Planejamento Estratégico

19/05/2025

Diagrama de Casos de Uso: como aplicar na prática

Entender o comportamento esperado de um sistema antes de começar a desenvolvê-lo é um dos passos mais estratégicos em qualquer projeto. O diagrama de casos de uso cumpre esse papel. Ele permite visualizar, quem interage com o sistema e quais ações são realizadas.

Esse recurso faz parte da UML (Unified Modeling Language) e aparece com frequência na fase de levantamento de requisitos. Mas seu uso não se restringe a projetos de software. Ele também pode ser aplicado em processos administrativos, fluxos de atendimento e sistemas internos de empresas.

Ao longo deste conteúdo, você verá como o diagrama de casos de uso é construído, quais são seus componentes e como aplicá-lo em contextos reais, como em uma empresa de marketing. Tudo com linguagem acessível, sem perder a precisão técnica.

O que é o Diagrama de Casos de Uso?

diagrama de casos de uso representa, de forma visual, as interações entre os usuários de um sistema e as funcionalidades disponíveis. Ele faz parte da UML (Unified Modeling Language) e é usado principalmente na fase de levantamento de requisitos.

No centro da representação estão os atores (usuários ou sistemas externos) e os casos de uso (ações que esses atores realizam). Tudo isso é delimitado pelo sistema em análise. O objetivo é mostrar claramente o que o sistema deve fazer, sem entrar em detalhes técnicos de implementação.

Esse tipo de diagrama é amplamente usado em projetos de software. Mas também pode ser aplicado em processos administrativos ou fluxos de atendimento. Ele antecipa discussões importantes, antes mesmo de se pensar em código.

Para que serve?

A principal função é facilitar a comunicação entre as partes envolvidas no desenvolvimento. Com um único diagrama, é possível alinhar expectativas entre cliente, analista e equipe técnica. O formato visual reduz ambiguidades e melhora o entendimento do escopo.

Na prática, o diagrama ajuda a mapear os objetivos do usuário, definir os limites do sistema e validar se as funcionalidades previstas fazem sentido. Ele evita retrabalho ao deixar claro o que está ou não incluído no projeto desde o início.

Importância na modelagem de sistemas

Durante a modelagem, o diagrama de casos de uso contribui para documentar o comportamento esperado do sistema sob o ponto de vista do usuário. Ele não mostra como o sistema funciona internamente, mas sim como responde às ações externas.

Essa abordagem orientada ao uso é estratégica. Ela permite que o projeto comece com foco no valor entregue, e não apenas na arquitetura técnica. Além disso, oferece um ponto de partida sólido para derivar outros modelos mais detalhados, como diagramas de sequência ou diagramas de classes.

Componentes de diagrama de casos de uso

Para que o diagrama de casos de uso cumpra sua função, alguns elementos são indispensáveis. Cada componente tem uma função na representação da interação entre usuários e o sistema. A seguir, destacamos os principais.

Atores: quem interage com o sistema

Os atores representam as entidades externas que se comunicam com o sistema. Podem ser pessoas, organizações ou até outros sistemas. Não é necessário que sejam usuários humanos, o importante é que estejam fora do sistema modelado e iniciem ou recebam uma ação.

Os atores são desenhados como bonecos e posicionados fora da área que delimita o sistema. Eles ajudam a identificar quem espera resultados do sistema e quem gera eventos que provocam respostas.

É comum encontrar dois tipos: atores primários, que iniciam interações, e atores secundários, que oferecem suporte a essas interações.

Casos de uso: funcionalidades representadas

Cada caso de uso representa uma funcionalidade ou objetivo que o ator deseja alcançar com o sistema. Esses casos aparecem no diagrama como elipses e são descritos com verbos no infinitivo, como “Cadastrar Cliente” ou “Emitir Relatório”.

Eles não detalham o funcionamento interno, mas sim o resultado que deve ser entregue ao ator. O foco está na experiência do usuário com o sistema, não na solução técnica adotada.

Agrupar casos de uso com objetivos parecidos facilita a organização e mostra dependências entre funcionalidades. Essa visão permite validar se os recursos do sistema estão alinhados com as necessidades reais.

Relacionamentos: associações, inclusões e extensões

Relacionamentos conectam os atores aos casos de uso e também permitem a organização entre os próprios casos. Os principais tipos são:

Essas conexões tornam o diagrama mais enxuto e mostram com mais clareza como as funcionalidades se articulam entre si.

Limites do sistema: definindo o escopo

O limite do sistema é indicado por um retângulo que envolve todos os casos de uso. Ele separa o que faz parte do sistema do que está fora, criando uma borda visual clara.

Esse contorno é decisivo para evitar escopo indefinido. Ele mostra o que será entregue e o que depende de fatores externos. Definir corretamente o limite ajuda a controlar expectativas e reduz o risco de mudanças inesperadas durante o projeto.

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Como Construir um Diagrama de Casos de Uso

Criar um diagrama de casos de uso exige clareza sobre o sistema que está sendo modelado. O objetivo é representar, de forma simples, o que o sistema faz sob o ponto de vista de quem interage com ele. A seguir, mostramos como estruturar esse processo.

Passo a passo para criação

Antes de abrir qualquer ferramenta, é importante compreender o contexto. O erro mais comum é começar o desenho sem entender o que o sistema deve entregar.

  1. Identifique os atores
    Pense em quem vai usar o sistema. Pode ser um cliente, um funcionário ou até outro sistema externo. O importante é entender quem espera uma resposta da aplicação.
  2. Liste os objetivos desses atores
    A partir do ponto de vista de cada ator, levante quais tarefas eles precisam realizar. Essa lista será a base dos casos de uso. Cada item deve representar uma ação com valor entregue.
  3. Desenhe os casos de uso e conecte aos atores
    Com os atores definidos, comece a traçar elipses para os casos de uso e conecte com linhas aos respectivos atores. Mantenha a linguagem simples, com nomes diretos.
  4. Adicione relacionamentos entre os casos
    Use as conexões do tipo inclusão ou extensão para representar padrões repetidos ou variações no fluxo. Isso ajuda a manter o diagrama organizado e evita redundância.
  5. Defina o limite do sistema
    Use um retângulo para mostrar o que está sob controle do sistema. Isso separa o que será implementado daquilo que depende de fatores externos.
  6. Valide com os envolvidos
    Antes de seguir para o desenvolvimento, valide o diagrama com quem conhece o processo. Clientes, usuários e analistas podem apontar ajustes e esclarecer pontos omitidos.

Ferramentas recomendadas

Não é preciso começar do zero ou usar papel. Algumas ferramentas facilitam a construção, mesmo para quem não tem familiaridade com modelagem UML.

Lucidchart é uma das opções mais usadas. A interface permite desenhar rapidamente e compartilhar o diagrama com outros usuários. É intuitiva e tem versões gratuitas.

Outra alternativa popular é o Miro, que combina recursos visuais com colaboração em tempo real. Para equipes distribuídas, é uma forma eficiente de construir e revisar em conjunto.

Independentemente da plataforma, o mais importante é que o diagrama seja claro, preciso e reflita a realidade do sistema modelado.

Exemplo: Sistema de Gerenciamento de Campanhas em uma Empresa de Marketing

1. Identificação dos atores

Neste cenário, os principais atores são:

2. Casos de uso

3. Relacionamentos

 

Diagrama de casos de uso: resumo dos pontos-chave

diagrama de casos de uso é uma ferramenta útil para visualizar as interações entre os atores e o sistema, mesmo em processos simples, como no exemplo de uma empresa de marketing. Neste caso, ele mostra como o cliente interage com o sistema para criar e acompanhar campanhas, enquanto o analista de marketing atua nos bastidores, editando e gerando relatórios.

A representação ajudou a identificar:

Esse tipo de mapeamento antecipa dúvidas, organiza as entregas e serve como base para tomada de decisões técnicas no desenvolvimento. Ele evita lacunas no entendimento e melhora o alinhamento entre cliente e equipe.

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