Desde o início de 2020, as mudanças foram significativas em diversas áreas como saúde, política, mercado de trabalho e, principalmente, na educação. A educação a distância, que antes enfrentava resistência e desconfiança, passou a ser vista com outros olhos.
Pesquisas recentes mostram o aumento do interesse por cursos EaD, especialmente após o impacto da Covid-19 no cotidiano. No primeiro semestre, os dados já apontavam um avanço expressivo nessa modalidade, impulsionado pela necessidade de adaptação a uma nova rotina.
O ensino a distância consolidou-se como uma alternativa viável e de qualidade, acompanhando a transformação dos hábitos do brasileiro.
O que é EaD (Ensino a Distância)?
Embora a sigla EaD já seja comum no dia a dia, ainda existem dúvidas sobre o que ela representa na prática. Trata-se de uma modalidade de ensino realizada em ambiente virtual, que dispensa a presença física do aluno em instituições como universidades ou escolas técnicas. Nesse formato, todas as interações, avaliações e conteúdos são acessados online.
O aluno participa de atividades e provas como em um curso presencial, porém com uma estrutura adaptada ao digital. A principal diferença está na autonomia: ele organiza seu próprio cronograma, sem a necessidade de estar em sala de aula em horários fixos.
Com acesso à internet, seja por celular, computador ou tablet, é possível acompanhar as aulas ao vivo ou gravadas, conforme a disponibilidade. A tecnologia também viabiliza recursos como fóruns, chats, videochamadas e plataformas para aplicação de provas e entrega de trabalhos, suprindo a ausência do contato presencial.
Quais as principais características dessa modalidade de ensino?
O ensino a distância é sustentado por pilares como flexibilidade, inovação, economia, comodidade e democratização do acesso à educação. Esses elementos explicam o crescimento da modalidade em 2021 e ajudam a entender por que ela tem ganhado cada vez mais espaço.
Flexibilidade
No EaD, o aluno tem liberdade para adaptar os estudos à sua rotina. Pode escolher o melhor horário para se concentrar, seja à noite, nos finais de semana ou em momentos livres ao longo do dia.
Inovação
A tecnologia está no centro desse modelo. Plataformas interativas, videoaulas, jogos educativos e outras ferramentas digitais fazem parte da rotina de aprendizagem.
Adaptação e descobertas
Com a expansão do EaD, alunos e professores precisaram desenvolver novas formas de ensinar e aprender. Isso gerou descobertas que ampliaram as possibilidades pedagógicas, mesmo diante de desafios.
Economia
Cursos a distância costumam ter mensalidades mais acessíveis. Além disso, eliminam custos com transporte, alimentação fora de casa e vestuário. Isso torna a formação mais viável financeiramente.
Comodidade
Estudar sem sair de casa reduz o tempo gasto com deslocamento e ajuda a manter uma rotina mais segura e confortável, especialmente em grandes cidades.
Democratização do ensino
O modelo EaD amplia o acesso à educação formal. Pessoas que não podem frequentar presencialmente uma instituição conseguem concluir uma graduação, pós ou curso técnico com mais autonomia.
Formações disponíveis no EaD
Entre os principais formatos disponíveis, destacam-se:
- Graduação: Tecnólogo, Licenciatura e Bacharelado
- Pós-graduação
- Cursos técnicos
- Cursos livres
Qual o balanço do ensino a distância (crescimento em 2021) no Brasil?
O ensino a distância já apresentava sinais de expansão no Brasil desde 2019. Com a pandemia, essa tendência se intensificou. Em 2021, o número de matrículas em cursos EaD cresceu ainda mais. De acordo com a 11ª edição do Mapa do Ensino Superior, divulgada pelo Instituto Semesp, o índice de adesão à modalidade nas universidades privadas chegou a 9,8%.
Mesmo com os desafios impostos pela ausência de atividades presenciais, diversos cursos conseguiram se adaptar e manter bons níveis de qualidade. Entre os destaques estão Administração, Contabilidade, Gestão de Pessoas, Matemática, Letras, Pedagogia e Engenharia de Produção.
Um fator importante para esse crescimento foi a mudança no cenário profissional provocada pela Covid-19. Segundo uma pesquisa da Kaspersky, 53% dos brasileiros passaram a considerar uma troca de carreira durante a pandemia. Esse contexto acelerou a procura por capacitações mais rápidas e acessíveis.
Nesse cenário, os cursos livres ganharam relevância por oferecerem aprendizado direcionado e de curta duração, permitindo que profissionais se reinventem com agilidade, sem depender de uma graduação completa ou curso técnico.
Indica-se para quem a modalidade EaD?
Será que o EaD combina com seu perfil? Uma forma de responder a essa pergunta é analisando as características dessa modalidade. Quem opta pelo ensino a distância geralmente busca flexibilidade, economia e autonomia nos estudos.
Por outro lado, é importante ter em mente que o modelo exige organização e disciplina. Como o aluno é o centro do processo, é ele quem define o ritmo e a rotina de aprendizagem.
Há também um equívoco comum: imaginar que o EaD é voltado apenas para jovens, por conta da tecnologia envolvida. Mas isso não se confirma na prática. Uma pesquisa da Instructure, empresa do setor de tecnologia educacional, revelou que a faixa etária com maior interesse por cursos online está entre 45 e 50 anos.
O dado reforça que o fator decisivo não é a idade, e sim o interesse em aprender. O ensino a distância vem ampliando o acesso ao conhecimento, tornando possível estudar em diferentes fases da vida.
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