Flexibilidade no trabalho
Carreira

20 de abril de 2023

Última atualização: 18 de junho de 2025

Flexibilidade no trabalho: tipos, benefícios e como aplicar

Nos últimos anos, flexibilidade no trabalho vem sendo adotada como resposta ao avanço da tecnologia e às novas expectativas dos profissionais. Horário móvel, local remoto e jornada comprimida passaram a ser vistos como ferramentas para equilibrar vida pessoal e resultado financeiro. Por isso, empresas que ofertam opções flexíveis registram menor turnover e atraem talentos disputados, segundo dados de mercado.

Neste conteúdo, você entenderá o conceito com base histórica, conhecerá formatos adotados no Brasil, analisará benefícios medidos para colaboradores e organizações e receberá um roteiro prático para aplicar o modelo com segurança jurídica. Tipos de vínculo, métricas de desempenho e ajustes trimestrais também serão discutidos, de modo que sua equipe use a flexibilidade sem perder controle nem produtividade.

O que é flexibilidade no trabalho? 

Flexibilidade no trabalho refere-se à capacidade de ajustar horário, local ou duração da jornada de acordo com metas combinadas. Por outro lado, a prática desloca o foco da presença física para o resultado entregável, permitindo que gestores acompanhem indicadores enquanto equipes definem a melhor forma de produzir. Assim, é possível reduzir deslocamentos, conter custos e atrair talentos sem perder controle de desempenho.

A ideia foi impulsionada no fim da década de 1970, quando fábricas europeias adaptaram turnos para contornar a crise do petróleo e o declínio do modelo fordista. Desde então, a gestão por resultados foi sendo difundida e passou a embasar políticas de horário flexível, banco de horas e trabalho remoto em vários setores.

No Brasil, a virada ocorreu após a pandemia. Levantamento da JLL apurou que nove em cada dez empresas já operam no regime híbrido, com média de dois dias presenciais por semana. Além disso, pesquisa KPMG de 2024 aponta que 62 % das organizações mantêm políticas flexíveis de forma permanente, indicando consolidação da tendência no mercado nacional. 

Quais são os tipos de flexibilidade no trabalho? 

Agora, chegamos aos tipos de flexibilidades que podem acontecer no ambiente de trabalho. Sendo que algumas empresas adotam mais de um tipo em um mesmo setor. Tudo depende da organização e fluxo interno. 

Flexibilidade de horário

Esse formato permite que o colaborador escolha quando iniciar ou terminar o expediente dentro de faixas pré-definidas. Dessa forma, a flexibilidade no trabalho passa a girar em torno de entregas, enquanto a presença em tempo real fica restrita a janelas de “horário-núcleo” para alinhamentos. Além disso, turnos escalonados ajudam a diluir picos de demanda e a equilibrar o uso de infraestrutura.

Relatórios recentes indicam que equipes com agendas ajustáveis trabalham, em média, 6 % mais horas efetivas e relatam maior motivação, sem queda de produtividade. Esses resultados foram observados em um painel de 9.000 usuários corporativos monitorados pela ActivTrak em 2024.

Flexibilidade de local (home office, híbrido)

Aqui o foco recai sobre onde a tarefa é executada. Modelos híbridos, com dois dias presenciais e três remotos, já são adotados por 45 % das empresas brasileiras de grande porte, mostrando preferência por combinações que preservam interação presencial para projetos críticos. 

Pesquisas lideradas por Nicholas Bloom, em 2024, concluíram que trabalhar de casa dois dias por semana mantém produtividade estável e eleva a retenção em até 35 %, sobretudo entre profissionais não-gerenciais.

Flexibilidade contratual

Consiste em variar o tipo de vínculo, duração e remuneração. São incluídos contratos temporários, terceirização, trabalho intermitente e acordos PJ. Essas formas permitem que a equipe seja expandida ou reduzida conforme a demanda; em 2024, o Brasil registrou 2,4 milhões de contratos temporários, crescimento de 7,13 % sobre o ano anterior. Modalidades como essas são classificadas pela pesquisa acadêmica como um dos três grandes eixos de flexibilidade.

Benefícios comprovados

Para colaboradores

Flexibilidade no trabalho devolve tempo ao profissional: trabalhadores híbridos economizam cerca de 72 minutos por dia de deslocamento e podem poupar até US $6.000 ao ano em transporte, roupas e alimentação, de acordo com estatísticas de 2024.

Além disso, 35 % dos híbridos relatam alto engajamento, enquanto apenas 27 % dos presenciais dizem o mesmo, sinal de envolvimento superior nas tarefas. Por fim, sintomas de burnout aparecem 15 % menos entre quem alterna casa e escritório, e 48 % desses profissionais mencionam queda perceptível de estresse.

Para empresas

Engajamento e retenção: um ensaio controlado com 1 600 funcionários da Trip.com mostrou que permitir dois dias remotos manteve a produção estável e reduziu as demissões voluntárias em 33%, evitando despesas altas de recrutamento e treinamento.

Produtividade e redução de custos

A mesma pesquisa da Universidade de Stanford confirmou que o desempenho de equipes híbridas permanece equivalente ao de times 100 % presenciais. Já a Global Workplace Analytics estima que cada colaborador em modelo flexível gera, em média, economia anual de US $11.000 em espaço, energia e serviços, enquanto a IWG projeta cortes de até 50 % nas despesas imobiliárias quando o escritório é redimensionado. Somada ao menor turnover, essa poupança libera capital para tecnologia e capacitação, elevando margens sem afetar o clima da equipe. 

Como implementar flexibilidade na prática

Antes de avançar para cada passo, convém lembrar que flexibilidade no trabalho pede regras simples, métricas objetivas e líderes comprometidos. Quando o processo é bem desenhado, dúvidas legais caem, a sensação de justiça aumenta e a confiança da equipe se mantém alta.

1. Definir política interna bem definida

A empresa deve formalizar formatos aceitos (híbrido, banco de horas), janelas obrigatórias de atendimento e requisitos de ponto eletrônico previstos na Portaria 671/2021. O documento precisa ser público, acessível e revisto sempre que legislação ou estratégia mudarem.

2. Mapear cargos elegíveis

Avalie rotina, exposição a clientes e riscos de cada função. Classifique papéis em “total”, “parcial” ou “sem” flexibilidade. Atualize a lista a cada semestre; processos evoluem e novos recursos podem tornar atividades remotas viáveis.

3. Treinar líderes para gestão por entregas

Gestores deixam de controlar horas e passam a acompanhar metas claras. Capacitações curtas em liderança remota, check-ins semanais e uso de ferramentas colaborativas sustentam a nova cultura.

4. Monitorar métricas e ajustar trimestralmente

Defina KPIs de produtividade, prazo e NPS interno. Revise resultados a cada três meses; se um indicador cair em duas medições seguidas, convoque um comitê de melhoria e adapte a política antes que a queda se torne estrutural.

Flexibilidade no trabalho também envolve o ambiente

Para finalizar esse assunto, não podemos deixar o ambiente de fora. Afinal, é nesse espaço que o colaborador passa longas horas do dia. 

Inicialmente, não é toda empresa que pode permitir que os laptops sejam levados para casa (terminando a tarefa em home office), mas existem outras possibilidades. 

Por exemplo, evite criar espaços muitos pequenos, melhore o posicionamento das estações/mesas e faça com que os colabores tenham uma visão mais natural. Como janelas e jardins. 

Outra dica é instalar luzes que não cansam os olhos, ter cadeiras confortáveis e balcões que não causem dores nos braços. 

Além disso, há opções de espaços para comer tranquilamente, descansar no intervalo e assim por diante. 

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Equipe FM2S

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