Gestão e Liderança

25/04/2017

Última atualização: 14/05/2025

Quais são os 14 Princípios da Administração de Fayol?

Os 14 Princípios da Administração, formulados por Henri Fayol, têm origem na teoria clássica da administração. Eles foram desenvolvidos a partir da observação prática da rotina de gestores e continuam sendo utilizados como base para a tomada de decisões e condução da equipe.

Esses princípios representam diretrizes fundamentais que orientam a atuação do gestor no dia a dia da organização. Embora tenham sido formulados no início do século XX, ainda são aplicáveis em diferentes contextos e setores.

A seguir, veja quais são os 14 princípios da administração e como eles podem ser aplicados na prática.

1. Divisão do trabalho

Segundo Henri Fayol, o princípio da divisão do trabalho promove maior eficiência e produtividade, tanto nas atividades técnicas quanto nas gerenciais. Isso ocorre porque, ao se especializar, o colaborador executa suas funções com mais rapidez e precisão.

Na prática, os integrantes de uma equipe apresentam diferentes níveis de especialização e atuam em áreas distintas. Essa diferenciação permite aproveitar melhor as habilidades específicas de cada um, resultando em maior desempenho coletivo.

Para alcançar um alto grau de especialização, o desenvolvimento profissional contínuo por meio de estudo e prática é indispensável.

2. Autoridade e responsabilidade

Para que a gestão funcione, é necessário haver autoridade para dar ordensresponsabilidade sobre os resultados. Segundo Henri Fayol, a autoridade confere à administração o direito de orientar os subordinados. No entanto, essa autoridade deve sempre vir acompanhada da responsabilidade correspondente.

responsabilidade está relacionada ao desempenho anterior. Por isso, ao assumir novas funções ou cargos, o colaborador precisa demonstrar, com base em seus resultados, que é capaz de responder por suas ações e decisões.

Em resumo, autoridade e responsabilidade caminham juntas e devem estar equilibradas. Um excesso de autoridade sem responsabilidade pode levar ao autoritarismo; o contrário pode comprometer a eficiência da gestão.

3. Disciplina

Para Henri Fayol, a disciplina é essencial para o bom funcionamento da organização. Ela representa o cumprimento de regras, acordos e normas estabelecidas, refletindo diretamente na qualidade das relações entre gestores e colaboradores.

Mais do que obediência cega, a disciplina envolve respeito mútuo, conduta adequada e comprometimento com as responsabilidades atribuídas. Empresas que mantêm esse princípio sólido evitam conflitos desnecessários e garantem fluidez nas operações.

Em outras palavras, talento sem disciplina não sustenta resultados. A disciplina é o que mantém a consistência do desempenho esperado pela organização.

4. Unidade de comando

O princípio da administração "Unidade de comando" significa que um funcionário deve receber ordens de um gerente e manter-se responsável perante esse gerente. Até porque, se tarefas e responsabilidades são dadas ao funcionário por mais de um gerente, isso pode gerar confusão, que impreterivelmente conduz a possíveis conflitos entre os colaboradores.

Portanto, usando este princípio, a responsabilidade pelos erros pode ser estabelecida mais facilmente.

Quando olho para esse princípio, lembro-me de uma anedota que meu avô dizia: cachorro de muitos donos morre de fome. Apesar de não concordar muito com o tema, principalmente sob a ótica de nossa geração, tenho por obrigação relacioná-lo à Unidade de Comando prevista por Fayol.

5. Coesão do direcionamento

Este princípio é sobre Foco e Unidade. Cada funcionário oferece as atividades sobre as quais é responsável, mas vinculando-as a objetivos comuns entre todos. Isto é, todas as atividades devem ser realizadas por um grupo de forma coesa, o que se garante mais facilmente através de um Plano de Ação.

Tal plano caracteriza-se pela responsabilidade final do gerente, pois é através dele que o gestor monitora o andamento das atividades definidas e planejadas. Assim, as áreas de Foco e Metas são para onde tanto os colaboradores quanto a administração devem direcionar seus esforços.

6. Subordinação dos interesses individuais

Em uma organização, existem todos os tipos de interesses. Assim, para que uma organização funcione bem, Henri Fayol indicou que os interesses pessoais devem estar subordinados aos interesses da organização. Nesse sentido, o foco principal da administração de uma empresa deve ser sempre sobre os objetivos organizacionais e nunca os individuais.

Isso se aplica a todos os níveis da organização, incluindo gerentes, sócios, colaboradores e conselheiros.

Esse princípio da administração nos faz compreender melhor uma série de erros que vimos grandes empresas cometerem. Tais companhias, inebriadas pela grandeza das suas possibilidades, tropeçaram no que se refere à subordinação dos interesses individuais.

Afinal, não é difícil encontrar empreendedores ou executivos que, após seu sucesso inicial, subverteram a empresa aos seus interesses individuais.

7. Remuneração

Motivação e produtividade são ideais muito semelhantes entre si no tocante ao bom funcionamento de uma organização. Assim, este princípio defende que a remuneração deve ser suficiente para manter os colaboradores produtivos e com motivação.

Vale mencionar que existem dois tipos de remuneração: a não-monetária (que se realiza através de um elogio, mais responsabilidades, créditos, etc.) e a monetária (ações, bônus ou outra compensação financeira).

Em síntese, o sétimo princípio se trata de recompensar esforços. Porém, tal fato pode ser mais complicado de operacionalizar do que de entender. Afinal, qual é o valor justo a se pagar por motivação e produtividade? Como monetizar e padronizar diferentes visões? Cabem muitas reflexões a esse respeito.

8. Grau de Centralização

O oitavo princípio basicamente consiste em: Gestão e Autoridade, para o processo de tomada de decisão em uma organização, devem ser equilibradas. Porém, para colocar esse princípio da administração em prática, é preciso analisar cada organização, pois cada uma  possui diferentes volume, tamanho e hierarquia.

Há dois tipos de abordagens administração no que tange à centralização. A concentração da autoridade decisória na alta direção (diretoria executiva) e a partilha de comando com níveis inferiores (gestão média e baixa).

Em conclusão, Henri Fayol indicou que uma organização deve se esforçar para encontrar um bom equilíbrio entre esses dois extremos.

9. Hierarquia

A hierarquia se apresenta em qualquer organização. Isto é, ela se irradia da alta administração (comitê executivo) para os níveis mais baixos da organização. O princípio de hierarquia de Henri Fayol reforça a necessidade de haver uma linha clara na área de autoridade (de cima para baixo para todos os administradores em todos os níveis).

Isso pode ser visto como um tipo de estrutura de gestão: cada funcionário pode entrar em contato com um gestor ou um superior em uma situação de emergência sem desrespeitar a hierarquia em especial quando se trata de relatórios sobre problemas graves. Ou seja, um colaborador também pode conclamar um superior à ação.

10. Ordenação

Para Henri Fayol, ordenar significa colocar cada recurso humano ou material no lugar certo, no momento certo. Isso inclui desde a correta alocação de pessoas em funções compatíveis até a organização física do ambiente de trabalho.

Os colaboradores precisam ter à disposição os recursos adequados para executar suas tarefas com eficiência. Ao mesmo tempo, cabe aos gestores garantir a organização do espaço, mantendo-o limpo, seguro e funcional.

Ambientes bem organizados aumentam a produtividade e reduzem riscos operacionais.

11. Equidade

Segundo Henri Fayol, a equidade no ambiente de trabalho significa tratar os colaboradores com justiça, respeito e imparcialidade. Isso inclui não apenas igualdade de tratamento, mas também consideração pelas diferenças individuais.

Para que esse princípio funcione, os gestores devem supervisionar de forma justa, garantindo que cada funcionário esteja alocado em funções compatíveis com suas habilidades e que receba tratamento coerente com os valores da organização.

A equidade contribui para um ambiente mais equilibrado, com maior engajamento e cooperação entre os membros da equipe.

12. Estabilidade dos Direitos dos Colaboradores

Representa a implantação da administração das pessoas na organização e deve estar em equilíbrio com o serviço fornecido pela organização. A gerência deve se esforçar para minimizar a rotatividade de funcionários, ou seja, para ter o pessoal certo no lugar certo.

Para colocar esse princípio em prática, a empresa deve ter foco na atração e retenção de talentos, além de investir em melhoria contínua ao longo de suas carreiras.

13. Iniciativa

Henri Fayol argumentou que, com este princípio de gestão, os empregados deveriam ser autorizados a expressar novas ideias. Assim se incentiva interesse e envolvimento na equipe, além de criar valor para a empresa. Iniciativas que partem dos colaboradores são uma fortaleza para a organização, pois incentiva o envolvimento contínuo e crescente.

14. Espírito de Equipe

Esse princípio busca garantir que haja esforço para manter o envolvimento e a unidade dos colaboradores. Ou seja, os gestores são responsáveis pelo desenvolvimento da moral e cultura no local de trabalho; por serem embaixadores da cultura e pela sua abrangência comunicativa.

O espírito de equipe contribui para criar uma atmosfera de confiança mútua e compreensão, eliminando a má prática da reclamação e fofoca, existente em muitas organizações.

O que podemos concluir sobre os 14 princípios da administração?

Os 14 Princípios da Administração de Fayol continuam relevantes como base para a gestão de equipes e organizações. Eles auxiliam na estruturação de processos, no planejamento e na tomada de decisão, além de contribuírem para a coordenação e o controle das atividades.

Apesar de muitos parecerem ligados ao senso comum, compreender e aplicar esses princípios de forma consciente permite melhorar o desempenho da gestão e otimizar os resultados do negócio.

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