Segurança Do Trabalho

28/12/2020

Última atualização: 14/05/2025

Ergonomia: conceito, tipos, como ter e NR

A ergonomia é um conceito cada vez mais relevante nas empresas, especialmente quando se fala em saúde ocupacional, produtividade e qualidade de vida no trabalho. Ela não se limita à postura correta ou ao uso de cadeiras ajustáveis — envolve também fatores mentais, organizacionais e ambientais.

Neste conteúdo, você vai entender o que é ergonomia, quais são os principais tipos, como identificar riscos ergonômicos e o que a NR-17 determina sobre o tema. Também serão apresentadas dicas práticas para aplicar a ergonomia no trabalho presencial e no home office.

Seja para evitar lesões, reduzir o estresse ou melhorar o desempenho da equipe, a ergonomia tem papel direto na construção de ambientes mais seguros e funcionais.

O que é Ergonomia?

A ergonomia é a ciência que analisa a relação entre as pessoas e o ambiente em que trabalham ou realizam atividades cotidianas. O termo vem do grego: ergon (trabalho) e nomos (regras), e seu estudo busca adaptar tarefas, ferramentas e espaços às necessidades e limitações humanas.

Mas, afinal, qual o objetivo da ergonomia? O foco está em melhorar o bem-estar físico e mental das pessoas, ao mesmo tempo em que se mantém a eficiência nas atividades realizadas. Ou seja, trata-se de equilibrar desempenho e saúde.

O que são riscos ergonômicos?

Riscos ergonômicos são condições do ambiente de trabalho que exigem esforço físico ou mental excessivo, prejudicando a saúde e o desempenho do colaborador. Esses riscos surgem quando a organização do trabalho ou os equipamentos utilizados não estão alinhados às capacidades humanas.

Eles não são visíveis como máquinas ou produtos químicos, mas podem causar impactos sérios, principalmente quando negligenciados e ao longo do tempo.

Quais são os tipos de Ergonomia?

A ergonomia pode ser categorizada em três tipos principais, cada um focando em diferentes aspectos da interação entre humanos e elementos de sistemas ou ambientes. Estes tipos são:

Ergonomia Física

A ergonomia física trata das condições corporais exigidas pelas atividades. Seu foco está na postura, esforços repetitivos, movimentos, força, mobilidade e uso de equipamentos. O objetivo é ajustar o ambiente e os processos ao corpo humano, reduzindo lesões e desconfortos.

Entre os principais problemas prevenidos com a ergonomia física estão as dores lombares, tendinites e lesões por esforço repetitivo (LER/DORT). Para isso, é importante avaliar estações de trabalho, cadeiras, bancadas e ferramentas.

Essa abordagem também considera pausas regulares e exercícios compensatórios, que contribuem para o bem-estar ao longo do expediente.

Ergonomia Cognitiva (ou Ergonomia Mental)

A ergonomia cognitiva trata da relação entre o ser humano e os processos mentais necessários para executar tarefas com eficiência. Está diretamente ligada à forma como percebemos, processamos e reagimos às informações no ambiente de trabalho.

Entre os fatores considerados estão: atenção, memória, percepção visual e auditiva, carga mental, raciocínio lógico e tomada de decisão. Esses elementos são críticos em atividades que envolvem monitoramento, controle de processos, trabalho com múltiplas telas ou situações que exigem respostas rápidas e precisas.

O objetivo da ergonomia cognitiva é reduzir o esforço mental desnecessário, diminuir o risco de erros e evitar a fadiga cognitiva, especialmente em ambientes de alta exigência, como centros de controle, call centers, laboratórios ou funções que demandam vigilância contínua.

Além disso, essa abordagem se aplica à forma como sistemas, máquinas e interfaces são desenhados. Interfaces mal estruturadas ou informações mal distribuídas podem confundir o usuário, aumentar o tempo de resposta e comprometer a qualidade do trabalho.

Por isso, a ergonomia cognitiva também orienta:

Ergonomia Organizacional

A ergonomia organizacional se concentra na forma como o trabalho é planejado, estruturado e gerenciado dentro das empresas. Seu objetivo é alinhar os sistemas organizacionais às capacidades humanas, promovendo um ambiente funcional, produtivo e saudável.

Essa abordagem vai além do espaço físico. Ela envolve a análise de elementos como:

A ergonomia organizacional busca melhorar a comunicação, reduzir conflitos, aumentar o engajamento e equilibrar as demandas com os recursos disponíveis. É especialmente relevante em cenários de crescimento acelerado, fusões, reestruturações ou mudanças de estratégia.

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NR-17: Norma Regulamentadora da Ergonomia

A NR-17 é a norma brasileira que estabelece as diretrizes para a aplicação da ergonomia no ambiente de trabalho. Criada pelo Ministério do Trabalho, ela define como adaptar as condições laborais às características físicas e psicológicas dos trabalhadores, com foco na segurança, saúde e desempenho.

O objetivo da NR-17 é garantir que o ambiente e os métodos de trabalho estejam alinhados às capacidades dos colaboradores, reduzindo riscos de acidentes e doenças ocupacionais.

O que a NR-17 determina?

A norma aborda diversos aspectos que devem ser observados pelas empresas:

Esses pontos são aplicáveis a diferentes setores, desde escritórios até linhas de produção industrial.

Por que aplicar a NR-17?

O cumprimento da NR-17 não é apenas uma exigência legal. Ele traz benefícios diretos, como:

Além disso, demonstra o compromisso da empresa com a saúde ocupacional, algo cada vez mais valorizado em ambientes corporativos e por órgãos de fiscalização.

Adotar os princípios da NR-17 é uma forma prática de tornar o ambiente mais seguro, funcional e saudável.

Os benefícios da Ergonomia no trabalho

A aplicação adequada da ergonomia traz ao ambiente corporativo uma série de benefícios, diretos e indiretos. Além disso, em todos os casos, os beneficiados são a empresa e os colaboradores. Confira a lista de alguns benefícios destaque:

Ergonomia no home office

A ergonomia no home office envolve a adaptação do ambiente de trabalho residencial para atender às necessidades físicas e psicológicas dos trabalhadores. Ela aborda aspectos como o design do espaço, a disposição dos móveis e equipamentos, e as condições ambientais, como iluminação e ruído.

Ela é especialmente importante no home office, onde os trabalhadores podem não ter acesso a equipamentos ergonômicos padrão encontrados em escritórios tradicionais. Além disso, a ergonomia no home office também considera fatores como a separação entre a vida profissional e pessoal e a gestão do tempo de trabalho, que são desafios únicos do ambiente doméstico.

Promovendo a ergonomia no home office

A promoção da ergonomia no home office começa com a conscientização. É essencial que tanto empregadores quanto empregados reconheçam a importância de um ambiente de trabalho ergonômico para prevenir lesões e melhorar a produtividade.

Responsabilidades da Empresa

Dicas de Ergonomia para trabalhadores em home office

1. Configuração do Espaço de Trabalho:

Escolha uma cadeira com suporte lombar, ajustável em altura e inclinação.
Posicione o monitor na altura dos olhos e a uma distância de um braço.
Use teclado e mouse ergonômicos e mantenha os pulsos em uma posição neutra.

2. Postura Correta:

Mantenha os pés apoiados no chão ou em um apoio para os pés.
Evite cruzar as pernas e mantenha as costas apoiadas na cadeira.

3. Pausas e Movimento:

Faça pausas regulares para se levantar, alongar e movimentar.
Tente fazer pequenos exercícios ou caminhadas durante as pausas.

4. Iluminação e Ambiente:

Garanta uma boa iluminação para reduzir a fadiga ocular.
Mantenha o ambiente tranquilo e livre de distrações.

5. Rotina e Limites:

Estabeleça uma rotina regular de trabalho e mantenha limites entre vida profissional e pessoal.

Siga essas dicas e, além do presencial, garanta a ergonomia na sua empresa. Sendo um conceito essencial para a qualidade no ambiente de trabalho, a ergonomia é algo que contribui e garante a qualidade de vida do colaborador.

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