KPIs

03/09/2019

Última atualização: 26/06/2025

Qual a importância dos indicadores de desempenho?

Toda organização nasce com objetivos, mas transformar metas em resultados exige ação e acompanhamento consistentes. Sonhos, por si só, não bastam. É necessário saber se as decisões tomadas realmente aproximam a empresa de seus resultados desejados.

Nesse cenário, os indicadores de desempenho são ferramentas fundamentais. Eles traduzem objetivos estratégicos em números mensuráveis, permitindo avaliar se as ações adotadas estão funcionando.

No ambiente corporativo, o termo KPI (Key Performance Indicator) é amplamente utilizado. Os KPIs ajudam a transformar metas em planos e baseados em dados reais. Neste conteúdo, você verá o que são esses indicadores, por que são relevantes e como aplicá-los para melhorar os resultados da sua organização.

10 tipos de indicadores de desempenho

Conhecer as categorias de indicadores é essencial para alinhar métricas aos objetivos de negócio. A seguir, veja os principais tipos e como aplicá-los.

1. Indicadores estratégicos

Medem o avanço em relação aos objetivos de longo prazo definidos no planejamento da empresa. Estão ligados à visão de futuro e ao posicionamento no mercado.

São comuns em empresas que adotam metodologias como o Balanced Scorecard, pois ajudam a acompanhar metas em quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos e aprendizado organizacional.

Exemplos comuns de indicadores estratégicos:

Onde são aplicados: planejamento estratégico, conselhos administrativos, diretoria executiva.

Como são implementados: a partir de metas macro desdobradas para áreas-chave da empresa, com acompanhamento mensal ou trimestral.

2. Indicadores operacionais

Os indicadores operacionais acompanham o desempenho das atividades rotineiras da empresa. Estão ligados à execução das tarefas e ajudam a avaliar a eficiência das operações em tempo real.

São fundamentais para gestores de produção, logística, atendimento e manutenção, pois apontam falhas nos processos e orientam ajustes rápidos.

Indicadores operacionais mais utilizados:

Onde são aplicados: indústrias, centros de distribuição, áreas de manutenção, suporte técnico e atendimento ao cliente.

Como são implementados: integrados ao controle de produção, ERPs e sistemas de atendimento. Monitorados em painéis diários e usados em reuniões táticas para ajuste de processos.

3. Indicadores de eficiência

Os indicadores de eficiência avaliam se a empresa está utilizando os recursos disponíveis, como tempo, mão de obra, energia e matéria-prima, da forma mais econômica possível para obter os resultados desejados. O foco está na redução de desperdícios e no aumento do aproveitamento dos processos.

Esses indicadores são essenciais para identificar processos custosos e promover melhorias com base em dados concretos.

Exemplos de indicadores de eficiência:

Onde são aplicados: indústria, operações logísticas, construção civil, setores administrativos e de serviços.

Como são implementados: exigem acompanhamento constante de custos e perdas. A coleta é feita via ERPs, planilhas ou softwares de gestão de produção e qualidade.

4. Indicadores de produtividade

Os indicadores de produtividade medem a relação entre a quantidade produzida e os recursos utilizados, como tempo, mão de obra e equipamentos. O objetivo é avaliar o rendimento dos processos e identificar onde há espaço para aumentar a entrega com os mesmos recursos.

Esses indicadores são indispensáveis em ambientes com metas claras de desempenho, pois permitem acompanhar a evolução, comparar turnos e otimizar o uso de recursos produtivos.

Indicadores de produtividade mais utilizados:

Onde são aplicados: manufatura, serviços com alto volume de atendimento, logística, construção civil e ambientes com medição precisa de capacidade.

Como são implementados: com coleta de dados de produção e recursos utilizados, integrados a sistemas MES, ERPs ou planilhas. São essenciais para programas de melhoria contínua e benchmarking interno.

5. Indicadores de qualidade

Os indicadores de qualidade medem o grau de conformidade de produtos ou serviços em relação aos padrões estabelecidos. Ajudam a identificar falhas, retrabalho e perdas que comprometem a percepção do cliente e os custos internos.

São essenciais para empresas que buscam certificações, melhoria contínua e aumento da satisfação do cliente.

Indicadores de qualidade mais utilizados:

Onde são aplicados: setores de produção, controle de qualidade, engenharia de produto, serviços com padronização de entrega.

Como são implementados: via amostragem, inspeção na linha de produção, testes de qualidade e auditorias internas. Esses indicadores apoiam decisões sobre ajuste de processos, treinamento e revisão de fornecedores.

6. Indicadores de satisfação do cliente

Os indicadores de satisfação do cliente medem a percepção do consumidor sobre a experiência com a empresa, produtos ou serviços. São essenciais para entender o grau de fidelização, antecipar perdas de clientes e ajustar processos com foco no valor percebido.

Esses indicadores ajudam a transformar feedbacks subjetivos em dados acionáveis, permitindo decisões baseadas na voz do cliente.

Indicadores de satisfação mais utilizados:

Onde são aplicados: SAC, pós-venda, vendas, suporte técnico, plataformas digitais, atendimento presencial.

Como são implementados: por meio de pesquisas diretas, formulários pós-atendimento ou integrações com CRM e plataformas de automação. Esses dados orientam melhorias nos processos e ações de fidelização.

7. Indicadores financeiros

Os indicadores financeiros avaliam a capacidade da empresa de gerar lucro, manter sua operação sustentável e tomar decisões baseadas em resultados concretos. São usados para monitorar desempenho econômico, saúde financeira e eficiência na gestão de recursos.

Esses indicadores são essenciais para tomada de decisão gerencial, atração de investidores e controle orçamentário.

Indicadores financeiros mais utilizados:

Onde são aplicados: áreas de finanças, controladoria, contabilidade e alta gestão.

Como são implementados: com base nos demonstrativos financeiros da empresa (DRE, balanço patrimonial e fluxo de caixa). Os dados são analisados periodicamente para orientar ajustes estratégicos e financeiros.

8. Indicadores de capacidade

Os indicadores de capacidade mostram o quanto a empresa está utilizando do seu potencial produtivo disponível. Ajudam a identificar gargalos, ociosidade e oportunidades de ganho de escala, além de orientar decisões sobre investimentos em máquinas, pessoas ou turnos extras.

Esses indicadores são essenciais para equilibrar demanda, planejamento de produção e eficiência de ativos.

Indicadores de capacidade mais utilizados:

Onde são aplicados: fábricas, centros de distribuição, operações logísticas, hospitais e call centers.

Como são implementados: com base em dados de capacidade técnica (máquinas, pessoal, estrutura) versus volume efetivamente entregue. Apoiam decisões de expansão, readequação ou replanejamento operacional.

9. Indicadores de manutenção

Os indicadores de manutenção avaliam a confiabilidade, disponibilidade e desempenho dos ativos físicos da empresa, como máquinas, equipamentos e sistemas. Eles ajudam a monitorar o estado operacional dos ativos e a prevenir falhas que podem causar paradas não planejadas e perdas de produção.

São fundamentais para empresas com processos intensivos em ativos, onde o desempenho do maquinário impacta diretamente a produtividade.

Indicadores de manutenção mais utilizados:

Onde são aplicados: indústrias, data centers, hospitais, infraestrutura pesada, transporte e logística.

Como são implementados: via sistemas de gestão de manutenção (CMMS), registros operacionais e checklists técnicos. Esses dados são usados para planejamento de paradas, controle de custos e aumento da vida útil dos ativos.

10. Indicadores de segurança

Os indicadores de segurança avaliam as condições do ambiente de trabalho e o nível de exposição dos colaboradores a riscos operacionais. Seu objetivo é reduzir acidentes, prevenir afastamentos e garantir o cumprimento das normas de segurança ocupacional.

Além de proteger vidas, esses indicadores impactam diretamente os custos com saúde, produtividade e imagem da empresa.

Indicadores de segurança mais utilizados:

Onde são aplicados: setores industriais, construção civil, transporte, serviços essenciais, ou qualquer operação com exposição a riscos físicos.

Como são implementados: com base em registros internos, CATs, relatórios de CIPA e dados de RH. São usados em programas de prevenção, treinamentos e na avaliação da cultura de segurança da organização.

Erros comuns ao definir indicadores de desempenho (KPIs)

Definir KPIs incorretos é um dos erros mais frequentes nas empresas. A escolha equivocada pode comprometer a tomada de decisão e distanciar a organização dos seus objetivos. Abaixo estão os equívocos mais comuns no processo de definição:

1. Medir apenas o que é fácil

Muitos gestores escolhem indicadores com base na facilidade de mensuração, e não na relevância estratégica. Embora dados fáceis de obter sejam úteis, eles nem sempre representam o que realmente importa. A escolha de KPIs deve estar alinhada aos objetivos do negócio, mesmo que exija maior esforço de coleta.

2. Selecionar métricas que não são KPIs

Algumas empresas acabam medindo variáveis que não representam desempenho, como dados contextuais ou de apoio. O ideal é começar pela meta e, a partir dela, definir indicadores que reflitam diretamente o progresso.

3. Medir tarefas, e não resultados

KPIs são voltados para resultados mensuráveis, não para atividades executadas. Exemplo: monitorar o número de reuniões ou horas trabalhadas pode gerar volume, mas não indica eficácia. Um bom KPI responde à pergunta: "Estamos avançando na direção certa?"

4. Definir KPIs sem envolver a equipe

Indicadores criados sem participação dos responsáveis pela execução tendem a ser ignorados ou mal compreendidos. Incluir as equipes na definição dos KPIs aumenta o engajamento e garante que os dados façam sentido para quem irá utilizá-los.

5. Buscar indicadores perfeitos

Esperar o KPI ideal pode atrasar decisões importantes. KPIs não precisam ser perfeitos, precisam ser suficientemente bons para orientar ações. É melhor usar indicadores passíveis de revisão do que ficar inerte em busca da métrica ideal.

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