Segurança no trânsito: como estamos indo?
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30 de abril de 2015

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Segurança no trânsito: como estamos indo?

Segurança: caros leitores, hoje gostaria de continuar mergulhando em alguns dados e, desta forma, elaborando algumas análises interessantes. Para isto, começo com uma dica sobre onde coletar bons dados: http://www.seade.gov.br/. A SEDAE é Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados do Estado de São Paulo. Lá há todo tipo de dado, de economia a segurança pública, passando por trânsito, qualidade de vida e outros mais. Além da quantidade, eles possuem bons gráficos, o que ajuda quem ainda não está tão familiarizado com o Minitab e o Excel.


Neste artigo, a pedido de um amigo que gosta de carros, vou explorar um pouco o trânsito, de 2006 até 2011 (já que não achei no Detran os dados até 2015). O primeiro gráfico que me chama atenção é taxa de mortalidade dos transportes terrestres (fig.1).









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Figura 1: é taxa de mortalidade dos transportes terrestres.

Na figura 1 fica claro que as coisas não estão lá muito boas. Percebe-se um aumento na taxa de mortalidade no trânsito paulista, principalmente de 2009 para 2011, mas nada muito pronunciado. Na minha percepção, variação natural do processo. Mas este é o número total, será que vale a pena estratificarmos? Será que há alguma categoria (moto, automóveis, caminhões, ônibus, pedestres, etc) que está piorando de maneira acentuada e merece uma ação do governo mais enérgica? Não sei, mas dados para responder isto, nós temos. Vamos lá.









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Figura 2: taxa de óbitos dos diversos sistemas de transporte.

Pela figura 2 o cenário já fica bem mais claro. Estratificar, uma das ferramentas do green belt localizadas lá na fase do Measure-Dados, nos ajuda a matar a charada e tomar as decisões certas. Nesta análise, está claro que dirigir motos, triciclos ou automóveis anda ficando bem perigoso. Ambos dobraram, em 5 anos, sua taxa de mortalidade.

Além disto, é nítido e certo que são necessárias de medidas mais duras quanto à segurança de pedestres. Andar a pé é o meio mais perigoso de locomoção no trânsito, apesar de estar estável. Vamos descer mais um nível na estratificação? Vamos entender se a idade influencia na taxa de obtido dos pedestres?









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Figura 3: número de óbitos de pedestres.

Na figura 3 é possível verificar que, em termos de óbitos, quem morre menos são os menores de 18 anos, pois os demais (18 a mais de 60) estão morrendo em números parecidos. Infelizmente o Detran não possui a taxa de óbitos por 100 mil habitantes neste nível de detalhes, somente os óbitos totais. Mas é possível verificar que as ações para conscientização dos motoristas e dos pedestres devem ser direcionadas ao público adulto.


Para concluir, no post de hoje vocês viram como a estratificação nos ajuda a entender um problema. Começamos enxergando as mortes nos transportes terrestres, depois fomos para os tipos de transportes e finalizamos com a idade dos pedestres. Daria para estratificarmos mais? Claro que sim. Há ainda o sexo (já que mulheres morrem menos que homens no trânsito) e localização geográfica.

Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.