A metodologia híbrida de gerenciamento de projetos
Gestão de Projetos

29 de março de 2018

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

A metodologia híbrida de gerenciamento de projetos

O termo “metodologia híbrida” não é tão opaco como outras tendências que vêm surgindo no campo do gerenciamento de projetos. É basicamente a combinação de duas metodologias ou sistemas diferentes para criar um modelo novo e melhor.

Como está o cenário de Gerenciamento de Projetos ?

O Gerenciamento de Projetos está repleto de metodologias, do Modelo em Cascata ao Ágil, do Scrum ao PRINCE2 ao PMBOK, e a lista continua. Estas vão ao encontro dos interesses gerenciais da profissão, que está sempre procurando maneiras melhores e mais eficientes de conduzir e concluir um projeto. Mas novas metodologias estão sendo constantemente desenvolvidas para desafiar os modelos tradicionais, e as metodologias híbridas indicam que pode haver sinergia na combinação de aspectos de métodos de trabalho novos e tradicionais. Metodologias híbridas entendem a fluidez dos projetos e permitem uma abordagem mais ágil e detalhada. Podem ser aplicadas ao trabalho completo ou a segmentos específicos do projeto. Mas sua principal vantagem é que, quanto mais maneiras você tiver que abordar um problema, maior a chance de resolvê-lo.

O Modelo em Cascata

A partir de meados do século XX até o final do século, gerentes de projeto passaram a usar o modelo de Estrutura Analítica de Projetos (EAP), o conhecido como Modelo em Cascata, para gerenciar projetos complexos. Era a ferramenta do momento e todos os gerentes de projeto foram treinados para usar este método. É um modelo clássico, no qual os executivos e as partes interessadas no projeto desejarão ver custos fixos e cronogramas, normalmente usados ​​para grandes projetos de infraestrutura, como pontes, túneis, construção e fabricação. Antes de iniciar um projeto, você planeja tudo o que precisa ser feito. Em seguida, divide as grandes peças ou tarefas em partes menores ou subtarefas. Este processo continua até que cada tarefa seja pequena e esteja bem definida. Algumas abordagens que aderem à metodologia EAP são a PRINCE2, um acrônimo para PRojects IN Controlled Environments (Projetos em Ambientes Controlados), amplamente utilizada no Reino Unido para esclarecer os papéis das pessoas, manter as linhas de comunicação abertas, gerir risco de projetos e estabelecer custos básicos; e a PMBOK, Project Management Body Of Knowledge (Gerenciamento de Projetos de Conhecimento), comumente utilizada nos EUA, que centra-se em habilidades comuns de gerenciamento de projetos, como orçamentação e gerenciamento de entradas e saídas.

As metodologias ágeis

Então, no início do século XXI, o gerenciamento de projetos ágil tornou-se a maior onda. Todo mundo achava que o método ágil, com sua abordagem enxuta, resolveria todos os problemas que a metodologia de cascata não conseguia resolver. Afinal, a maioria dos projetos custavam cada vez mais e terminavam depois do planejado. O Método Ágil é uma grande tenda que contém muitas metodologias, como Scrum, Kanban e Lean. Na verdade, o Método Ágil é tão fortemente suportado que foi lançado em fevereiro de 2001 o Manifesto Ágil, baseado em 4 príncipios:

  • A comunicação com as partes é mais importante que os procedimentos e ferramentas padrão.
  • Mais foco em fornecer um aplicativo em funcionamento e menos foco em fornecer documentação completa.
  • Colaborar mais com os clientes.
  • Estar aberto a mudanças em vez de estagnar o escopo de trabalho.

A grande vantagem deste método é que o cliente vê os resultados em um tempo muito curto após o início do projeto e pode alterar seu desdobramento conforme a mudança de requisitos. Devido a sua flexibilidade, as mudanças nos requisitos não inviabilizam o projeto.

O melhor dos dois mundos

Enquanto o Modelo em Cascata peca em não considerar as mudanças de requisitos do projeto, de necessidades do mercado e do cliente durante o projeto, os Métodos Ágeis podem causar dificuldade na adequação de equipes, excesso de custos e atrasos no processo. A boa notícia é que um novo método de gerenciamento de projetos chamado gerenciamento de projetos híbridos, que combina o melhor dos métodos ágeis e dos modelos em cascata para criar um novo método que se encaixe na maioria dos projetos, está ganhando popularidade e aceitação. A grande sacada do método de gerenciamento de projetos híbrido é que ele permite que a equipe planeje antes de começar a trabalhar no projeto, mas também divide o ciclo de desenvolvimento em entregas de curto prazo chamadas sprints. Desta maneira, pode lidar com mudanças de requisitos e, devido a sua natureza iterativa, pode entregar produtos em etapas. Neste método, o planejamento é feito usando a abordagem em cascata, e a execução e a entrega são tratadas pela metodologia ágil. Essa abordagem híbrida torna o planejamento e a estimativa do projeto muito mais precisos. Ao mesmo tempo, a equipe pode reagir às mudanças do mercado e entregar o que o mercado exige no lugar do que a equipe planejou.

Qual metodologia aplicar em meus projetos ? E como ?

Com as metodologias híbridas na vanguarda do impulso do gerenciamento de projetos para o futuro, é um momento empolgante para liderar um projeto. Independentemente do método usado para concluir seu projeto com sucesso, você precisará de ferramentas que sejam flexíveis o suficiente para permitir que você colabore com toda a empresa. Aproveite para aprender sobre as várias estruturas de gerenciamento de projetos para executar um projeto bem-sucedido do início ao fim. Agendar tarefas de forma mais eficaz e criar suporte para suas ideias é primordial para obter o apoio e o financiamento que você precisa para começar. Por último, familiarize-se com as estratégias de gerenciamento de mudanças, para que você possa encorajar os outros a superar sua relutância em mudar. Para isso, faça nossos cursos de Gestão de Projetos PMBoK e Green Belt, e também aproveite os cursos gratuitos de White Belt e Introdução ao SCRUM.

Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.