A capabilidade refere-se a um conjunto de KPIs (métricas) que medem a habilidade do processo entregar aquilo que o cliente quer.
Figura 1 – Histograma de um processo “capaz”, ou seja, que sempre entregará ao cliente produtos dentro da especificação.
O histograma da Figura 1 mostra os tempos de entrega de um serviço de entregas em domicílio. O tempo atual de entrega é medido em relação ao prazo de entrega acordado com o cliente e, então, a entrega perfeita ocorre quando esse tempo é igual a zero.
A amplitude entre o limite inferior de especificação e o limite superior de especificação é conhecido como a Voz do Cliente, ou VOC em inglês. Nesse exemplo, o VOC é de duas horas – uma hora para cada lado do tempo acordado de entrega.
A variação total do processo, que afeta a largura do histograma, é a Voz do Processo, a qual é, em um processo que segue a distribuição normal como o mostrado aqui, equivalente a seis desvios padrão.
Cuidado: nem sempre todas as especificações estão em seu VOC. Não assuma que metas internas, especificações ou tolerâncias de fabricação refletem as necessidades do cliente sem antes alinhá-las com ele.
A capabilidade do processo é a comparação entre o VOP e o VOC, ou seja, processo versus cliente. Nesse caso, desde que a largura do histograma (VOP) esteja melhor que a lacuna entre os limites de especificação (VOC), o processo será capaz de entregar dentro das especificações. Entretanto, o histograma não está centralizado entre os limites de especificação, o que significa que o processo tende a entregar depois do tempo definido com o cliente e há um risco de algumas entregas serem feitas fora do limite superior de especificação.
Desse modo, tanto a largura como a posição do histograma irá definir a capabilidade do processo.
Para realizar o cálculo no Minitab, é muito fácil. Para começar, ele possui os três tipos principais para análise da capabilidade a serem utilizados em variáveis contínuas. São eles:
Os estudos de capabilidade podem ser conduzidos com dados históricos ou dados coletados especificamente para esse propósito. Em ambos os casos, é importante garantir que os dados estejam gravados em ordem cronológica, pois o Minitab assume essa hipótese. Além disso, e se for possível, o desempenho de curto e longo prazo do processo deve refletir os dados que você coletou. Uma abordagem comum é coletar pequenas amostras (subgrupos), digamos 5 ou menos medições para refletir o curto prazo, e repetir essa amostragem em intervalos específicos para capturar a variação de longo prazo do processo.
Um dos itens mais importantes da capabilidade são as métricas. A primeira e mais famosa é o Cp que reflete a capabilidade potencial do processo assumindo que o histograma está centralizado e dentro dos limites de especificação (VOC). Já o Cpk reflete a capabilidade atual do processo por meio da mesma razão de Cp, mas comparando a distância entre o limite de especificação mais perto da média.
Para mais informações sobre capabilidade e muitas outras rotinas, convido-os para baixarem nossa Apostila Green Belt. E claro, se não for Green Belt ou Black Belt, convido-o a acessar nossa plataforma e certificar-se.
Veja nossa aula de Capabilidade do Green Belt EaD FM2S:
Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.
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