Segurança Do Trabalho

28/12/2020

Última atualização: 27/08/2025

Ergonomia no Trabalho: conceito, tipos e aplicações

A ergonomia é um conceito cada vez mais relevante nas empresas, especialmente quando se fala em saúde ocupacional, produtividade e qualidade de vida no trabalho. Ela não se limita à postura correta ou ao uso de cadeiras ajustáveis — envolve também fatores mentais, organizacionais e ambientais.

Neste conteúdo, você vai entender o que é ergonomia, quais são os principais tipos, como identificar riscos ergonômicos e o que a NR-17 determina sobre o tema. Também serão apresentadas dicas práticas para aplicar a ergonomia no trabalho presencial e no home office.

Seja para evitar lesões, reduzir o estresse ou melhorar o desempenho da equipe, a ergonomia tem papel direto na construção de ambientes mais seguros e funcionais.

O que é Ergonomia?

A Ergonomia é a ciência que estuda a relação entre as pessoas e o ambiente em que trabalham ou realizam tarefas do dia a dia. O termo vem do grego: ergon (trabalho) e nomos (regras). Seu objetivo é adaptar tarefas, ferramentas e espaços às capacidades e limites do ser humano.

Mas qual é, de fato, o propósito da ergonomia? O foco está em promover o bem-estar físico e mental, sem comprometer a eficiência nas atividades. Em outras palavras, busca-se um equilíbrio entre saúde e desempenho.

O que são riscos ergonômicos?

Riscos ergonômicos são condições do ambiente de trabalho que exigem esforço físico ou mental excessivo, prejudicando a saúde e o desempenho do colaborador. Esses riscos surgem quando a organização do trabalho ou os equipamentos utilizados não estão alinhados às capacidades humanas.

Eles não são visíveis como máquinas ou produtos químicos, mas podem causar impactos sérios, principalmente quando negligenciados e ao longo do tempo.

Quais são os tipos de Ergonomia?

A ergonomia pode ser categorizada em três tipos principais, cada um focando em diferentes aspectos da interação entre humanos e elementos de sistemas ou ambientes. Estes tipos são:

Ergonomia Física

A ergonomia física aborda as condições do corpo diante das tarefas executadas no ambiente de trabalho. O foco está em elementos como postura, repetição de movimentos, força aplicada, mobilidade e uso de equipamentos.

O objetivo é adaptar processos e espaços ao corpo humano, minimizando desconfortos e prevenindo lesões musculoesqueléticas. Dores lombares, tendinites e lesões por esforço repetitivo (LER/DORT) estão entre os principais problemas evitáveis com essa abordagem.

Para isso, é necessário avaliar estações de trabalho, cadeiras, bancadas e ferramentas utilizadas. A ergonomia física também inclui a adoção de pausas regularesexercícios compensatórios, que ajudam a manter o bem-estar ao longo do expediente.

Como aplicar a ergonomia física no ambiente de trabalho

A implementação começa com um mapeamento das atividades. É preciso identificar movimentos repetitivos, posições forçadas e equipamentos utilizados. Com base nisso, ajustes são feitos no layout, na altura de mobiliários, na iluminação e nas ferramentas manuais.

Capacitar os colaboradores também é parte do processo. Treinamentos simples sobre postura e movimentação reduzem riscos e melhoram a adaptação às novas rotinas.

Exemplos de ergonomia física

Ergonomia Cognitiva (ou Ergonomia Mental)

A ergonomia cognitiva analisa a relação entre o ser humano e os processos mentais envolvidos na execução de tarefas. Está diretamente ligada à forma como percebemos, processamos e reagimos às informações no ambiente de trabalho.

Os principais fatores considerados são: atenção, memória, percepção visual e auditiva, carga mental, raciocínio lógico e tomada de decisão. Esses aspectos ganham relevância em atividades que envolvem monitoramento, controle de processos, múltiplas telas ou situações que exigem respostas rápidas e precisas.

O objetivo é reduzir o esforço mental desnecessário, evitar a fadiga cognitiva e minimizar o risco de falhas em ambientes com alta demanda mental, como centros de controle, call centers, laboratórios ou funções que exigem vigilância contínua.

Essa abordagem também está presente no design de sistemas, máquinas e interfaces. Informações mal organizadas ou comandos pouco intuitivos aumentam o tempo de resposta e podem comprometer a eficiência.

Principais causas da fadiga cognitiva

A fadiga cognitiva surge da sobrecarga mental provocada por excesso de estímulos, decisões complexas e falta de pausas adequadas. Entre os principais fatores estão:

Como aplicar a ergonomia cognitiva

A aplicação começa com a análise das tarefas cognitivas envolvidas. A partir disso, ajustes são feitos para simplificar o fluxo de informações e reduzir distrações.

Algumas boas práticas incluem:

Exemplos práticos de ergonomia cognitiva

Ergonomia Organizacional

A ergonomia organizacional se concentra na forma como o trabalho é planejado, estruturado e gerenciado dentro das empresas. Seu objetivo é alinhar os sistemas organizacionais às capacidades humanas, promovendo um ambiente funcional, produtivo e saudável.

Essa abordagem vai além do espaço físico. Ela envolve a análise de elementos como:

A ergonomia organizacional busca melhorar a comunicação, reduzir conflitos, aumentar o engajamento e equilibrar as demandas com os recursos disponíveis. É especialmente relevante em cenários de crescimento acelerado, fusões, reestruturações ou mudanças de estratégia.

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NR-17: Norma Regulamentadora da Ergonomia

A NR-17 é a norma brasileira que estabelece as diretrizes para a aplicação da ergonomia no ambiente de trabalho. Criada pelo Ministério do Trabalho, ela define como adaptar as condições laborais às características físicas e psicológicas dos trabalhadores, com foco na segurança, saúde e desempenho.

O objetivo da NR-17 é garantir que o ambiente e os métodos de trabalho estejam alinhados às capacidades dos colaboradores, reduzindo riscos de acidentes e doenças ocupacionais.

O que a NR-17 determina?

A norma aborda diversos aspectos que devem ser observados pelas empresas:

Esses pontos são aplicáveis a diferentes setores, desde escritórios até linhas de produção industrial.

Por que aplicar a NR-17?

O cumprimento da NR-17 não é apenas uma exigência legal. Ele traz benefícios diretos, como:

Além disso, demonstra o compromisso da empresa com a saúde ocupacional, algo cada vez mais valorizado em ambientes corporativos e por órgãos de fiscalização.

Adotar os princípios da NR-17 é uma forma prática de tornar o ambiente mais seguro, funcional e saudável.

Os benefícios da Ergonomia no trabalho

A aplicação adequada da ergonomia traz ao ambiente corporativo uma série de benefícios, diretos e indiretos. Além disso, em todos os casos, os beneficiados são a empresa e os colaboradores. Confira a lista de alguns benefícios destaque:

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