Diagrama de Ishikawa: O que é, para que serve e como fazer?
Ferramentas da Qualidade

18 de maio de 2020

Última atualização: 04 de junho de 2025

Diagrama de Ishikawa: O que é, para que serve e como fazer?

Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Espinha de Peixe, é uma das 7 Ferramentas da Qualidade mais utilizadas no mundo, que visa identificar e organizar as possíveis causas de um problema específico. 

Assim, o Diagrama de Ishikawa desempenha um papel crucial no diagnóstico de problemas e na implementação de melhorias contínuas em processos organizacionais​.

Neste blog, vamos explorar como essa técnica simples, mas extremamente eficaz, pode transformar sua abordagem na resolução de problemas, ajudando você a tomar decisões mais informadas e a melhorar continuamente. 

Entenda o que é o Diagrama de Ishikawa e sua importância na gestão da qualidade

Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta visual usada para identificar e organizar as possíveis causas de um problema. A estrutura lembra o formato de uma espinha de peixe, o que justifica o nome alternativo diagrama espinha de peixe. Também é conhecido como diagrama de causa e efeito, pois relaciona causas potenciais a um efeito observado, facilitando a análise de falhas em processos.

Criado por Kaoru Ishikawa na década de 1960, o método foi desenvolvido para apoiar a melhoria contínua na indústria japonesa. Desde então, se tornou um recurso amplamente utilizado em qualidade, engenharia e gestão.

Aplicações práticas do Diagrama de Ishikawa na identificação de causas raízes

O Diagrama de Ishikawa é aplicado quando é necessário entender por que um problema está ocorrendo. Ele permite visualizar as possíveis causas e classificar cada uma de forma lógica, o que facilita a investigação e a tomada de decisão.

Na prática, é usado para:

  • Analisar defeitos em produtos ou processos;
  • Mapear falhas em serviços;
  • Investigar não conformidades em auditorias;
  • Entender gargalos na produção ou logística;
  • Apoiar projetos de melhoria contínua.

Por exemplo, em uma linha de produção que apresenta aumento de retrabalho, o diagrama pode ser utilizado para levantar hipóteses como falha na calibração das máquinas, baixa qualificação da equipe ou matéria-prima inadequada. Ao organizar essas informações por categoria, a equipe consegue priorizar análises e testar as causas com maior impacto.

O uso da ferramenta é comum em ambientes industriais, mas também tem aplicação em saúde, logística, serviços financeiros e projetos de TI. Sempre que houver um problema com origem incerta, essa abordagem ajuda a estruturar o raciocínio.

Entenda os 6Ms do Diagrama de Ishikawa

Os 6Ms representam as categorias mais comuns usadas para organizar as possíveis causas dentro do Diagrama de Ishikawa. Essa divisão facilita a análise e amplia a visão sobre os fatores que influenciam o problema.

Veja o que cada uma significa:

1. Método: impacto de procedimentos mal definidos

Ao analisar método, a equipe deve listar todas as causas ligadas à forma como as atividades estão sendo executadas.

Isso inclui perguntas como: quais procedimentos estão sendo seguidos? As instruções estão documentadas? Existe padronização entre os operadores? Também é importante avaliar se há desvios, improvisações ou interpretações diferentes dentro da mesma rotina.

Falhas nessa categoria surgem quando os processos não são claros, quando há ausência de instruções formais ou quando cada profissional atua de forma distinta. Esse cenário gera variações indesejadas e dificulta a obtenção de resultados consistentes.

2. Medição: erros que distorcem os resultados

Ao analisar medição, o foco está nas ferramentas utilizadas para coletar, registrar e interpretar os dados do processo.

É preciso questionar: os instrumentos estão calibrados corretamente? Os dados estão sendo coletados da mesma forma por todos? Os indicadores realmente representam o que se deseja medir?

Problemas nessa categoria surgem quando há falhas na confiabilidade das medições. Isso inclui equipamentos desregulados, métodos de medição mal definidos ou interpretações divergentes dos resultados.

Com informações imprecisas, aumentam os riscos de diagnósticos errados e decisões que não resolvem a causa real do problema.

3. Máquina: como falhas em equipamentos afetam o processo

Na análise de máquina, avaliam-se os equipamentos, ferramentas e dispositivos utilizados no processo. A ideia é verificar se as falhas podem estar associadas ao desempenho ou à condição desses recursos.

Algumas perguntas úteis são: o equipamento é adequado para a atividade? Está operando dentro dos parâmetros corretos? Há registros de falhas recorrentes? A manutenção está em dia?

Problemas comuns incluem desgaste de peças, falta de manutenção preventiva, ajustes incorretos e variações na performance. Qualquer instabilidade pode comprometer a qualidade e gerar retrabalho.

Exemplo: uma prensa fora de calibração pode causar variações dimensionais nas peças, afetando o padrão exigido.

4. Meio ambiente: influência do ambiente físico no desempenho

No contexto do Diagrama de Ishikawa, meio ambiente refere-se às condições físicas e externas que influenciam o processo. Isso inclui o local de trabalho, o clima, a iluminação e os fatores ambientais que podem afetar o desempenho da equipe ou das máquinas.

A equipe deve considerar: a temperatura está adequada para a operação? Há ventilação suficiente? O nível de ruído ou a iluminação impactam a execução das tarefas? O ambiente favorece a repetibilidade do processo?

Ambientes com instabilidade térmica, excesso de poeira, umidade ou ruído podem gerar variabilidade e impactar diretamente a eficiência, a concentração e até a segurança operacional.

Exemplo: uma linha de montagem com iluminação insuficiente pode levar a erros visuais na inspeção final do produto.

5. Material: qualidade e variabilidade dos insumos

Em material, são analisados os insumos utilizados no processo como matéria-prima, componentes e itens de reposição. A atenção está na qualidade, consistência e adequação desses materiais para a operação.

Algumas perguntas orientadoras são: os materiais atendem às especificações técnicas? Há variações entre lotes? O armazenamento está sendo feito de forma correta? Os fornecedores são confiáveis?

Mesmo com processos bem estruturados, insumos fora do padrão comprometem o resultado final. Erros na especificação, contaminação ou falhas no recebimento e inspeção de materiais podem gerar defeitos e retrabalho.

Exemplo: uma matéria-prima com tolerância diferente da exigida pode inviabilizar o encaixe ou o funcionamento adequado do produto final.

6. Mão de obra: capacitação e atuação da equipe

A análise de mão de obra considera os aspectos relacionados às pessoas envolvidas no processo. Isso inclui capacitação, experiência, postura profissional e condições de trabalho.

A equipe deve se perguntar: os colaboradores receberam treinamento adequado? As funções estão claras? Há sobrecarga de tarefas? A comunicação entre os envolvidos está fluindo bem?

Problemas como falta de instrução, execução sem supervisão, rotatividade alta ou atuação fora do padrão podem gerar falhas recorrentes. A forma como as pessoas conduzem suas tarefas influencia diretamente a estabilidade e o resultado do processo.

Exemplo: um operador não treinado pode interpretar incorretamente uma instrução e comprometer a qualidade da entrega.

Como fazer um Diagrama de Ishikawa: Passo a Passo

Para construir um Diagrama de Ishikawa, siga este guia:

Defina o problema (efeito): Identifique o problema que você deseja resolver. Por exemplo, “produtos defeituosos” ou “baixo volume de vendas”.

Desenhe a espinha central: Trace uma linha horizontal que aponta para a direita, onde será inserido o problema no final.

Liste as macro causas (6 Ms): Adicione as categorias principais: Método, Máquina, Material, Mão de obra, Medida e Meio ambiente.

Detalhe as micro causas: Por meio de brainstorming, identifique as subcausas que se conectam a cada macro causa.

Valide as causas no gemba: Verifique no local onde o processo ocorre (gemba) se as causas levantadas são reais.

Implemente soluções: Analise as causas mais prováveis, elabore um plano de ação e implemente as melhorias.

O que é possível verificar com o Diagrama de Causa e Efeito? 

O Diagrama de Causa e Efeito pode ser usado em diferentes cenários e da maneira que melhor se adequar a realidade da organização. Contudo, é possível destacar algumas formas de uso, como:

  • Impactar na melhoria dos processos;
  • Para realizar o levantamento de recursos disponíveis na empresa;
  • Para identificar novas soluções em processos;
  • Visualizar as causas principais e secundárias de um problema observado;
  • Para ampliar a visão de possíveis causas de um problema através do pensamento sistêmico;

Quando usar o Diagrama de Causa e Efeito?

  • Identificação de causas em processos: Utilizado para identificar e organizar as possíveis causas de um problema específico em processos industriais ou organizacionais.
  • Gestão da qualidade: Ferramenta essencial em projetos de melhoria contínua, especialmente na fase de análise de variabilidade e defeitos.
  • Início de projetos de melhoria: Aplicado nas etapas iniciais de projetos, como no ciclo PDCA, para mapear as causas antes de planejar ações corretivas.
  • Sessões de brainstorming: Usado para capturar e estruturar o conhecimento coletivo da equipe, facilitando a visualização de todas as possíveis causas de um problema.
  • Análise sistemática de problemas: Crucial para uma análise completa e sistemática, permitindo o desenvolvimento de soluções mais informadas e eficazes.

Exemplo de Diagrama de Causa e Efeito

Vamos criar um Diagrama de Causa e Efeito para analisar o problema de "atraso na entrega de produtos" em uma empresa de manufatura.

1. Problema Central: Atraso na entrega de produtos.

2. Categorias Principais e Sub Causas: O Diagrama de Ishikawa organiza as causas em 6 categorias principais, detalhadas com subcausas específicas:

Mão de Obra:

  • Falta de treinamento: Funcionários não preparados para operar máquinas ou seguir procedimentos.
  • Alta rotatividade: Novos funcionários em constante treinamento reduzem eficiência.
  • Falta de motivação: Ausência de reconhecimento, incentivos e oportunidades de crescimento.

Métodos:

  • Processo ineficiente: Etapas desnecessárias ou falta de automação.
  • Planejamento inadequado: Falta de coordenação entre departamentos e análise de capacidade.
  • Falta de controle de qualidade: Inspeções insuficientes levam a retrabalho.

Máquinas:

  • Falhas frequentes: Equipamentos antigos ou sem manutenção.
  • Manutenção inadequada: Intervalos longos entre revisões preventivas.
  • Obsolescência: Máquinas desatualizadas impactam a produtividade.

Materiais:

  • Falta de matéria-prima: Atrasos de fornecedores comprometem a produção.
  • Fornecedores não confiáveis: Entregas irregulares ou de baixa qualidade.
  • Qualidade dos materiais: Falta de inspeção nas matérias-primas recebidas.

Medições:

  • Previsões imprecisas: Dados históricos incompletos ou ferramentas desatualizadas.
  • Monitoramento insuficiente: Ausência de sistemas em tempo real e dashboards.
  • Ferramentas imprecisas: Equipamentos de medição sem calibração.

Meio Ambiente:

  • Clima adverso: Condições extremas sem plano de contingência.
  • Problemas logísticos: Dependência de uma única rota ou parceiros não confiáveis.
  • Regulamentações: Falta de adaptação a novas leis ou desconhecimento de mudanças legais.

Este exemplo mostra como categorizar e detalhar as causas do atraso, possibilitando ações específicas para eliminar gargalos. As categorias do Diagrama de Ishikawa ajudam a visualizar problemas de forma clara e estruturar estratégias de melhoria contínua na empresa.

Vantagens do Diagrama de Ishikawa

Além de estimular a liderança para coordenar as equipes, o Diagrama de Ishikawa pode trazer diversos benefícios para as empresas, podendo ser utilizado em conjunto com outras ferramentas como gráfico de pareto e brainstorming. Assim, por trás desta poderosa ferramenta temos algumas vantagens como:

  • Maior assertividade na gerência das causas de um problema;
  • Escala de prioridades das atividades;
  • Identificação e controle de possíveis problemas causados pela matéria prima;
  • Facilita a visualização em etapas de cada processo;
  • Aprimoramento dos processos e melhoria contínua;
  • Foco no objetivo e seus desdobramentos;
  • Maior controle de qualidade;
  • Ótima ferramenta para gestão de projetos.

Ferramentas complementares ao Diagrama de Ishikawa

Para potencializar os resultados, combine o Diagrama de Ishikawa com:

Cuidados ao usar o Diagrama de Ishikawa

  1. Hipóteses: Certifique-se de validar as causas antes de implementar ações.
  2. Equipes enxutas: Evite convidar muitas pessoas para a elaboração do diagrama, priorizando quem realmente conhece o processo.
  3. Adaptação: Utilize categorias e sub causas que sejam relevantes ao seu negócio.

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