacado.

5 Porquês

Ajuda a chegar à causa raiz de um problema por meio de perguntas sequenciais. A técnica é simples e eficaz para diagnósticos rápidos.

Matriz GUT

Auxilia na priorização das mudanças. A sigla vem de Gravidade, Urgência e Tendência. A combinação dos três critérios define onde agir primeiro.

Análise de Pareto

Baseada no princípio 80/20, permite identificar quais causas ou problemas geram maior impacto. Foca esforços no que traz mais resultado.

SIPOC

O SIPOC (Fornecedores, Entradas, Processo, Saídas e Clientes) é útil para mapear processos antes de iniciar mudanças. Ele define o escopo e os elementos envolvidos.

Exemplo prático de aplicação do modelo de melhoria

Imagine uma equipe de atendimento ao cliente que recebe reclamações frequentes sobre o tempo de resposta aos chamados.

1. Definindo o objetivo

A meta foi estabelecida: reduzir o tempo médio de atendimento de 3 dias para 1 dia útil em 60 dias.

2. Estabelecendo indicadores

A equipe começou a monitorar diariamente a média de dias entre a abertura e a finalização dos atendimentos.

3. Identificando mudanças possíveis

Entre as ideias levantadas estavam:

  • Criar um filtro para priorizar chamados urgentes.
  • Automatizar o envio de respostas iniciais com perguntas frequentes.
  • Reorganizar a escala de atendimento por horário de pico.

4. Aplicando o ciclo PDSA

Um piloto foi feito com um único produto da empresa:

  • Planejar: filtro de prioridade criado + roteiro de resposta rápida.
  • Executar: sistema testado por duas semanas com equipe reduzida.
  • Estudar: o tempo médio caiu para 1,2 dias.
  • Agir: ajustes finais foram feitos e o novo processo foi estendido a todos os produtos.

modelo de melhoria permitiu validar uma solução em pouco tempo, com impacto direto nos indicadores e sem grandes riscos para a operação.

O modelo de melhoria oferece uma estrutura simples para promover mudanças com foco no resultado. Ao seguir três perguntas claras e aplicar o ciclo PDSA, é possível testar soluções, medir impactos e evoluir com mais segurança.

Essa abordagem funciona bem em diferentes contextos — da indústria ao setor de serviços — e contribui para criar uma cultura de aprendizado contínuo e decisões baseadas em dados.

Empresas que adotam esse modelo conseguem melhorar seus processos com agilidade, sem perder controle sobre os resultados.

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Virgilio Marques Dos Santos

Virgilio Marques Dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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