Dengue, Zika, Corrupção e outras Mazelas
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06 de março de 2016

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Dengue, Zika, Corrupção e outras Mazelas

Como anda a dengue?


O Brasil anda de cabeça para ar neste início de 2016. Temos Zika, Dengue, Lula, Lava Jato e por aí vai. Diante de todo este murmurinho, pergunto-me: qual é o nosso problema? Para dar pitacos sobre esta resposta, pois estou longe de saber como respondê-la, peço licença para discorrer sobre pensamentos um pouco desvinculados de uma rígida fundamentação teórica.


Vamos começar pela Dengue, Zika, CHIKUNGUNYA e o Aedes. Como combatê-lo? Pelo que percebi, a estratégia está no ataque feroz à agua parada, por meio de uma campanha gigante de conscientização da população. Isto dá certo? Quando eu olho para o pobre comparativo do tipo 2015 x 2016 do boletim epidemiológico elaborado pelo Ministério da Saúde, me parece que não. Digo isto, pois o comparativo até 6/2, mostra que em 2015 tínhamos 116 mil casos e agora, 2016, estamos em 170 mil. O que será que aconteceu? Será que em 2015 estávamos conscientes e não deixávamos água parada, mas em 2016, resolvemos ajudar o mosquitão a transmitir seus vírus? Tenho dificuldades para acreditar em tal hipótese. Penso que esta diferença possa estar mais relacionada ao volume de chuvas.


dengue



Lei Seca


Criar campanhas nacionais para combater a dengue lembra-me a lei seca. Vocês se recordam deste episódio? Para reduzir o número de acidentes causados por motoristas embriagados, reduziu-se o limite de álcool permitido no sangue para dirigir a zero. Também, a imprensa fez um grande barulho e havia vários postos de fiscalização da polícia, multando e prendendo os motoristas que tinham dificuldade para “fazer o quatro”. Tempos depois, estamos na mesma. Os acidentes por motoristas alcoolizados continuam a acontecer e, os bloqueios policiais pela cidade diminuíram bastante.


Diante disto, tenho sérias dificuldades em acreditar nos resultados deste tipo de campanha, principalmente se não vier relacionada às mudanças que não dependam de um comportamento consciente da população em geral. Para o caso do Aedes, precisamos melhorar o saneamento básico, desenvolver maneiras de combate biológico, desenvolver repelentes, vacinas e inseticidas. Penso que para combatermos o mosquito, só teremos êxito se fizermos assim.



Corrupção


E, como pano de fundo de todos estes acontecimentos, vejo que se quisermos melhorar como país, precisaremos investir pesado na educação. Precisamos de uma população que ao ser apresentada aos crescentes casos das doenças transmitidas pelo Aedes, cobre mudanças que vão levar a melhoria e não meras campanhas de resultado duvidoso. Se isto funcionasse, a dengue teria sido erradicada desde minha infância. A mesma coisa aplica-se a corrupção, com os escândalos que temos visto. Quando o ex-presidente afirma que ganhou o direito de frequentar a chácara de um amigo, mas que não é dele, ele conta com a ignorância da massa. Lembra-me o grande Paulo Maluf, que não tinha contas na Suíça e nunca roubou nada (#sqn).


Nestes casos, o ex-presidente espera que a população que ganhou benesses como os contemplados pelo minha casa minha vida, luz para todos, minha casa melhor, bolsa família, etc, entrem em combate para protegê-lo. Pensar no país ou pensar no umbigo? O que queremos para nós?


Outra coisa que insulta a nossa inteligência é a execução das reformas pelas empreiteiras. Pobre ex-presidente, como bem lembrou o pessoal do Porta do Fundos. Ele não queria as reformas, mas elas foram lá e o ameaçaram – “Ou o senhor nos deixa reformar seu apartamento, ou vamos acabar com tudo..”. É a mesma coisa daquela empresária casada com um secretário de governo.



Dengue


Aí, para não levantar suspeitas, outra pasta contrata os serviços dela. Por mais que o secretário afirme que não tem nada a ver com o negócio, que é de outra pasta, fica difícil de acreditar que isto é verdade. No mínimo, há um acordo velado de contratação cruzada. Por mais que mostre que o TCM, E, ou U tenha aprovado a primeira compra, que foi de uma garrafa d’agua, fica complicado afirmar que o mesmo será feito quando forem comprados serviços de mais de um milhão.


Diante de tudo isto, fica difícil encontrar outra saída para o Brasil que não seja a educação, mas a educação completa e desejada pelos alunos. Sou contra a venda de diplomas, fenômeno que enriqueceu muita gente no período lulo-petista. Advogo por uma educação moderna, em que cada um possa desejar o estudo, pois este irá ajuda-lo a alcançar resultados melhores e ter uma vida mais digna. Estudo que irá protegê-lo de políticos malandros, que nos remetem à época da idade média, aos desejos mais sórdidos do ser humano.


Bem educados, não seremos enganados por promessas vazias e nem por ações que busquem vender uma ilusão, como as campanhas supracitadas. Nem por frases de efeitos e por relações causais inexistentes, como a expansão das commodities atribuída ao nosso messiânico líder dos operários.


Nossos filhos, não serão obrigados a seguir duras jornadas de exploração e pressão. Eles produzirão muito mais riqueza para nação do que nós, vivendo numa nova era que remete às primeiras corporações de ofício. Época em que o artesão era dono do seu tempo e orgulhava-se pelo resultado do seu trabalho. É neste espírito que liberamos vários de nossos cursos gratuitamente. É nossa humilde contribuição para o país caminhar neste rumo, que tanto sonhamos e desejamos que um dia, torne-se realidade. Empresas brasileiras mais produtivas. Esta é nosso sonho grande. Abordados no White BeltGreen Belt e Black Belt, além do Lean do PMP.

Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.