Ferramentas da Qualidade

29/11/2019

Última atualização: 27/08/2025

OEE, TEEP e OOE: como medir a eficiência industrial

OEE, TEEP e OOE são indicadores usados para medir o desempenho de máquinas e equipamentos. Eles mostram quanto do tempo disponível está sendo, de fato, convertido em produção de qualidade.

Com base nesses dados, gestores conseguem avaliar perdas, planejar a capacidade produtiva e tomar decisões mais assertivas. Antes de ampliar turnos ou investir em novos equipamentos, é essencial entender esses índices.

Neste conteúdo, você verá o que significa cada indicador, como calcular e interpretar os resultados, além de exemplos práticos para aplicar no dia a dia da operação.

O que é OEE?

OEE significa Overall Equipment Effectiveness, ou Eficiência Global do Equipamento. Esse indicador mede o quanto um equipamento está realmente sendo produtivo em relação ao seu potencial total durante o tempo de operação programado.

A fórmula do OEE é:

OEE = Disponibilidade × Desempenho × Qualidade

Cada um desses fatores representa:

Exemplo de cálculo:

Considere os dados abaixo para um turno de produção de 8 horas (480 minutos):

  1. Disponibilidade = (480 – 60) / 480 = 87,5%
  2. Desempenho = (700 / 100) / (420 / 60) = 7 / 7 = 100%
  3. Qualidade = (700 – 50) / 700 = 92,9%

OEE = 0,875 × 1,00 × 0,929 = 0,813 ou 81,3%

Confusões comuns no cálculo de OEE

A fórmula é simples: Disponibilidade × Desempenho × Qualidade = OEE.

Mas, na prática, surgem dúvidas. Especialmente sobre o que cada fator representa de fato no ambiente produtivo. Vamos esclarecer:

Essas perguntas ajudam a refletir sobre como o indicador está sendo interpretado.

O que é realmente “disponibilidade”?

Aqui começa a confusão. Um equipamento pode estar disponível 168 horas por semana, mas isso não quer dizer que foi necessário ou programado para operar durante todo esse tempo. A pergunta correta seria:
Quantas horas você precisou que ele operasse — e ele operou quando necessário?

Essa diferença entre tempo total disponíveltempo programado para produção costuma gerar interpretações equivocadas, que distorcem o resultado do OEE.

E quanto ao desempenho e à qualidade?

Depois de entender se o equipamento funcionou quando necessário, é preciso avaliar como ele operou:

Nem sempre essas respostas são claras. Muitas vezes, parte da produção precisa ser retrabalhada para atender o padrão. No entanto, algumas empresas contabilizam apenas os itens totalmente rejeitados, ignorando os retrabalhos. Isso compromete a fidelidade do indicador.

Por que isso acontece?

É comum tentar ajustar os critérios para “melhorar” o número do OEE. O problema é que isso gera uma visão distorcida. A consequência é a perda de dados importantes para a gestão de desempenho real do processo.

Como evitar distorções no OEE?

A recomendação é adotar uma abordagem estruturada e transparente. Um bom caminho para isso é aplicar manutenção centrada em confiabilidade (RCM) — uma metodologia que ajuda a tomar decisões mais precisas sobre manutenção, com base em riscos e desempenho do equipamento.

O que é TEEP?

TEEP (Total Effective Equipment Performance) é um indicador que mede o aproveitamento total do tempo disponível em relação à capacidade máxima do equipamento, considerando as 24 horas do dia, 7 dias por semana.

Diferente do OEE, que avalia a eficiência durante o tempo programado para produção, o TEEP analisa todo o tempo de calendário, incluindo períodos não programados.

Fórmula do TEEP

TEEP = OEE × Carregamento

Onde:

O TEEP mostra o potencial de utilização total do equipamento.

Exemplo:

Imagine um equipamento com os seguintes dados em uma semana:

Passo 1: Calcular o carregamento

Carregamento = 96 / 168 = 57,1%

Passo 2: Calcular o TEEP

TEEP = 85% × 57,1% = 48,5%

O TEEP de 48,5% indica que, considerando todo o tempo disponível no calendário, apenas esse percentual foi efetivamente produtivo.

Comparação entre TEEP e OEE

Enquanto o OEE ajuda a identificar perdas durante a operação, o TEEP revela o potencial de crescimento caso haja aumento no tempo de produção, como turnos extras ou expansão da capacidade instalada.

Usar os dois indicadores juntos permite uma visão mais completa do desempenho e do aproveitamento real dos ativos.

O que é OOE?

O OOE (Overall Operations Effectiveness) é um indicador que mede a eficiência operacional com base no tempo programado, mas considerando alterações não planejadas, como cancelamentos de ordens, atrasos logísticos ou trocas de programação.

Ou seja, o OOE avalia o que realmente foi executado frente ao que originalmente estava programado, incluindo as mudanças que ocorreram dentro do período planejado.

Diferença entre OOE, OEE e TEEP

Enquanto o OEE foca no tempo efetivamente executado, o OOE considera todo o tempo originalmente agendado — mesmo que parte dele tenha sido desmarcada. Já o TEEP amplia o horizonte, olhando para o tempo total do calendário.

Comparativo:

Exemplo:

O OOE mostra o impacto de imprevistos e falhas na programação, servindo como um alerta para a confiabilidade do planejamento de produção.

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OEE, OOE, TEEP e tomada de decisão

Em resumo, OEE, OOE e TEEP são indicadores que apoiam decisões estratégicas na indústria. Eles ajudam a avaliar a real eficiência dos ativos e identificar quando é necessário melhorar a produtividade ou ampliar a capacidade.

Por exemplo:
Antes de investir em novos equipamentos, o ideal é buscar o aumento do OEE. Isso garante o melhor aproveitamento possível das máquinas durante o tempo programado. Só depois de atingir níveis consistentes de eficiência, vale analisar o TEEP, para entender se existe margem de crescimento ao utilizar mais horas do calendário produtivo.

Já o OOE complementa a análise ao mostrar como variações de planejamento afetam a operação real. Ele indica se cancelamentos, atrasos e mudanças de agenda estão impedindo a produção de atingir o previsto.

Esses indicadores oferecem base confiável para decisões comerciais críticas. Permitem planejar com mais precisão, identificar gargalos e agir antes que problemas impactem a entrega ao cliente.

Depois de entender como OEE, OOE e TEEP se conectam, é possível avançar. A análise das categorias de perda, como paradas, velocidade, qualidade e tempo não planejado, permite aplicar ferramentas de confiabilidade para reduzir falhas e melhorar resultados.

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