Como reduzir custos com Projetos Lean Seis Sigma?
Lean

29/06/2017

Última atualização: 25/01/2023

Como reduzir custos com Projetos Lean Seis Sigma?

Quais são as principais fontes de custos?


Aqui citamos algumas fontes de custos que iremos atacar no artigo. Apenas para começar, vamos comentar cada um deles a seguir:




  • Desperdícios de produção.




Nem sempre os nossos processos produtivos são os melhores possíveis. Em nosso dia a dia é comum desperdiçar muita matéria-prima (muitas vezes cara), por exemplo. Além disso, fazer atividades de retrabalho, gastar mais energia elétrica do que o necessário ou ter um tempo de ciclo muito longo para cumprir uma atividade são pequenos problemas em processos.


Estes pequenos problemas custam caro demais no final do mês. No entanto, eliminar ou reduzir eles pode não ser tão difícil como pensamos. Nesse blog, vamos ensinar como um safari fotográfico na fábrica ou no escritório pode nos dar ideias para quantificar o quanto perdemos e atacar estas perdas.




  • Estoques.




Já imaginou o quanto de dinheiro parado há de estoque em sua  empresa? Quanto se gasta de tempo fazendo inventários neste estoque? Quanto se gasta de dinheiro para manter ele?


Eliminar estoques é uma forma muito boa para reduzir custos. Além disso, para levantar dinheiro rapidamente. Sendo então uma maneira muito melhor do que pedir dinheiro emprestado ao banco. Logo vamos comentar como entender o nosso estoque. Também, te dar algumas dicas para reduzir ele.




  • Frete e transporte.




Boa parte do custo presente em nossas matérias-primas está ligado ao transporte. Portanto, buscar fornecedores alternativos para o transporte ou procurar por fornecedores locais pode ser uma boa estratégia.




  • Contabilidade e impostos




Parte do que ganhamos hoje vai para o governo. Além disso, boa parte vai para saber o que devemos mandar para o governo. Dessa forma, procurar rever nossas classificações tributárias pode ser uma boa fonte  para reduzir custos. Hoje, várias empresas terceiras de contabilidade podem fazer este serviço.




  • Mão-de-obra.




A folha de pagamento e seus encargos são de forma geral um dos maiores custos das empresas . O momento é bom para ajustes no quadro de recursos humanos. Dessa forma, há a possibilidade de redução de jornada e terceirização de serviços internos.




  • Financeiros.




Estes custos são o que pagamos de juros por inadequação de nosso fluxo de caixa. Podemos combatê-los de diferentes maneiras. Por exemplo, renegociando nossas dívidas com nossos fornecedores. Desse modo, um ganho de prazo pode evitar que o caixa “estoure” e  então os juros comecem a nos massacrar.




  • Marketing e vendas.




Será que a prospecção de clientes está sendo feita da maneira mais eficiente possível? Gastos em excesso com marketing (e marketing digital) podem ser trocados por estratégias mais certeiras.


Por exemplo, não comprar cliques usando o Google Adwords. Mas sim, usar uma estratégia de inbound marketing ou marketing de conteúdo. Ao invés de gastar muito dinheiro indo a feiras, pode ser adotada uma tática de aproveitar melhor nossos parceiros comerciais. Logo vamos discutir isso em mais detalhes...




  • Gerados por produtos pouco lucrativos.




A crise é uma boa hora para rever nossas carteiras de produtos e clientes. Isso porque temos sempre aquele cliente pouco lucrativo. Além disso, temos muitas vezes aquele produto que nos dá muita dor de cabeça e pouco dinheiro (as vezes até prejuízo). Portanto, calcular os custos por produto e por cliente e então analisá-los para abandonar o que não funciona e explorar o que funciona é uma ótima estratégia.


Agora que já falamos sobre as áreas onde há custos, vamos então explorar cada uma delas, dando algumas sugestões e dicas para reduzi-los.


Onde estão os custos?


Entender os problemas com nossa produção é uma tarefa trabalhosa. A maioria das metodologias que lidam com melhoria de processos (por exemplo, o Lean manufacturing e o Seis-sigma) usam uma metodologia de análise e mudanças de hábitos. O objetivo é resolver problemas de forma definitiva.


Há grandes roteiros para a melhoria de processos. Por exemplo, o roteiro DMAIC. Nele é preciso um bom tempo analisando o processo e testando soluções. Em nossos cursos de White Belt e Green Belt, trabalhamos com este roteiro para solucionar problemas complexos de produção.


Lugares de algumas das maiores fontes de custo


Dos diversos projetos que realizamos, algumas das maiores fontes de custo se encaixam nos seguintes lugares:



  • Gastos desnecessários com matérias-primas;

  • Retrabalho;

  • Refugo;

  • Máquinas paradas por pequenas quebras;

  • Demora no set-up das máquinas;

  • Trabalhos padrões não eficientes.


Dica: Use o Gráfico de Pareto, uma das 7 Ferramentas da Qualidade, e saiba como diminuir os seus gastos.


https://www.youtube.com/watch?v=erxy8xRVKNA&t=26s


O que são refugos?


Refugos são peças que produzimos de maneira errada. Além disso, peças que não podemos reaproveitar. Todas as empresas, sejam elas de serviços ou manufatura, produzem algum tipo de refugo. De forma geral, abordamos esse problema começando por saber o seu tamanho.


Quanto se perde de dinheiro com refugos? Qual é a quantidade de peças refugadas?


Para saber isso, há uma técnica simples. Toda empresa possui um “cemitério” de peças. Em especial, aquelas que lidam com manufatura. Esse cemitério é o lugar onde os colaboradores levam os refugos.


Pode ser uma caçamba de “rebarbas” (comum em empresas metal-mecânicas), por exemplo. Ou também o pátio da fábrica. E até mesmo alguma lixeira de relatórios (para empresas de serviços). Ali então está o que já se refugou.


Algumas observações interessantes podem ser feitas entrevistando-se o “coveiro” da empresa:



  • Quais são as peças que aparecem mais no cemitério?

  • Quais os principais tipos de erro?

  • Quantas peças aparecem ali por dia?

  • Quantas vezes o cemitério é “resetado”?

  • Qual é a área da empresa (etapa de produção, setor, etc.) que mais manda peças ao cemitério?


Essas e outras perguntas devem ser feitas visando entender:



  • Qual é o tamanho do problema (em número de peças, número de ordens de produção ou financeiros)?

  • Qual parte da empresa gera mais refugo?

  • Quais são os tipos mais frequentes de erros?

  • Onde tenho que ir para aprender mais sobre os refugos?


Outra maneira que temos para entender a frequência dos erros é fazendo uma folha de verificação, que deve ser usada no lugar onde mais aparecem os refugos.


Uma vez que coletamos estes dados (preferencialmente quantitativos), devemos compilá-los. Em seguida, apresentá-los à equipe.  O objetivo é melhorar os processos de maneira a não se criar refugos. Uma boa forma de apresentar os dados é usar um Gráfico de Pareto.


Causas para geração de refugo


Uma vez geradas as sugestões, devemos testar os novos procedimentos. Algumas causas recorrentes para a geração de refugo são:



  • Falta de material certo para o operador (ferramental inadequado, matéria-prima inadequada, etc.);

  • Falta de uma instrução de trabalho clara sobre o procedimento de produção;

  • Problemas na atual instrução de trabalho;

  • Procedimentos de produção que pedem uma destreza em excesso do operador, não desenvolvida a partir de treinamentos adequados;

  • Produção mal planejada.


Uma vez que testamos os procedimentos, podemos implementar as mudanças e ver os resultados.


Quais são os gastos com matéria prima?


Desperdícios e mal uso de matérias-primas são verdadeiros ralos de dinheiro. Por isso, saber como usar as nossas matérias-primas e adequá-las à necessidade do cliente é de grande importância para todos que querem reduzir custos.


Há três casos onde gastamos mais do que deveríamos com matérias-primas:




  • Quando nosso produto utiliza uma matéria-prima melhor do que deveria.




Ou seja, gastamos muito para criar uma qualidade desnecessária ao cliente. Dessa forma, temos que pensar se não seria interessante trocar a matéria-prima por outra mais barata. Por exemplo, aço liga por aço carbono, alumínio por plástico, um plástico caro por um plástico mais barato, etc.


Também podemos pensar em reduzir a quantidade de certo insumo no nosso produto: se eu vendo uma peça de plástico que pesa 3 kg, posso fazê-la com 2,5 kg? Esse é um claro problema de engenharia e pede técnicas de análise e solução de problemas de engenharia.




  • Quando nosso processo desperdiça mais matéria-prima do que o necessário.




Por exemplo, se tenho uma injetora que injeta uma peça com rebarbas. Então eu poderia melhorar o processo para eliminar as rebarbas. Água, solventes, fluídos de corte, gases caros e energia são insumos que de forma geral são desperdiçados em processos. Neste caso, devemos estudar as instruções de trabalho. Além disso, melhorá-las da mesma maneira que fizemos com os refugos.




  • Quando nosso fornecedor nos fornece peças com defeitos, porém somos incapazes de identificar que o erro é dele.




Muitas pessoas pagam por erros que não cometeram. Empresas que não tem um padrão claro de recebimento ou uma instrução com suas especificações junto ao cliente podem sofrer com itens entregues com má qualidade.


Ter uma especificação clara do que é bom ou ruim e também de como definir isso é o primeiro passo para resolver este problema. Em seguida, devemos definir qual ponto podemos pegar o defeito do cliente antes que ele se torne um problema. Então padronizamos a atividade. Em seguida, observamos os resultados.


Quais são os gastos com retrabalho?


O procedimento para lidar com retrabalhos é igual ao descrito para lidar com refugos. Sendo então melhorar o processo de fabricação por meio de dados sobre o problema. No entanto, existe uma diferença no processo para o retrabalho e para o refugo que é  a coleta de dados.


Retrabalhos não podem ser encontrados em um "cemitério". Portanto devemos conseguir as informações através de coleta de dados direta no processo. Mais uma vez, folhas de verificação são interessantes para esta coleta.


Efeitos negativos de restrições para o retrabalho


Algumas empresas só permitem o retrabalho uma vez que os dados tenham sido coletados. No entanto, essas restrições muitas vezes possuem efeitos negativos. Por exemplo, alguém “quebrar o galho” para alguém. Ou seja, elas podem ser burladas.


Então, a melhor forma de obter a adesão à coleta de dados é tirar o medo das pessoas. Isso porque a culpa geralmente é do procedimento, não do operador. Uma vez que eles entenderem isso, as melhorias vão acontecer mais naturalmente e então os resultados vão aparecer.


Em seguida ao estudo, devemos novamente juntar a equipe para desenvolver, testar e aplicar as mudanças de procedimentos.


Quais são os custos com máquinas paradas?


Máquinas paradas são uma grande fonte de custos. Uma vez que não estão produzindo, todo o dinheiro investido nelas não tem propósito (como o seu preço de compra, custo de manutenção, etc.).


As máquinas param por diversos motivos. Alguns dos mais frequentes são:




  • Pequenas quebras, como defeitos simples nos componentes.




Quando isso acontece, temos que ter todo o material de troca disponível para então haver uma troca rápida. Além disso, estudar as pequenas quebras (que são as mais frequentes) vai nos permitir conhecer melhor as causas dessas falhas e tratá-las.


Se um componente sempre falha, podemos  criar um “plano de contingência” para a troca rápida dele. Além disso, fazer uma análise mais profunda do que está gerando aquela falha no longo prazo. A partir de tal análise, podemos diminuir  falhas e dessa maneira, melhorar nossos procedimentos. 




  • Manutenção demorada.




Às vezes, temos que quefazer um grande ajuste na máquina ou uma manutenção preventiva. Esses ajustes e manutenções devem ser programados para evitar tempo de máquina parada. Iremos falar mais sobre como reduzir essa manutenção quando falarmos sobre set-up de máquinas.




  • Espera por materiais ou pessoal.




Máquinas com frequência esperam para começar a trabalhar. Essa espera é um grande desperdício de dinheiro. Portanto, a espera deve ser combatida. As máquinas podem esperar por insumos (gás, combustível ou algum outro tipo de consumível), peças (a peça antes de ir para a máquina passa por uma inspeção, por exemplo) ou pessoal. Devemos coletar dados a respeito dessas esperas. Além disso, melhorar nossos processos para evitar que elas aconteçam.


Quais são os custos com setup?


Set-ups demorados são comuns em todas as empresas. A maior parte dos set-ups demoram mais do que o necessário. Isso porque não dividem set-up interno de set-up externo.


Set-up interno são atividades que só podemos fazer com a máquina parada. Por exemplo, encaixar uma ferramenta em uma injetora. Só podemos fazer esse encaixe com a injetora parada. Set-up externo é tudo que podemos fazer com a máquina funcionando. Por exemplo, transportar o molde de injeção até perto da injetora, disponibilizar todas as ferramentas necessárias para a troca, fazer os ajustes necessários no molde, etc.


Como melhorar o set-up


Quando uma empresa conduz atividades que poderiam ser feitas como set-up externo no set-up interno, o tempo de ajuste sobe de forma significativa. Com essa explicação simples em mente, podemos reduzir o uso de pessoal e o tempo de máquina de um set-up.


Uma vez que conhecemos as diferenças, uma maneira de melhorar o set-up é fazer um pequeno filme dos operadores no set-up. Em seguida, peça a eles para observar o que é externo e tem sido feito com a máquina parada. Peça também, sugestões para melhorar a divisão das tarefas. Uma vez estabelecido, adote o novo padrão de set-up.


Em nossos projetos de consultoria, podemos ver grandes reduções de custo apenas por meio dessa técnica. Chegamos a reduzir custos na ordem de milhões de reais melhorando a disponibilidade de máquinas de nossos clientes.


Quais são os custos com o trabalho padrão inadequado?


Como diria o grande Taiichi Ohno, um dos precursores do Lean: “não há melhoria sem padrão”. Falamos muito sobre padronização nas páginas anteriores, mas nunca é o bastante. A maioria dos custos criados por ineficiências fabris vem de padrões mal feitos. Estude, revise e também atualize sempre seus padrões.


Além disso, tenha a certeza que as pessoas que precisam dos padrões tenham fácil acesso a eles. Também confira se eles são claros, concisos e específicos. Dessa forma, fazendo com que possam ser entendidos por quem vai usar eles. Teste seus padrões com operários que não participaram de sua criação. Então, treine todos a usá-los e melhorá-los.


Quais são os custos com estoques?


Estoques são grandes desperdícios dentro das empresas. Eles usam capital que poderia estar sendo empregado de uma melhor forma.  Além disso, eles geram custos de inventário, manutenção e também administração. É estimado um gasto anual de 5% do valor em estoque só com estes itens.


Todas as empresas possuem estoques. Algumas mais e outras menos. As maiores razões para os estoques serem superdimensionados tem a ver com a programação da produção. Portanto, a solução para este superdimensionamento também. Empresas que possuem linhas balanceadas (você pode fazer um VSM, por exemplo, para avaliar o balanceamento da sua linha) e adotam sistemas de produção puxada conseguem reduzir de forma sensível seus estoques.


Em nosso espaço EAD, temos um curso de Lean que lhe ensinará como mapear e balancear sua produção. Além disso, como adotar sistemas de produção puxada.


A redução dos tempos de set-up de forma geral ajudam de maneira sensível também para a redução de estoque. A partir do momento que perdemos menos tempo ajustando e partindo nossas máquinas, podemos fazer lotes de produção menores e adaptar eles ao consumo real do cliente. Essa estratégia, de lotes menores, é o nivelamento da produção. Ela diz que devemos produzir apenas o que o cliente precisa.


O nivelamento de produção e a adoção de sistemas de produção puxada são dois grandes alicerces do Sistema Toyota de Produção.


Quais são os custos com transportes e fretes?


Boa parte da margem de lucro das empresas é perdida nas estradas. Pedágios, combustível, cara manutenção da frota de caminhões, entre outras razões. Dessa forma, o transporte é um dos principais custos no Brasil.


Algumas sugestões para se reduzir estes custos são:




  • Renegocie as suas tarifas com seus transportadores ou busque por novos transportadores.




Todos sabemos que para negociar, precisamos de uma alternativa. Atualmente há vários aplicativos e sites de colaboração entre caminhoneiros. Eles poderão te fornecer boas alternativas. Entre os aplicativos, podemos sugerir o TruckPad. Para os sites, podemos sugerir o site da Transvias (transvias.com.br) que lista várias rotas das principais transportadoras do país, como o próprio TruckPad (www.truckpad.com.br).




  • Busque fornecedores mais próximos.




Às vezes a solução para seu problema não é arrumar um outro transportador. Mas sim um fornecedor local. Fornecedores locais deixam mais ágil a comunicação para a resolução de problemas. Além disso, deixam mais barato o produto final.


Quais fornecedores locais vocês poderiam usar? A grande questão contra fornecedores locais é que de forma geral eles não têm a qualidade ou o custo desejado para nossos produtos. Nestes casos, devemos pensar como a Toyota. Ou seja, ajudar eles a se desenvolverem, através de uma relação de cooperação. Quais os problemas mais comuns deles? Como ajudar a resolver?


Essas duas macro estratégias são muito eficazes na redução de custos de transporte.


Como reduzir os custos com contabilidade e impostos?


Como já mencionado, o governo fica com uma grande parte do nosso dinheiro.  Além disso, uma outra parte vai para nossos contadores ou nosso setor de contabilidade para saber o que pagamos.


Em tempos de crise, vale a pena ver de novo nossas classificações tributárias. Várias empresas de contabilidade ou de direito tributário fazem este serviço. Muitas delas na forma de success fee. Ou seja, os honorários da empresa dependem da redução feita.


Por motivos de ética, não podemos indicar escritórios que fazem este serviço. No entanto, não é difícil localizar eles. Montantes significativos são economizados com essas revisões.


Sistema simples de tributação


Além destas classificações tributárias de produtos, é possível mudar a empresa para o sistema simples de tributação (quando é aplicável). Diversas pequenas e médias empresas optam pelo sistema de lucro presumido e com isso passam a pagar mais impostos do que deveriam.


Negociação com o contador


Por último, é interessante também negociar com seu contador as tarifas e taxas cobradas nesta época. Como não somos especialistas no assunto, sempre recorremos ao nosso professor Fábio Esteves Pedraza, que nos ajuda respondendo nossas dúvidas.


Como reduzir custos com mão de obra?


Bons custos podem ser reduzidos através de reavaliação de nossos recursos humanos. Devido às mudanças nas leis trabalhistas temos mais flexibilidade na jornada de trabalho. Dessa forma, podemos reduzir ela e, portanto, diminuir os custos.


No entanto, para que não passamos apertado com menos pessoas trabalhando, devemos seguir alguns passos:


1 - Avalie qual sua mão de obra mais cara.


Em geral, pessoas especializadas custam mais. Portanto, há grandes chances de reduzir custos ao diminuir a jornada destas pessoas.


2 - Avalie o serviço que seus especialistas fazem que agrega valor à empresa.


Um engenheiro, por exemplo, é contratado para projetar. Se ele passar todo o tempo projetando e testando protótipos, seu trabalho então é bem feito. Se, ao invés disso, ele estiver fazendo excessivas burocracias, seu tempo então é mal usado. Não é preciso um engenheiro, por exemplo, para emitir notas fiscais. Dessa forma, podemos usar um recurso menos caro para fazer isso. 


3 - Reformule o trabalho do especialista, terceirizando ou delegando tarefas necessárias que não agregam valor.


Caso uma atividade feita pelo especialista não agregue valor, ela pode então ser eliminada ou também passada para outra pessoa. Como analistas de custos, devemos entender qual é a maneira mais barata de fazer o serviço.


Podemos, por exemplo, contratar empresas terceirizadas ou serviços específicos. Hoje há empresas terceirizadas para serviços que vão desde limpeza até resolução de problemas e atendimento ao cliente. Também podemos passar as tarefas para outras pessoas de dentro da empresa.


4 - Uma vez livrado o tempo dos especialistas, veja outras atividades conduzidas pelos colaboradores da empresa. Busque melhorar o trabalho padrão realizado. Realoque os recursos humanos conforme for necessário.


Da mesma maneira que fizemos com os especialistas, podemos fazer com os outros funcionários da empresa. Vendo de forma crítica o trabalho que eles fazem, podemos ter grandes reduções de custo .


Um projeto que realizamos a um cliente  ilustra  esse procedimento. Eles tinham máquinas de injeção de plástico que eram operadas por um operador “titular” e um assistente. O trabalho do assistente era sobretudo retirar rebarbas das peças recém-injetadas.


Fizemos uma série de testes para melhorar os parâmetros de injeção. Usamos técnicas de planejamento de experimento, ensinadas em nosso curso de Green Belt.  Portanto, de forma a obter uma condição na qual as peças injetadas não produziam rebarbas. Dessa maneira, pudemos livrar o tempo dos assistentes (algo como 8 pessoas). Eles foram então realocados para atividades em que seu trabalho era preciso.


5 - Avalie a tributação sobre a folha de pagamento.


Da mesma forma que comentamos sobre impostos em geral, os encargos trabalhistas dependem da configuração tributária da empresa. Empresas alocadas no simples, por exemplo, pagam menos impostos sobre a folha. Veja se isso é aplicável.


Ao final, com procedimentos mais enxutos, podemos deixar nossos colaboradores trabalhando em nosso core business. Dessa maneira não só reduziremos custos, mas também aumentaremos a satisfação deles.


Como diminuir os custos financeiros?


Muitas vezes nosso fluxo de caixa sai de nosso controle: um cliente que não paga, um gasto emergencial que não havíamos previsto ou um produto que nos deu prejuízo. Nessas horas, somos obrigados a entrar no cheque especial ou pegar um empréstimo. Dessa forma, pagando juros que vão sangrar nosso lucro nos próximos meses.


Muitas empresas não se atentam para a quantidade de “custos financeiros”. Ou seja, o dinheiro que vai para o pagamento de juros e empréstimos que elas têm. A seguir, vamos dar algumas dicas para evitar esses gastos.




  • Saiba qual linha de crédito é mais adequada para sua empresa.




A maioria dos bancos possuem empréstimos de capital de giro a juros muito mais baixos do que aqueles do cheque especial. Veja se não é melhor um empréstimo deste tipo. Além disso, sempre vale a pena negociar as taxas com seu gerente do banco. Essas pequenas ações podem poupar centenas de milhares de reais no final do ano.




  • Tenha um planejamento de fluxo de caixa disciplinado.




Saiba o quanto vai entrar e o quanto precisa sair. Caso tenha um fluxo negativo, antes de ir ao banco, tente negociar prazos e preços com seus fornecedores. Eles são bem mais flexíveis que os bancos e têm muito mais interesse no sucesso de seu negócio.




  • Tenha táticas para evitar a inadimplência.




Várias empresas sofrem muito com  a inadimplência. Ainda mais aquelas que o portfólio é composto de outras empresas. Empresas que vendem para pessoas jurídicas, muitas vezes têm suas carteiras concentradas na mão de 4 ou 5 clientes e estes nem sempre pagam em dia. Portanto, saiba limitar as vendas diante de atrasos e inadimplências. Assim, de maneira a não comprometer irreversivelmente sua saúde financeira.


Como minimizar os custos com marketing e vendas?


Sabemos o quanto podemos gastar para conseguir novos clientes. Na ânsia de conseguir uma receita a mais, é possível perder mais dinheiro do que ganhar com eles. Portanto, uma estratégia eficiente para diminuir custos é rever nossos métodos de vendas. Ou seja, temos que conhecer como estamos fazendo para atrair clientes e além disso incentivar as ações melhores e menos caras. Para isso:




  • Conheça seu funil de vendas.




Saiba quais são os passos para um prospecto de cliente comprar seu produto. Entenda então as etapas de como ele passa de alguém que não conhece sua empresa para um cliente. Por quais atividades ele deve passar? Quais são os eventos mais problemáticos nesse funil? Um exemplo de funil de vendas pode ser:



  • Ver a propaganda na internet;

  • Entrar em nosso site;

  • Se familiarizar com um de nossos produtos;

  • Marcar uma reunião conosco;

  • Receber uma proposta nossa;

  • Aceitar e tornar-se um cliente.


Neste caso, podemos pensar em várias ideias de redução de custo. Por exemplo, se realizamos uma visita presencial no cliente para entender sua demanda, podemos trocar por uma reunião via Skype. Se a taxa de sucesso manter a mesma, ganhamos em custos.




  • Foque nas abordagens mais eficientes.




Da mesma maneira que podemos trocar uma reunião presencial por uma de Skype, muitas vezes podemos mudar nossas formas de propaganda. Por exemplo, ao invés de anunciarmos na televisão, podemos anunciar no rádio. Assim como, ao invés do rádio, podemos comprar clics pela internet. Também, ao invés de comprar clics, podemos explorar melhor nossas mídias sociais.




  • Procure soluções criativas para suas vendas.




Busque novas formas de fazer as atividades do funil. Dessa maneira, você poderá achar ideias que são boas e baratas. Nosso curso de criatividade poderá te ajudar a encontrar soluções novas e interessantes.


Como reduzir os gastos com produtos ruins?


Várias empresas possuem clientes ou produtos que são de fato “bombas”. Ou seja, fazemos a entrega ao cliente, porém vários retrabalhos e serviços adicionais acabam surgindo depois. Esses serviços a mais atrapalham o nosso lucro pois criam custos não previstos. Portanto, para acabar com isso, vale a pena seguir os seguintes passos:




  • Tenha um contrato claro com o cliente do que vai ser entregue e calcule seus custos para que esta entrega dê lucro.




Com um contrato claro e bem definido, fica difícil depois o cliente querer algo a mais. Dessa forma, isso evita custos a mais por capricho do cliente.




  • Entenda as causas dos custos adicionais.




Muitas vezes, no entanto, quem está errado não é o cliente. Mas sim nossa empresa, que se comprometeu a entregar algo que não sabia fazer direito. Nesses casos, temos que entender a fundo o que causou a perda de controle do produto. Isso então pode ser feito com coleta de dados e análise.  Em seguida, buscamos criar maneiras de melhorar nossa atuação, consertando nossos erros.




  • Reavalie seu portfólio.




Após entender as expectativas dos clientes e as capacidades internas da empresa, caso seja de fato muito difícil para entregar um produto, pense em reformular ou até mesmo excluir ele do seu portfólio. Reformulações podem ter a exclusão de serviços e funções específicas ou mudanças nos processos da empresa para entregar eles.


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Virgilio Marques Dos Santos

Virgilio Marques Dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.