O Balanced Scorecard (BSC), na minha humilde opinião, é um dos melhores quadros de relatórios de gestão disponíveis. Eu trabalhei com inúmeros clientes para integrar o BSC e conhecê-lo de maneira detalhada.
Mas se você chegou nesta página, eu estou supondo que você não está procurando por uma descrição simples, sem detalhes e prostrada do que é um scorecard e como usá-lo. Você pode encontrar artigos assim em toda a internet. Na verdade, você provavelmente está querendo menos uma definição simples e mais um exemplo completo, fácil de digerir.
Então eu criei um.
Vou detalhar o que é um Balanced Scorecard – desde o mapeamento estratégico até as iniciativas – e descrever suas complexidades em detalhes.
Fiz o melhor que pude para deixar a “conversa da boteco” no meio-fio e expliquei essa metodologia estratégica em português claro. No final, tenho certeza de que você terá uma ideia melhor sobre o que é o Balanced Scorecard e se ele pode ou não ajudar sua organização.
Um Balanced Scorecard – geralmente abreviado como “BSC” – é uma estrutura de gerenciamento de estratégia. Para saber mais sobre o que é o Balanced Scorecard e como ele pode ajudar sua organização, dê uma olhada nesta definição completa.
Se você está apenas ingressando no campo de estudo do Balanced Scorecard, verá os termos “objetivo”, “medir”, “iniciativa” e “itens de ação” usadas regularmente. Você provavelmente já ouviu falar deles antes, mas aqui está um rápido curso de atualização sobre o que eles significam.
Objetivos, neste caso, são aqueles organizacionais de alto nível. Quando você cria um objetivo, deve se concentrar no que sua organização está tentando realizar estrategicamente. Um exemplo muito genérico seria: “Tornar-se uma marca reconhecida internacionalmente”. O BSC típico tem 10-15 objetivos estratégicos.
As Medidas, por sua vez, ajudam a entender se você está realizando seus objetivos estrategicamente, pois força questionamentos como: “Como eu sei que estou me tornando uma marca reconhecida internacionalmente?” (Dica: suas medidas podem mudar, mas seus objetivos permanecerão os mesmos). Você pode ter de 1 a 2 medidas por objetivo, então, com o BSC você está planejando criar de 15 a 25 medidas no nível empresarial de sua estratégia.
Já as iniciativas são os principais planos de ação desenvolvidos para alcançar seus objetivos. Você verá que elas podem ter outros nomes, como “projetos”, “ações” ou “atividades fora do Balanced Scorecard”. A maioria das organizações terá 0-2 iniciativas em andamento para cada objetivo (ou seja, um total de 5 a 15 iniciativas estratégicas).
Por fim, os itens de ação geralmente surgem de reuniões de revisão e são tarefas tipicamente delegadas a uma pessoa ou a uma pequena equipe. Eles tecnicamente não fazem parte da estrutura do BSC, mas fazem parte do processo de gerenciamento como um todo. Além disso, os itens de ação ajudam a alcançar iniciativas importantes de maneira oportuna e organizada.
Você tem uma meta de alto nível em mente, que é o seu objetivo. As medidas dizem: “Como vou saber que estou alcançando o objetivo?” (Em outras palavras, eles permitem que você veja se você está atingindo suas metas.) Então, as iniciativas são postas em prática para responder à pergunta, “Quais ações estou tomando para alcançar o objetivo?”. E, finalmente, planos de ação ajudam a delegar pequenos trabalhos que permitirão que você complete suas iniciativas. Tenha em mente que você pode ter várias iniciativas focadas em melhorar suas medidas e alcançar seu objetivo. E no fim das conats, se seus projetos não ajudarem você a melhorar nessas áreas, talvez seja necessário repensar sua estratégia geral.
Existem muitas razões pelas quais você deve implementar o Balanced Scorecard, mas aqui está uma maneira de olhar para ele.
Balanced Scorecard BSC
Sua equipe de liderança é responsável por um grupo de pessoas: partes interessadas, acionistas, uma diretoria, um conselho, cidadãos, etc. o qual depende inteiramente do tipo de organização. Para responder às necessidades desse grupo, sua equipe precisa fazer duas perguntas importantes, preocupadas tanto com o passado quanto com o futuro:
Para responder a essas duas (amplas) perguntas, você precisa de um sistema de gerenciamento capaz de olhar para trás e para frente (com indicadores previstos e passados). Dessa forma, você não precisa conhecer apenas o desempenho de hoje e prever o de amanhã, mas também demonstrar como seus gastos em projetos estratégicos hoje o ajudarão a melhorar o impacto no futuro. O Balanced Scorecard é a ferramenta de gerenciamento mais próxima de uma bola de cristal que você encontrará.
Com isso em mente, vamos mergulhar em um exemplo do que é um Balanced Scorecard na prática.
Um Balanced Scorecard é mais do que apenas um mapa estratégico, mas o mapa estratégico é um elemento importante. Essencialmente, o mapeamento permite que você coloque sua estratégia em uma página, em uma “linguagem” que todos possam entender.
Para este exemplo, vamos olhar para a Gambiarra Airlines, uma hipotética companhia aérea baseada na estratégia da Southwest Airlines no início dos anos 2000. Eu gosto de usar Gambiarra Airlines como um exemplo de ensino, porque a maioria das pessoas voou em um avião (e, portanto, entenderá os objetivos listados).
Ler um mapa estratégico não é complicado, mas se você não fez isso antes, é bom saber por onde começar e para o que você está olhando!
Primeiro, observe o texto vertical no lado esquerdo do mapa estratégico. Esses textos correspondem às quatro perspectivas do Balanced Scorecard: financeiro, cliente, processos internos, e Aprendizado & Crescimento. Essas perspectivas tornam o BSC único, porque os frameworks de relatórios tradicionais normalmente só olham para a perspectiva financeira.
As 15 bolhas que você está vendo são os objetivos da Gambiarra Airlines – todas elas estão arquivadas em uma das quatro perspectivas acima mencionadas.
Mapas estratégicos são lidos de cima para baixo, sendo os objetivos listados em ordem de importância. Assim, você notará que o principal objetivo do Gambiarra é seu objetivo financeiro: Aumentar o Valor do Acionista.
Abaixo da perspectiva financeira está a perspectiva do cliente. Isso ocorre porque a Gambiarra acredita que a maneira pela qual eles vão atingir seu objetivo número um de aumentar o valor para o acionista é deixar seus clientes satisfeitos. Então, o que faz os clientes felizes? Bem, preços muito baixos de passagens e saídas confiáveis frequentes certamente o fazem. E o custo e a experiência precisam ser comparáveis a outras viagens, como carros, trens ou ônibus.
A Gambiarra sabe que, para atingir as metas financeiras e fazer os clientes felizes, precisa se concentrar na inovação, oferecendo Rápido Abastecimento e Setup em Solo, Bons Locais que melhor atendem seus clientes e Rotas Diretas para grandes cidades. Eles fomentarão o bom relacionamento criando Experiências Divertidas, onde todos serão bem tratados Sem Diferenciação, porque acreditam que todos os seus passageiros são iguais.
Finalmente, eles se concentrarão em Eficácia de Custo: Sem Frescuras, Frota Padrão e Alta Utilização. Não oferecendo upgrades extravagantes, mantendo os aviões simples e preenchendo os voos completamente, para poder oferecer voos acessíveis.
Para isso, o Gambiarra analisa sua perspectiva final, que é Aprendizado e Crescimento. Acreditam na oferta de um ótimo plano de remuneração, Acordo Sindicais Flexíveis, e querem alcançar um grande Sentimento de Dono entre os colaboradores.
Assim, cada uma dessas perspectivas se relaciona diretamente com a próxima, oferecendo uma abordagem de base para o gerenciamento de estratégias. Para a Gambiarra Airlines, essa estratégia é muito eficaz e ajuda a garantir que se continue a agregar valor à empresa.
Há uma outra ferramenta – clássica! – da administração, que te ajuda a entender o cenário competitivo de uma organização: A Análise SWOT, confira e saiba mais.
Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.
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