Ferramentas da Qualidade

10/08/2020

Última atualização: 24/05/2023

Administração Científica: o que é?

Se você já ouviu falar sobre eficiência, produtividade e otimização no ambiente de trabalho, então você já teve um vislumbre do que a Administração Científica envolve.

A Administração Científica, também conhecida como Taylorismo, é uma teoria da administração que surgiu no final do século XIX com o engenheiro mecânico americano Frederick Winslow Taylor. Seu principal objetivo era melhorar a eficiência econômica, especialmente a produtividade do trabalho manual.

As metodologias de melhoria de processo são técnicas e abordagens utilizadas para otimizar e tornar mais eficientes os processos em uma empresa. Essas metodologias visam identificar pontos de melhoria, eliminar desperdícios e garantir a satisfação dos clientes, aumentando a produtividade e a competitividade da empresa.

O que é a Administração Científica?

A Administração Científica, ou Taylorismo, é uma teoria de gerenciamento industrial que busca o aumento de produtividade por meio da aplicação de princípios científicos em todos os aspectos do trabalho.

Afinal, as pessoas gerenciam o trabalho há centenas de anos, mas os avanços mais significativos nas teorias de administração do trabalho se deram somente no século XX. Frederick W. Taylor é conhecido como o Pai da Administração Científica, por ter sido o grande precursor do estudo científico aplicado aos processos de trabalho.

O que a administração científica estuda?

A Administração Científica, também conhecida como Taylorismo, dedica-se ao estudo de métodos de trabalho e procedimentos de gestão para aumentar a eficiência dos processos organizacionais. Seu objetivo é melhorar a produtividade e a eficiência econômica, principalmente no que diz respeito ao trabalho manual. Aqui estão alguns aspectos específicos que a Administração Científica estuda:

Vale lembrar que, embora a Administração Científica tenha desempenhado um papel fundamental na melhoria da eficiência das organizações, ela também recebeu críticas por sua abordagem mecanicista e seu potencial para desconsiderar as necessidades humanas e sociais dos trabalhadores.

Quem foi Frederick Winslow Taylor?

Frederick Winslow Taylor nasceu em 1856, na Filadélfia, EUA e pertencia a uma família de classe média. Ele começou sua carreira como aprendiz em uma oficina de fabricação de bombas, a Enterprise Hydraulic Works.

Em 1879, ele entrou na Midvale Steel Works, onde trabalhou em várias posições até se tornar engenheiro-chefe. Taylor trabalhou também para a Investment Manufacturing Company, depois teve uma consultoria independente e, em 1898, entrou na Bethlehem Steel Corporation.

Com formação em engenharia mecânica, Taylor observou diversos problemas enfrentados pelos trabalhadores em diferentes posições, essa experiência que o ajudou intensamente no desenvolvimento do conceito de Administração Científica. Assim, ele percebeu que os recursos industriais não estavam sendo utilizados adequadamente e começou então a aplicar o método científico para estudar a maneira ideal de executar qualquer tipo de tarefa no local de trabalho.

Teoria da administração científica ou taylorismo?

A teoria de Taylor concentra-se na crença de que fazer as pessoas trabalharem o máximo possível não é tão eficiente quanto otimizar a maneira como o trabalho era realizado. De acordo com o próprio Taylor, a abordagem da Administração Científica consiste na arte de saber exatamente o que você quer que seus homens façam e ver que eles fazem isso da melhor e mais barata maneira.

Em 1911, Taylor publicou The Principles of Scientific Mangement, propondo que a otimização e a simplificação dos empregos elevaria a produtividade nas indústrias. Ele também defendeu a ideia de que trabalhadores e gerentes precisavam cooperar uns com os outros. Isso era muito diferente da maneira como o trabalho normalmente era feito nas empresas.

Um gerente de fábrica da época tinha muito pouco contato com os trabalhadores, não havia padronização, e a principal motivação do trabalhador era o emprego contínuo, portanto não havia incentivo para trabalhar o mais rápido ou eficientemente possível.

Taylor acreditava que todos os trabalhadores eram motivados por dinheiro, e também promoveu a ideia de "um salário justo por um dia justo de trabalho". Ou seja, se um trabalhador não alcançasse o suficiente em um dia, ele não merecia ser pago tanto quanto outro trabalhador que era altamente produtivo.

Os experimentos de Taylor

Em um dos experimentos realizados em seu trabalho, Taylor determinou a melhor maneira de os trabalhadores serem capazes de utilizar uma pá por várias horas seguidas, aumentando a eficiência na tarefa de escavação.

Outro experimento famoso envolveu o uso de um cronômetro e análises biomecânicas para criar um método melhor para os trabalhadores transportarem ferro-gusa para vagões.

No primeiro dia, usando seu novo método, a quantidade de ferro-gusa que os trabalhadores conseguiram transportar quase triplicou. Consequentemente, Taylor descobriu que, calculando o tempo necessário para os vários passos de uma tarefa, ele poderia desenvolver a melhor maneira de concluir essa tarefa.

Acima de tudo, os estudos de tempos e movimentos também levaram Taylor a concluir que certas pessoas poderiam trabalhar com mais eficiência do que outras. Essas eram as pessoas que os gerentes deveriam procurar contratar sempre que possível. Portanto, selecionar as pessoas certas para o trabalho seria outra parte importante da eficiência do local de trabalho. A abordagem científica do trabalho de Taylor foi desenvolvida e popularizada por seus contemporâneos e associados como Frank Gilbreth, H.C. Gantt, H. Emerson e H.S. Pessoa.

Princípios da administração científica

Tomando o que aprendeu com suas experiências no local de trabalho, Frederick Winslow Taylor desenvolveu quatro princípios da Administração Científica. São eles: Use o método científico para estudar o trabalho e determinar a maneira mais eficiente de executar tarefas específicas. Ou seja, em vez de permitir a cada trabalhador usar seu próprio método para concluir uma tarefa, você deve usar o método científico para determinar a melhor maneira de fazer cada trabalho:

Estudo dos tempos X estudo dos movimentos

Os estudos de tempo e de movimento são técnicas de eficiência desenvolvidas no final do século XIX e início do século XX para melhorar a produção em massa.

Enquanto o engenheiro mecânico Frederick Winslow Taylor dedicou a maior parte de seu trabalho aos estudos de tempo, os especialistas em eficiência e engenharia industrial Frank e Lillian Gilbreth se concentraram nos estudos de movimento. O trabalho de Taylor concentrou-se principalmente na redução do tempo do processo, enquanto o trabalho dos Gilbreth otimizou os processos, reduzindo a quantidade de movimentos envolvidos.

Taylor acreditava que reduzir o tempo para concluir uma tarefa era a principal maneira de aumentar a produtividade do trabalho. Ele defendeu a realização de estudos de tempo em que dividiria o trabalho em tarefas específicas, usaria um cronômetro para cronometrar cada elemento da tarefa e, em seguida, reorganizaria os elementos em uma sequência ideal. Os estudos do tempo de Taylor enfatizaram a maximização do lucro.

Os Gilbreth, por sua vez, defendiam o uso de filmagens para se ter entender como uma tarefa era concluída. Dessa forma, eles não apenas conseguiram rastrear o tempo que se levava para concluir a tarefa, mas também podiam analisar as áreas de melhoria.

Os filmes podiam ser exibidos também aos trabalhadores para que eles pudessem ver em primeira mão como poderiam aprimorar suas técnicas. Os estudos de movimento de Gilbreth deram uma ênfase muito maior ao bem-estar do trabalhador do que os princípios de Taylor.

Legado do Taylorismo

Antes do início dos anos 1900, não havia uma teoria da administração como a pensamos hoje. Os proprietários e gerentes de fábrica não possuíam um relacionamento próximo com seus funcionários. Os trabalhadores controlavam o processo de trabalho e geralmente trabalhavam duro o suficiente para garantir que não fossem demitidos. Havia pouco ou nenhum incentivo para trabalhar mais do que os colegas.

Em suma,  conceito de que o trabalho poderia ser estudado e o processo de trabalho melhorado não existia formalmente antes das idéias de Frederick Winslow Taylor. Sendo assim, Taylor foi um dos primeiros a sugerir que as principais funções dos gerentes deveriam ser planejamento e treinamento também.

A teoria da administração científica trouxe ideias revolucionárias para a época, como treinamento de funcionários e implementação de melhores práticas padronizadas para melhorar a produtividade. Logo, a teoria de Taylor foi chamada científica porque, para desenvolvê-la, ele empregou técnicas emprestadas de botânicos e químicos, como análise, observação, síntese, racionalidade e lógica.

Ao ler mais sobre Taylor, você pode decidir que, segundo os critérios de hoje, ele não era amigo do trabalhador. No entanto, Taylor deve receber crédito por criar o conceito de organização sendo administrada como negócio, buscando sempre eficiência e produtividade.

Críticas a teoria da administração científica

A teoria de administração científica de Taylor promove a ideia de que existe um caminho certo para fazer alguma coisa e de que as decisões devem estar concentradas nas mãos de determinadas pessoas, estando em desacordo com diversas abordagens atuais que promovem a responsabilidade individual e buscam impulsionar a tomada de decisões em todos os níveis da organização.

Contudo, o Taylorismo também é criticado por desconsiderar os elementos humanos do trabalho, reduzindo os trabalhadores à máquinas; por assumir erroneamente que o ser humano é motivado somente por recompensas financeiras; por dar importância excessiva a performance individual ao invés da performance do grupo; e por colocar os trabalhadores sob uma pressão desnecessária por executar suas tarefas de forma cada vez mais rápida.

Leia Mais: