Armadilhas: quais são as 7 armadilhas da gestão?
Carreira

24 de dezembro de 2016

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Armadilhas: quais são as 7 armadilhas da gestão?

Quais são as armadilhas da gestão?


Armadilhas da Gestão: por que nem todas empresas seguem o caminho do crescimento focado e sustentado? Por que algumas empresas caem em alguma armadilha e quebra seu ciclo de crescimento, entrando em um declínio no longo prazo? Vamos, neste artigo, entender 7 armadilhas de empresas em crescimento.



Armadilhas de não ter missão clara


A razão mais frequente para empresas se verem diante de problemas é quando tentar crescer sem estabelecer uma missão que seja bem compreendida. Sem clareza de propósitos é difícil, se não impossível, para os clientes, equipe e acionistas saberem por que existe a empresa e para onde está indo. Quem toma as decisões dentro da empresa fica sem critérios para definir caminhos.


Há empresas que caem nessa armadilha e dizem que seus objetivos são gerar resultados a curto prazo não importante de que forma, independente do setor em que atuam ou da maneira de conduzir seus negócios. Por mais que você consiga tocar uma estratégia assim por alguns anos, as chances de se perder chegam rapidamente à 100%. E, empresas assim, acabam liquidadas por fundos de investimento que as compram apenas para reduzirem suas perdas.



Armadilhas de subestimar o principal negócio da empresa


Existem um grande perigo em subestimar o crescimento potencial do seu principal negócio. Ram Charan argumenta que todos os negócios podem crescer se avaliados de maneira apropriada e liderado com perseverança e criatividade. Jack Welch levou esse problema para a GE ao pedir que mesmo seus atores mais maduros expandissem suas definições de mercado para criar oportunidades de crescimento. Ele desafiou seus negócios com maior participação de mercado: como vocês podem redefinir o negócio de forma a alterar a participação de 40% para 10%?



Armadilhas: depender de uma única linha de produtos


Muitas grandes empresas se basearam em uma única linha de produtos em mercados em crescimento nos anos de rápida expansão. Exemplos não faltam, como IBM, Intel, Nokia e Dell. Embora todo mercado em crescimento acabe eventualmente reduzindo a velocidade, é comum as empresas não perceberem a mudança. Elas ficam tão enfronhadas no sucesso de seu principal negócio que não alocam fundos na criação de novos negócios. Quando a redução de velocidade ocorre, é muito tarde para alagar sua estratégia e elas são obrigadas a cortar investimentos para sobreviver.



Armadilhas de falhar em detectar mudanças


Muitas grandes empresas ficam “casadas” com a tecnologia que as levou ao sucesso. Elas perdem as novas tecnologias porque lhe parecem triviais, ou pelo menos não tão sofisticadas quanto as suas. Tecnologias disruptivas assumem mercados anteriormente estabelecidos. Portanto, cuidado ao achar que o que é mais simples e mais novo, não tem chances contra sua empresa. Às vezes, o cliente não precisa de tudo que você oferece e, quando alguém oferece só o que ele precisa em um preço mais baixo, ele troca.



Armadilhas de mudar a estratégia sem mudar a cultura


Muitas grandes empresas, sentindo as mudanças em seus mercados, adaptam suas estratégias para as condições de um mercado em transformação, mas não conseguem mudar a cultura. A GM é um exemplo clássico de empresa que caiu nessa armadilha.



Armadilhas de abandonar suas principais competências


Nos anos 60, a Honeywell decidiu que seu mercado de tecnologia de automação e sistemas de controle era um negócio de baixo crescimento. Então enveredou no mercado de sistemas de informação, futilmente desafiando a IBM ao comprar o fracassado negócio de grandes computadores da GE. Apesar de tentar com firmeza, foi incapaz de ganhar terreno sobre a IBM.


Apesar de todo seu conhecimento em automação, a empresa nunca realmente entendeu de grandes computadores e foi pega em um jogo no qual não tinha força de mercado nem superioridade tecnológica. Na busca de mercados em expansão, a empresa se afastou de suas competências principais.



Armadilhas de contar com aquisições para crescer


Muitas empresas se tornam dependentes de aquisições para expandir, o que representa uma estratégia arriscada que pode falhar. Uma companhia que se baseia integralmente em aquisições corre o sério risco de fazer a compra errada ou pagar demais pelo novo alvo. Se as aquisições forem a principal forma de expansão, problemas operacionais com elas podem inevitavelmente consumir fundos necessários para o crescimento interno.


Lembram da WorldCom? Seu CEO Bernie Ebbers construiu a companhia com uma série de aquisições, cada uma maior que a anterior. Quando o Departamento de Justiça bloqueou sua aquisição da Sprint, a empresa passou a adotar truques de contabilidade para esconder deficiências operacionais. No final, foi pega e seu outrora valor de 160 bilhões de dólares entrou em colapso enquanto a companhia caminhava para a quebra.



Quais as armadilhas mais comuns para evitarmos?


Não fornecendo comentários


Sarah é um representante de vendas talentoso, mas ela tem o hábito de atender o telefone de forma não profissional. Seu chefe está ciente disso, mas ele está esperando sua revisão de desempenho para dizer-lhe onde ela está indo errado. Infelizmente, até que ela tenha sido alertada para o problema, ela continuará impedindo os potenciais clientes.

De acordo com 1.400 executivos entrevistados pelas empresas The Ken Blanchard, a falta de feedback é o erro mais comum que os líderes fazem. Quando você não fornece feedback imediato para o seu pessoal, você está privando-os da oportunidade de melhorar seu desempenho.

Não faz tempo para sua equipe


Quando você é gerente ou líder, é fácil ficar tão envolvido em sua própria carga de trabalho que não se disponibiliza à sua equipe. Sim, você tem projetos que você precisa entregar. Mas o seu povo deve vir primeiro - sem você estar disponível quando eles precisam de você, seu pessoal não saberá o que fazer e não terá o apoio e a orientação que eles precisam para atingir seus objetivos.

Evite esse erro bloqueando o tempo em sua agenda especificamente para o seu pessoal e aprendendo a ouvir ativamente sua equipe. Desenvolva sua inteligência emocional para que você possa estar mais atento ao seu time e suas necessidades, e tenha um tempo regular quando "sua porta está sempre aberta", para que suas pessoas saibam quando podem obter sua ajuda. Você também pode usar Management By Walking Around, que é uma maneira eficaz de se manter em contato com sua equipe. Uma vez que você está em um papel de liderança ou de gerenciamento, sua equipe sempre deve vir primeiro - este é, no fundo, o que é uma boa liderança!

Ser "Hands-off" demais


Uma de suas equipes acaba de completar um projeto importante. O problema é que ele não entendia a especificação do projeto, e você não ficou em contato com ele enquanto ele estava trabalhando nisso. Agora, ele completou o projeto no caminho errado, e você está diante de explicar isso a um cliente irritado.

Ser muito amigável


A maioria de nós quer ser vista como amigável e acessível às pessoas em nossa equipe. Afinal, as pessoas estão mais felizes trabalhando para um gerente que eles conseguem. No entanto, você às vezes terá que tomar decisões difíceis em relação às pessoas em sua equipe, e algumas pessoas ficarão tentadas a aproveitar seu relacionamento se você for muito amigável com eles. Isso não significa que você não pode se socializar com seu povo. Mas, você precisa obter o equilíbrio certo entre ser um amigo e ser o chefe.

Falhando em Definir Objetivos


Quando seu povo não tem objetivos claros, eles se confundem em seus dias. Eles não podem ser produtivos se eles não sabem o que eles estão trabalhando, ou o que seu trabalho significa. Eles também não podem priorizar sua carga de trabalho de forma eficaz, o que significa que os projetos e as tarefas são concluídas na ordem errada.

Dessa forma, cuidado pessoal. Não caiam nessas armadilhas e se, as empresas em que trabalham estiverem caindo, avise sua direção ou os acionistas. Pois a visão crítica de um profissional, é um dos maiores fatores de promoção e credibilidade em sua carreira. Um Green Belt, um Black Belt ou um Gestor de Projetos, deve zelar pela empresa.

Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.