O que é estratégia: conceito, níveis e ferramentas
O que é estratégia e por que ela influencia tanto o futuro de uma organização? Mais do que um plano, a estratégia é o conjunto de decisões que orienta como uma empresa se posiciona, compete e cresce em ambientes desafiadores.
Neste conteúdo, você vai entender a diferença entre estratégia e planejamento estratégico, os principais tipos e níveis de estratégia dentro das empresas, além das fases práticas para estruturar o planejamento. Também apresentamos ferramentas como SWOT, OKRs e análise competitiva recursos que ajudam a aplicar a estratégia com clareza e consistência.
Se você busca direcionamento estratégico, quer evitar decisões reativas e melhorar a execução dos seus planos, este guia foi feito para isso.
O que é estratégia?
A estratégia é o caminho definido por uma organização para atingir objetivos específicos diante de recursos limitados e ambientes incertos. Envolve escolhas sobre onde competir, como competir e com quais recursos. É um processo de decisão que orienta a atuação da empresa no curto, médio e longo prazo.
Diferente de metas ou ações isoladas, a estratégia conecta propósito, diagnóstico e direcionamento. Ela estrutura prioridades e serve de base para tomadas de decisão consistentes. Sem essa clareza, iniciativas se tornam dispersas e o desempenho, instável.
Importância nos negócios
Empresas que definem claramente sua estratégia conseguem direcionar melhor seus esforços e evitar desperdícios. O planejamento estratégico oferece foco e reduz a influência de decisões baseadas apenas em urgência ou intuição.
Além disso, permite alinhar todos os níveis da organização em torno de objetivos comuns. Com isso, líderes ganham mais previsibilidade nos resultados, e as equipes entendem melhor suas prioridades. Em um cenário competitivo, ter um caminho definido não é vantagem é requisito para se manter relevante.
E que é estratégia por Mintzberg?
Mintzberg responde à pergunta com 5Ps, que adaptaremos aqui para o português!
A palavra "estratégia" tem uma multiplicidade de significados, e em sua escrita sobre a teoria da gestão estratégica, Henry Mintzberg, mais do que a maioria dos autores reconhece explicitamente isso. Ele identifica cinco usos comuns do termo, cada um começando com 'P'.
Plano
Em uso comum, a estratégia é um plano – um curso de ação um tanto deliberadamente e conscientemente escolhido. Isso significa que as pessoas fazem estratégias antes das ações a que se aplicam e as desenvolvem de forma consciente e proposital.
Ploy
Uma estratégia pode ser um estratagema, no sentido da manobra particular, projetada para enganar ou distrair um jogador-chave, como um competidor de negócios.
Padronizar
Isso nos leva ao resultado de planos que se transformam em ações, decisões que estão tendo algum resultado ou impacto. Se as estratégias podem ser intenções incorporadas nos planos de ação, elas são as decisões realizadas.
Os resultados das decisões sob a forma de uma cascata de ações podem assumir formas, que podem ou não estar muito próximas das intenções originais. Haverá um padrão, ou um conjunto de padrões, no fluxo de ações. Mintzberg afirma que uma estratégia pode ser consistente no comportamento, seja ou não pretendido.
As definições de estratégia e plano podem ser bastante independentes umas das outras: os planos podem não ser realizados, enquanto os padrões podem aparecer sem um conjunto prévio de decisões ou planos formalmente documentados.
Os planos são uma estratégia, enquanto os padrões são discerníveis na estratégia realizada. A partir daí Mintzberg distingue as que são deliberadas, onde as intenções conscientes anteriores que foram realizadas e as emergentes onde os padrões se desenvolvem na ausência de tal planejamento prévio, ou apesar disso.
Posição
O que é estratégia? Mintzberg sugere que pode ser considerado como uma posição. Ele tem em mente a localização de uma organização em seu ambiente. Esta pode ser uma intenção geográfica de expansão internacional, ou a posição de uma empresa em uma determinada indústria. Por esta estratégia de definição, torna-se um mecanismo de correspondência, mediando a relação entre organização e seu contexto.
Perspectiva
Estratégia pode ser uma perspectiva no sentido de uma mentalidade persistente em relação ao mundo em que a organização opera. Os membros mais influentes da organização compartilham essa mentalidade ou perspectiva. Esta visão prevalecente é como uma personalidade organizacional. Esta visão de mundo mostra as intenções e / ou as ações dos membros, os indivíduos ligados pelo pensamento comum e pelo comportamento.
Diferença entre estratégia e planejamento estratégico
Embora estejam ligados, estratégia e planejamento estratégico não são sinônimos. A estratégia define a direção. O planejamento organiza os meios para seguir essa direção. Misturar os dois conceitos pode gerar confusão na hora de tomar decisões ou estruturar ações dentro da empresa.
A estratégia é o conjunto de escolhas que definem como a organização vai competir, crescer e se posicionar no mercado. Ela orienta a tomada de decisão em um cenário incerto, considerando oportunidades, ameaças, pontos fortes e limitações.
Já o planejamento estratégico é o processo de traduzir essa direção em planos concretos. É onde se definem metas, prazos, recursos e responsáveis. Ele transforma a intenção estratégica em iniciativas organizadas, com foco em execução e acompanhamento.
Ou seja: a estratégia aponta o caminho. O planejamento traça o percurso, define os marcos e acompanha o avanço.
Fases do planejamento estratégico
O planejamento estratégico é composto por etapas que estruturam o raciocínio da organização do diagnóstico até a execução. A seguir, veja as principais fases do processo.
1. Análise interna e externa (SWOT)
Essa fase avalia o ambiente externo (ameaças e oportunidades) e as condições internas (forças e fraquezas). A ferramenta mais usada é a análise SWOT, que cruza essas variáveis para identificar o posicionamento da organização e os fatores críticos de sucesso. Esse diagnóstico direciona todas as decisões seguintes.
2. Definição de objetivos e metas (OKRs etc.)
Com base na análise anterior, a organização define onde quer chegar. Nessa etapa são estabelecidos objetivos estratégicos, desdobrados em metas mensuráveis. Técnicas como OKRs (Objectives and Key Results) ajudam a alinhar as metas ao dia a dia das equipes e medir progresso com clareza.
3. Desenvolvimento de ações
Aqui são estruturadas as iniciativas que transformarão os objetivos em prática. As ações devem considerar prazos, recursos, responsáveis e indicadores. A clareza na priorização é essencial para evitar sobrecarga e garantir foco nos pontos de maior impacto.
4. Implementação
A execução coloca as ações em prática. Requer coordenação entre áreas, distribuição de responsabilidades e gestão ativa de recursos. A aderência à estratégia depende da disciplina operacional e da comunicação interna sobre as prioridades.
5. Monitoramento e controle
A última fase acompanha a performance das ações com base nos indicadores definidos. Aqui é feita a comparação entre o planejado e o realizado, com ajustes quando necessário. O monitoramento garante aprendizado contínuo e permite reagir a mudanças no cenário externo ou interno.
Tipos e níveis de estratégia
As estratégias não são aplicadas de forma única em toda a organização. Elas se distribuem por níveis diferentes, de acordo com o escopo e o foco das decisões. Entender essa hierarquia ajuda a alinhar iniciativas entre áreas e garantir coerência no direcionamento.
Estratégia corporativa
Esse é o nível mais alto da estratégia. Está voltado para o negócio como um todo, especialmente em empresas que atuam em diversos mercados ou segmentos. A estratégia corporativa define em quais setores a organização vai competir, quais aquisições ou desinvestimentos podem ocorrer e como será o crescimento (orgânico ou por fusões, por exemplo).
O foco está na geração de valor global, e não apenas no desempenho de unidades individuais.
Unidade de negócios
Aqui, a estratégia se concentra em como cada unidade ou divisão específica vai competir em seu mercado. É o que define a proposta de valor, o posicionamento frente aos concorrentes e as formas de atrair e manter clientes.
Essa estratégia de negócio traduz a direção corporativa em ações voltadas para performance, diferenciação e vantagem competitiva.
Organizacional/pessoal
Esse nível trata da execução estratégica dentro das áreas funcionais (como marketing, operações, RH) ou até mesmo da definição de metas individuais. O objetivo é alinhar atividades diárias com os objetivos da empresa, garantindo coerência entre a estratégia da empresa e a atuação das equipes.
Também pode ser aplicado em contextos de carreira, quando um profissional define seus objetivos de médio e longo prazo com base nas oportunidades e restrições que enfrenta.
Ferramentas e frameworks úteis
Definir e executar uma estratégia com clareza exige métodos de apoio. Algumas ferramentas ajudam a organizar ideias, estruturar planos e medir resultados. A seguir, veja as mais usadas no contexto organizacional.
Matriz SWOT
A matriz SWOT é uma ferramenta de diagnóstico que cruza fatores internos (forças e fraquezas) com fatores externos (oportunidades e ameaças). Ela ajuda a entender o contexto atual e serve como base para decisões mais alinhadas à realidade da organização.
Ao aplicar a SWOT, é possível identificar onde a empresa tem vantagem, quais pontos precisam de atenção e como o ambiente pode influenciar o desempenho. Seu uso é comum nas fases iniciais do planejamento estratégico.
OKRs
OKRs (Objectives and Key Results) são uma forma de desdobrar a estratégia em metas claras e acompanháveis. A metodologia combina objetivos qualitativos com resultados mensuráveis, facilitando o alinhamento entre times e a priorização de esforços.
Empresas que usam OKRs conseguem medir o avanço com mais precisão e ajustar rapidamente suas ações, mantendo o foco no que realmente importa. É uma ferramenta simples, mas com impacto direto na execução.
Análise competitiva / USP
A análise competitiva compara a empresa com seus principais concorrentes, avaliando pontos como oferta de valor, preços, canais de venda e posicionamento. Já a USP (Unique Selling Proposition) identifica o que torna a empresa diferente ou relevante no mercado.
Essas abordagens ajudam a definir com clareza o papel da empresa diante dos clientes e como ela pretende se destacar. São fundamentais para criar uma proposta estratégica coerente com as expectativas do público-alvo e com o cenário competitivo.
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