Escolher o modelo de gestão certo pode determinar o sucesso ou o desgaste de uma organização. Cada empresa opera dentro de uma realidade específica: metas, pessoas, cultura e maturidade. Por isso, não existe um único modelo ideal, mas sim aquele que se adapta melhor ao contexto e aos objetivos da gestão.
Neste conteúdo, você vai entender quais são os modelos de gestão mais utilizados no mercado, como eles funcionam e em quais cenários cada um é mais eficaz. Vamos apresentar desde abordagens voltadas a metas, como a gestão por resultados, até modelos que priorizam participação, competências ou estrutura de processos.
O que são os Modelos de Gestão?
Os modelos de gestão são estruturas utilizadas para direcionar a forma como uma organização é administrada. Eles definem o comportamento dos líderes, a tomada de decisões, a distribuição de responsabilidades e a forma de medir resultados.
Cada modelo apresenta valores, métodos e práticas específicas que impactam diretamente o desempenho da equipe e o alcance dos objetivos. A escolha do modelo influencia desde o clima organizacional até os indicadores estratégicos da empresa.
Não existe um único modelo ideal. O mais adequado depende de fatores como:
- Estágio de maturidade do negócio;
- Perfil da liderança;
- Cultura organizacional;
- Objetivos de curto e longo prazo.
Ao compreender os diferentes tipos, você pode selecionar ou adaptar aquele que melhor se encaixa nas necessidades da sua equipe ou projeto. É por isso que conhecer os principais modelos de gestão é um passo importante para melhorar processos, engajar pessoas e garantir mais consistência nos resultados.
Modelos de gestão bem estruturados contribuem para a tomada de decisão e o alinhamento estratégico, sendo aplicáveis em empresas de qualquer porte e setor.
Modelos de gestão mais adotados no mercado
As organizações escolhem seus modelos de gestão com base em cultura, objetivos e estrutura. A seguir, veja os estilos mais comuns no mercado e suas principais aplicações.
1. Gestão por Resultados
Tem como foco principal atingir metas com base em indicadores de desempenho. Esse modelo organiza a gestão a partir de entregas e objetivos mensuráveis. Toda a equipe atua com foco em metas previamente estabelecidas, acompanhadas por indicadores de performance (KPIs). O papel da liderança é garantir o alinhamento entre estratégia e execução, monitorando o progresso por meio de dados.
É comum o uso de reuniões de acompanhamento, feedbacks e revisão de metas com base em resultados. A transparência nos critérios de avaliação aumenta a objetividade das decisões e direciona os esforços para o que realmente importa.
Quando aplicar:
A gestão por resultados é mais recomendada em ambientes orientados a metas, com necessidades de entrega e pressão por eficiência. Funciona bem em setores como:
- Comercial e vendas: metas de faturamento, número de clientes ou taxa de conversão.
- Projetos com prazos definidos: como lançamentos de produtos, eventos ou auditorias.
- Operações de rotina com metas operacionais: como produção, logística e atendimento.
Empresas que lidam com orçamentos rígidos, contratos por desempenho ou metas trimestrais também se beneficiam desse modelo.
No entanto, implementar esse modelo sem uma base estruturada compromete os resultados. Não adianta focar apenas nas metas finais se os processos que levam até elas não estão bem definidos. Quando a gestão por resultados é aplicada de forma superficial, sem planejamento, critérios objetivos ou suporte ao time, ela perde efetividade e gera efeitos contrários.
Cobrança sem acompanhamento transforma metas em pressão excessiva. A equipe passa a trabalhar sob tensão, sem entender como alcançar os objetivos. O foco exclusivo no resultado, sem olhar para os meios, leva a retrabalho, queda de qualidade e desmotivação.
2. Gestão Democrática
Tem como foco principal a tomada de decisão colaborativa e horizontal. A gestão democrática se baseia na participação ativa dos colaboradores nas decisões do dia a dia. Nesse modelo, a autoridade é descentralizada e o gestor atua como facilitador, promovendo o diálogo, escutando sugestões e mediando conflitos, sem impor ordens unilaterais.
As metas, estratégias e melhorias são construídas em conjunto. A comunicação flui de forma aberta, e a troca de ideias se torna parte da rotina. Esse formato estimula a criatividade, fortalece o senso de pertencimento e aumenta o comprometimento da equipe com os resultados.
Quando aplicar a Gestão Democrática
A gestão democrática é indicada em ambientes que exigem inovação constante, colaboração entre áreas e agilidade nas adaptações. É especialmente útil em:
- Startups e empresas em fase de crescimento, com times enxutos e versáteis.
- Negócios criativos e setores como design, marketing, tecnologia e educação.
- Projetos com foco em cocriação, melhoria contínua e aprendizado rápido.
No entanto, esse modelo exige preparo e maturidade da equipe. Quando mal conduzido, o excesso de consulta pode atrasar decisões ou gerar dispersão. Além disso, sem processos de priorização e critérios objetivos, as decisões coletivas tendem a perder foco.
Mais do que ouvir todos, é necessário organizar o processo de escuta, definir limites de autonomia e garantir que a participação leve a ações concretas. A gestão democrática funciona quando a colaboração é estruturada e alinhada com os objetivos estratégicos.
3. Gestão Meritocrática
Tem foco em reconhecer e recompensar o desempenho individual. Na gestão meritocrática, os resultados obtidos pelos colaboradores são o principal critério para decisões sobre promoções, bônus e atribuições. O reconhecimento é baseado em entregas mensuráveis, e não em tempo de casa, cargo ou afinidade pessoal. Esse modelo valoriza a performance individual como motor de crescimento.
Para que funcione de forma justa, é fundamental que os critérios de avaliação sejam claros, consistentes e transparentes. Métricas bem definidas evitam percepções de favorecimento e ajudam a manter o engajamento da equipe.
Quando aplicar a Gestão Meritocrática:
Esse modelo é mais indicado para empresas que:
- Trabalham com metas desafiadoras e ambientes competitivos;
- Desejam reter talentos com alto desempenho e estimular evolução contínua;
- Precisam ligar recompensas a resultados tangíveis, especialmente em setores como vendas, consultoria e finanças.
No entanto, a meritocracia mal aplicada compromete o clima organizacional. Quando não há alinhamento entre os objetivos e a realidade operacional, surgem distorções: colaboradores se sentem cobrados, mas não reconhecidos. Outro risco é premiar apenas o curto prazo, ignorando comportamentos colaborativos ou entregas sustentáveis.
4. Gestão por Competências
Esse tipo de gestão tem foco principal em alinhar as habilidades dos profissionais às estratégias da empresa.
A gestão por competências parte do princípio de que os resultados de uma organização dependem diretamente da combinação entre conhecimento técnico, habilidades práticas e atitudes comportamentais o modelo conhecido como CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude).
Nesse modelo, a empresa define quais competências são críticas para atingir seus objetivos estratégicos e, a partir disso, mapeia os perfis da equipe, identifica lacunas e promove ações de desenvolvimento. A avaliação deixa de ser baseada apenas em entregas e passa a considerar a forma como essas entregas são construídas.
Quando aplicar a Gestão por Competências:
É mais recomendada para empresas que:
- Estão em fase de reestruturação ou transformação estratégica;
- Precisam reter talentos com potencial de crescimento;
- Buscam crescimento sustentado, investindo no desenvolvimento humano;
- Desejam alinhar cultura, desempenho e formação de líderes.
A gestão por competências é especialmente útil em ambientes complexos, onde a performance vai além dos números e depende de competências como liderança, comunicação, inovação ou trabalho em equipe.
Mas para gerar impacto real, o modelo exige mais do que mapeamento de perfis. É necessário integrar a gestão de competências a práticas como recrutamento, avaliação de desempenho, planos de carreira e capacitação. Quando aplicada de forma superficial ou isolada, a abordagem perde força e se torna apenas uma lista de atributos sem ação prática.
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5. Gestão por Processos
O foco principal desse tipo de gestão é otimizar o fluxo das atividades para atingir resultados previsíveis.
Na gestão por processos, o foco não está nas tarefas isoladas, mas no conjunto de atividades interligadas que geram valor ao cliente. Cada área deixa de operar como um silo e passa a enxergar seu papel dentro de um processo maior. O objetivo é garantir que entradas, etapas e saídas estejam alinhadas para produzir resultados consistentes.
Esse modelo permite identificar gargalos, eliminar retrabalho, reduzir custos e melhorar o tempo de resposta. A clareza sobre responsabilidades e interdependências entre setores promove maior integração e evita falhas recorrentes na operação.
Quando aplicar a Gestão por Processos
A gestão por processos é mais indicada em situações como:
- Empresas em expansão, que precisam padronizar a operação para manter a qualidade;
- Organizações com baixa eficiência operacional ou alto índice de retrabalho;
- Estruturas que buscam mais previsibilidade e controle sobre seus fluxos internos;
- Negócios que desejam certificar processos (como ISO 9001) ou implantar melhorias contínuas.
Apesar dos benefícios, esse modelo exige disciplina e envolvimento das lideranças. Sem acompanhamento contínuo, os processos se tornam estáticos e perdem aderência à realidade. Outro risco está na tentativa de padronizar sem entender a lógica real do trabalho, o que pode burocratizar em vez de simplificar.
Para gerar impacto, a gestão por processos precisa estar conectada a indicadores de desempenho, contar com a participação das equipes e ser revista periodicamente. Só assim ela se transforma em uma ferramenta de melhoria real e não apenas em um fluxograma esquecido.
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