CHA: conhecimento, habilidade e atitude
Você, por acaso, já ouviu falar de CHA? Não, não estamos falando daquela bebida quentinha de ervas, mas, sim, uma técnica que foi desenvolvida para fazer a avaliação profissional.
Uma das maiores dificuldades é conseguir realizar uma avaliação profissional que seja realmente fiel, principalmente porque os encarregados de realizar essa tarefa muitas vezes não conhecem as metodologias que podem lhe ajudar nessa questão.
E é justamente sobre isso que vamos abordar nesse artigo. Entenda melhor do que se trata essa técnica e como você pode utilizá-la em seu dia a dia.
O que é o CHA conhecimento habilidade e atitude?
O CHA é uma técnica que possui três pilares: (1) Conhecimento, (2) Habilidade e (3) Atitude. Esses três pilares devem, inclusive, estar diretamente relacionados entre si.
Aqui, o objetivo é que cada pessoa contratada seja colocada no lugar onde mais consiga ser produtivo.
Uma pessoa pode desempenhar um papel péssimo em vendas, enquanto tem um excelente desempenho em marketing (mesmo que ela não tenha muita experiência em nenhuma das duas áreas.
Mas para que você entenda melhor sobre o CHA, é importante falar um pouco melhor sobre esses três pilares:
Conhecimento
Refere-se ao que foi aprendido ao longo da trajetória profissional. Está ligado à formação acadêmica, cursos, treinamentos e experiências anteriores no trabalho.
Em resumo, é o pilar que representa a base teórica de uma competência, correspondendo aos hard skills – habilidades técnicas que podem ser ensinadas e mensuradas.
Habilidade
É a capacidade de transformar teoria em prática. Saber algo na teoria não garante que a pessoa consiga aplicar esse conhecimento no dia a dia de forma eficaz. Habilidade está relacionada ao domínio prático de uma função, também conhecido como know-how.
Quanto mais um profissional atua em determinada atividade, mais desenvolve sua habilidade. Isso se reflete na execução com mais precisão, agilidade e autonomia.
Atitude
Refere-se à forma como o profissional se comporta diante de desafios e responsabilidades. Está ligada à iniciativa, comprometimento e disposição para agir. Mais do que saber ou saber fazer, é o querer fazer, a motivação para aplicar conhecimento e habilidade com propósito.
Esse pilar está diretamente relacionado às soft skills, como proatividade, ética, adaptabilidade e trabalho em equipe. São essas atitudes que sustentam a entrega de resultados consistentes no ambiente profissional.
Um profissional que está munido desses três pilares irá, com toda a certeza, se destacar no meio de trabalho.
E entender esse conceito serve para os dois lados: tanto para quem está em busca de emprego e colocação no mercado, quanto para quem está contratando alguém.
O CHA é um conceito simples, mas que pode lhe ajudar a melhorar muito o seu posicionamento perante as empresas.
Como fazer um CHA conhecimento de habilidade e atitude?
Se você é responsável por algum processo seletivo e está pensando em aplicar a técnica CHA, veja agora qual é o passo a passo para você fazer essa incorporação:
1º Avaliar a situação
O primeiro passo é a avaliação da situação da gestão de pessoas. Quais são as principais necessidades no momento, além de avaliar as competências de cada colaborador.
2º Faça mudanças
Depois de realizar a primeira etapa, você pode partir para algumas mudanças. Mas o intuito dessas mudanças é deixar bem definido o que cada funcionário deve fazer e, a partir disso, partir para o passo seguinte.
3º Treinamento
Depois de definir o que cada colaborador tem por sua responsabilidade, está na hora de investir no treinamento desses profissionais. Afinal, há o conhecimento que deve ser adquirido.
4º Seleção
Não havendo um cargo preenchido, pode ser realizada uma seleção interna ou externa para ocupá-lo.
5º Resultados
Depois das mudanças, é fundamental que você fique atento aos resultados que a técnica CHA irá trazer.
Nem sempre acertamos de primeira, sendo importante fazer o remanejamento se as coisas não derem certo.
Quanto mais esses passos forem elaborados com cautela e análise, mais assertivo será a escolha da seleção.
Lembre-se que os três pilares do CHA valem tanto para a movimentação de funcionários internos quanto para a contratação de novos.
Nesse último caso, é importante a avaliação desses quesitos através do currículo, entrevista e, também, nos primeiros três meses.
Qual a importância do CHA na gestão de pessoas?
Você conseguiu ter uma ideia de como a técnica do CHA consegue trazer benefícios na hora de contratar ou organizar os cargos dentro de uma empresa, não é mesmo?
Porém, as implicações dessa “consciência” em relação às atribuições dos colaboradores, além das soft skills e hard skills, traz vários benefícios aos trabalhadores, como:
Planejamento de carreira
O primeiro deles é a questão do planejamento de carreira. A partir do momento que o RH e os gestores fazem tal análise sobre os seus colaboradores fica mais fácil desenhar o plano de carreira.
Isso é ótimo para o profissional, afinal, todos desejam crescer na vida profissional. Além disso, é uma forma de ter uma estratégia mais assertiva a longo prazo, sendo um benefício para a empresa.
Feedbacks
Quantas vezes você não se sentiu sem direcionamento dentro da empresa porque não tem feedbacks. Será que o seu trabalho está atendendo as expectativas?
Fazendo uma análise dos colaboradores é possível trazer um feedback com maior conhecimento para eles. Isso é uma forma de dar um norte para o funcionário, que muitas vezes pode estar cometendo algo negativo apenas por não saber que aquilo não é uma boa atitude.
A transparência entre gestores e colaboradores também é uma forma de tornar o trabalho mais agradável.
Programas de treinamento
Sabendo quais são as habilidades necessárias e os gargalos dos funcionários em relação ao conhecimento, a técnica de CHA possibilita trazer uma visão do que é realmente necessário.
Empresas com visão de mercado investem em seus próprios funcionários e o treinamento é uma ótima forma de fazer isso.
Além disso, o próprio funcionário se sente mais valorizado e isso aumenta a qualidade de trabalho.
Salário condizente
Nada mais frustrante do que não receber de acordo com as suas atribuições. A partir do momento que a empresa tem mais estruturado a questão de atribuições e responsabilidades, fica mais fácil dar um salário condizente.
Isso não é um malefício para a empresa, muito pelo contrário. Funcionários que se sentem satisfeitos com seus salários trabalham muito melhor, são mais produtivos e criativos.
Realização profissional
E, claro, todo esse conjunto de benefícios traz a realização profissional para os funcionários.
Ter um salário bom não é suficiente, é preciso sentir que está na posição certa e realmente fazendo algo que gere diferença.
O objetivo do CHA não é somente contratar bons profissionais, é sobre gestão de pessoas e realização.
Se a sua empresa ainda não adota essa técnica, é muito interessante começar a aplicá-la, principalmente com os colaboradores internos.
O período de análise pode gerar muitas surpresas. Lembrando que é muito importante conversar com cada funcionário sobre as suas atribuições, pois muita coisa pode estar sendo realizada e ainda não está no papel.
Ter todo esse quadro bem definido e continuar atualizando é importante para empresa e para os funcionários.
Sobre as novas contratações, as chances de contratar novos colaboradores que realmente se encaixem nas expectativas também acaba sendo muito maior.
Essa não é a única técnica para gestão de pessoas, mas ela é relativamente simples e pode ser um ótimo primeiro passo para promover mudanças na empresa.
Comece a estruturar o processo de CHA na sua corporação e veja como as mudanças serão bem positivas para todos os envolvidos.
Exemplo prático do modelo CHA aplicado à liderança
Imagine uma líder responsável por coordenar uma equipe de projetos em uma empresa de tecnologia. A aplicação do modelo CHA permite avaliar de forma clara os pontos fortes e os aspectos que precisam ser desenvolvidos.
Conhecimento (saber): Ela possui formação em engenharia, especialização em gestão de projetos e domina metodologias como Scrum e PMBOK. Esses são os conhecimentos técnicos que sustentam sua atuação estratégica.
Habilidade (saber fazer): Com experiência prática em projetos multidisciplinares, essa líder tem facilidade em estruturar cronogramas, distribuir tarefas e usar ferramentas como Trello ou Microsoft Project. Sua capacidade de transformar teoria em execução eficiente mostra seu domínio prático, o know-how.
Atitude (querer fazer): Ela demonstra proatividade, ouve a equipe, toma decisões mesmo sob pressão e busca constantemente melhorar o ambiente de trabalho. Essas características revelam soft skills fundamentais, como empatia, resiliência e foco em resultado.
Ao avaliar essa profissional com base no CHA, é possível entender onde ela está preparada e onde há espaço para desenvolvimento o que torna o modelo útil tanto para recrutamento quanto para planejamento de carreira.
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